Is It Possible? escrita por Kit Kat


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Oi Oi gente!
Primeiramente quero pedir desculpas por não ter postado no fim de semana passado, como foi feriado estive viajando e só estou conseguindo postar hoje, mas prometo tentar recompensar no próximo fim de semana.
Bom, aí está mais um capitulo e espero que gostem!
Desculpem qualquer erro!



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Gina.

Acordei com minha cabeça estourando e com o que pareciamm ser mil vozes gritando em meus ouvidos. Tentei me mexer, mas algo me prendia. Abri os olhos para tentar ver o que me segurava, mas me arrependi no momento em que o fiz. A claridade me cegou e fez minha cabeça piorar, gemi de dor e tudo o que eu queria agora era arrancar minha cabeça e meus olhos fora.

— Parece que não é o único passando mal. - Luna disse rindo e me olhando.

Aparentemente eram apenas ela e Blás que estavam gritando.

— Ei, Ruivinha, está com dor de cabeça? - o moreno perguntou rindo.

— Por que vocês estão gritando? - perguntei resmungando e enfiando a cabeça no travesseiro. Os dois riram mais uma vez.

— Não estamos gritando, isso se chama ressaca. - ele respondeu divertido.

Meus olhos finalmente se acostumaram com a claridade, mas continuaram a doer junto com minha cabeça que latejava. Olhei ao redor e de primeira não reconheci o lugar em que eu estava, mas aí algumas memórias da noite anterior me atingiram com tudo.

Flashes de um monte de adolescentes com hormônios a flor da pele enchendo a cara foi a primeira coisa que me lembrei, logo em seguida o jogo e depois eu com a cara enfiada na privada. As lembranças eram vagas e confusas, mas foi o suficiente para eu ficar vermelha de vergonha.

Meu estômago embrulhou e eu tentei me levantar, mas tinha um braço em minha cintura que continuava a me segurar. O dono do braço era ninguém mais ninguém menos que Theodore Nott, um dos sonserinos mais gatos, o dono da maioria dos meus sorrisos e suspiros e o pior: o cara que segurou meus cabelos enquanto eu vomitava tudo o que eu tinha e não tinha no estômago.

Ele estava em um sono extremamente pesado, com o rosto enfiado em meus cabelos, e me abraçava como se eu fosse seu ursinho de pelúcia. Mais flashes vieram em minha cabeça, me lembrei dos beijos que trocamos na noite anterior e mais uma vez a vergonha tomou conta de mim. Empurrei seu braço e corri para o banheiro.

****

— Já disse que não precisa ficar aqui comigo. - eu disse bufando para o sonserino sentado ao lado da maca em que eu estava.

A noite havia sido ótima, porém o resultado dela não foi dos melhores. Eu bebi tanto que nada parava em meu estômago e até quando eu não ingeria nada eu queria vomitar, então Theo insistiu em me trazer na enfermaria já que eu estava desidratada.

— Mas eu vou ficar aqui. - ele deu de ombros. - Alguém tem que cuidar de você.

Okay, isso foi muito fofo.

— Tem a madame Pomfrey para isso.

— Ela não está aqui agora, está? - perguntou com as sobrancelhas erguidas e um sorrisinho convencido. - E ela tem muita coisa para fazer, já eu não.

— O senhor tem aula, Sr. Nott! - a enfermeira apareceu, vindo de sua sala e o encarando com severidade e eu segurei uma risada. - Saia, saia. - ela balançou a mão como se o espantasse.

— Não tenho, fui liberado. - ele disse com a maior cara de pau e falta de vergonha.

— E onde está o pergaminho com sua autorização? - ela o olhou por cima dos óculos.

— Fui liberado verbalmente. - ele sorriu amarelo e mais uma vez segurei a risada.

Madame Pomfrey suspirou e pressionou os lábios até eles se tornarem uma linha.

