Is It Possible? escrita por Kit Kat


Capítulo 27
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Oi Oi gente!
Desculpem a demora para postar, mas tirando os vestibulares de fim de ano, tem muita coisa acontecendo e eu estava com dificuldades para escrever.
Não vou prometer recompensar, mas acho que a partir de agora eu consigo voltar a postar todo final de semana.

Está aí mais um capítulo, espero que gostem!



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Harry.

Draco era realmente bom em poções. Depois que Pansy me convenceu a aceitar a ajuda dele as coisas começaram a fluir, fazia um mês que ele estava nos ajudando e já havíamos conseguido uma poção que inibisse o efeito daquela que corroía por dentro. O efeito dela não era imediato, ao testarmos em outra aranha ela acabou morrendo pelos ferimentos que continuaram a corroer por um tempo, mas estamos trabalhando para que o efeito seja instantâneo.

*Adicionei uma boa quantidade de sangue de unicórnio, a quantidade pedida no livro, em um caldeirão e fiquei mexendo até começar a borbulhar. *

Obviamente que a poção que estamos tentando desenvolver pode não salvar uma pessoa se os ferimentos estiverem muito graves, mas pode ser eficaz para tentar salva-la, parando os ferimentos e permitindo que tentem salva-la com a poção curadora. E quem sabe mais para frente consigamos fazer uma poção que pare e cure os ferimentos ao mesmo tempo.

Começamos a trabalhar, também, em outras poções do livro de Voldemort, mas depois de Pans tanto implorar resolvemos não testar e apenas acreditar na anotação “testado” no final das poções.

*Depois de deixar o sangue ferver por um tempo, adicionei metade de uma mandrágora adulta em pedaços e mexi até eles se dissolverem. *

Fora isso, os dias se passavam e os professores não nos davam um desconto. Quanto mais perto do fim de ano estávamos mais os professores intensificavam as aulas, e olha que só se passaram dois meses de aula.

*Peneirei raiz de asfódelo em pó, após os pedaços da mandrágora terem se dissolvido. Mexi o líquido até adquirir uma coloração roxa esverdeada e deixei decantar. *

Quanto ao Torneio de Quadribol, depois do final de semana onde teve o jogo de inauguração do Torneio, Grifinória contra Sonserina, e nós tivemos nossa maravilhosa vitória, teve mais três fins de semana com jogos no sábado e no domingo com todas as casas se enfrentando nos jogos. No fim dessa primeira rodada o placar ficou: Grifinória 3 pontos, após ganharmos de todas as outras casas; Sonserina 2 pontos, depois de perderem apenas para nós; e Corvinal 1 ponto, por ter ganhado da Lufa Lufa, que foi desclassificada com 0 pontos.

No final da temporada a casa com mais pontos ganhará a Taça de Quadribol e está bem óbvio quem vai ganhar.

*Quando o líquido ficou verde musgo adicionei a outra metade da mandrágora em pedaços e acrescentei vagens sudoríferas amassadas. Mexi até tudo se dissolver e deixei a poção fervendo por alguns minutos até um tipo de névoa começar a sair dela. E, então, eu só precisava esperar alguns dias e a Poção dos Mortos Vivos estaria pronta. *

Uma coisa que eu jamais pensei que aconteceria, em toda minha vida, é a amizade entre grifinórios e sonserinos, mais especificamente entre dois grupos que se odiaram a vida inteira.

Para começar minha relação com Pansy, a primeira cobra de quem me aproximei. Ela me entendia como ninguém, sabia o que era se sentir solitária, e toda vez que eu começava a me martirizar com a guerra ela revirava os olhos e dizia: “O mundo não gira em torno de você Potter, o que fizeram foi para salvar o mundo magico e não apenas um garoto. Acredite em mim, ninguém daria a vida por você se não fosse para salvar algo maior. Exceto sua mãe, é claro.”

Pode parecer rude, mas isso me ajudava, fazia o peso na minha consciência diminuir.

*Esperei a poção esfriar e escondi o caldeirão em cima do armário, que tinha na sala e que usávamos para guardar os ingredientes que roubávamos das aulas, e usei um feitiço para que não vissem que tinha algo lá. *

A segunda cobra foi Blásio Zabini. Eu havia me aproximado do moreno depois de uma tarde em que eu e Pansy estávamos conversando em frente ao lago e ele se aproximou irritado por Luna estar o evitando e acusando todos seus amigos de o trocarem por “namoricos”. Nós conversamos a tarde toda e descobri que ele torcia a Irlanda e por mais que eu torcesse para a Bulgária foi legal conversar com alguém que torcia para o time oposto e discutia comigo com bons argumentos.

