Is It Possible? escrita por Kit Kat


Capítulo 24
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Oi Oi gente!
Aí está mais um capítulo, espero que gostem.
Como prometido, tentarei postar mais de um esse fim de semana.



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Pansy.

— Não acha que você está bitolado demais? - perguntei olhando o grifinório extremamente concentrado na poção.

— Não é ser bitolado, é querer descobrir algo novo. - ele respondeu sem me olhar.

Estávamos na sala precisa, no lugar onde sempre nos encontrávamos. Potter estava cada vez mais empenhado em fazer as poções do livro negro e tentar criar outras que as combatessem. No momento ele estava concentrado em fazer uma poção que corroía a pessoa por dentro até não sobrar nada da pessoa e nenhum vestígio da poção, era o que na teoria ela prometia e infelizmente no final dela tinha “testada” anotado no canto da página.

— Como vai testar essa poção. - perguntei me inclinando mais para perto dele a fim de ver melhor o que ele fazia.

— Com isso. - ele puxou uma caixa de vidro com uma aranha grande e peluda dentro.

— Ai! Tira isso de perto de mim, Potter! - gritei empurrando a caixa para longe e ele começou a rir.

— Não venha me dizer que você também tem medo de aranhas.

— Eu não tenho medo de aranhas... não das pequenas, pelo menos. - respondi cruzando os braços. - Agora, esse monstro peludo, é outra história.

Ele riu mais uma vez, se virando para mim e ficamos bem perto. As lembranças da noite da festa me atingiram imediatamente: os lábios dele nos meus, suas mãos passando por meu corpo, seu olhar intenso e o jeito como ele me fez suspirar e gemer a noite toda. Aquela noite foi um deslize, um delicioso deslize, me deixei levar por uma noite de embriagues e desejos, mas não aconteceria de novo.

Potter deve ter pensado o mesmo que eu, pois ficou bem sem graça com a nossa proximidade.

— Eu... eu... - ele tentava dizer, mas fracassava miseravelmente. Nenhum de nós dois conseguiu tocar no assunto desde o ocorrido e eu esperava que ficasse assim, como algo esquecido.

— Acho que a poção está pronta. - eu o impedi de tentar continuar e apontei para a poção que já estava na coloração certa, vermelho sangue.

Ele piscou algumas vezes, um pouco confuso, antes de voltar sua atenção para a poção e desligar o fogo. Esperamos a poção decantar um pouco e o vermelho ficou mais escuro, do jeito indicado no livro, e por fim, com um conta-gotas, o grifinório pegou uma outra caixa de vidro com moscas dentro e adicionou algumas gotas da poção. Não demorou até que os insetos fossem atraídos pelo cheiro adocicado da poção e logo caíram mortos. Potter colocou uma dessas moscas no viveiro improvisado da aranha, que atacou a presa enrolando-a nos finos fios de seda de sua teia e logo em seguida devorou a cabeça do inseto.

Confesso que a cena era interessante, eu gostava de observar o comportamento das criaturas, por mais amedrontadoras que fossem, mas não gostei nem um pouco de ver a aranha começar a se contorcer e agonizar, enquanto uma fumaça saia de seu corpo que corroía. Infelizmente o efeito da poção não foi rápido e a pequena criatura continuou agonizando por alguns minutos antes de parar de ficar completamente imóvel no canto da caixa.

Seu corpo continuou se desintegrando por mais alguns minutos até que deixou de existir, junto com os restos da mosca que havia se desintegrado bem antes. Olhei para a outra caixa de vidro, antes cheia de moscas e agora completamente vazia.

— Podemos considerar que funciona. - Potter disse sorrindo e olhando para as caixas vazias.

Olhei para ele incrédula, o sorriso estampado em seu rosto não era algo bonito de se ver, não combinada com ele em nada, era um sorriso orgulhoso e maldoso. Ele estava feliz com o que acabara de fazer e não demonstrava nem mesmo um pingo de compaixão pelas pequenas vidas tiradas. Pode não parecer muita coisa a morte dos insetos e do aracnídeo, mas ver criaturas agonizando por algo que você fez não era algo digno de orgulho, não para mim e muito menos para alguém como Harry Potter.

— Isso é horrível. - comentei ainda olhando sua expressão orgulhosa e confiante. - Como vai consertar isso? - perguntei depois de um tempo em silêncio.

— Consertar o que? - ele perguntou e me olhou. Seus olhos estavam frios, o brilho que emanava deles era maldoso e combinava com seu sorriso. Arrependimento era algo que ele não parecia sentir e atrevo-me a dizer que ele até faria de novo.