— Saia daqui, Sr. Nott, ou o senhor vai ficar em detenção o resto do mês.

— Tudo bem, então. - ele respondeu se recostando na cadeira e colocando os pés em minha maca. - Está melhor, Ruivinha?

— Sr. Nott! - a enfermeira o chamou irritada. - Por caso o senhor é surdo?

— Não, eu aceito a detenção, então eu posso ficar. - ele sorriu de forma encantadora para ela.

— Dois meses, Sr. Nott! - ela disse arrancando o sorrisinho dele e, bufando, foi para sua sala com a carranca do tamanho do mundo.

Theo passou o dia inteiro comigo na enfermaria e Madame Pomfrey, finalmente, me liberou depois do jantar. O moreno me acompanhou até a torre da Grifinória e depois de muito eu insistir que estava bem ele aceitou e foi para as masmorras. Me joguei no sofá do meu salão comunal, por mais que eu tenha passado o dia todo deitada em uma maca sendo mimada por Nott eu me sentia mais cansada que tudo e meu estomago doía.

— Como você está? - Harry apareceu feito um fantasma me assustando.

— Por Merlin, Harry! De onde você surgiu?

— Eu estava aqui, você que não me viu. - ele se defendeu rindo. - Mas então, como você está? Soube que passou o dia na enfermaria.

— Resultado de uma noite de porre, meu caro. - respondi fazendo uma careta ao lembrar do tanto de álcool que eu ingeri. - Eu nunca mais bebo na minha vida.

Ele gargalhou.

— Nós dois sabemos como essa frase termina. - ele me olhou divertido e nós rimos.

Ter esses momentos com ele era estranho e muito bom ao mesmo tempo, fazia tempo que não tínhamos uma conversa assim e eu sentia muita falta disso. Afinal, acima de tudo Harry era meu amigo antes de ser meu namorado.

— Você está diferente. - comentei olhando a lareira crepitar.

— Como assim?

— Você está melhor, mais sociável.

Ele riu.

— Tive meu momento ruim e fiz merda, mas estou tentando deixar isso para trás. - ele disse suspirando.

— Pansy tem ajudado, não? - me atrevi a perguntar e ele ficou sem jeito. - Eu vejo o jeito que você age quando está com ela.

— Não ajo diferente.

— Age sim, com ela você parece mais leve.

Não pude deixar de sentir uma pontinha de ciúmes com isso. Ele parecia outra pessoa perto dela e eu não entendia como ela tinha conseguido isso, fazia tempo que estávamos tentando trazer o velho Harry de volta e então pouco tempo ela o traz de volta sem nem o conhecer direito.

— Você ri com ela. - continuei quando ele não respondeu. - Uma risada que nem com o Rony, seu melhor amigo, você dá.

— Ela me entende e com ela não tenho esse sentimento de morte. - ele disse e suspirou. - Eu sei que isso parece muito egoísta da minha parte e sinto muito por isso, mas é a verdade.

— Ela não chora por alguém que perdeu, né? - perguntei amargurada.

— Os pais dela estão em Azkaban esperando a sentença do beijo do Dementador ser aprovada ou não e se não for aproada eles passaram o resto da vida presos. Ela já os perdeu, sabe disso, mas não é algo que eu causei. - ele baixou o olhar para suas mãos. - Não é como se morressem para salvar minha vida, então a sensação é diferente. Eu consigo consola-la sem me sentir culpado.

— Ninguém te culpa, Harry. - me apressei em dizer.

— Ninguém me culpa, mas não podem negar que a culpa foi minha. - ele me olhou e em seus olhos vi a sombra do menino que morava debaixo da escada de seus tios, o garoto perdido e sozinho. - Fred, Tonks e Remo morreram em uma guerra que eu poderia ter evitado se tivesse me entregado, meus pais deram a vida para que eu não morresse aquela noite, Sirius deu a vida para me salvar no Ministério, Hermione apagou a memória dos pais para me ajudar em uma batalha na qual ela não precisava estar.

