Valentines Week 2 - Olicity Version escrita por Ciin Smoak, SweetBegonia, MylleC, Thaís Romes, Regina Rhodes Merlyn, Ellen Freitas, EnigmaticPerfection


Capítulo 6
Se beber, não ligue - Regina Rhodes Merlyn


Notas iniciais do capítulo

Olá flores!! Olha quem veio quase fechar o projeto deste ano!!

Participar dos projetos Olicity seja namorados ou Natal, sempre me dão ânimo e fôlego novos. E este ano, depois de um baita apagão criativo, bem que estava precisando.

Trocar idéias, perrengues, surtos (e como surtamos, vocês não fazem ideia!!)com essas autoras maravilhosas sempre me fortalece e revigora a vontade de continuar escrevendo pra vocês.

Não é segredo pra ninguém ter sido Olicity o responsável por eu não pedir “divórcio” de Arrow depois que minha tentação morena (que atende pela alcunha de Tommy Merlyn) )morreu por isso amo quando a Ciin avisa que teremos mais um projeto.

Como no ano passado, mantive a pegada divertida, meio cômica até. Afinal, em meio ao caos que o mundo anda, nada melhor do que rir um pouco né non?!?!

Por este motivo pensei no que aconteceria se nossa Felicity, que já é naturalmente atrapalhada, fizesse uso de um bom vinho pra afogar a dor e raiva de uma traição!
In vino veritas.. No vinho está a verdade a verdade, o dito Latim anuncia e bem sabemos como uns goles a mais nos ajuda perde as inibições e o medo.
Curiosas para ver o efeito disso na Fefe? Então vem comigo que a confusão começa agora!



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Apartamento Felicity Smoak (sexta, 4 de junho - 23:37 p.m)

 

A sala rodopiava ligeiramente quando desabei no sofá da sala em meu modesto apartamento, esticando as pernas, deixando minha bolsa e pasta com notebook caírem ruidosamente no chão junto ao mesmo. 

Baixei os olhos em direção a meus pés doloridos e lhes concedi liberdade , atirando, com movimentos precisos, as sandálias de salto agulha (lindas, porém nada confortáveis se você precisar andar pra cima e para baixo por corredores extensos durante longas e exaustivas horas!!) em um canto qualquer, fazendo uma careta de arrependimento ao ver uma delas chocar-se com a televisão novinha comprada cerca de um mês atrás!

—Merda! Tomara que não tenha quebrado! - praguejei, me obrigando levantar e caminhar (aos tropeços) até o aparelho, verificando aliviada que nada de pior havia acontecido além de uma marquinha mínima na lateral  - Sorte sua ou seria mais uma para sua extensa conta no dia de hoje, querido chefinho!!! - resmungo, aproveitando que já estava de pé para ir a cozinha, tentar preparar algo para comer, afinal, a única coisa sólida que havia ingerido desde que saíra do bendito bar (para onde fiz a estupidez de ir a fim de afogar a raiva!!) foram algumas torradas (parte das quais tinha enfiado na bolsa em algum momento) e uns amendoins, logo, meu estômago estava roncando tão alto e forte que era um verdadeiro milagre os vizinhos não terem reclamado do barulho - Isso que dá ceder aos instintos básicos e não à razão!! - me recrimino, pegando o Shiraz geladinho que estava na geladeira há dias (gosto de ter uma garrafa ou duas de vinho gelando. É um dos poucos e únicos vícios e prazeres que me permito) - Pensando bem, foi melhor assim ou certamente a esta altura eu estaria prestando depoimento em alguma delegacia por tentativa de homicídio qualificado em primeiro grau ou algo do gênero, portanto considere-se um homem de sorte! - ergui a taça em direção ao porta retratos na estante, onde ele exibia aquele seu sorriso charmoso e encantador, capaz de derreter iceberg (sem mencionar arrancar calcinhas com velocidade espantosa!!)na fotografia e sim, eu tenho uma foto de meu chefe em casa. Várias na verdade - Ao menos por essa noite! - acresci, engolindo todo o vinho em um único gole, o que provoca cócegas em meu nariz e uma ardência na garganta - E ainda sorri, o cachorro - xingo, correndo os olhos pelas demais fotos na estante.

Veja bem, Não sou uma stalker, perseguidora, ou qualquer coisa assim. A quantidade, diria, anormal, de fotos minhas com meu chefe se deve ao fato de nós nos conhecermos a bastante tempo. Anos para ser mais precisa. E era exatamente por isso que doía tanto! 

— Me explica, me diz o porquê, me dá uma única e justa razão pra você ter me feito uma cafajestada dessas! - peço, caminhando tropegamente até a estante, deixando de lado o plano de cozinhar, garrafa e copo em mãos - Me faz entender porque foi sacanear justo a mim! O que fiz pra te deixar tão bravo, hein??? - questiono, segurando o porta retrato com a imagem sorridente - Merda!! - bufo, atirando-o, num ímpeto, contra a parede mais próxima, sentando pesadamente no sofá outra vez, desanimada - Merda! Merda, merda, merda, MERDA!! - repito enquanto enchia a taça outra vez, sorvendo um longo gole do líquido gelado e doce, contrastando com o salgado e quente de algumas lágrimas que teimam em cair.

Giro a taça quase vazia no ar, os reflexos coloridos brincando em meus olhos.

Levo-a aos lábios, sorvendo o restante sem pressa, suspirando profundamente e lentamente, fechando os olhos e contando até dez na esperança de que este dia horroroso não passasse de um pesadelo.

Logo a garrafa está vazia...e minha cabeça cheia. Completamente cheia. De mágoa, tristeza, dor...raiva!! Em um impulso (e já sem raciocinar direito, cortesia do álcool) pego minha bolsa e dentro dela o celular. A visão embaçada tanto pela bebida quanto pela falta dos óculos (que sinceramente não fazia a menor ideia onde tinham ido parar!) dificultou na hora de buscar o número certo, mas após uns bons cinco minutos de briga, consegui realizar a ligação, a voz grave e familiar atendendo ao terceiro toque.

Sim - diz simplesmente e antes que o surto de coragem me abandonasse,tomei grande fôlego e disparei.

—Como foi capaz de uma trairagem dessas comigo? Como pôde deixar que todos, TODOS pensassem ter sido você a encontrar a solução para os problemas apresentados em nosso projeto, NOSSO PROJETO - faço questão de frisar quase aos berros - e não eu...EU! - acuso.

Como é? Não estou entendendo? Quem está falando?Com quem você acha que tá falando? Qual projeto se refere? Esclareça - ordenou, o que ajudou aumentar minha raiva.

—Ah, agora não sabe a que me refri..retri...repri...- me enrolei, um suspiro exasperado soando do outro lado da linha, mas não estou nem aí -...Não sabe do que estou falando, não é mesmo? Convincente pra você!! Muito convincente!!...

Acredito que queira dizer conveniente, muito embora eu continue na mesma!- me corrige e antes que pudesse conter, os palavrões escapam.

—Filho da p..., escroto do cacete! Vai continuar fingindo é? Tenha ao menos a coragem, a hombridade em assumir o que fez! Cínico!! - ataco, cometendo o erro de levantar ligeiro demais, o que me deixa zonza e obriga buscar apoio - E não pense que desta vez vai me engabelar com sua conversinha mole...hum, hum...não senhor! Dessa vez foi longe demais até pra você!! Se rebaixou ao nível mais baixo dos baixos e NÃO vou te perdoar, mas é nunca, tá me ouvindo?!..NUNCA!! - grito contra o aparelho, desligando e atirando-o no sofá, voltando a sentar-me, desanimada, deixando, por fim, as lágrimas caírem sem reservas, meu pranto sendo interrompido pelo toque insistente do celular.

