Is It Possible? escrita por Kit Kat


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Oi Oi gente!
Aí está mais um capítulo, espero que gostem.
Desculpem qualquer erro!



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Pansy.

“Querida Pansy,

Com tudo o que aconteceu não tivemos chance de conversar direito sobre os planos para este ano, por esse motivo lhe envio esta carta.

Espero que tire esse ano para pensar em seu futuro, mais especificamente em seu futuro noivado. Como sabe, é sua responsabilidade levar a família Parkinson à um futuro glorioso em um casamento com um ótimo partido: rico, sangue puro e de preferência de uma das famílias dos Sagrados Vinte e Oito.

Andei pensando em alguns nomes de sangues puros para isso e seus amigos apareceram em minha lista. Você deveria se arranjar com um deles, de preferência com o herdeiro dos Malfoy, já que a família Nott está se mostrando ser indigna, se metendo com sangues-ruins e a família Zabini está quase perdendo tudo e também não faz parte dos Sagrados Vinte e Oito.

Cabe a você continuar com nossa tradição e me orgulhar. Nossa família depende de você!

Atenciosamente,

Antonella.”

Li e reli essa carta tantas vezes que eu até perdi as contas e em todas as vezes eu tinha a esperança de que a carta mudasse e essa baboseira toda fosse apagada. Claro que não é a primeira veze que eu escuto sobre os Sagrados Vinte e Oito, desde que eu era pequena essa história me é contada e imposta a mim como se fosse minha obrigação.

Os Sagrados Vinte e Oito são nada mais e nada menos que uma lista das únicas famílias verdadeiramente de sangue puro. Nem uma dessas família teve seu sangue manchado por casamentos com sangues-ruins ou mestiços.

A lista vem diminuindo cada vez mais com o passar das décadas e por isso é muito importante para as famílias ainda pertencentes a ela permanecerem com a pureza de seu sangue. Essa pureza é mantida através de casamentos arranjados que muitas vezes não dá certo.

Raramente o amor prevalece nesses casamentos, os únicos que eu fiquei sabendo foram o de Lucius e Narcisa Malfoy que se apaixonaram em sua festa de noivado, como tia Cissa me contara, e o de Christopher e Daisy Nott, que se apaixonaram em Hogwarts e tiveram que casar depois que ela engravidou do que seria o irmão mais velho de Theo, mas ela perdeu o bebe.

A família Weasley também é pertencente a lista, porém pelo seu envolvimento com o mundo trouxa são considerados traidores de sangue. O mesmo está acontecendo com os Nott.

Minha mãe tinha uma ideia diferente e um pouco mais atual sobre o casamento, ela queria que nossa família permanecesse nessa lista, mas ela era a favor de eu me casar com quem eu amasse sua única exigência seria que fosse com um sangue puro, não importava se fosse rico ou não.

O casamento de minha mãe com o meu pai não é constituído pelo amor de homem e mulher, mas eles se tornaram melhores amigos depois do meu nascimento. Acho que foi por isso que meus pais entraram no consenso de eu me casar com quem amo, pois o fato deles terem se tornado amigos é um caso bem a parte nessa parte da sociedade bruxa, a maioria termina como meus avós que não conseguiam nem se encarar.

A carta de Antonella veio para me assombrar e me lembrar que meus pais estavam bem longe. Antonella Parkinson, a pessoa mais arrogante e fria que conheço, vulgo minha vó é simplesmente uma velha de 72 anos que já está fazendo hora extra, em minha opinião. Não que eu a odeie, ela é minha avó e eu a amo é claro, mas ela sempre fez da minha vida um inferno. Eu nunca fui boa o suficiente para ela e ela sempre enchia minha cabeça falando do marido perfeito que eu teria de arranjar.

O fato de ela ter sublinhado rico e sangue puro na carta me irritou profundamente. Não me importava com o dinheiro da pessoa, para ser sincera, e não queria escolher um marido com base nisso. Já na questão do sangue puro ela diz como se eu fosse capaz de sujar o nome de nossa família com algum sangue ruim, quem ela acha que eu sou?