— Harry, você tem razão. - suspirei. - Ninguém precisava dar a vida por você, mas escolheram fazer isso, nós escolhemos te ajudar até o fim. Tudo o que nós fizemos foi por nossa escolha, porque você é nosso amigo e nunca deixaríamos um amigo na mão. Eles terem morrido foi uma tragédia, mas não foi culpa sua e tenho certeza que todos fariam de novo. Eu faria.

— Achei que pensasse o contrário. - ele disse e eu me lembrei da nossa briga e das coisas horríveis que eu lhe disse.

— O que eu disse não era verdade, não cem por cento. - segurei sua mão. - Desculpe pelas palavras duras naquele dia, mas eu não te culpo e faria tudo de novo, porque você é um dos meus melhores amigos.

Harry me puxou para um abraço e finalmente eu senti que tínhamos nos acertado de verdade, mas ele ainda precisava de muita ajuda.

— O que eu perdi hoje? - resolvi mudar de assunto de assunto.

— Um monte de adolescente de ressaca. - ele respondeu rindo.

— Quero detalhes, Potter, e todas as fofocas do que aconteceram ontem depois que eu dei pt. - eu disse séria e ele começou a rir.

— Bom, ontem a Emília e o Goyle foram embora logo que você subiu para o banheiro. Blásio ficou morrendo no sofá e Luna organizando a sala. Cho e Zacharias sumiram. - ele me olhou sugestivamente. - Hermione e Draco ficaram se pegando e a Daphne ficou puta da vida vendo os dois.

Arregalei os olhos. Eu sei que combinamos que ninguém namorava por aquela noite, mas meu irmão deve ter ficado irado com isso.

— E o Rony?

— Ele não saiu do quarto com a Astória até hoje. - respondeu dando de ombros.

— Jura? Nunca imaginei. - o olhei chocada e Harry concordou. A ideia de meu irmão ter passado a noite toda com aquela garota não me agradava nem um pouco. - Mas e você, Harry Potter?

— Eu? Bem... Eu... Ãh... Pansy passou mal, eu a ajudei e depois desmaiei no quarto da Mione. - ele gaguejou. - Pelo menos foi o que eu me lembro.

Eu sabia que era mentira. Tenho a vaga lembrança de que quando Theo estava me levando para sala eu ouvi gemidos altos vindo do quarto de Hermione e alguém gritando o nome dele. Hermione não era e eu tenho certeza absoluta, já tinha escutado uma sessão de sexo entre ela e meu irmão e ela não era tão escandalosa, fora que ela e Harry, seu “irmão”, estava fora de cogitação. Então, a única pessoa que poderia ser era Parkinson, pois Luna é virgem, Cho estava flertando descaradamente com o lufano e Daphne fez uma cara de nojo quando foi desafiada a beijar o garoto a minha frente.

O olhei intensamente, mas ele não conseguiu sustentar meu olhar. Se tinha uma coisa que Harry Potter não sabia fazer era mentir.

— Ela ficou bem depois? - perguntei e ele assentiu.

Resolvi não o desmascarar, afinal isso não era da minha conta.

— Fui a única que continuou passando mal?

— Apesar de todo mundo estar morrendo de ressaca, Hermione arrastou a maioria de nós para as aulas hoje de manhã. - ele disse com uma careta e eu gargalhei.

— Graças a Merlin eu me livrei. - ergui as mãos para o alto em agradecimento.

— Você tinha que ver. - ele gargalhou. - Nas aulas que tivemos com os sonserinos a Sonserina perdeu vários pontos por Draco e Blásio terem dormido na aula.

— Que pena que eu não vi isso. - ri.

— Não se anime tanto, também perdemos pontos. - ele soltou uma risada anasalada. - Rony não aguentou um segundo da aula da Minerva e até roncou.