A princípio não atendo e ele para, recomeçando logo em seguida e me xingo antecipadamente por não ter a força de vontade necessária a não atender.

—O que é? Vai me demitir pelo telefone? Nem a coragem pra fazer pessoalmente vai ter, é? E quer saber? Vai a merda!! - desliguei outra vez sem dar a ele chance de falar e novamente me liga de volta - Escuta aqui seu….

JÁ CHEGA!! Quem vai me escutar agora é você—interrompe, o tom imperativo e rude me pegando de surpresa - Se estou sendo atacado, mereço ao menos saber por quem e por qual motivo!! Explique-se com clareza, se é que vai conseguir já que você parece ter bebido além da conta, ou darei por encerrada não apenas essa ligação mas sua carreira, posto que, se entendi direito, trabalha para mim - ameaça e novamente sua reação fria e dura me pega de surpresa, deixando-me em choque por alguns segundos. É certo que o havia provocado e agredido bastante, mas ainda assim era estranho ouvir ... - Estou esperando - a cobrança me tira do limbo e pisquei repetidamente, tentando encontrar voz e palavras.

—Você já roubou meu projeto, minha promoção e acima de tudo destruiu nossa amizade, então vá em frente. Fique à vontade. Me demita e destrua minha carreira!! - desabafo, minha voz saindo mais esganiçada e magoada do que pretendia, um soluço escapando sem que pudesse evitar - E ainda teve a cara de pau de me afastar da empresa o tempo necessário ao seu pequeno golpe, me enviando para socorrer seu amiguinho!! Aposto que ele estava por dentro de tudo! - volto acusar, fungando - Claro que estava! Ele sempre está por dentro de suas armações, não é? E você das dele, seja no pessoal ou profissional - afirmo, sentindo um nó na garganta - Fala da Amanda, mas é tão ruim quanto ela! Os dois são!! Você é tão ruim quanto vive dizendo que seu pai é. Foi pra impressionar ele que me ferrou? Se era isso que queria, podia ter me dito. Ajudaria de bom grado. Você sabe que sim... mas não!! Ao invés, preferiu me apunhalar pelas costas...justo a MIM...que sempre te ajudei, que acreditei em você quando ninguém mais acreditou...que te apoiou quando se viu sozinho...que…- a voz embarga, me obrigando parar por um segundo - Teria te ajudado. Se queria que ele se orgulhasse, eu teria ajudado. Não tinha de me apunhalar ... .e ainda…. ainda por cima deixou que ela, justo ELA...- um soluço maior faz minha voz falhar - ...fosse a pessoa a me contar... Não imagina o quão humilhante foi pra mim ver aquela expressão de vitória no rosto da Amanda!! Doeu dobrado!! - confesso, me sentindo frustrada e fraca.

Felicity???? - pergunta de repente, parecendo surpreso e admito, ouvi-lo pronunciar meu nome provoca uma reação estranha. Algo que nunca havia sentido antes. Não com ele.

Tá certo que lá atrás, quando nos conhecemos, rolou um flerte...Tá, rolou bem mais que isso, reconheço, mas foi há anos atrás!! E foram apenas uns amassos...uns beijos… Uma Única noite juntos, nada além. Depois disto, decidimos que nada a ver, que seríamos apenas amigos e assim tem sido e depois que comecei trabalhar para ele, passamos a nos relacionar profissionalmente além de continuarmos amigos. Bem, ao menos achei que fossemos.

Felicity, se for você, responda por favor!! - a voz rouca praticamente implora, me tirando do transe, provocando novas e desagradáveis sensações.

—Sim - admito, já sem forças, escutando um anúncio estranho ao fundo - O-Onde você está? - gaguejei, confusa.

Aeroporto - responde de pronto, completando antes que eu pudesse dizer alguma coisa - Escute, continuo sem entender o que aconteceu, mas algo me diz que houve um engano. Um gigantesco engano - assegura - Vou enviar uma mensagem ao Tommy e pedir que entre em contato com você o quanto antes e assim que possível farei o mesmo - avisa, fazendo uma pausa onde o escuto falar com alguém, voltando me dar atenção logo em seguida - Agora, vou te fazer uma pergunta e quero que responda com honestidade: andou bebendo? Se sim, onde está agora? Está em segurança? Está em sua casa?Tem alguém aí com você?- interroga, parecendo francamente preocupado.

—São várias perguntas e não uma como disse que faria - protesto infantilmente, sentindo como se mil borboletas voassem em meu estômago ao escutá-lo rir baixinho. Que diabos estava acontecendo comigo, afinal? 

Acho que tenho três sim e um não - afirma em tom divertido, deixando escapar um xingamento - Merda! Se ao menos eu pudesse cancelar minha viagem... .- silêncio pelo que me pareceu uma eternidade - Escute, quero que se deite, tente relaxar e dormir um pouco, ok? Amanhã será um novo dia e tudo irá se esclarecer, eu prometo - garante, prosseguindo - Agora, estou prestes a embarcar em um longo voo e preciso ouvir que fará o que te pedi, caso contrário Eu não conseguirei relaxar. Você pode fazer isso por mim, sweet? - pede e sinto o pânico me dominar, a “ficha” finalmente caindo.

—Ah meu Jesus amado!! - exclamei, levando a mão à boca - Meu Deus, o que foi que eu fiz?!?! - me apavoro, o choque me atinge como um direto no estômago. Acho que nunca antes na história da humanidade, uma bebedeira passou tão rápido quanto a minha ao reconhecer (finalmente) o homem do outro lado da linha - Oliver!!!??

Sim e não fez nada que não possa ser corrigido, sweet - garante e mesmo sem vê-lo sei que está sorrindo - Aliás, pelo que entendi, algo Deve sim ser corrigido. Imediatamente - frisa, o som de vozes aumentando.

—Oliver eu...eu...eu sinto muito. Me desculpa. Eu não...não foi...eu só...eu...eu - gaguejei, envergonhada - Não era com você…- confesso, suspirando.

Imaginei e não precisa se desculpar Felicity. Como falei a pouco, é a você que desculpas são devidas, sweet, muito embora acredite que Tommy esteja tão ciente e seja tão culpado do que relatou quanto eu sou - garante, deixando um suspiro triste escapar - Preciso entender melhor o que houve, mas posso te assegurar que ele não está envolvido. Thomas jamais faria qualquer coisa para prejudicar alguém, especialmente você - reforça - Agora, para que eu possa viajar minimamente tranquilo, preciso te ouvir dizer que vai tomar um bom banho, trocar de roupa e dormir. Assim que for possível te ligo para conversarmos com calma, ok? - pede.

—Eu...Ok - concordo, mordendo o lábio inferior.

Ótimo. ...Ótimo - repete, parecendo aliviado - Preciso desligar agora. O avião vai decolar. Até amanhã, sweet. Descanse e não se preocupe. Vai dar tudo certo - se despede, desligando sem me dar tempo fazer o mesmo.

Incrédula, encaro a tela escura do celular durante longos minutos, rindo alto...de nervoso!!! Na ânsia em descarregar minha raiva e frustração, havia ligado para a pessoa errada!!!

**** Oliver ****

Olhei a escuridão lá fora, verificando o horário em meu relógio uma terceira vez em menos de cinco minutos. Ainda faltavam mais de duas horas para chegar em Chicago. 

Esse voo parece estar durando uma eternidade!, suspiro impaciente, mexendo o pescoço de um lado para o outro a fim de aliviar a tensão.

