Afire Love escrita por eve


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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P.O.V. Sophie

—O que aconteceu com sua família? –pergunto ao Daryl.

—Estão todos mortos. –diz ele dando outro gole em sua bebida.

—Eu sinto muito. –digo. –Sabe você não é tão ruim quanto tenta parecer Daryl Dixon.

Me levanto do chão e vou em direção ao aparelho de som e coloco para tocar o álbum Goodbye Yellow Brick Road do Elton John.

—E você, o que aconteceu com sua família? –pergunta ele enquanto eu me sento ao seu lado e tomo mais um gole da minha bebida.

—Mortos. –digo. –O que trouxe seu grupo para D.C.?

Ele pensa um pouco antes de me responder.

—Eugene achava que existiam mais chances de existir alguma coisa aqui e não tínhamos mais nada para fazer na Geórgia, estava na hora de deixar aquele lugar pra trás. –diz ele simplesmente e noto seu desconforto ao tocar no assunto. –Por que resolveu ser uma recrutadora? Você não deve gostar de ficar lá fora quando tem tanto conforto aqui.

—Quando Aaron me encontrou eu não estava bem, eu estava sozinha e cansada, não acreditava que ainda pudessem existir pessoas boas, até que ele apareceu e me fez perceber que eu ainda poderia ter uma vida. Acho que eu quero poder fazer o mesmo. Além disso, eu gosto da liberdade de estar lá fora e da constante lembrança de que apesar de ter tanto conforto aqui o mundo não são apenas flores. –digo. –O que deixou pra trás na Geórgia?

—Tivemos uma perda lá, uma garota do nosso grupo morreu. –diz ele olhando fixamente para o chão. –O que deixou pra trás na Inglaterra?

—Depois que meus pais morreram eu vi que não tinha mais motivo pra ficar lá, a morte deles não foi nada trágico, eles já estavam bem velhos, mas tudo em Londres me lembrava deles e eu sentia tanta falta de como as coisas eram antes, sentia falta deles vivos. Eu não estava vivendo, e entre ficar lá sofrendo ou me mudar eu escolhi vir para Washington. –digo. –Essa garota, era sua namorada? Ela parece importante.

—Não. –diz ele sem me olhar nos olhos. –Ela queria que eu acreditasse que ainda existem pessoas boas, talvez igual você e o Aaron. Ela também me ajudou a queimar algumas coisas. Por que você está tão interessada nisso?

—Eu só estou curiosa Daryl. –digo e ele finalmente passa a me encarar e penso em uma pergunta pra mudar a direção daquela conversa. –Qual foi a última vez que fez sexo Daryl Dixon? –pergunto fazendo-o ficar sem jeito e eu solto uma gargalhada. Provavelmente junção do álcool com o fato de ver ele tão envergonhado. –Faz tanto tempo assim?

—Antes disso tudo. Você? –pergunta ele e essa é a minha vez de ficar envergonhada e ele mostra sinais de um sorriso.  

—Antes de tudo começar? Isso é muito tempo. –digo antes de respondê-lo. –Não faz tanto tempo quanto você, foi um pouco depois que eu cheguei em Alexandria para falar a verdade. –respondo evitando dar mais informações.

—Com quem? –droga. Suspiro e tomo mais outro gole de gin antes de respondê-lo.

—Aiden. –ele parece surpreso. –E essa foi sua última pergunta Daryl Dixon. Me recuso a compartilhar qualquer coisa depois disso.

—Aiden? Sério? –ele continua sem parecer acreditar.

—Eu havia acabado de chegar, tinha passado muito tempo sozinha na estrada e ainda não tinha percebido o quão babaca Aiden era e ele até que era bonitinho quando estava calado. –digo e assim que termino de falar começa a tocar Bennie and The Jets. –Eu adoro essa musica. –digo e começo a cantar. –Hey kids, shake it loose together. The spotlight’s hitting something that’s been know to change the weather.

Daryl me lança um olhar estranho quando eu começo a cantar.

—Qual é? É Bennie and The Jets! –digo e ele continua me encarando. –Não vai me dizer que você não conhece Bennie and The Jets.

—Você não é deste mundo. 

—Você é? -retruco.

—Eu pertenço mais a esse mundo do que você imagina. E você canta muito mal.

—Eu acho que você pertence bem menos do que você pensa. Você passa uma primeira impressão horrível. -digo e acabo abrindo um sorriso. -Mas sabe, até que foi bom conhecer você. Uns 70% bom. Seria 75 se não tivesse criticado minhas habilidades de canto.

Ele não diz nada mas posso ver um esboço de um sorriso no seu rosto. Passados alguns segundos ele cede e finalmente abre um sorriso de verdade, quase consigo ver os dentes. Isso realmente valoriza ele então acho que passamos para 75%.

—Eu tenho um impulso que me faz querer gostar de você. -me animo. -E eu nem sei se isso foi resultado da propaganda que o Aaron e a Maggie fizeram de você. Eu só gosto da sua companhia irritante.

Acho que a essa altura a bebida já está fazendo efeito. Eu nem estava ciente de que pensava assim, simplesmente saiu e infelizmente em voz alta. Agora ele está mudo e eu envergonhada.

—Desculpa, eu…

—Eu sou irritante? -ele me interrompe. -Eu?

—Você não tem ideia. -acabo rindo de sua indignação. -Você nos julga demais, acaba tirando conclusões precipitadas e é por isso que nós acabamos brigando. Não acho que você faz por mal, mas dá vontade de descer o cacete em você.

Daryl acaba rindo do meu comentário e nós ficamos em silêncio. Decido não contar a ele o quanto ele fica bonito assim, se ele souber vai parar de fazer só pelo simples prazer de contrariar.

—Acho que nenhuma outra pessoa daqui teria coragem de me dizer isso. -ele quebra o silêncio.

—Você é muito convencido. -digo. -Não é tão amedrontador quanto imagina.

—Além de irritante eu sou convencido? Olha só quem fala.

—Eu não sou convencida.

—Na segunda vez que nos encontramos você me disse que eu iria querer trabalhar com você porque é gostosa.

—Não foi não. -me defendo. -Isso aconteceu na terceira vez em que nos encontramos, e foi o Abraham quem disse e não eu. Além disso, eu estava mentindo?

—O que?

—Não sou gostosa? 

—Eu não disse isso.

—Então você me acha gostosa Daryl Dixon? -pergunto rindo.

—Você adora me irritar, né? 

—Desde a primeira vez que te vi.

Voltamos ao silêncio e nos encaramos no escuro enquanto ele vai desfazendo a carranca.

—Acho que já tá na minha hora. -diz ele se levantando e eu o imito.

Daryl me segue até a porta e ficamos os dois nos olhando, nenhum fazendo menção de abri-la. Então o percebo. Percebo o quanto ele é bonito, o quanto o azul dos seus olhos é profundo, o quanto é sexy que o seus cabelos fiquem sobre eles, o quanto seria bom sentir os músculos de seus braços a minha volta e por fim o quanto seus lábios são convidativos. Eu realmente poderia beijá-lo nesse instante.

Não, eu não acredito que estou tendo esse tipo de pensamento sobre Daryl Dixon. 

Acho que ele percebe o que eu estava fazendo porque ele estava fazendo o mesmo e me tira do transe quando decide abrir a porta.

—Eu tenho que ir. -diz ele sem me olhar e então vai embora.

 E eu fico aqui paralisada e completamente perdida.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Até semana que vem!



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