Bufei irritada tentando pensar em um jeito de dizer a essa velha sem noção que me formar e ter uma carreira era mais importante que isso.

— Não é nem hora do almoço e a madame já está estressada? – Draco surgiu atrás de mim e pulou no sofá ao meu lado, me assustando.

— O que você está fazendo aqui? – perguntei depois que me acalmei do susto. – Até onde eu sei seu salão comunal não é mais aqui.

— Esse sempre vai ser meu salão comunal, eu sou o príncipe da Sonserina! – disse confiante. – Mas me diga o que está te deixando assim?

— Duas palavras: Antonella Parkinson. – eu disse e ele revirou os olhos bufando.

—O que essa carne passada do ponto fez dessa vez? - lhe entreguei a carta enquanto ria do apelido que ele a dera.

Os meninos nunca gostaram de minha avó. Eu sempre contei a eles o terrorismo que ela fazia comigo par ame tornar a garota sangue puro perfeita, então a antipatia que eles tinham por ela era certeira.

Draco leu a carta atentamente e quando terminou me olhou divertido.

— Parece que vamos ter que nos casar. – ele riu.

— Passar 24 horas com você trancada em uma casa? – perguntei o olhando com as sobrancelhas erguidas. – Eu te mataria! – Draco gargalhou e me olhou com um sorrisinho sacana.

— Ia me matar de tanto que ia abusar do meu corpinho isso sim! – olhei para ele sem conter um sorriso malicioso ao lembrar do quanto nos entendíamos na cama. Ele riu me olhando safado com um sorrisinho de lado, provavelmente sabia o que eu estava pensando.

— Essa parte ia ser boa, mas eu não te aturaria fora da cama. – eu ri, desfazendo meus pensamentos impuros. – Mal te aturo agora quem dirá tendo que olhar para a sua cara todos os dias por 24 horas.

Ele me olhou incrédulo.

— Ei você não vive sem mim!

— Quer pagar para ver?

Ele cruzou os braços e fez um bico enorme.

— Eu seria um ótimo marido, ok?

— Não prefere que a Granger afirme isso? – o olhei com uma sobrancelha erguida.

Não podia me deixar de me sentir traída por ele não ter me dito nada sobre ela. Já fazia um tempo que eu percebi que alguém roubara o coração do loiro mais cobiçado de Hogwarts, Draco estava sempre com aquele com aquele olhar de apaixonado e por mais que tenhamos continuado a ficar não era a mesma coisa, fora que ele me deu um lindo fora depois do quarto ano.

— Como soube? – ele perguntou olhando para as próprias mãos, não ousou me olhar.

— Andei percebendo que os olhares que você lançava para Granger não eram de ódio ou nojo, como você dizia, e aquele dia na sala da McGonagall foi minha confirmação. – respondi o olhando com uma sobrancelha erguida. – Por que não me contou?

— Você ficaria de boa se eu dissesse que eu estava apaixonado pela nascida trouxa que você mais odeia? – ele finalmente me olhou e dessa vez foi eu quem abaixou a cabeça e olhou as próprias mãos. Eu não ficaria e ele sabia disso. – Pois é, tive medo de você ficar com raiva e espalhar para todos, meu pai não poderia saber, ou você poderia fazer pior. – eu o olhei sem entender. – Você poderia nunca mais falar comigo.

Eu ri e segurei sua mão para tranquiliza-lo.

— Nunca faria isso, seria mais fácil eu espalhar para Hogwarts inteira, o que eu não faria, do que eu parar de falar com você.

Draco sorriu e me puxou para seu peito em um abraço e não me dei o trabalho de levantar, fiquei escorada nele por um tempo.

— Por que terminou com ela? – perguntei e senti seus batimentos cardíacos ficarem mais rápidos. - Ou vocês não chegaram a namorar?