O telefonema de Felicity me pegou completamente de surpresa e trouxe uma preocupação a mais para minha mente. Algo muito sério havia acontecido a ela. Sério o bastante para fazê-la encher a cara, algo completamente atípico à sua natureza. Em todos estes anos, a vi fazer este tipo de coisa raríssimas vezes. Quatro, contando com essa, para ser mais preciso. Em todas havia uma justificativa, digamos, decente e por essa razão enviara duas mensagens tão logo me acomodei em minha poltrona no avião: a primeira para Thea, pedindo-lhe que fosse, pessoalmente, verificar se minha loira estava bem. Não gostava de pensar em Felicity magoada, bêbada e sozinha. 

A segunda para Tommy, contando o ocorrido e sugerindo (com firmeza) descobrir o que havia acontecido antes de minha volta porque se por acaso essa maldita confusão ameaçasse, de alguma forma, estragar meus planos, sendo responsável ou não, seria ele o alvo de minha fúria… no que o cretino prontamente (para minha surpresa posto que sabia muito bem aonde estava naquele exato momento) respondeu, abre aspas: “ Não vou não porque seu crédito para comigo é eterno, meu amigo, ou esqueceu QUEM te apresentou a loirinha? Deveria beijar o chão onde piso e agradecer minha extrema bondade em trazer luz e alegria a sua vida chata e tediosa, isso sim!”... escrevera, prosseguindo antes que eu pudesse responder:.. “Mas como estou tão preocupado quanto você em saber o que rolou, e também, para sua sorte, em um momento de muita felicidade, esta será minha prioridade amanhã cedinho. Não se preocupe. Ninguém mexe com minha loirinha e sai impune!! Entro em contato assim que tiver novidades. Se cuida e dá um abraço no garotão por mim”...despediu-se e mesmo estando tenso e bastante preocupado, sorri.

De fato, de certa forma, estava em dívida com meu amigo por ele ter trazido Felicity para nossas vidas, muito embora ele também tenha saído ganhando com isto. Duplamente, já que, ao que tudo indicava, Cait havia aceito seu pedido.

—Quem diria! Thomas Merlyn a um passo do altar!! - murmuro.

—Caitlin aceitou? - a pergunta me faz lembrar da presença de John.

—É o que parece - respondi, me esticando a fim de espantar a dormência em minhas pernas.

—Hum...não sei se fico feliz ou rezo para ela criar juízo!! - meu amigo brinca e rio mais abertamente - E quanto a Felicity? - quer saber.

—Ele irá a Global amanhã pela manhã para desvendar o que aconteceu, embora eu acho que já sei - digo, pensativo.

—E??? - Dig atiça continuar ante meu silêncio.

—Tommy e Felicity estão à frente do projeto de um sofisticado sistema de segurança. Estão criando tudo, do software ao designer e aplicação. Lembro de ele ter comentado algo a respeito de um problema que estava tirando o sossego de ambos - conto.

—Ah!! Foi por isso que você e Felicity se afastaram? - questiona e nego.

—Não...e sim...Na verdade, foi meio que um acordo mútuo de darmos um tempo. Ela precisava de espaço para se concentrar em solucionar o problema e... 

—Então a reaproximação de Samantha não teve nada a ver? - me corta, me encarando, sério.

—Isso também - admito, me mexendo, desconfortável, nós dois ficamos em silêncio por um tempo.

—Não quero me meter nem dizer como deve conduzir sua vida, Ollie, mas se realmente pretende propor a Felicity darem um passo mais sério na relação de vocês, precisa deixar claro a Sam qual é o papel dela em sua vida. Não pode permitir que ela fique indo e vindo quando bem quer, usando Will como desculpa - aconselha - Caso contrário, correrá o risco de perder a mulher que ama e que te ama igualmente - completa.

—Eu sei John - reconheço, me perdendo em lembranças, o conselho de Dig se misturando a mensagem de Tommy.

Engraçado como algumas coisas, aparentemente aleatórias, acabam se entrelaçando e definindo o rumo de nossas vidas. Como algumas ações e decisões que tomamos em momentos de raiva e impulsividade moldam nosso caráter.

Quando Samantha (uma de minhas “peguetes”) me procurou avisando estar grávida, minha primeira reação foi de pânico.

Mesmo estando com mais de vinte anos na época, ainda agia como um moleque irresponsável e além disso não me sentia preparado para ser pai, muito menos abrir mão de minha liberdade. E por isso fiz o que costumava fazer: recorri à ajuda de meus pais. Minha mãe, mais precisamente.  Ela, lógico, se prontificou a cuidar de tudo. O que não imaginei era no que esse “cuidar de tudo” implicaria, logo, quando pouco mais de um mês após Sam ter me dito que se enganara a respeito da gravidez, sumindo de minha vida sem maiores explicações, foi um choque para mim acordar com a mãe dela dando um escândalo no jardim de nossa casa, acusando minha família, e a mim particularmente, de sermos arrogantes, prepotentes, esnobes e o diabo a quatro. Algo em meu íntimo se partiu ao ver a forma como meus pais a trataram, não nego. E ouvir de minha mãe a confirmação da acusação feita pela mulher de que teria pago para Samantha abortar, me senti enojado de uma forma que jamais imaginei ficar. 

Discutimos feio, meus pais e eu. Muita coisa desagradavel, de ambos os lados, foi dita e como consequência fui parar no bar mais próximo, sozinho, enchi a cara e tive o que Tommy mais tarde denominou de “o grande e estupido surto rebelde-pseudo-patriotico”!! 

O resultado? Me alistei no exército!

Na época pareceu ter sido a pior escolha de minha vida, mas hoje, olhando para trás, mais experiente e calejado, vejo que foi a melhor decisão de todas que havia tomado até então.

Por que? Bom, para começar porque fui forçado arcar com minha escolha e obrigado a amadurecer diante da intensa e dura rotina militar. Em segundo lugar, minha partida abrupta provocou uma mudança radical na vida de algumas pessoas, meu melhor amigo sendo o primeiro da fila.

Malcolm, ao saber do que acontecera, pressionou, a seu modo, para que Tommy também buscasse dar um rumo à sua vida. Meu amigo, sem poder contar com meu apoio, cansado das recorrentes humilhações sofridas, contando com o incentivo de Sara, decidiu que voltaria a estudar sério e entraria numa universidade.

Devo admitir que custei acreditar quando ele me contou sua decisão. Ainda mais ao saber qual curso escolhera e onde pretendia fazer. 

Sendo honesto, ainda não consigo entender o porquê de Tommy ter escolhido algo tão nada a ver com ele (TI) muito menos como conseguiu a proeza de ser aceito na melhor faculdade da área, a de Massachusetts!! 

Thea sustenta, até hoje, que a pessoa responsável por avaliar o histórico dele deveria estar drogado! Ou que meu amigo teria tido a sorte de ser confundido com um homônimo mais qualificado. Ou ainda que Tommy teria sido sorteado em alguma loteria ou sido escolhido como cobaia de algum projeto!!

Seja lá por qual milagre ou passe de mágica, a verdade é que meu amigo foi convidado a ingressar na MIT e graças a isto Felicity entrou em nossas vidas.

Ela, aliás, fora, como afirmara em seu telefonema raivoso mais cedo, a única pessoa a apoiá-lo desde o início, mesmo tendo ficado, assim como todos nós, extremamente surpresa e curiosa em saber a resposta a pergunta geral: como ele fora aprovado!?!

Os dois travaram conhecimento já nos primeiros dias, e isto sim não foi nenhuma surpresa para mim, afinal, ela é uma mulher linda, divertida e inteligente, logo atrair atenção de meu amigo com rapidez não seria algo fora do normal.

Também não foi surpresa terem tido um breve affair que, para minha sorte, ao terminar, se transformou em uma sólida amizade que prosseguiu mesmo após a conclusão do curso. Foi, em parte, por conta dessa amizade e também pelo currículo impecável dela, que Thomas a havia indicado a um cargo no recém criado departamento de tecnologia da Global (que mais tarde se uniu ao já existente na QC).