— Essa poção! - exclamei assustada com sua mudança repentina de comportamento. - Ou já esqueceu do propósito de termos feito essa coisa?

— Não, não esqueci. - respondeu, olhando vidrado para a poção. - Mas acho que deveríamos testar em algo maior, tipo um sapo. Que tal o sapo de Neville?

Não consegui achar palavras para expressar o quanto eu estava irritada e zangada com ele e a única coisa que eu achei para me expressar foi um tapa bem dado que desferi em sua cabeça.

— Ai! Qual o seu problema, Parkinson? - ele me olhou com ódio e veio ameaçadoramente para cima de mim. - Se fizer isso de novo eu vou...

— Vai fazer o que? - não o deixei terminar e o olhei desafiadoramente, eu passei grande parte da minha vida rodeada por comensais da morte para abaixar a cabeça para ele.

O moreno não respondeu, apenas franziu o cenho e me olhou confuso, seus olhos se suavizaram. Ele parecia estar voltando ao normal e olhava em volta parecendo completamente perdido. Suavizei minha expressão dura e segurei sua mão, tentando entender o que estava passando em sua cabeça.

— Está tudo bem? - perguntei. Seu olhar perdido encontrou o meu e ele assentiu.

— Desculpe falar com você desse jeito. - disse arrependido.

— Tudo bem, - sorri da forma mais doce que consegui e completei um pouco mais ameaçadora: - mas se isso se repetir eu quebro sua cara.

Potter riu e concordou.

****

Passamos mais algumas horas naquela sala concentrados em nosso plano inicial: criar uma cura para aquela poção maligna. O grifinório depois do episódio estranho se empenhou mais que tudo em tentar fazer essa cura e se frustrava toda vez que algo saia errado, ele me pedia desculpas sempre que achava uma brecha e eu achei melhor esquecer aquilo por hora. Estava claro que algo estava acontecendo com ele, algo que ele não tinha noção e nem controle, então eu não ficaria jogando aquilo em sua cara.

Saímos da sala precisa mais frustrados que tudo, infelizmente criar poções não era algo tão fácil quanto parecia. Tínhamos que separar ingredientes que anulavam os da poção original, porém precisávamos ficar muito atentos com os ingredientes que não podiam ser colocados juntos e isso ficou mais do que claro quando Potter deu uma de Simas Finnigan e explodiu a poção ao colocar pelo de unicórnio com folha de tentáculo venenoso.

— Não acredito que não tivemos nenhum avanço. - ele reclamou ao meu lado.

Estávamos indo para o campo de Quadribol, Potter tinha treino agora e eu não tinha nada para fazer, então quando ele me convidou para assistir ao treino eu não recusei, até porque o jogo entre Sonserina e Grifinória é nesse sábado e temos uma aposta valendo dinheiro e umas dicas ao meu time, sobre nossos rivais, não matariam ninguém.

— Relaxa, Potter. - tentei acalma-lo. - Foi a primeira vez que tentamos na próxima nós conseguiremos.

— Conseguiremos? Tem certeza? - ele riu sarcástico. - Estamos no sétimo ano e nem conseguimos acertar um terço de uma poção.

— Ei! - lhe dei um empurrão de brincadeira. - Nós acertamos em cheio na poção original, mas criar uma nova é bem complicado. Não é à toa que muitos bruxos ficam anos para desenvolver uma poção.

Ele pareceu concordar, mas então balançou a cabeça negativamente e disse com uma cara pensativa:

— Não podemos demorar anos para fazer essas poções. Se aquele livro cair em mãos erradas pode acontecer uma terceira guerra bruxa.

Por mais que eu quisesse dizer que ele estava exagerando, eu sentia lá no fundo que ele tinha razão. Se alguém tão louco quanto Voldemort encontrar esse livro é bem capaz de tudo voltar a se repetir.

O resto do caminho fizemos em silêncio, cada um envolto em seus próprios pensamentos. Chegamos no campo e os olhares curiosos dos grifinórios caíram sobre nós, alguns confusos por estarmos juntos e outros com raiva por ter alguém da Sonserina vendo o jogo. Mas logo percebi que os olhares raivosos não vinham apenas para mim, e, sim, se dividiam entre mim e um outro sonserino acompanhado pela capitã ruiva do time.

— Gente! - a ruiva, ao perceber nossa chegada, veio saltitando, com um sorriso de orelha a orelha, em nossa direção. - Vamos dar uma festa no sábado e está fora de cogitação a ausência de vocês dois. E já aproveitamos para utilizar a festa como uma festa de comemoração para o time que vencer no sábado à tarde.

