Is It Possible? escrita por Kit Kat


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oi Oi!
Aí está mais um capítulo, espero que gostem!



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Primeiro ano – Hermione.

A escola era um castelo enorme e lindo. Mesmo de noite era possível vê-lo à luz da lua. Um meio-gigante, chamado Hagrid, nos guiou em botes até o castelo, nós entramos pelos fundos e Minerva nos recebeu explicando tudo sobre a escola, tudo o que eu já sabia, sem querer me gabar.

Na escola haviam quatro casas: Grifinória, Sonserina, Corvinal e Lufa-Lufa. Seriamos escolhidos pelo chapéu-seletor, um chapéu falante que lia nossa cabeça e nos mandava para a casa a qual melhor nos encaixávamos. Grifinória era a casa dos corajosos, Sonserina a dos ambiciosos e maioria sangues-puros, Corvinal a casa dos inteligentes e Lufa-Lufa dos justos e leais. Todos os anos tem um tipo de gincana onde, no decorrer do ano, as casas vão ganhando pontos por participação em aulas, tarefas feitas e notas nas provas, no fim do ano a casa que mais tiver pontos é a vencedora e ganha a Taça das Casas.

Contudo, há uma maior rivalidade entre Sonserina e Grifinória. Essa rivalidade se intensificou pós a Guerra Bruxa onde a maioria dos que passaram para o lado das trevas, como diziam os livros, eram da Sonserina e a maioria dos que lutaram ao lado da luz eram da Grifinória. A Guerra Bruxa foi uma guerra de intolerância, onde o lado das trevas, liderado por Lord Voldemort, lutava pela supremacia dos sangues-puros e morte aos nascidos trouxas e o lado da luz lutava pela igualdade.

Por um lado, acho engraçado esse negócio de lado das trevas e lado da luz me lembra Star Wars "Venha para o lado negro da força!". Por outro lado, aquele cara é um doente, um mestiço que detesta nascidos trouxas. Chega a ser cômico de tão ridículo.

Bom, após a explicação nos encaminhamos para o salão principal que era onde teríamos nossas refeições e comunicados, quando preciso. Entramos e já estava lotado de alunos esperando o jantar que seria após a cerimônia de seleção das casas.

Eu fui escolhida para a Grifinória junto de Harry, Ronald, Neville, Dino e Simas. Luna foi para a Corvinal. O garoto loiro, em quem esbarrei no trem, descobri se chamar Draco Malfoy e ele foi para a Sonserina junto de seus amigos que não desgrudavam dele.

Não me surpreendi, esse garoto era extremamente arrogante e antes de Minerva nos receber ele reconheceu Harry e tentou virar amigo dele, de uma forma bem detestável ridicularizando o ruivo. Harry não aceitou, é claro, o que deixou o garoto furioso, provavelmente o mimadinho não estava acostumado a levar um não como resposta.

A cerimônia acabou e o jantar foi servido. O banquete era enorme, tinha tanta comida que mal cabiam-se os pratos na mesa. Minha ansiedade e Ronald Weasley agradeceram muito.

****

Logo no meu primeiro dia Minerva, que além de tudo descobri ser a diretora de minha casa, me chamou em sua sala e me deu um colar com uma ampulheta. Um vira-tempo, com ele eu conseguiria assistir a todas as aulas. Ela me ensinou a usá-lo e não perdi tempo.

Uma semana se passou e em um longo dia, cheio de idas e vindas no tempo com cuidado máximo para não ser vista, resolvi termina-lo em um lugar tranquilo com a cara enfiada em um livro. Na biblioteca descobri um canto bom para se ficar onde ninguém ia e eu conseguiria ficar tranquila. Porém cheguei lá e meu canto estava ocupado por um loiro, Draco Malfoy estava sentado na única mesa que havia lá.

— O que faz aqui? – perguntei ao garoto que estava concentrado em um livro. Ele ergueu a cabeça me olhando e deu de ombros.

— Até onde eu sei a biblioteca é publica, Granger. – disse enquanto voltava os olhos para o livro.

"A biblioteca sim, mas meu cantinho da paz não!" queria dizer. O ignorei e fui olhar a prateleira mais próxima com diversos livros. Fiquei um tempo olhando até que bem no alto vi um título que chamou minha atenção "Hogwarts, uma história" comecei a pular tentando pega-lo, mas em vão. Escutei uma risada e o loiro se levantou vindo até mim.

— Sai pra lá, Granger. – ele me deu um leve empurrão e começou a pular tentando pegar o livro. – Estou quase lá.