Evidente que Malcolm não pensou duas vezes em contratá-la, mesmo ciente do antigo envolvimento amoroso entre ela e Tommy e a considerando, a princípio, uma caçadora de fortunas.

Felicity, no entanto, não se abalou e aos poucos, mostrou ser merecedora da vaga. Mais: tornou-se para Tommy, durante minha ausência, uma espécie de versão minha de saias (“Com a vantagem de ser muito mais bem humorada, mais bonita, cheirosa e gostosa. Acho até que vou te trocar por ela permanentemente!”...o sem vergonha costumava dizer para me provocar). 

E não apenas para ele. Thea também se aproximou da loira quando esta mudou para Starling. E depois Sara, Roy, Ray… devagar, com seu jeitinho Felicity de ser, a loira foi conquistando a todos meus amigos. Até mesmo meus pais e Laurel foram conquistados por ela. O próprio Malcolm se rendeu. O último a “cair” sob seus encantos havia sido eu. 

Quer dizer, último na visão de Tommy e os demais...Porque na verdade ela havia me encantado desde o primeiro momento em que a vi,acidentalmente, durante uma video chamada com Tommy, usando nada além de calcinha e sutiã e sim, me apaixonei por ela enquanto ainda estava se pegando com meu amigo! Justo eu, que dizia não acreditar nisso, me vi apaixonado à primeira vista por uma mulher que sequer conhecia pessoalmente.

Com medo de repetir o erro de antes (me envolver com a mulher escolhida por meu amigo), ao retornar para casa tratei de sufocar o que sentia e me contentar em ser apenas seu amigo. Essa foi, de longe, a tarefa mais difícil de toda minha vida!

Durante um ano inteiro, penei vendo os dois juntos, rindo, brincando, se divertindo. Perdi a conta das vezes em que me obriguei a sorrir quando na verdade queria gritar, chorar de raiva e frustração. Me sentia a pior das criaturas na face da terra por desejar a mulher de meu melhor amigo com tanta força. Chegava ser doloroso vê-los juntos algumas vezes. O simples fato de Felicity dedicar a Tommy seus sorrisos e carinho me deixava roxo de ciúmes. Também não foram poucas as ocasiões em que inventei uma desculpa qualquer para não sair quando sabia que fariam parte do grupo, o que levou minha irmã a formular uma dezena de teorias loucas e insanas. Até sugerir que estaria sofrendo algum transtorno psicológico ou traumático sugeriu . De fato, aqueles não foram, nem de longe, meus melhores dias. Meu humor andava tão ruim que nem estava me suportando. Quando atingi o mais baixo dos níveis (torcer por uma briga e rompimento deles), decidi que era hora de me obrigar partir para outra. E assim o fiz. Reatei com Laurel.

E qual não foi minha surpresa ao flagrar, meses depois, em uma noitada na Verdant, um olhar enciumado de Felicity sobre nós? Cheguei a imaginar que estava vendo coisas onde não existiam e por conta disso, só para ter certeza, fiz algo inimaginável para mim: puxei Laurel e ,em meio a multidão, tasquei um beijo cinematográfico e bingo! Lá estava a loira com aquela expressão feroz de quem iria comer meu fígado com cebola!! 

Por mais estranho e maluco que pareça, nunca fiquei tão feliz em toda minha vida ao constatar que alguém, Felicity no caso, queria me esfolar vivo!! Ela realmente sentia algo por mim. Não era imune como pensava. E era algo forte o suficiente para fazê-la demonstrar em público, sem se importar com o fato de Thomas estar presente. Naquela noite tomei uma decisão: iria terminar com Laurel e procurar meu amigo. Abriria o jogo sobre como me sentia a respeito de Felicity e deixaria claro que estava disposto a lutar pelo amor dela. E assim o fiz

No dia seguinte, após uma conversa incrivelmente fácil e tranquila com Laurel, fui bater à porta de Tommy (ele saíra de casa e estava morando em um loft).

Confesso: tomei um choque quando uma mulher de lindos cabelos e olhos castanhos, com um dos sorrisos mais doces que já havia visto, abriu a porta para mim usando apenas uma camisa de meu amigo. O choque só aumentou quando ele surgiu, enrolado em uma toalha, enxugando o cabelo com outra, não deixando a menor sombra de dúvida sobre o que estava acontecendo ali.

Naquele momento, diante daquela cena íntima, uma infinidade de sentimentos me assolou. Lembrei do quanto me sentia culpado em desejar Felicity e principalmente da fidelidade que Felicity demonstrava ter por Tommy. Meu sangue ferveu e antes que pudesse me controlar, desferi um soco no rosto de meu amigo, que só não caiu porque a garota estava postada atrás dele e o amparou.

Ainda recordo, até hoje, das expressões de espanto em seus rostos quando adentrei o loft, deixando a porta aberta atrás de mim, apontando o dedo, xingando, acusando, criticando-o por estar traindo Felicity. Acusei-o de não saber dar o valor que ela merecia, de ser um desalmado e sem coração, um perfeito idiota e uma série de outras coisas, além de revelar todo o sentimento que guardava em meu peito havia tanto tempo, desabafando sobre o inferno que fora o ano anterior, em como tinha sofrido para sufocar meus sentimentos por ela em respeito a nossa amizade, finalizando por avisá-lo que iria lutar por Felicity e que conquistaria o amor dela mesmo a custa de perdê-lo como amigo, cruzando os braços a frente do peito e encarando a ambos com minha melhor expressão de ferocidade ao terminar de falar, esperando Tommy dizer algo em sua defesa. 

Durante o que me pareceu uma eternidade, ambos permaneceram em silêncio, paralisados, me encarando e então, de repente, sem nada dizer, Tommy simplesmente teve um acesso de riso tão forte que seu rosto ficou vermelho com a falta de ar. Foi preciso a garota intervir, muito embora ela própria estivesse contendo o próprio riso, para que ele se controlasse. Quando finalmente meu amigo se controlou, foi minha vez de ficar paralizado. Duplamente. Primeiro por Tommy ter revelado que após terem terminado o breve caso deles na faculdade, não eram nada além de amigos, ou seja, havia me mortificado gratuitamente durante todo último ano!!

Em segundo porque, ao terminar sua fala, meu amigo simplesmente levantou-se, olhou por sobre meus ombros, deu um de seus sorrisos travessos e anunciou: “Não te falei que é de você que ele gosta sua boba? Agora, porque os dois cabeça dura não sentam e acertam os ponteiros de uma vez enquanto Cait e eu terminamos nosso banho em paz?” ...sugeriu, praticamente arrastando a garota consigo enquanto eu permanecia estático, incapaz de mover um músculo sequer, estremecendo ao ouvi-la limpar a garganta as minhas costas. Me voltei lentamente para dar de cara com a loira que ocupava meus pensamentos e coração sorrindo de uma forma que me fez derreter. Antes que ela tivesse tempo de dizer qualquer coisa, avancei  e a beijei com ardor na esperança de transmitir naquele gesto tudo que sentia por ela.

Dali em diante, minha vida ganhou cor, luz e sentimento. 

Felicity é o ar que respiro, a luz que me ilumina e guia, a canção boba de amor que ecoa em meus ouvidos mesmo quando não há música alguma tocando, meu primeiro e último pensamento. Jamais pensei que poderia ser tão feliz em toda minha vida e é justamente por isso que esse afastamento repentino tem doído tanto.