Eu não tinha isso com Rony, nós torcíamos para o mesmo time e tirando Krum, para ele nosso time era perfeito e ai se eu dissesse que erraram alguma jogada, o ruivo virava um dragão.

*Me livrei de todas as provas de que eu havia vindo aqui no meio da noite, caso o contrário Pansy encheria meu saco para saber o que eu estava fazendo aqui e digamos que não sou um bom mentiroso.  *

Malfoy foi a terceira cobra. Apesar de ele ter sido o garoto que sempre pegou no meu pé, nunca o vi como uma pessoa realmente ruim. Draco apenas tentava ser a cópia de seu pai, um orgulho para sua família preconceituosa e isso eu não julgava se eu tivesse uma família também gostaria de ser um orgulho para ela.

Nos aproximamos quando começamos a trabalhar nas poções e desde então venho vendo um lado dele que me surpreendeu. O sonserino se mostrou ser uma pessoa bem divertida e muito amorosa e cuidadosa, pelo menos com Pans. Para ele a morena significa o que Hermione significa para mim.

*Segui para meu salão comunal o mais silenciosamente possível. Já passava das três da manhã e, apesar de Filch não estar rondando o castelo a essa hora, eu não queria incomodar muito os quadros ou eles me dedurariam aos fantasmas e isso chegaria aos ouvidos de McGonagall. *

Eu não havia me aproximado de Nott, Goyle e Bulstrode ainda, mas não pareciam ser cobras ruins. O casal estava sempre no maior love, o que tornava constrangedor tentar uma aproximação com eles, e depois da aproximação entre Nott e Gina não me sinto muito confortável em tentar ser amigo dele. 

*Me joguei em minha cama e adormeci, pensando nas poucas horas de sono e na longa manhã de aulas que eu teria pela frente. *

****

Uma semana se passou e finalmente a poção estava pronta. Fui até a caixa de aranhas, que usávamos como cobaias, e peguei uma delas, a jogando em um recipiente cheio de água. A mantive lá dentro até que parasse de se mexer e o próximo passo foi despejar uma gota da poção nela. Não demorou muito até que o aracnídeo desse sinal de vida, primeiro suas patinhas começaram a mexer em espasmos, depois começou um tipo de chiado e, por fim, a aranha estava andando normalmente pela caixa de vidro que eu a havia aprisionado.

Me lembrei de tudo sobre zumbis que eu havia visto em filmes e livros e tomei todo o cuidado do mundo para que essa coisa não me picasse. Se isso fosse realmente como os zumbis, uma pequena mordida poderia ferrar com tudo. Peguei outra aranha e coloquei junto dela e logo o canibalismo começou.

— O que você está fazendo? – uma voz masculina perguntou atrás de mim.

Me virei assustado e vi Malfoy sentado na poltrona da sala com os pés em cima da mesinha de centro. Ele estava com o livro de Voldemort nas mãos e o de Snape no colo. Devia ter decidido dar uma volta assim como eu, pois estava apenas com uma calça de pijama verde e prata, provavelmente da melhor seda que seu dinheiro pode comprar, e o cabelo bagunçado.

— N.nada. – respondi ficando na frente da caixa.

— Você é um péssimo mentiroso. – ele riu e se levantou, fechando o livro.

— Não te interessa o que eu estou fazendo. – me recompus e um sorriso sarcástico brotou em seus lábios, mas antes que ele pudesse retrucar eu perguntei: - O que está fazendo aqui e desde quando?

Achei que ele me daria uma resposta digna de um sonserino, talvez dizendo que não era da minha conta também, mas ele suspirou pesadamente e deu de ombros.

— Fiquei sem sono e vim para cá ler sobre as poções. – ele deu um sorriso lateral. – Não se preocupe, eu só estou aqui desde que você entrou e pegou essa poção que estava bem escondida.

— Brigou com a Mione de novo? – perguntei tentado mudar de assunto e seu sorriso morreu.

— Talvez. – respondeu e eu o olhei com descrença. – Sim. – ele riu sem emoção. – Não que isso seja uma novidade, já que é o que a gente mais anda fazendo.

Isso era uma verdade. Draco e Hermione desde o começo do ano letivo, se bobear, estavam brigando mais que em todos os anos juntos.

Não, eu não concordava com ela trair Ronald, mas não tenho a mínima vontade em me envolver nisso. É algo muito confuso e estressante e a última coisa que eu preciso é de algo que me estresse.

— Mas, então, Potter, o que está fazendo? – ele voltou ao assunto que eu não queria e se aproximou tentando olhar a caixa que eu escondia atrás de mim.

