Expandir escrita por tainatwd


Capítulo 1
Parte Um


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem e tenham uma boa leitura!



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— ... Eu ainda não acredito que aquela mulher insinuou que nós dois somos um casal! — pela centésima vez naquele fim de tarde o bardo reclama indignado enquanto o amigo tentava pescar algo para jantarem.

O bruxo já não era muito bom naquele oficio e ter um Jaskier tagarelando atrás de si não estava ajudando muito, até aquele momento se lamentava de ter tido que gastar todo seu dinheiro num gibão novo já que o antigo estava totalmente sem condições de uso, pois se não fosse por isso, ele teria dinheiro suficiente para pagar uma boa comida e alguns canecos de cerveja ao invés de ter que ficar ali.

Seu estomago ainda roncava só de lembrar do cheiro delicioso de porco sendo assado que sentiu ao passar pela taverna.

— ... Não me leve a mal, Geralt, mas eu nunca namoraria um brutamontes como você.

Por um instante o bruxo desvia a atenção da pesca para lhe lançar um olhar ameaçador, mas o bardo estava tão concentrado em sua indignação que se quer percebeu.

— Então quer dizer que você prefere os delicados? ... Não sei quem faria o papel do homem nesse caso.

E com isso teve finalmente a atenção do outro, Jaskier para de andar e abre a boca em formato de O, colocando uma mão no peito e chegando a dar um passo para trás em descrença do que o lobo branco acabará de falar.

— O que é que você está insinuando, Geralt?! — pergunta ofendido, mas o amigo nada responde, apenas revira os olhos e volta sua atenção para a pescaria, só que conhecendo como o conhecia sabia que o bardo não iria deixar por isso. — Me responde, Geralt... O que você está insinuando com isso? — exige saber enquanto se aproximava mais do bruxo.

— Nada Jaskier! — responde impaciente. — ... Será que não sente em vir me ajudar? ... Ou ao menos me deixar em paz para pescar, por que não sei você, mas eu estou morrendo de fome.

Naquele mesmo instante Jaskier sentiu seu estomago reclamar pela falta de alimento, colocando a mão sobre a barriga pensou se iria continuar com a discussão ou deixaria para depois que estivesse jantado. Não precisou pensar duas vezes para deixar o outro em paz e ir se sentar na grama onde havia estendido um pano para colocar suas coisas, pegou seu caderninho entre seus pertences e voltou a trabalhar em sua mais nova canção.

— ... Não vai ajudar mesmo? — pergunta se virando novamente para Jaskier que havia parado de reclamar, pensava que o outro iria se tocar e ir ajuda-lo ao invés de ficar escrevendo poesia, mas no fim não estava surpreso, sabia que o amigo conseguia ser muito folgado quando queria.

— E você precisa de ajuda? — responde com uma outra pergunta e Geralt no momento se questiona como havia conseguido arrumar para companhia de viagem a pessoa mais espaçosa do continente inteiro.

— Ah não... Com todos os diabos, é claro que não! — resmunga revirando os olhos mais uma vez naquele curto espaço de tempo. — ... E pensando bem, deixa quieto, da última vez que me ajudou a gente perdeu o peixe por sua culpa.

— Minha culpa? — indaga. — Foi por sua culpa!

— Minha? ... Eu mandei você dá mais corda por que a linha estava quase estourando e agora me responde, você me ouviu, em? ... E depois me diz o que aconteceu em seguida... Vai, me responde ai Jaskier.

Os dois se encara por um instante e então Jaskier sorri de canto, dando de ombros em seguida.

— ... Se diz que sou tão ruim assim na arte da pescaria então por que diabos quer a minha ajuda? — pergunta mantendo nos lábios um sorriso divertido e um tanto quanto cafajeste.

Era uma boa pergunta no final e facilmente o bruxo desistiu de pensar em uma resposta ao ver que o amigo não tinha jeito.

— ... Não sorri assim para mim. — resmunga mal-humorado.

— Por que? ... Tem medo de se apaixonar? — provoca.

— Não, por que assim me dá vontade de te bater e eu ainda prezo por nossa amizade... Ainda. — enfatiza fazendo o outro dar risada.

— Tudo bem... — Jaskier se levanta após guardar seu caderninho de volta no lugar e olha para a floresta poucos metros à frente. — ... Vou pegar ervas para fazer o peixe... Posso não ser bom na pesca, mas tenho um bom tempero... Ao contrário de você que é ruim nas duas coisas.

Jaskier não fica para ouvir os próximos insultos e adentra na floresta enquanto ainda dava risada do amigo ranzinza.

 

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O tempo que teve sozinho não dura muita coisa já que logo Jaskier volta para o lago com algumas ervas e uma boa quantidade de lenha para poder assar o peixe mais tarde, em silêncio o bardo se senta no chão e começa a montar a fogueira enquanto mantinha um ar de pensativo.

Geralt se intriga com esse fato e mesmo que tivesse pedido para que ele ficasse quieto, no fundo não esperava por isso, então quando o mesmo volta calado, acha estranho.

Sentindo que estava sendo observado Jaskier olha para frente e flagra o amigo o observando a tempo dele tentar disfarçar e com isso o bardo resolve se levantar e ir até ele que fingia não perceber sua aproximação.