Não é que tenhamos terminado ou mesmo brigado. Não. Ela apenas me deu espaço quando, dez meses atrás, Samantha bateu (literalmente) em minha porta com William em seus braços, chorando, desesperada porque havia descoberto que nosso filho, aquele que supostamente havia tirado, tinha uma doença rara no coração e precisaria de uma cirurgia delicada e cara. Foi como ver meu mundo ruir em mil pedacinhos.

Sam me contou que não tinha tido coragem de abortar e optou em sair da cidade, indo morar em Chicago. Também admitiu não ter qualquer intenção em revelar a existência de meu filho não fosse pela doença.

Me senti traído, enganado, frustrado, roubado! Sam roubou de mim quinze anos de convivência com meu filho!

Fiquei revoltado e não fosse o apoio de Felicity, honestamente, não sei o que teria sido de mim. Seus conselhos, sua calma (embora soubesse que no íntimo não estava tão bem quanto queria que eu acreditasse estar) me acalmaram e pude tomar as providências necessárias para o tratamento de meu filho bem como, finalmente, desfrutar de sua companhia. Ele, aliás, para minha grata surpresa, se mostrou completamente receptivo, sem me culpar, em momento algum, pela total ausência em sua vida. A cereja do bolo veio com sua aceitação e entendimento com Felicity. Os dois se deram tão bem que cheguei a sentir um pouquinho de ciúmes, admito.Mas logo passou. Até porque tinha coisas mais importantes a tratar...como evitar as investidas insistentes de Sam. Especialmente quando Felicity estava presente. 

Confesso: falhei neste ponto. E por causa disto a mulher que amo se afastou de mim. Não deixou, em momento algum, de me dar seu apoio, mas deixou claro não estar disposta a suportar calada os “ataques” da mãe de meu filho e que somente quando eu resolvesse essa situação voltaríamos. Isto foi há três meses atrás.

—Ela estava lá para mim, todo o tempo, e não fiz o mesmo por ela! - sopro no exato momento em que o avião toca o solo, me fazendo ter um sobressalto - Chegamos!?

—Sim - John responde, me olhando com um sorriso divertido - Já pode tentar ligar - completa, pondo-se de pé, retirando nossa bagagem (havíamos levado apenas uma mala pequena cada).

Sorri, sacando celular enquanto levantava, entristecendo quando não atendia.

—Caixa postal - informo, segurando a alça da mala - Deve estar dormindo. Ainda é cedo em Starling - comentei a guisa de animar a mim mesmo mais do que a ele.

—Com certeza - Dig corrobora - Depois você tenta de novo - diz, seguindo a fila de passageiros e o sigo, fazendo uma nota mental de ter a tal conversa com Sam antes de ligar para Felicity.

E assim o fiz. E liguei para Felicity logo que terminei. E liguei novamente à tarde. E à noite. De madrugada. E na manhã do domingo, sem nunca obter sucesso. O mais perto que cheguei de uma conversa com ela foi quando respondeu minha mensagem (desesperada!) avisando que não podia atender naquele momento e que me ligaria assim que pudesse. No final do dia, provavelmente. Mas não o fez. E não ligou na segunda. Nem me atendeu quando liguei na segunda à tarde, nem quando liguei na terça de manhã.

Pior que não conseguia contato com Tommy igualmente, o que estava tirando meu sossego  tanto quanto a proximidade da cirurgia de meu filho. Apenas no final da tarde de terça, Thea me deu uma luz ao ligar explicando que ambos, Felicity e Tommy, estavam envolvidos em resolver o que ela denominou de “bronca federal” causada por Amanda Waller, que não deveria me preocupar pois estava tudo bem agora e que Felicity ligaria mais tarde aquele dia.

Passava um pouco das onze quando meu celular tocou.

—Graças a Deus! Estava começando a pensar que Thea havia mentido ao dizer que tudo estava bem! - desabafo, a risada melodiosa e divertida aquecendo meu coração.

—Não, ela não mentiu e a propósito, me desculpa. Deveria ter prestado mais atenção quando liguei na sexta - pede e sorrio mais.

—E quem está reclamando? Eu é que não, afinal, sua falta de atenção serviu para derreter a geleira entre nós - não resisti provocá-la, satisfeito em ouvi-la gargalhar com gosto.

—Ao menos para isto serviu sim - anui, respirando fundo antes de voltar a falar - Como está William? Thea me falou que ainda não foi operado. Algo errado? - quer saber.

—Algumas taxas que deveriam estar baixas não estavam, mas nada muito sério, segundo os médicos. Adiaram mais por questão de segurança do que por qualquer outra coisa.Hoje refizeram os exames e como está tudo certo marcaram para amanhã - conto, escutando seu suspiro aliviado.

—Que alívio! Pensei que as coisas poderiam ser piores do que pareciam — admite.

—Não, não, o diagnóstico foi preciso. A equipe daqui elogiou bastante a conduta dos médicos que acompanhavam Will, e por falar em equipe, não vai acreditar no que aconteceu! - exclamo, inclinando a cabeça levemente a fim de ver se o cirurgião que iria operar meu filho estava por perto - Melhor dizendo, não vai acreditar quem vai operar Will! - acresço, recostando-me a parede novamente.

Havia saído para o corredor tão logo meu filho adormeceu com a intenção de ligar para ela e me encontrava sentado em um banco atrelado ao janelão que permitia uma vista parcial da cidade de Chicago.

—Steve Strange? - Felicity brinca e rio um pouco alto demais, tapando a boca com a mão, olhando em volta para me certificar não ter chamado atenção de nenhuma enfermeira.

—Melhor, muito melhor do que ele - digo, rindo antecipadamente.

—Impossível!! Nenhum médico supera o Stange. Ele é the best of the best! - sai em defesa de seu personagem favorito no universo da Marvel. Juntamente com Tony Stark.

—Vou discordar. Neste caso, o médico do Will é melhor - insisto, não dando a ela chance de retrucar - Se bem que inacreditável talvez seja uma palavra que combine melhor com a situação - pondero, apertando meu queixo - É. Definitivamente inacreditável se encaixa melhor - afirmo, atiçando a curiosidade dela.

—Sério? - inquiriu e reafirmei.

—Hum-hum - murmurei, me acomodando melhor - Para você ter idéia, sweet, Will e Sam ficaram estupefatos. Até Dig ficou. Eu fiquei!! 

—Nossa! Então o caso é sério mesmo. O que esse cara tem de tão inacreditável? - quer saber, curiosa.

—A aparência - respondo.

—Oi?? Aparência?? Como assim produção? -questiona, não me dando tempo responder  -Oliver ... .- faz uma pausa dramática e tasca, em tom divertido -Andou bebendo por acaso?

Desta feita não consigo deter a sonora gargalhada que ecoa pelo corredor vazio, me obrigando uma retirada rápida e estratégica para evitar a bronca da enfermeira chefe do andar (que pareceu brotar do solo tão logo o som se propagou).

—Não e garanto que você vai pensar o mesmo quando o vir - afirmo, espiando para ver se a mulher tinha ido.

—Eu o verei?

—Thea me fez prometer que tiraria uma foto do cara - revelo, escutando-a rir.

—Neste caso, irei sim - diz, suspirando pesadamente.

—Algo errado sweet?- me preocupo.

Apenas cansaço. Temos dado um duro enorme desde o final de semana - revelou, me lembrando que ainda não sabia o que havia acontecido.

—Por falar nisso, que aconteceu afinal? - questiono - O que a Amanda aprontou, além de tentar roubar seus créditos e culpar Tommy, não tenho dúvidas. E a julgar pelo que Thea disse, foi algo grande - enumero - Qual o tamanho da merda?

