Afire Love escrita por eve


Capítulo 34
Capítulo 34


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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P.O.V. Sophie

Carl realmente está com sangue nos olhos, mas nós o convencemos a sair do caminhão quando estivéssemos perto o suficiente para descobrirmos onde Negan se esconde. Para a nossa sorte havia armas lá dentro e eu decido pegar uma pistola com um silenciador e uma submetralhadora. Isso vai ser o suficiente e eles não devem nem perceber que as armas sumiram. Jesus por outro lado corta o fundo das caixas para que eles percam os vários frascos de bebida que levaram de Hilltop.

Quando chega a hora e acreditamos estar perto apenas Jesus e eu pulamos do caminhão e Carl acaba ficando para trás, mas não há o que fazer, não temos mais como impedi-lo e para ser honesta não acho que Negan vá matá-lo caso ele seja descoberto, mas Carl pode ter a oportunidade que todos nós queremos e causar algum dano. Meu medo é o que os outros podem fazer com ele caso algo aconteça com o Negan, mas se esse for o caso Jesus e eu estamos aqui.

Então nós seguimos o caminhão de longe durante o resto do trajeto e o meu plano é fazer o mesmo que faço quando recruto: ouvir, observar e esperar, mas antes mesmo que cheguemos perto das cercas ouvimos o som de tiros e quando corremos para ter uma vista do que está acontecendo vejo Daryl. Machucado, cercado por zumbis e vestindo um moletom ridículo, mas vivo.

—Ele causou uma confusão e tanto. -diz Jesus ao meu lado.

—Quem? 

—Carl matou pelo menos dois deles.

—Ah sim.

—Não está prestando atenção, está?

—Daryl está ali. -digo. -Ele está vivo.

—E como vamos tirar ele de lá?

—Você vai mesmo me ajudar? -pergunto.

—Claro, eu disse que iria.

—Então vamos entrar. -digo e tento entregar a pistola a Jesus mas ele recusa.

Negan, Carl e Daryl entram na fábrica onde os Salvadores se escondem. Jesus e eu damos uma volta ao redor da cerca observando quantos guardas estavam de vigia e qual seria o ponto mais fraco para entrarmos. Também tentamos observar a movimentação do lado de dentro, mas era difícil o lugar era em grande parte fechado, nem sei como eles conseguem viver dentro dessa caixa.

Nós ficamos escondidos por horas e observamos a troca de guardas numa espécie de pátio que parecia o lugar mais desprotegido de toda a fábrica, além disso, nesse ponto existia uma falha na cerca. Eles pareciam bem entediados, o que faz sentido, duvido que alguém ameace um grupo tão grande e tão bem armado em seu próprio território. Bom nós fomos burros o suficiente para fazer isso uma vez e eu não pude participar então estou sendo burra agora. Mas nós nos aproveitamos disso para intensificar a abertura na tela da cerca.

Quando os guardas se preparam para fazer a troca novamente Jesus e eu entramos. Ele é realmente bom em ser discreto, Jesus é muito habilidoso e eu estou extremamente grata por ele estar aqui comigo. Ninguém nota nossa presença então nos escondemos atrás de uma caminhonete. Alguém do lado de dentro chama um dos capangas e em uma troca de olhares nós decidimos que a hora é essa.

Cada um vai para um lado e eu sou a primeira a ser notada pelo Salvador, mas no momento em que ele me aponta a arma Jesus lhe acerta um chute na cabeça e o homem cai apagado no chão. Eu recolho sua arma e acerto uma faca em seu crânio.

—Isso era mesmo necessário? -pergunta Jesus.

—Se alguém descobre que estamos aqui juntos, tanto meu grupo quanto o seu morrem. Eu não vou arriscar. -explico e nós nos preparamos para entrar na fábrica, infelizmente outro Salvador aparece e eu atiro com a pistola. 

Graças ao silenciador ninguém no lugar deve perceber que há algo errado, mas nós escondemos o corpo por precaução e só então entramos.