— Está de brincadeira, né Malfoy? – perguntei gargalhando. – Você me parou para fazer a mesma coisa?

— Cala a boca, Granger! Pelo menos eu estou bem perto. – disse dando mais um pulo e tocando no livro.

Draco era mais alto que eu, porém não o suficiente para conseguir pegar o livro naquela altura.

— Ah Granger, desisto. – resmungou depois de um tempo pulando e eu rindo. – Ache outro livro. – ele já estava quase chegando na mesa quando eu o puxei pela camisa.

— Não mesmo Malfoy! – eu o levei até a estante. – Você desiste muito fácil. – ri. – Agora entrelace seus dedos – ordenei e ele o fez sem entender. – com as palmas para cima. – ele novamente o fez. Eu pisei em suas mãos.

— Granger, você pesa! – ele reclamou. – Poderia fazer uma dieta. – sugeriu rindo.

— Não reclama e me levanta. – exigi. Ele me ergueu e eu consegui pegar o livro. – Peguei! – ele me colocou no chão. – Você tem aprender a insistir e nunca desistir. – fiquei balançando o livro na cara dele rindo enquanto ia para a mesa.

Vi sua varinha em cima da mesa, como fomos burros, bastava usar a varinha e já teríamos pego o livro muito antes.

— Leu isso em um livro de autoajuda? – perguntou revirando os olhos e se sentando à minha frente.

— Não, - sorri. - minha mãe sempre me diz isso.

Comecei a ler o livro, mas algo começou a martelar em minha cabeça. Será que eu pergunto? Acho melhor não. Mas se eu não perguntar nunca vou saber. Mas deve ser algo muito obvio. Quer saber? Foda-se.

— Existem livros de autoajuda no mundo bruxo? – perguntei meio sem graça depois de um bom tempo. Ele começou a rir.

— Jura que ficou pensando nisso? – ele fechou o livro ainda achando graça. – Tem, a maioria são livros para quem acabou de sair de Askaban, as poucas pessoas que conseguiram.

— Entendi.

— E os livros de autoajuda dos trouxas? Falam sobre o que?

— Autoaceitação, como ser feliz, como não sofrer com um fim de um relacionamento, - ele riu. - como ficar rico, como educar de seus filhos e outras diversas coisas.

— Os trouxas aprendem a educar suas crianças através de livros? – perguntou debochado.

— Não, eu acho que não, na verdade, espero que não. – ele riu da minha incerteza. – Creio que apenas usem as experiencias dos outros para terem uma base.

— Estranho, mas okay. – disse sorrindo e se recostando na cadeira.

Draco não era tão ruim, um pouco arrogante, mas não detestável como eu pensava.

— Meninos, – uma mulher apareceu. Era Madame Pince, a bibliotecária. – já está quase na hora do toque de recolher, irei fechar a biblioteca.

Me levantei assentindo e Draco fez o mesmo, ele guardou o livro que estava lendo, nos desejou boa noite e saiu. Eu fiquei para pedir à Madame Pince para eu levar o livro queria lê-lo antes de dormir. Ela concordou e foi registrar, feito isso fui para meu salão comunal.

******

O decorrer do ano foi bem agitado e empolgante. Não fiz muitas amizades apenas continuei conversando com o pessoal com quem dividi a cabine e usava meu tempo livre para passear pelo castelo, mas meu momento favorito era me enfiar na biblioteca, revisar a matéria do dia e procurar algo de interessante para ler, o engraçado é que Draco sempre estava lá e eu gostava de sua companhia.

Minha relação com Draco era algo estranho, nós nos encontrávamos na biblioteca, nada marcado apenas estávamos lá sempre, estudávamos juntos, fazíamos as tarefas e conversávamos, mas perto de todos ele voltava a ser aquela pessoa arrogante, esnobe e mesquinha.

Eu sempre via Harry e Ronald juntos e cochichando, e como eu não conseguia me conter me metia nos assuntos, sim sou muito curiosa e em alguns momentos eles necessitavam da minha sabedoria, que eu não negava para ninguém mesmo que não me pediam.

Aparentemente eles não gostavam muito das minhas intromissões, pois um dia ouvi o ruivo comentando com o moreno o quanto eu era insuportável e exibida. Sim, eu tinha consciência de que eu era um pouco exibida e as vezes isso me tornava chata, mas dói ouvir.