Eu ri com o jeito eufórico que ela despejava as informações da festa em nós e me surpreendi por não fazer nem três dias que a ruiva tinha dado um pt dos grandes e ela já estava marcando outra festa, ela com certeza é das minhas.

— Oi para você também, Ruiva! - eu disse sarcástica e Potter riu. O clima entre os dois parecia estar bem melhor e mais leve.

— Ignorem, ela esqueceu a educação em casa. - Theo chegou atrás dela rindo da ruiva.

— E você perdeu amor aos dentes. - ela retrucou entredentes.

—Pode contar com a gente, Gina. - Potter disse rindo e o sorriso dela se alargou mais ainda.

— Perfeito! Agora vamos treinar, porque eu estou louca para acabar com vocês. - ela apontou para mim e Theo.

— Só nos seus sonhos, Ruiva! - respondi ao mesmo tempo em que Theo falava:

— Só se for com beijos. - e a deixava tão vermelha quanto seus cabelos.

Os grifinórios se juntaram no meio do campo e Gina começou a lidera-los. Eu não tinha visto muitos treinos em que Potter havia liderado, mas, dos poucos que eu vi, a ruiva se mostrou ser uma capitã bem melhor que o moreno. Não é à toa que, mesmo depois de ele voltar para o time, não quiseram tirar ela do cargo.

Primeiro, Gina fez os goleiros treinarem a defesa e os atacantes a força e a mira, nesse meio tempo ela precisou parar o treino para gritar com seu irmão que chegou vinte minutos atrasado e ameaçou colocar McLaggen como goleiro titular se ele atrasasse novamente. Enquanto os goleiros e os atacantes treinavam de um lado do campo, os batedores treinavam do outro rebatendo os balaços que voavam em suas direções. E Potter e o apanhador reserva disputavam quem pegaria o pomo primeiro, voando por todo o campo treinando reflexo e agilidade.

Por último, ela juntou a equipe toda para um jogo de verdade, titulares contra reservas, e no jogo treinaram algumas táticas de jogo como a formação de ataque cabeça-de-falcão, passe invertido e dupla-defesa de batedores. Theo ao meu lado soltou uma risadinha confiante ao vê-los tentar fazer essa última tática.

— O que foi? - perguntei. - Eles não acertaram?

Eu entendia um pouco de táticas de quadribol pois eu passava as minhas férias todas ouvindo os meninos falarem sobre isso, mas meu entendimento era mínimo, tanto que para mim eles tinham acertado em cheio.

— Acertaram. - ele disse e me olhou sorrindo de forma arrogante. - Mas os batedores deles não tem muita química no jogo, eles se embolaram um pouco. Ganhar deles vai ser como arrancar doce de criança.

— Não vai dar uma mãozinha para a Ruiva e ajudar ela a melhorar o time? - perguntei irônica.

— Claro! - disse sarcástico e me olhou divertido. - E perder nossa grana ganha de forma justa?

Nós gargalhamos e continuamos a ver as estratégias deles, eu me animava cada vez mais com os comentários de Theo quando achava falhas no time e as anotava, discretamente, em um pergaminho. Os comentários dele sobre as falhas eram tão frequentes que me perguntei se Gina era mesmo boa como capitã, mas isso não vinha ao caso, afinal quanto mais errassem mais perto estávamos do nosso dinheiro.

****

O restinho da semana passou voando. Eu e Potter continuamos com nossas tentativas falhas de criar uma poção que inibisse a que tínhamos feito do livro negro, meu time estava bem confiante com as informações que eu e Theo havíamos passado para eles e os treinos foram mais tranquilos, já que estava fácil ganhar de nossos adversários, os professorem não davam um segundo de paz e sossego e eu seguia tentando ignorar a diversas cartas que minha vó me mandava. Então, quando o dia do jogo chegou foi quando eu percebi que não tinha nem visto os outros dias passarem direito.

Durante a manhã os times se reuniram uma última vez para comentar mais sobre as estratégias e as três da tarde em ponto o campo estava cheio de alunos vibrando nas arquibancadas, enquanto os times formavam a formação inicial do quadribol. Madame Hooch apitou o início do jogo e a rivalidade começou.

Theo, eu e Goyle estávamos mais confiantes do que nunca, Blás estava um pouco apreensivo e dizia que deviam ter treinado um pouco mais e Draco, depois de uma briga com Granger essa manhã, estava extremamente irritado e disse que pagaria Theo se ele acertasse um balaço no Weasley.