— Nada importante. – tentei empurrar a caixa para longe, mas ele foi mais rápido e a pegou de minhas mãos.

Observamos e o que antes era uma aranha comendo a outra, agora eram duas aranhas completamente normais.

— O que é isso, Potter? – perguntou com uma sobrancelha erguida.

Tentei, mas não consegui disfarçar que não era nada. Malfoy era o típico observador e sabia ler bem as pessoas. Lhe contei tudo, mostrei o capítulo secreto do livro de Voldemort e a minha evolução com a poção.

— Você descobriu como criar zumbis? – ele perguntou perplexo. – Aquelas coisas de filmes que comem pessoas e dominam o mundo?

— Não idêntico aos filmes. – apontei para a caixa. – Elas estão completamente normais, não estão mancando e nem grunhindo, mas uma tentou comer a outra e parece que ela voltou ao normal.

Draco me olhou duvidando e colocou outra aranha com as duas, que partiram para cima dela a desmembrando. A cena não foi muito bonita, mas foi piscarmos e a aranha desmembrada começou a se regenerar.

— Parabéns, Potter! – ele se virou para mim de forma sarcástica. – Você descobriu o apocalipse.

Eu revirei os olhos.

— O que pretende fazer com isso. – perguntou observando atentamente as aranhas.

— Pensei que eu poderia criar uma outra poção, a partir dessa, que trouxesse os mortos de volta. – ele me olhou como se eu fosse um louco, mas eu continuei. – Veja bem, se conseguirmos achar uma cura para as outras poções deve existir uma para essa, uma que traga os mortos sem a parte do canibalismo.

— Não seja tosco. – ele desdenhou. – Isso é impossível, nem a pedra da ressurreição conseguiu trazer alguém de volta normalmente, como acha que uma poção criada por um adolescente conseguirá?

— Eu voltei dos mortos, não sei como, mas voltei. Sua mãe pode confirmar. – retruquei. – E olha! - apontei para mim mesmo. – Estou perfeitamente normal.

O sorriso sarcástico voltou a brotar em seus lábios.

— Eu não teria tanta certeza disso. – ele riu e eu mordi a língua para não xinga-lo.

Suspirei, tentando não me irritar demais.

— Eu vou tentar fazer isso. – disse decidido.

— Potter, você já é o bruxo mais famoso do mundo, já é o Santo Potter, o Salvador do Mundo. Não precisa salvar o mundo dos mortos também.

Fechei as mãos em punho e travei o maxilar.

— Não vou fazer isso por fama, mas sim pelas pessoas que morreram e tinham uma longa vida pela frente. – a onda de raiva que me atingiu foi incontrolável e quando vi as palavras já tinham saído da minha boca. – A maioria dos seus amigos foram covardes e fugiram da guerra, então você não sabe o que é perder as pessoas que você ama por causa de um bruxo nojento pessoas essas que mereciam viver mais que você e seus amigos.

Não consegui me arrepender do que eu disse e uma felicidade estranha surgiu dentro de mim quando vi que minhas palavras o atingiram como facas.

— Lave a boca para falar dos meus amigos, Potter. – ele rosnou.

— Ou o que? – sorri maldosamente. – São filhotes de comensais como você, não deveriam estar soltos ou neste mundo.

Mal terminei a frase e ele me acertou um soco no queixo. Eu não ia deixar barato e logo estávamos rolando pelo chão aos socos e chutes. Foi quando ele acertou um soco em minha cabeça e me deixou desnorteado, que eu percebi o que eu acabara de fazer.

— Desculpe. – disse erguendo as mãos em rendição quando ele avançou para cima de mim. – Não sei porque disse aquilo.

Qual era o meu problema? Por que dizer aquilo de pessoas das quais eu não tinha o menor direito de dizer algo, pois nem os conhecia completamente?

Draco parou e me olhou com severidade.

— Não sei o que está me dando. – confessei. – Ando dizendo e fazendo coisas que eu nunca faria.

— Isso se chama magia negra, Potter. – ele disse de forma dura. – Ela mexe com a sua cabeça e tenta te levar para o lado dela, e por você já ter sido uma horcrux é um pouco mais fácil.

Ele estendeu a mão para mim, sem amenizar a expressão severa, e eu a aceitei com certa relutância. Draco me ajudou a levantar e me sentou na poltrona, conjurando uma bolsa de gelo para eu colocar na cabeça.

— Vou te ajudar, mas as coisas serão do meu jeito e você terá que seguir à risca ou sucumbirá à magia negra. – ele disse e eu concordei.