O acesso do pátio nos leva diretamente para um corredor com pelo menos uma dúzia de portas. Em algumas é possível escutar algum som do lado de dentro em uma delas, mais especificamente podemos ouvir um ronco, então imagino que esses sejam dormitórios.

Nós viramos para um outro corredor no mesmo padrão e quando estávamos prestes a virar mais uma vez encontramos uma mulher usando um vestido social preto, ela não parece estar armada então aponto a pistola para ela.

—Onde está o Daryl? -pergunto.

—São amigos dele? -pergunta a mulher. -Posso levá-los até onde ele está.

Jesus olha para mim e eu faço um sinal negativo com a cabeça. Não confio nela.

—O caminho para fora está livre? -pergunta ela e eu faço que sim. -Vire à direita duas vezes e vão encontrar uma enorme porta de metal com um “A” desenhado. É onde Daryl está.

—Como sei que posso acreditar em você? -pergunto.

—Daryl me ajudou uma vez, então se o caminho está livre então eu estou indo embora daqui de uma vez por todas. -diz ela e me dá as costas indo pelo caminho que viemos sem se importar que eu atirasse nela no mesmo instante.

Troco um olhar com Jesus e ele vai atrás dela para ter certeza de que a mulher não vai voltar e estragar tudo. Sigo a direção que ela indicou até encontrar a porta que estava com a chave do lado de fora. Eles são mesmo descuidados, mas é como eu disse, eles confiam demais na própria segurança. Quem iria desafiar o Negan e libertar um refém que para eles é insignificante?

Assim que abro a porta dou de cara com Daryl sentado no chão encolhido em um canto. Ele não se levanta então eu me aproximo e me ajoelho em sua frente tocando seu rosto e então ele me abraça.

—Como chegou até aqui?

—A gente tem que sair agora, Daryl Dixon. -digo e o puxo pelo braço para ajudá-lo a se levantar. Queria ter uma abordagem mais romântica, mas não temos tempo.

Nós seguimos pelo mesmo corredor de antes, mas quando estávamos prestes a virar no último ouvimos vozes e acabamos entrando em um dormitório, que para a nossa sorte, estava vazio. Quem quer que esteja do lado de fora parece estar discutindo, então acho que vamos ter que esperar. Daryl aproveita para tirar aquele moletom ridículo e vestir as roupas do dono do quarto.

—Você está bem? -pergunto, mas não obtenho nenhuma resposta. -O que eles fizeram com você?

Ele continua sem me responder, mas parece bem interessado na barra de ferro que encontra jogada no quarto. Eu lhe entrego a pistola, mas ainda ele apenas a guarda na parte de trás da calça e pega a barra.

—Sabe onde Carl está? 

—Negan o levou de volta para casa. -ele finalmente fala comigo. -Esse é o quarto dele.

—De quem?

—Dwight.

As vozes no corredor se afastam então acredito que esse é um bom momento para cairmos fora, não sem antes Daryl pegar uma chave. Quando finalmente chegamos ao pátio acabamos encontrando outro Salvador, mas ele apenas se rende dizendo que não vai contar nada a ninguém e nos avisa que podemos sair pelo portão dos fundos. Minha arma está apontada para ele, mas antes que eu possa fazer qualquer coisa Daryl parte para cima dele com a barra de ferro e o atinge várias vezes.

—Ei vocês, a garota foi mesmo embora. -diz Jesus saindo detrás da caminhonete e assustando a mim e a Daryl. -Eu consegui as chaves de uma das motos, vamos dar o fora daqui. Mas já vou avisando que não sei pilotar.

Antes de irmos Daryl pega a arma do Salvador agora morto, era a colt python do Rick. Em seguida, Daryl que tinha pego a chave da própria moto no quarto do Dwight sobe nela e então eu vou na outra com Jesus na garupa.

[...]

Nós acabamos voltando para Hilltop, algumas coisas ainda precisam ser resolvidas. A primeira delas acontece assim que cruzamos o portão e Daryl desce da moto para falar com a Maggie.