Nosso time começou arrasando e usando as táticas de pegar no ponto fraco que eu e Theo descobrimos, mas depois de uns vinte minutos de jogo, quando Gina soltou um assobio alto e estridente e gritou um “agora!”, o jogo se inverteu e todas as fraquezas que achávamos que o time rival tinha não eram mais fraquezas. Nossos batedores investiram contra os batedores da Grifinória, mas eles fizeram uma dupla-defesa perfeita e nós quebramos a cara. Potter pegou o pomo e nós perdemos de lavada.

Os times desceram das vassouras e o pessoal das arquibancadas desceram para prestigiar a Grifinória, enquanto os sonsrinos saiam irritados. Luna correu abraçar Blás dizendo que ficou mal por ele, Emília consolava Goyle que estava quase chorando e eu estava muito irritada. Olhei para Theo e ele olhava incrédulo para a ruiva que era abraçada e parabenizada pelo jogo.

— E as fraquezas, Nott? Você enfiou onde? - Draco perguntou entredentes vendo Granger se jogando nos braços do goleiro ruivo.

— Ela me enganou. - Theo disse chocado.

— Jura? - perguntei sarcástica. - Nem percebi.

— Eu avisei. - Blás cantarolou, ele não parecia muito triste agora que tinha a loira agarrada em seu pescoço.

Ficamos de lado vendo a Grifinória ser vangloriada novamente.

— É melhor vocês ganharem os próximos, porque eu não vou perder dinheiro para esses grifinórios. - eu disse ameaçadoramente para Theo.

A ruiva percebeu nosso olhar e junto com Potter veio zoar com a nossa cara.

— Acharam mesmo que deixaríamos vocês verem um treino nosso de graça? - ela perguntou rindo e beijando a bochecha de Theo, que ainda a olhava chocado.

— Você é uma vaca, Ruiva! - eu disse cruzando os braços e ela riu.

— Pode apostar que eu sou. - ela disse divertida. - Ah não, espera, acho melhor para de apostar ou vai perder toda sua graninha para mim. - ela provocou e eu sorri maldosa.

— Eu nunca paro de apostar. - a olhei desafiadora. - Eu aumento minha aposta. - estendi a mão para ela. - 50 que ganhamos a temporada!

Ela abriu um sorriso enorme e ouvi Theo se engasgar ao meu lado.

— Fechado! - ela concordou e se virou para Potter e Theo. - Meninos?

— Vai arregar, Potter? - provoquei o moreno de óculos. - O Nott não arrega.

Theo se engasgou novamente e me olhou com os olhos arregalados.

— Não mesmo, Parkinson! - Potter disse com um sorriso convencido.

****

Depois da nossa derrota fomos todos nos preparar para a festa, que seria logo após o toque de recolher. Escolhi um dos meus melhores e mais sexys vestidos e fiz uma maquiagem preta que realçava meus olhos, a festa era da Grifinória, mas eu chamaria mais atenção que eles.

Não me atrevi a descer para o jantar, não aguentaria a cara convencida de Gina e se eu olhasse para Theo naquele momento era capaz de eu bater nele. Sim, eu o culpava pela nossa derrota vergonhosa, pois graças aos dois pombinhos estarem inseparáveis ela estava se tornando uma ótima sonserina. Encontrei o pessoal em nosso salão comunal e juntos fomos à festa.

— Acho ridículo você estar me culpando. - Theo disse para mim e Blás riu junto com Emília e Goyle.

— Não fala comigo, Nott. - respondi irritada. - Graças a você ela aprendeu a ser igual a gente.

— Ei, eu prometo que ganho os próximos jogos. - ele disse rindo e passando um braço pelo meu ombro.

— E me dá a mais do dinheiro que ganharemos. - eu disse.

— Aí você apela. - ele respondeu e ficamos discutindo sobre o dinheiro.

Chegamos na sala precisa, o local da festa, e a encontramos completamente decorada com as cores da Grifinória. A ruiva sabia que ganharia, ela era uma ótima estrategista.   

A primeira coisa que eu fiz foi ir para o bar, encher a cara e tentar engolir a vergonha da derrota. Eu bebi muito, dancei muito, beijei muito e no dia seguinte eu acordei na cama com um Grifinório moreno que tinha um raio na testa.   


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Notas finais do capítulo

Oi Oi de novo!
Espero de coração que tenham gostado!
Desculpem qualquer erro.



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