****

“Eu estava em uma colina, sentado em baixo de uma árvore, observando o vale que se estendia em baixo de mim e dava a visão de um lago meio familiar. Era noite de lua cheia e o céu estava completamente aberto, sem nenhuma nuvem, permitindo que a lua refletisse no lago e iluminasse o vale por completo.

A cena era linda e trazia uma sensação que eu não experimentava a muito tempo, uma sensação de paz. Os galhos da árvore se sacudiram e as folhas começaram a cair, deixando a vista mais linda ainda.

Comecei a rir. Parecia cena de filme onde tudo é perfeito.

Senti uma mão delicada em meu ombro e olhei para trás dando de cara com o rosto sorridente da minha mãe. Seu toque era macio e aconchegante e o sorriso em seus lábios me trouxe tranquilidade. Me levantei e a abracei o mais forte que eu consegui, arrancando uma risada dela enquanto ela me abraçava de volta.

Ao me afastar percebi que ela não estava sozinha. Meu pai, Sirius, Lupin e Snape nos olhavam sorrindo, confesso que a cena foi um pouco estranha, afinal eu nunca havia visto Snape sorrir, mas me alegrou ainda mais. Abracei cada um com lágrimas nos olhos e novamente Snape me surpreendeu ao retribuir meu abraço.

A árvore mais uma vez se sacodiu e as folhas novamente fizeram o momento mais perfeito. Finalmente olhei com atenção para o local onde estávamos, a árvore acima de nós era o Salgueiro Lutador e atrás dela estava Hogwarts ainda mais bonita iluminada pela lua cheia.

Olhei novamente para eles. Lupin estava com o rosto virado para a lua, os olhos fechados e um sorriso calmo no rosto, ele não havia se transformado e, provavelmente, estava aproveitando isso. Sirius estava rindo com meu pai e Snape e minha mãe permanecia ao meu lado ainda com aquele sorriso. Deitei minha cabeça em seu ombro e senti ela me dar beijo na testa antes de adormecer.

Gostaria de dizer que eu fiquei lá para sempre, mas assim que abri os olhos desejei não tê-lo feito.

A primeira coisa que vi foi um clarão verde e logo em seguida veio um grito estridente, o grito de minha mãe, e um choro de bebê. Estava tudo turvo, mas eu conseguia ver a silhueta de minha mãe caindo no chão, eu vi tudo em câmera lenta. O resto foi como um trailer. Vi Sirius caindo pelo véu da morte, o corpo de Dumbledore estendido no chão, Naguini atacando Snape e por fim eu estava de volta no castelo, depois da guerra, vendo os corpos de meus amigos estendidos no salão principal.

Sai correndo pelo castelo, mas em todos que eu cruzava pelo caminho era o rosto dos mortos que eu via. Entrei em uma sala escura e respirei fundo, tentado controlar as lagrimas que insistiam em queimar meus olhos. As imagens repassavam em minha mente e eu só queria esquecer de tudo.

Eu já estava me acostumando com a escuridão quando ouvi um sibilo e uma risada rouca. Olhei envolta alarmado, tentando achar, sem sucesso, minha varinha. As luzes da sala se ascenderam e Voldemort apareceu.

— Vamos acabar com isso de uma vez por todas, Potter! – ele gargalhou e apontou a varinha para mim. – Avada Kedavra!

E o jato de luz verde vindo em minha direção foi a última coisa que eu vi.”

Acordei assustado e me sentei na cama, pegando minha varinha na cômoda ao lado e apontando para o nada. Minha respiração estava acelerada e eu procurava Voldemort pelo quarto, quando senti uma mão macia e delicada segurando meu braço. Olhei para a pessoa esperando ver minha mãe, mas vi Pansy me olhando assustada e minha ficha finalmente caiu.

Tudo não passou de um sonho.

— O que aconteceu? – ela perguntou calmamente acariciando meu braço. Olhei alerta uma última vez pelo quarto, só para me certificar de que aquele monstro não estava aqui. – Harry, está tudo bem. Abaixe a varinha. – ela puxou meu braço para baixo calmamente e retirou a varinha da minha mão.

— Desculpe. Eu só... achei que... eu... – tentei lhe explicar, mas as palavras se embolaram e minha voz começou a embargar.

— Shhh, tudo bem. – ela acariciou meu rosto e me puxou para um abraço. – Foi só um sonho.

Algumas lágrimas rolaram pelo meu rosto, sem que eu conseguisse controla-las. Pansy deitou e me puxou para deitar em seu peito e assim eu dormi, sentindo seu carinho em meus cabelos e seu corpo nu aconchegante embaixo de mim.


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Notas finais do capítulo

Oi Oi de novo!
Espero de coração que tenham gostado.
Desculpem qualquer erro.
Beijos!



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