Eu gargalhei mais ainda e ficamos até tarde conversando sobre a festa, da qual precisei ser lembrada de muita coisa. Finalmente, eu estava vendo o nosso Harry Potter aparecendo.

****

No dia seguinte eu tinha muita coisa para assimilar, as coisas que Harry havia me dito martelavam em minha cabeça. Eu lembrava da noite anterior, mas não totalmente e conforme ele foi me contando as lembranças vieram.

O que Harry falou sobre Hermione e Draco me fez pensar em meu irmão. Já fazia um tempo que eu vinha desconfiando das fugas que minha amiga dava durante o dia e de ela sempre ir cedo para seu salão comunal com a desculpa de estar muito cansada. Essas coisas com o fato de a cada dia que passa ela estar mais e mais grudada com Ron me fazia ter certeza de que ele estava sendo corno. E a pergunta que eu me fazia era: ele continua lerdo ao ponto de não se tocar disso ou está sendo um corno manso?

— Ruiva! - Theo falou em minha orelha tão de repente que dei um pulo com o susto que levei.

— Que inferno, Nott! - o olhei irritada. - Agora virou um hobby todo mundo me assustar?

Ele riu e sentou ao meu lado no banco, no jardim.

— Você que anda muito avoada. - ele respondeu. - Como você está?

— Eu estou bem.

— Está me evitando, por acaso? - ele perguntou.

— Não. - respondi desviando o olhar fingindo prestar atenção em outra coisa.

— Não mesmo? - ele se aproximou e começou a brincar com a mecha de cabelo atrás da minha orelha.

— Por que eu estaria te evitando? - perguntei me fazendo de desentendida.

— Talvez por causa do que aconteceu na festa. - ele sussurrou no meu ouvido e me arrepiei.

— N.não sei do que você está falando. - dei de ombros.

Eu sabia o que ele estava falando, passei o dia todo tentando não pensar no ocorrido e evita-lo foi o único jeito que achei de fingir que nada havia acontecido. A lembrança estava nítida em minha mente e a vergonha era inevitável.

Eu lembrava claramente de mim em cima de Theo o beijando loucamente e tentando tirar sua roupa a qualquer custo antes do meu estomago não colaborar com a situação e eu ter que correr para o banheiro. Ele tentou falar comigo sobre o assunto enquanto eu estava de repouso na enfermaria, mas eu dei um jeito de fugir dessa conversa e aparentemente ele ainda quer ter essa conversa.

— Você não se lembra da festa? - ele me olhou curioso.

— Só me lembro algumas coisas. - menti. - Minha última lembrança é do meu irmão indo para o quarto com a Greengass. - fiz uma careta e ele riu.

— Não se lembra de nada mais? - seus dedos, que ainda brincavam com o meu cabelo, passaram para minha bochecha acariciando meu rosto.

— Lembro um pouco da cena do banheiro. - ele soltou uma risadinha e aproximou seu rosto do meu.

— Só isso? - sussurrou.

Eu conseguia sentir seu hálito quente e seus olhos se mantinham presos aos meus. Engoli em seco e concordei com a cabeça, pois nada saia pela minha boca.

— Então, acho melhor eu te lembrar. - ele disse sorrindo sedutoramente e me puxou pelo queixo para um beijo de tirar o folego.

Uma de minhas mãos se enroscou em seu cabelo, enquanto a outra segurava sua nuca, o puxando para mais perto e arranhando o local. O beijo foi diferente tanto do nosso primeiro beijo quanto do beijo da noite da festa, foi um beijo calmo e lento, sem nenhuma intenção de apressar as coisas.

— Se lembrou agora? - ele perguntou quando nos separamos, roçando os lábios nos meus.

— Não. - respondi em um sussurro e o puxei para mais um beijo.


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Notas finais do capítulo

Oi Oi de novo!
Eai? o que estão achando?
Espero de coração que tenham gostado.

Beijos,
Até o proximo fim e semana!



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