Ergui a cabeça para olha-lo, Draco estava tenso e mantinha seus olhos na parede de vidro que nos dava a visão das criaturas que habitavam o lago negro. Me arrependi de minhas perguntas, ele só ficava desse jeito quando algo o atingia fundo.

— Não podia fazer ela passar pelo que eu passei. – ele suspirou profundamente. – Ela tinha acabado de vencer uma guerra, precisava de paz e sossego e não ficar preocupada comigo em ir para Azkaban ou não.

— Acho que isso cabia a ela decidir. – respondi e fiquei observando o lago negro. Não queria encarar Draco, tinha certeza que ele estaria com a aquela cara de cachorrinho magoado, então mirei minha atenção em um sereiano pequeno que passou brincando com um Grindylow.

— Eu sei. – ele disse com a voz triste. – E ter escolhido por ela tem sido um pesadelo em minha vida.

— Por causa do Weasley?

— Também, mas principalmente por não poder toca-la ou beija-la como eu queria.

— Você foi muito burro. – eu ri. – A entregou em uma bandeja para o Cenoura e agora, que você poderia estar indo atrás dela, você está aqui se martirizando por algo que você já fez e não tem como voltar atrás.

Ele me olhou com o cenho franzido, mas um sorrisinho brotava em seus lábios.

— Acha que eu tenho que lutar por ela? – ele perguntou com os olhos brilhando em esperança. Ri de sua fala, tenho quase certeza que já a li em um livro bruxo de romance de época.

— Isso foi muito clichê. – eu disse ainda rindo. – Mas sim, acho que você tem que lutar por quem você ama, a não ser que prefira se casar comigo e ser o mais novo neto da minha vó. – completei erguendo a carta. Draco riu e me deu um selinho estalado.

— Eu te amo, mas prefiro ser clichê. – respondeu se levantando indo em direção à porta do salão comunal, mas antes ele se virou para mim e disse: - Aliás se nós nos casássemos, você nunca mais veria aquela múmia assustadora de novo.

O olhei pasma com o que eu havia acabado de ouvir.

— Draco Malfoy! – gritei chamando sua atenção e de todos ali presentes. – Você nunca mandaria na minha vida. – o repreendi um pouco mais baixo dessa vez e ele me mandou um beijinho e saiu correndo do salão comunal.

****

Passei a hora do almoço e quase que a tarde toda com Emília e Goyle, mas eu senti que estava sobrando e resolvi deixar os dois a sós. Tentei procurar meus amigos, mas foi em vão. O único que achei foi Theo, mas ele estava muito ocupado flertando com o palito de fósforo mais novo, Draco deveria estar atrás da ratinha de biblioteca e o Blás provavelmente estava com a doidinha da Lovegood. Todos com seus pares menos eu.

Resolvi tirar meu tempo para pensar no meu futuro como me foi orientado, mas eu tinha uma maneira diferente, da que me foi instruída, de pensar sobre meu futuro. Comecei a pensar nos N.I.E.M.s sei que ainda é um pouco cedo, mas esse era o meu último ano, o ano que eu tenho que decidir o que fazer da minha vida.

Eu já tenho uma ideia de qual profissão seguir, mas duvido muito que me aceitariam, por causa do histórico da minha família, e também não posso me esquecer do problema maior: Antonella Parkinson. Minha avó nunca me deixaria ser uma mulher independente e ter uma carreira, e deixar os planos de casamento para depois não estavam nos planos dela. Por ela eu, provavelmente, sairia de Hogwarts casada e com dois filhos a tiracolo.

Aquela mulher me deixava louca. Consegui fugir dela, por um milagre, durante esse um ano entre a guerra e a volta a Hogwarts. Me escondia na Mansão Malfoy e embaixo das papeladas dos negócios ad família, que agora eram minhas responsabilidades, que eu conseguia fazer com maestria graças aos ensinamentos de meu pai.

Estava pensando em tudo isso quando alguém esbarrou em mim, quase me fazendo cair, e nem se quer se preocupou em pedir desculpas.