Fui correndo chorar em um dos banheiros femininos do castelo e foi aí que tudo começou, que minha vida virou do avesso. Fiquei a tarde toda trancada no banheiro chorando e quando resolvi sair, pois já estava na hora do jantar e eu estava com um pouco de fome, eu vi um trasgo parado na porta do banheiro. Ele me atacou, mas logo Harry e Ronny chegaram para me ajudar, conseguimos derrotar o trasgo e os dois me pediram esculpas pelo ocorrido mais cedo. E essa foi nossa primeira aventura, a primeira vez que corremos risco de morte juntos... a primeira de muitas.

O resto do ano foi repleto dessas nossas aventuras. Fomos atrás da pedra filosofal, que funcionava como um elixir da vida e era guardada em uma das torres do castelo por um cão de três cabeças, a qual estavam tentando roubar. No fim, tudo não fazia parte de um plano do nosso professor de Defesa Contra as Artes das Trevas para trazer o lunático Voldemort de volta, mas Harry conseguiu acabar com ele, com a minha ajuda e a de Ron e a Grifinória ganhou a Taça das Casas graças às nossas bravuras e coragem pelo que fizemos.

****

Estava aproveitando minha última noite em Hogwarts antes das férias no lugar de sempre. Draco não estava lá e eu estava pensando em tudo o que havia acontecido e em como eu estava feliz por ser uma bruxa.

— Um galeão por seus pensamentos. – Draco disse sorrindo e colocando uma moeda dourada diante dos meus olhos.

Antes que ele a tirasse da minha frente a peguei de sua mão e guardei no bolso de minha capa.

— Ei, eu não estava falando sério, Granger. – ele reclamou indignado.

— Bobeou perdeu. – eu disse rindo.

— Já que você me roubou nada mais justo do que falar o que estava pensando. – ele se recostou na cadeira à minha frente e colocou os pés em cima da mesa.

— Estava pensando em basicamente tudo. – respondi sorrindo. – Sabe, sempre me senti estranha no meu mundo e nunca fui uma pessoa de muitos amigos...

— Da pra perceber. – me interrompeu sorrindo de lado.

— Ei! – reclamei batendo com um livro nele. Ele riu tentando se defender.

— Não me leva a mal, Granger, mas você só fica socada nessa biblioteca e isso não é coisa de quem tem muitos amigos.

— Você também vem bastante aqui. – resmunguei.

— Eu venho apenas para estudar e fazer tarefas e, às vezes, pegar algum livro para ler, não passo a maior parte do meu tempo aqui. E outra, sou um Malfoy, fazem fila para serem meus amigos. – terminou arrogante.

— Convencido! – retruquei e ele riu. – Então me diga Sr. Malfoy são todos seus amiguinhos de verdade? – perguntei me inclinando com os cotovelos na mesa e pondo o queixo em cima das mãos, o desafiando.

Draco tirou os pés da mesa e fez o mesmo que eu e ficou um tempo com um sorriso de lado. Ele era bonito, seus olhos azuis acinzentados eram extremamente hipnotizadores e entravam em contraste com seus cabelos claros penteados para traz com gel, e aquele sorriso de lado fazia qualquer garota, e até alguns garotos se derreterem, não que sortisse algum efeito em mim.

— É claro que não. – ele disse depois de um tempo me assustando e me tirando de meus devaneios. Ele riu. – São poucos os que eu realente posso considerar meus amigos de verdade, creio que só Pans, Blás e Theo – ele voltou a se recostar na cadeira do jeito que estava antes. - o resto só quer status pela minha família.

— Isso é triste. – eu disse.

— O que? Ter apenas três amigos? – ele me perguntou debochado. Provavelmente estava pensando "uma pessoa que quase não tem amigos falando de mim". - Pelo que eu saiba você só tem dois amigos e que belos amigos que ficam te metendo em confusões onde você quase morre. - debochou mais.

Ele estava se referindo ao trasgo e ao episódio com a pedra filosofal. Sim, Draco sabia de tudo. Eu tenho a incrível capacidade de ter a língua grande demais e acabo falando o que não deveria, então, eu contava tudo para Draco quando nos encontrávamos por sorte ele se mostrou ser uma pessoa completamente diferente do que todos o julgam ser e foi graças a ele que eu encontrei o livro sobre Nicolau Flamel e a pedra filosofal, o qual foi extremamente importante para entendermos o mistério da pedra.

— Se está se referindo ao trasgo, não foi culpa deles. - eu disse o encaram séria.

Draco tinha ficado muito nervoso com a história do trasgo, ficou indignado e detestou mais ainda Ronald pelo que ele havia dito sobre mim. Acho que foi naquele dia em diante que senti que poderia contar com aquele loiro.