—Imensa!! - confirmou, passando a narrar como a diretora executiva da Global (e caso de Malcolm Merlyn!), na ânsia de sacanear ambos, Felicity e Tommy, havia enfiado os pés pelas mãos e posto em risco não apenas a credibilidade da empresa mas também a segurança nacional ao instalar, de forma errônea, inadequada e apressada, o sistema de segurança criado por eles em uma instalação militar, causando um verdadeiro pandemônio quando o sistema (ainda em fase de testes) bloqueou os acessos e saída do edifício ao mesmo tempo em que acionou protocolos de segurança, prendendo e ameaçando a vida de diversos funcionários e visitantes, incluindo a própria Waller, Malcolm e alguns generais, que não ficaram nada satisfeitos - A coisa só não foi pior porque Curtis e eu conseguimos hackear o sistema e desativá-lo - conta.

—Minha garota é a mais fodastica quando se trata de internet!! -me vanglorio, me sentindo aquecer ao provocar seu riso mais uma vez.

—É, eu sei - diz, sem falsa modéstia - O lado bom é que isto nos mostrou o que precisamos melhorar e alterar...O ruim é que Malcolm tá cuspindo marimbondo até esta data, o que torna a vida de todo mundo na empresa bem tensa e é justamente disso que não precisamos agora - resmunga.

—Estou certo de que o humor dele irá melhorar quando meu pai avisar que fechamos o contrato com aquele resort e toda parte estrutural e de construção ficou com a Global. Vai lucrar milhões, literalmente - comunico, escutando-a bater palmas do outro lado da linha.

—Isso com certeza nos dará várias semanas de paz e sossego -comemora.

—Falando em paz e sossego, conversei com Samantha - aviso - Deixei claro que nosso envolvimento se limitar apenas ao que se referir nosso filho, nada além disso e se caso ela insista em se meter aonde não deve, trarei Will para morar comigo e porei uma ordem restritiva contra ela - comunico.

—Ordem restritiva? Não está sendo muito duro Oliver? Ela é a mãe dele. Cuidou do garoto sozinha anos a fio…

—Porque assim quis e infelizmente essa foi a única linguagem que ela entendeu - a cortei, suspirando - Ao menos é o que espero - digo, me sentando novamente - Lógico que não espero ter de chegar a tanto, sweet, mas não vou permitir que ela interfira em minha vida e me roube a mulher que amo.Não permitirei nada nem ninguém fazer tal coisa! 

—Hummm...já falei o quanto amo esse seu lado autoritário em alguns momentos?? -pergunta com voz rouca e sinto um arrepio de prazer.

—Já, mas pode repetir - digo, olhando em volta - Saiba que também amo quando banca a mandona. Fica ainda mais sexy! - elogio, abaixando o tom de voz - Sweet...o que está usando?

—Agora? Neste exato momento?-pergunta.

—Uhum - me limito dizer, atento a movimentação mais adiante, no começo do corredor.

—Um de meus conjuntos saia e blusa. Acabei de chegar da empresa. Por que? - questiona, não me dando tempo de responder -Oliver Jonas Queen, eu não acredito que esteja pensando o que eu pensei que está pensando??

—Se o seu pensamento foi que o meu pensamento era de reviver nossos telefonemas quentes do começo de nosso namoro, quando passávamos dias sem nos ver….Acertou!! - elucido.

—Eu. Não. Acredito!! Oliver, está em um hospital! Seu filho será operado amanhã! Como pode pensar nisso? - admoesta-me tentando parecer séria, mas a rouquidão bem como o tom de divertimento a entregam.

—Will está bem, mesmo ciente dos riscos, os médicos me passaram confiança e sou um cara normal, com tudo funcionando perfeitamente bem e que não transa com a namorada linda e gostosa a estressantes três longos meses!! - resmunguei -Estou morrendo de saudades, sweet. Saudades do seu cheiro, do seu toque, do seu gosto…-suspiro pesadamente - Tinha planos para o próximo final de semana e agora não sei nem se vou conseguir chegar a tempo - deixo escapar.

—Tinha é? Posso saber quais planos eram esses? - a pergunta me desperta para a besteira que fiz.

Merda! Eu e minha boca grande!! , xingo a mim mesmo mentalmente, a voz de Felicity me despertando do transe.

—O que tem o próximo final de semana Oliver? De que planos está falando? -interroga novamente, me deixando acuado, a providencial chegada do cirurgião de Will salvando-me de mentir para ela.

—Sweet, preciso desligar agora. O médico de Will acaba de chegar para nos passar os últimos protocolos pré cirúrgicos e tenho de dar atenção a ele. Te ligo amanhã assim que a cirurgia terminar. Beijos - desligo antes que ela pudesse protestar, soltando um suspiro de alívio.

—Protocolos pré cirúrgicos?? - o cirurgião questiona, me encarando de sobrancelha arqueada e o encaro de volta, demorando alguns segundos para responder.

—Só uma desculpa para não ter de contar a minha namorada o que planejara para o dia dos namorados e que provavelmente terei de adiar, só isso - discurso, ele rindo divertido - Hã...tem certeza de que é filho único? - indago pelo que deve ser a milionésima vez, ele negando ainda com um sorriso.

—Tenho e caso esteja curioso, passei apenas para confirmar o horário da cirurgia - avisa- Nos vemos amanhã pela manhã. Boa noite senhor Queen - me cumprimenta educadamente antes de sumir corredor afora.

—Tem certeza de que vai enviar aquela foto para Thea? - a voz grave de John me assusta e o encaro, confuso - Não dou nem vinte e quatro horas para ela vir parar aqui e tirar o sossego do pobre homem - brinca e rio.

—Exatamente por isso que a estou enrolando. Já que cometi a gafe de mencionar o fato a ela, vou protelar ao máximo o inevitável - assumi.

—Só espero que isto não surta o efeito contrário - Dig diz, cruzando os braços - E quanto aos planos para o sábado? Mantenho?

—Honestamente não sei John. Estou torcendo para dar tempo, mas começo a pensar que não - lamento, a porta do quarto de meu filho sendo aberta naquele momento.

—Will acordou e está te procurando - Samantha avisa, me dando passagem - Vou aproveitar para comer alguma coisa.

—Por que não vai para o hotel descansar? Eu fico com ele e amanhã você vem antes da cirurgia. John te leva - sugiro.

—Vou aceitar, obrigada - agradece, John a seguindo sem que precisasse pedir.

Entro no quarto, passando parte da madrugada conversando com meu filho, muito embora o pensamento esteja bem longe, em Felicity e na proposta que pretendia lhe fazer durante nosso jantar romântico de dia dos namorados e terei que adiar.

*** Apartamento Felicity Smoak, sexta, 11 de Junho - 22:33 p.m***

Narrador

—Thomas Merlyn, tem exatos quinze segundos para me contar quais eram os malditos planos que Oliver havia para nós antes de eu transformar minha amiga em viúva!! - Felicity ameaça, perseguindo o moreno pelo apartamento, parando em frente a ele quando este se senta no sofá - Passei a semana inteira tentando arrancar algo daquele teimoso, mas ele se fechou em copas, portanto, terá de ser você a me contar! - diz, levando as mãos à cintura.

—Se o próprio Oliver não te falou, não serei euzinho a fazê-lo - responde o moreno calmamente, pegando o controle remoto - Ainda mais agora que existe a possibilidade de ele voltar a tempo. Eu que não sou doido me meter entre vocês dois! - resmunga - Agora sai da frente que está atrapalhando ligar a televisão, loira - exige ele, tentando, sem sucesso, ligar o aparelho

—Não saio e ele Não vai chegar a tempo para fazer seja lá o que tinha programado, portanto, trate de abrir essa sua boca grande e me contar logo tudo, tim-tim por tim-tim! - reforça a loira, pegando uma almofada, o acertando ante o silêncio do empresário - Anda Tommy, me conta! Conta...logo...de...uma...vez….por todas!! - ordena, intercalando cada frase com almofadadas - Anda, fala. Me deve isso pelo perrengue que me fez passar semana passada, com a bruxa da Amanda!! - cobra, continuando a batê-lo.