— ... Mas ai... Você realmente não se importa com as pessoas pensando aquilo de nós? — pergunta com as mãos na cintura enquanto olhava o amigo por cima já que o mesmo se encontrava bem mais baixo do que ele por estar sentado em um pedaço de tronco.

Geralt olha para o poeta por um instante e então dá um suspiro ao ver que ele de fato tinha se incomodado com aquilo, Jaskier tinha uma cisma por manter sua reputação, é claro que ele também presava pela sua, mas Jaskier sempre exagerava ao se preocupar as vezes com motivos bestas.

E pensar que havia se preocupado ao pensar que ele tinha voltado daquele jeito por uma causa mais séria.

— Companheiro, não foram as pessoas e sim apenas uma lojista que não tem muita coisa pra fazer a não ser ficar se metendo na vida dos outros... — fala se lembrando que tudo aquilo aconteceu quando o poeta resolveu ir com ele ajudar a escolher seu novo gibão. — E além do mais... Nós somos um casal?

— Não!

— Então problema resolvido... Agora faz favor de olhar aquela outra linha ali. — diz apontando com a cabeça para o outro pedaço de linha que estava amarrado a um pedaço de galho preso ao chão.

O bardo vai até a linha e a puxa um pouco. A linha estava leve e isso o faz soltar um suspiro frustrado.

— Estou vendo que não vamos comer nada... Você deveria caçar algum coelho ou outro animal por que pelo jeito não vai pegar peixe algum hoje.

 — Eu deveria? ... E quanto à você, em?

— Eu já colhi as ervas e peguei a lenha para a fogueira, não é? ... Cada um com seus ofícios, meu amigo.

—... Você é muito folgado, isso sim. — resmunga voltando sua atenção para o rio. — E eu já teria pego se você parasse de tagarelar atrás de mim.

— Não vem que não tem, se realmente fosse por causa da minha tagarelice você já teria pescado quando eu sai para pegar lenha. — diz em tom de deboche. — Mas tudo bem, vou dar mais um tempo de silêncio para você... Vou aproveitar para me banhar do outro lado do rio.

— Agradeço aos Deuses por isso.

Geralt não viu o que aconteceu a seguir com o poeta, apenas se virou ao ouvir um grito agudo que atravessou feito agulha pelos seus tímpanos sendo seguido pelo barulho da água sendo jorrada.

Ao ver a cena de um Jaskier caído no rio com a metade do corpo submergido na água, esbravejando palavrões um mais feio o que o outro, Geralt cai na gargalhada deixando o outro ainda mais enraivecido.

— DO QUE VOCÊ ESTÁ RINDO, SEU IDIOTA?!... ME AJUDA!    

Exige enquanto se debatia na água, mas quando viu que ele ainda segurava a linha Geralt rapidamente solta a sua e vai correndo até ele, pegando a linha de sua mão para poder retirar o peixe do lago, o bruxo não iria perder seu jantar e tinha certeza que o bardo não se afogaria numa água que bate na metade da canela...

 

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Suas roupas já estavam lavadas e estendidas perto da fogueira para secar, o peixe estava quase assado e o seu delicioso aroma assombrava o estomago dos dois homens, mas mesmo assim o bardo ainda não parará de resmungar.

Geralt havia se esforçado ao máximo para parar de rir do amigo já que isso só fazia piorar a situação, só tinha que se esforçar bastante já que a cena de um Jaskier sentado em seu saco de dormir apenas de cueca enquanto lançava um olhar pulverizador para o peixe assando era engraçada de mais.

— ... Temos que ir para Brugge amanhã, Geralt... Nós dois temos que conseguir dinheiro por que não aguento mais um dia desses... Você poderia caçar aquela Dama da Amplificação que a gente viu em um cartaz de recompensa lá na vila.

Geralt ajeita seu colete como se fosse um travesseiro e então deita virado para cima, mantendo suas mãos sobre a barriga enquanto olhava para o céu estrelado que estava particularmente bonito, era uma noite tranquila e o som dos pássaros e do farfalhar das folhas das árvores proporcionava ao bruxo uma paz que era muito bem-vinda.

— Acho que tem razão.

Nos anos em que foi bruxo nunca tinha ouvido falar de um caso verdadeiro de aparição dessa Dama da Amplificação, acreditava que não passava de uma lenda boba o qual possuía o nome ainda mais bobo e quando ouviu os aldeões da vila falar sobre ela, não deu muita credibilidade.

Era mais provável que fosse um Espírito da Difusão o qual estava trazendo transtornos para a vila e isso o deixará curioso, esse tipo de espírito só aparecia em uma circunstância bem específica, desejava saber qual fora o pecado que os moradores desta vila cometeu a contra o espírito quando ele ainda era apenas um humano inocente.

— Além do mais, não vou encontrar serviço aqui. — continua a dizer, ele não tinha o que perder e mesmo que essa Dama não passasse de uma lenda ele poderia encontrar outro serviço pelo caminho. — ... Vamos jantar logo que amanhã teremos que acordar cedo, você sabe que o caminho até Brugge é de um dia e meio...


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Notas finais do capítulo

O que acharam?... Gostaria muito de saber a opinião de vocês :)
Bjs e até o próximo cap!



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