— Não digo só pelo trasgo, digo por tudo. - ele disse bufando e encarando meus olhos. - Você está em seu primeiro ano, era para ter um ano normal e não quase morrer sei lá quantas vezes. - ele me olhava muito bravo.

— Você se preocupa comigo. - eu disse sorrindo. Draco desviou os olhos dos meus.

— Claro que não. - ele fechou a cara, pegou o livro de novo pousando os olhos nele e voltou a sua posição inicial com os pés e cima da mesa. - Um Malfoy não se preocupa com ninguém além dele mesmo.

Fechei meu livro e me levantei rindo. Ele me olhou com uma sobrancelha erguida sem entender nada, fui até ele e lhe dei um beijo na bochecha para depois sussurrar em seu ouvido:

— Também me importo com você, Draco.

Era a primeira vez que eu o chamava assim e vi que sortiu o efeito esperado, pois ele se arrepiou. Sai da biblioteca com um sorriso no rosto que ninguém me arrancaria por nada.

****

Na manhã seguinte, fui a primeira do meu dormitório a acordar, acho que a primeira da Grifinória na verdade. Fiz minha higiene matinal, tomei meu banho, me troquei e desci para o salão principal para ler alguma coisa até o pessoal começar a descer. Eu estava tranquila pois já tinha organizado minhas coisas na manhã anterior e eu não iria revisar as coisas da mala como sempre, pois se eu esquecesse algo era mais um motivo para voltar. Já estava na metade do livro quando Harry e Ronny apareceram.

— Bom dia, Mione. – disseram sonolentos.

— Bom dia, meninos! – respondi animadamente, colocando o marca-páginas no livro. – Vocês estão acabados. – comentei rindo enquanto nos encaminhávamos para o salão principal para tomar nosso café da manhã.

— Você que está feliz demais. – reclamou Ronny. – É de manhã Hermione, ninguém é feliz de manhã! – exclamou e Harry concordou.

— Geralmente eu concordaria, – disse rindo. – mas hoje eu verei meus pais e eu estou morrendo de saudade deles.

— Eu também estou com saudades dos meus pais, mas isso não me faz estar feliz por acordar cedo. – resmungou Ronny se sentando na mesa ao meu lado. Harry se sentou de frente para nós.

— Não estou nem um pouco ansioso e feliz em voltar à quela casa. – disse bufando.

Me solidarizo por ele, a casa de seus tios era o pior lugar, pois eles eram o pior tipo de pessoa. Ronny ofereceu sua casa, A Toca, caso ele quisesse fugir de seus tios e eu ofereci uma viagem de carro pela Inglaterra com meu pai falando sobre carros e minha mãe filmando até a folha de uma árvore. Eles riram e Harry nos agradeceu.

Voltamos a comer, mas antes de abaixar a cabeça o olhar meu prato dei uma olhada na mesa da Sonserina que estava na nossa frente. Draco estava lá conversando com um garoto moreno de pele escura que estava ao seu lado, uma garota pálida de cabelo curtinho estilo Chanel e um outro garoto pálido com um topete. Reparei que eram Blasio, Pansy e Theodore, Draco havia me falado deles eram seus amigos, seus amigos de verdade.

Draco me olhou, provavelmente percebendo que eu os olhava, e sorriu, sorri de volta. Vi que Blasio havia percebido nossa troca de olhares, pois o mesmo havia cutucado Draco e estava cochichando algo para ele enquanto me olhava risonho. O loiro ficou vermelho e fez uma careta para o moreno que ria de sua reação, ri e voltei minha atenção ao meu prato.

*****

Havíamos acabado de chegar na plataforma 9 3/4 e eu estava abraçando Harry e Ron os obrigando a me mandarem cartas, o que concordaram em fazer rindo do meu jeito mandão. Nos despedimos prometendo não perder contato durante as férias e nunca mais, é claro. Saímos do expresso e eu fui correndo até meus pais e os abracei dizendo que estava com saudades, minha mãe reclamou, pois eu não tinha ido passar as festas com eles, preferi ficar em Hogwarts me organizando, e me disse para nunca mais fazer isso de novo, concordei a abraçando e fomos para casa.

Fui o caminho todo para casa pensando em como seria minha vida se isso não tivesse acontecido. Seria um saco, cheguei a essa conclusão. Minha vida seria extremamente previsível, para onde eu fosse seria sempre a garota estranha. Em Hogwarts encontrei um lar e pessoas maravilhosas, é um lugar onde não sou a garota estranha e onde não se tem certeza do que acontecerá. Aquele era o meu lugar. 


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Notas finais do capítulo

Oi Oi de novo!
Eai o que estão achando?
Espero de coração que tenham gostado!



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