—Não devo nada! Não foi minha culpa a besta do Curtis permitir que a bruxa visse o projeto sem nossa autorização e se repetir mais uma vez que “Se você não tivesse me mandado ir a QC ajudar socorrer Oliver e saído correndo atrás da Cait, nada teria acontecido” , não respondo por mim! - ameaça, imitando a voz da loira.

—E não teria mesmo!! - Felicity afirma, acertando-o com mais força - E eu não falo assim, seu tapado!! - xinga, recorrendo a amiga quando ela aparece - Cait, manda o imaturo do seu quase falecido marido me contar o que Oliver planejou para amanhã, porque eu Já descobri que seria amanhã…- frisa, estirando a língua para o moreno.

—Muito maduro de sua parte, loira. Muito maduro!! - ironiza Tommy, erguendo os braços para se defender do ataque da nerd.

—Cait, manda ele falar ou vai ser viúva antes de casar!- ameaça novamente, sem nunca parar de batê-lo - Amigos não escondem nada um do outro…- protesta ao parar para recuperar o fôlego.

—Há! É mesmo? Então me diz que raios Ollie fez para Thea sair ventando daqui para Chicago? - pergunta Thomas, fazendo-a estancar - Eu sei que você sabe loira! Se me contar, te conto também! - negocia, Caitlin adiantando-se a ambos.

—O médico que operou Will é a sua cara e Oliver planejava te pedir em casamento um jantar romântico de dia dos namorados - elucida a médica, recebendo olhares indignados de ambos - O quê? Pelo que me consta, nada disso era segredo de Estado! - diz, dando de ombros, voltando a se concentrar em na preparação do jantar enquanto Tommy e Felicity permaneciam em silêncio por um tempo.

—Me pedir...Ca...samento? - a nerd balbucia, sentando-se pesadamente.

—Como assim o médico do Will é a minha cara? Minha cara em que sentido? - Tommy questiona, levantando-se para ir ao encontro da noiva, estancando após ter dado um par de passadas, voltando-se para Felicity - E não sei se iria te pedir em casamento, mas o vi com uma caixinha semelhante de um anel para cima e para baixo antes de ter de viajar. Só quem sabe, de fato, o que ele pretendia é Thea, que o ajudou - revela o moreno, retomando caminhar ao encontro de Cait, enquanto Felicity permanece sentada, murmurando para si mesma.

—Casamento? Oliver e eu...casados? Eu quero me casar? - questionava-se, mordendo o lábio inferior - E se eu não quiser casar agora, neste momento? - acaba elevando a voz, atraindo atenção de Tommy e Cait.

—Só diz que não e pronto - Tommy  responde.

—Em primeiro lugar, Felicity fez uma pergunta retórica, Thomas - Caitlin o repreende, olhando em direção a amiga - Em segundo lugar, não podemos afirmar categoricamente, que a pediria em…

—Para que Ollie compraria um anel se não pretendia pedi-la? - Tommy a corta.

—Nós não sabemos se é um anel - Cait diz, abrindo a boca para falar, Tommy adiantando-se a ela.

—E que mais caberia em uma caixinha de veludo que cabe no bolso? - pergunta, apoiando-se na bancada da cozinha, um sorriso travesso no rosto.

—Uma pulseira, par de brincos, pingente…

—Aliancas!! - a corta novamente, o riso aumentando ao ver a noiva voltar-se para ele com os punhos fechados.

—Amor, caso não tenha percebido, estou tentando evitar um surto aqui e seus comentários Não estão ajudando, meu benzinho!! - reclama a médica, por entre dentes.

—Eu só estou sendo prático, doçura - Tommy diz, com ar inocente.

—Mas não está, meu docinho, portanto, fica caladinho ai, tá certo? - sugere Cait, tentando retomar a conversa com Felicity, ele não permitindo mais uma vez.

—Sem mencionar que Ollie andava super estranho ultimamente e mandou fazer uma senhora reforma no loft dele e quando perguntei o porquê, respondeu que queria mais espaço e conforto - informa, olhando diretamente para Felicity - Tem algo para nos contar loira? - indaga, sugestivo.

—Hein? O que? Tá pensando que eu estou grávida? - Felicity questiona, ele balançando a cabeça afirmativamente - Tá louco Tommy!? Evidente que não estou. Essa parte de minha vida tenho bem planejadinho, ao contrário de uns e outros - solta, fazendo Cait paralisar, deixando o talher que tinha nas mãos cair ruidosamente - Ops! Foi mal! - exclama, rindo forçado.

—Foi mal, o que? Por acaso isso foi indireta para nós? - pergunta o moreno, não esperando resposta - Pois saiba que também temos tudo planejado, viu, linguaruda! Vamos engravidar em meados do ano que vem, não é amor? - se volta para Cait, seu sorriso apagando-se lentamente - Não é amor? - repete, empertigando-se instintivamente - Amor???

—Errr...então...eu..eu…- enrola-se a médica, torcendo a toalha de papel que pegara - Thomas, lembra do mal estar que andava sentindo e que me levou a realizar alguns exames? - questiona, ele assentindo devagar - Pois é ..eu..nós…Vamos ter de mudar nossos planos, minha vida, porque em algum momento nos descuidamos e...Estamos grávidos!! - anuncia, finalmente - Minha vida, você está se sentindo bem? - inquere ante a inércia do noivo.

—Rápido Cait, pega o…

—Eu vou ser pai? - Tommy finalmente reage, abrindo os olhos ao ver Cait confirmar com um aceno - Eu vou ser pai!! Pai!! Ahhhh...que maravilha!! - exulta, dando a volta no balcão, abraçando e erguendo a noiva, girando com ela - Eu vou ser pai!! Pai!! - repete elevando a voz.

—Você não está chocado, triste, preocupado?- Cait surpreende-se, olhando para Felicity, sorridente - Ele reagiu melhor do que esperávamos - comemora enquanto ele a coloca no chão.

—Espere...a qualquer momento...a qualquer momento - Felicity rebate, erguendo o indicador - E…Agora!!

—AI MEU DEUS!! EU VOU SER PAI!! - Tommy berra, deslizando suavemente em direção ao solo sob o olhar apavorado de Caitlin.

—Thomas!!- grita a médica, impedindo, com a ajuda de Felicity, o moreno se estatelar no chão - Mas como….??

—Efeito retardado - Felicity simplifica, rindo da cara de bobo do amigo - Nada que um pouco de água não resolva - diz, borrifando o rosto dele, ficando séria de repente - Preciso falar com Thea - anuncia, pondo-se de pé.

—Não Felicity, o que você precisa é resolver isso pessoalmente, sem intermediários - Caitlin a corrige - E meu amorzinho aqui vai ajudar, não é minha vida? - afirma, acariciando o rosto de Tommy, que sorri debilmente em resposta - Manda uma mensagem para Thea avisando que estamos indo a Chicago agora à noite e por qual motivo, e uma outra para Oliver, dizendo que não vai conseguir ligar para ele hoje por conta de uma reunião de última hora e depois vai arrumar sua mala enquanto curo a ressaca desse aqui - ordena, fazendo aspas no ar.

—Tem razão Cait. Nada de intermediários! - corrobora Felicity, animando-se - Já disse que te amo? - inquere, beijando a bochecha da amiga antes de correr para o quarto onde, após enviar as mensagens sugeridas por Cait, prepara uma mala rapidamente, regressando à sala, espantando-se ao não encontrar Tommy - Onde ele foi? 