— Ei, idiota, a educação mandou lembranças! – respondi irritada olhando o garoto que me ignorou e continuou a andar com a cara enfiada em um livro. Isso não vai ficar assim!

Andei até ele apressadamente para alcançá-lo e dei um puxão em seu braço com força o fazendo se virar para mim. Ele abaixou o livro e me olhou sem entender o que estava acontecendo, foi aí que pude olhá-lo com clareza e logo de cara reconheci a cicatriz em forma de raio em sua testa. O garoto a minha frente, mais perdido do que nunca, era Harry Potter.

— Não vai pedir desculpas, Potter? – pronunciei seu sobrenome com desprezo. Ele franziu o cenho.

— Pelo que?

Ele só poderia estar de brincadeira com a minha cara.

— Você acabou de esbarrar em mim e quase me derrubar! – respondi com um grunhido raivoso no final.

— Bom, nesse caso, desculpe. Não te vi. – ele respondeu e se voltou para o livro, me ignorando novamente. Isso está me irritando profundamente. Ninguém ignora Pansy Parkinson!

— Desde quando você virou uma traça? – perguntei tirando o livro de suas mãos.

Potter tentou pegá-lo de volta, mas eu parei o moreno apontando minha varinha para ele, que recuou com as mãos para cima em sinal de rendição. Sorri vitoriosa e mirei minha atenção pra o livro.

O livro era grande e preto, não tinha título e estava muito desgastado. Ao abri-lo precisei ter muito cuidado, pois as folhas estavam quase se desmanchando, um leve puxão já as soltaria.

Eu via Potter o lendo toda hora e sempre quis saber qual a graça desse livro e agora eu entendia. Seu conteúdo era extremamente macabro, com diversas poções e feitiços que eu nunca havia visto antes, mas que com toda a certeza eram das trevas. O livro era mais como um diário escrito em uma caligrafia fina e elegante, mas também tinha outras anotações feitas em garranchos e a julgar pela tinta que era fresca os garranchos pertenciam a Harry Potter.

Eu o olhei com o cenho franzido e ele me encarava com os ombros um pouco encolhidos e com a cara tensa como se esperasse por uma briga.

— Por que está andando com um livro das trevas? – perguntei curiosa. Ele me olhou com o cenho franzido.

— É interessante.

— Isso eu sei, mas por que o cara que passou a vida toda lutando contra as artes das trevas está lendo um livro sobre isso?

— Talvez porque eu goste do conteúdo. – ele dizia tudo com a maior naturalidade. Olhei para ele rindo irônica.

— Está mudando de lado, Cicatriz? – perguntei rindo e ele baixou os olhos, mas não respondeu.

Seus olhos ficaram vidrados e suas feições se endureceram. Potter abriu um sorriso maligno e eu não gostei nem um pouco disso.

— E se talvez Voldemort não estivesse tão errado? – perguntou. Ele parecia estar em um transe.

— Acorda, Potter! – comecei a estalar meus dedos em frente ao seu rosto e ele se assustou saindo do transe. Ele me olhou sem entender nada.

— O que foi? – perguntou.

— Você acabou de falar que Voldemort poderia estar certo.

— Por que eu diria isso? – ele me perguntou com os olhos arregalados.

— Não sei. – respondi e o olhei desconfiada. Esse cara estava metido em algo e eu descobriria em que.

— Pode me devolver meu livro?

— Não, Potter. – respondi e comecei a caminhar em direção à biblioteca, que provavelmente estaria vazia já que era sábado. – Mas você pode me contar mais sobre esse livro.

Potter, que vinha atrás protestando para que eu devolvesse seu livro, parou ao meu lado e me olhou empolgado. Seguimos para a biblioteca e o caminho todo ele me falou desse livro e eu tive a certeza de que esse objeto o estava mudando.  


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Notas finais do capítulo

Oi Oi de novo!
E ai, o que acharam?
Espero de coração que tenham gostado!



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