—Providenciar o jatinho da Global para nós - Cait avisa, limpando as mãos - E eu vou comer essa delícia e só depois arrumar minha mala - diz, erguendo o imenso sanduíche, mordendo-o com vontade - Hummm…- suspira, oferecendo a Felicity - Quer uma mordida?

—Hã...não, obrigada - rejeita a loira ao observar os ingredientes sobre a mesa - Prefiro te ajudar arrumando sua mala - prontifica-se - Coma sossegada que cuido dessa parte - pede, batendo em retirada.

*** Gaffney Chicago Med - sábado, 18:00 p.m ***

Nervosa, Felicity andava de um lado para o outro, esfregando os braços a fim de espantar o frio, recriminando-se por não ter seguido os conselhos de Caitlin e Thea e ter posto uma roupa mais quente.

—Casaco. Só preciso de um casaco quentinho!! - exclama a loira, virando-se ligeiro, tapando a boca para abafar o grito ao se chocar com as duas amigas - Credo, avisem quando estiverem chegando!! - reclama, olhando-as confusa -Espera...que estão fazendo aqui? -pergunta, aflita, não as deixando responde - Algo deu errado não foi? A tal Miss Goodwin não mandou tirar tudo daqui e ainda deu bronca no sósia do Tommy, não é isso? Eu sabia!! Tinha certeza que esse plano não daria certo! Eu falei, mas vocês não quiseram me dar ouvidos!! E agora? Como faremos? Não dá para mudar tudo isso de uma hora para outra sem chamar atenção dele!! A menos que ele tenha ido embora...É isso? Oliver foi embora? Eu dei viagem perdida, não foi? E ainda fiz o tal médico levar bronca! Que merda! O que vou fazer? Estraguei tudo!! - dramatiza a loira, despencando sobre a cadeira, desanimada.

—Ela é sempre tão dramática assim? - a morena ao lado de Cait e Thea questiona, olhando-as curiosa.

—Só quando surta - Cait diz, sorrindo complacente, agachando-se perto da amiga - Relaxa Felicity. Não tem nada errado e o doutor Rhodes conseguiu a permissão de Miss Goodwin. Ninguém vai mandar desmanchar nada aqui - assegura a médica.

—Graças a Deus! - respira aliviada a loira, enrugando o cenho - Então, o que estão fazendo aqui? Onde está Oliver? - questiona-a, espantando-se ao ver Tommy beijando uma jovem de cabelos cacheados alguns passos atrás delas - Cait, o Tommy…- começa, calando-se ao ver o amigo chegando, sozinho, estancando um segundo ao ver o casal, sacudindo a cabeça antes de seguir em direção a elas - Deixa pra lá - sacode as mãos, encarando a médica novamente - Oliver???

—Está a caminho - é Tommy quem responde, tocando o ombro de Cait - Amor, levanta. Sua coluna pode doer se ficar muito tempo nessa posição - pede, segurando Cait pelo braço.

—Thomas, estou com duas semanas de gravidez...Duas semanas, criatura!! Nem barriga tenho ainda para sentir dor de coluna. Não começa com isso ou te envio para o Nepal e só te trago de volta quando nosso filho estiver indo para a faculdade!! - ameaça a médica, piscando ao estender o casaco que trazia para Felicity - Por isso viemos. Está frio…

—E também para nos certificar de que não tinha tido um surto pela demora já que meu querido irmão resolveu tirar um cochilo na hora menos apropriada!! - Thea reclama.

—Por isso também - Cait corrobora, sorridente - Agora vamos indo antes que ele apareça - comanda, empurrando-os para longe, soprando um “Vai dar tudo certo” em direção a Felicity, o grupo, juntamente com doutor Rhodes e sua namorada, Sarah, ocupando um elevador, as portas fechando segundos antes do outro abrir, Oliver deixando o cubículo, olhando em volta, confuso.

—Oliver - Felicity chama, atraindo atenção do loiro para si, retendo o ar na medida em que ele se aproxima do terraço.

—Mas...o que está acontecendo? O que faz aqui, sweet? - pergunta, admirando a decoração, a mesa posta, as velas (devidamente protegidas para não apagar), o vinho, as taças - Não que esteja reclamando - acresce, fixando o olhar nela - Está linda!! - elogia, vencendo a curta distância entre eles, fazendo menção beijá-la, mas Felicity esquiva-se.

—Thea me contou que havia feito reservas para nós em nosso restaurante predileto para comemorarmos o dia dos namorados - começa, mantendo-o à distância - Como não iria conseguir chegar a tempo, resolvi fazer uma surpresa e vir até você - revela.

—Adorei a surpresa!! - Oliver exclama, tentando aproximar-se, ela o evitando novamente - Sweet… o que há? - interroga, franzindo o cenho.

—Tommy me contou sobre o anel. Eu o pressionei para que falasse - confessa.

—Anel? - ele pergunta, sem entender.

—A caixinha de veludo que tem carregado com você - especifica ela, o encarando, séria.

—Ahhh...isso - ele sopra, divagando por alguns segundos - Ele disse que era um anel? - questiona.

—Bem...Cait falou que não viram, mas que mais poderia ser? - ela devolve, completando em seguida - Oliver, eu não sei se quero me casar agora, neste momento...Não sei se estou pronta para dar um passo tão importante...Não que não queira casar com você. Eu quero. Muito - apressa-se em dizer, estranhando o ar divertido dele - Mas não sei se agora seria o ideal - sustenta - Eu te amo, não tenho dúvidas, mas acho que devemos esperar um pouco mais para isto, não acha? - questiona-o.

—Concordo plenamente com tudo que disse, sweet - corrobora.

—Assim? Tão ligeiro? Não vai nem tentar me convencer do contrário? - protesta a loira, desapontada e irritada ao vê-lo rindo.

—Sweet, eu te amo e jamais tentaria te forçar a nada que não quisesse fazer -ele começa, aproximando-se mais - E também concordo que podemos e devemos esperar um pouco mais para darmos nosso Sim definitivo - prossegue, retirando a famosa caixinha de veludo do bolso - Mas acredito que para Este passo, ambos estamos preparados - declara, abrindo-a ao parar diante dela, revelando o conteúdo brilhante.

—Uma...chave? - Felicity questiona, confusa.

—Não uma chave qualquer. A chave do Nosso apartamento. Meu e seu..se aceitar dividi-lo comigo - propõe.

—Então… a reforma sobre a qual Tommy falou…??- inquere.

—Ampliei e aumentei o espaço que uso como escritório, os armários e outras partes do loft para que possa acomodar suas coisas confortavelmente - elucida o loiro - Além, é claro, de um quarto extra para o bebê que teremos futuramente - acrescenta, ficando repentinamente tenso - Você quer ter filhos, não quer? 

—Com você? - ela devolve, abrindo um largo sorriso - Sim. Com toda certeza - garante, dando um passo à frente, eliminando de vez qualquer distância entre eles - Quanto a proposta que me fez… a resposta é um grande, um enorme, SIMM!! - responde, segurando a caixinha, descobrindo, ao retirar a chave, que estava presa a uma delicada correntinha com o tradicional pingente de coração com chave - Sério?

—A vendedora me garantiu que faz o maior sucesso entre os casais! - Oliver diz, enlaçando-a pela cintura, beijando-a, a brisa noturna acompanhada por uma melodia suave os envolvendo...


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Notas finais do capítulo

É isso. O bar está fechado por hoje, mas amanhã tem mais. Não esqueçam de deixar aqui e nas demais suas rewies para alegrar nossos corações pois este projeto foi feita com muito carinho para vocês.

Até o próximo flores. Se cuidem. Usem máscara. Tomem a vacina. Mantenham os protocolos de segurança. Protejam vocês e a quem amam. Bjinhos



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