E pela primeira vez vejo Daryl chorar enquanto pede perdão a ela. Maggie insiste que está tudo bem, que a culpa é apenas do Negan e que Daryl é uma das poucas coisas boas desse mundo, mas eu sei o quanto vai ser difícil tirar isso da cabeça do Daryl. Depois de alguns minutos eles se separam e é a vez de Sasha abraçá-lo.

Eu fico por último, mas quando ele me abraça sinto que nunca mais quero soltá-lo. Foram apenas alguns dias, mas eu senti tanta falta disso.

—Por um segundo eu achei que estivesse morta. -diz ele sem me soltar.

—O que?

—Eu estive em Alexandria, eles contaram ao Negan que você estava morta.

—Acho que isso é culpa minha. -admito. -Daryl nós precisamos conversar.

Jesus nos leva até sua casa, separa algumas roupas para o Daryl e nos deixa sozinhos. 

—Pedi aos outros que fizessem parecer que eu estava morta. -conto a ele. -No momento que eles te levaram eu sabia que eu iria atrás de você e eu não podia comprometer mais ninguém. Achei que seria melhor se achassem que eu havia morrido.

—Você não precisava fazer isso, mas eu fiquei feliz por você não estar lá. Negan queria que você e Maggie fossem com ele e eu não ia suportar que você fosse parar naquele lugar.

—O que eles fizeram com você?

—Não importa mais, o que importa é que eu estou aqui agora. Obrigado.

—Você pode compartilhar isso comigo se quiser. -digo e resolvo mudar de assunto para falar de mais um dos nossos problemas, com Daryl eu sei que não vale a pena insistir, ele só fala quando está pronto e eu vou dar o tempo que ele precisar. -Eu te disse que não voltaria para casa sem você, mas acho que agora vamos precisar de outro lugar para chamar de casa.

—Voltar para Alexandria não é mesmo uma opção, né?

—Rick não quer lutar, você está foragido e eu estou morta. E não tenho certeza se somos mesmo bem vindos aqui, Gregory está apavorado com a ideia de abrigar os fugitivos e eu não sei se esse é mesmo o lugar para nós.

—Nós?

—Minha oferta ainda está de pé, se você quiser é claro.

—Você não sabe o quanto eu tenho pensado nisso nos últimos dias.

—E?

—E eu deveria ter ido com você para a nossa casa no momento em que você falou comigo, isso teria evitado tanta coisa.

—Eu sabia que iríamos chegar nesse assunto. -digo. -Eles já sabiam sobre nós Daryl, aquilo iria acontecer mais cedo ou mais tarde, era inevitável.

—Mas pelo menos uma das mortes poderia ter sido evitada e você não precisava estar lá fora pra ver aquilo acontecer.

—Você não matou ninguém naquela noite, Daryl Dixon. Negan estava disposto a matar quantas pessoas ele julgasse necessário, seja porque você o socou ou porque ele achou que alguém estava olhando torto para ele. Você não pode se responsabilizar por isso.

—Você também não me culpa por ter te colocado naquela situação?

—Eu não te culpo por absolutamente nada. A única coisa pela qual eu posso te responsabilizar é por ter me feito ficar tão afeiçoada a você que eu não penso duas vezes antes de medir esforços para ter você por perto.

—Não consigo falar essas coisas.

—E nem precisa, você mostra.

A expressão dele relaxa um pouco e nós nos abraçamos mais uma vez. Foram apenas alguns dias, mas eu senti tanta falta do conforto que esse homem me trás.

—Quer tomar um banho? -pergunta ele.

—Está me chamando para tomar banho? Será que eu resgatei o Daryl certo?

Nós dois nos despimos e tomamos um longo banho juntos, quando já estávamos vestidos novamente Sasha nos chama. Rick, Michonne, Carl, Tara e Rosita tinham acabado de chegar e aparentemente Enid chegou enquanto eu estava fora.

Ver Daryl encontrar os outros é emocionante, Rick e ele são mesmo como irmãos, depois de se abraçarem Daryl entrega a ele a colt python. 

—Os Salvadores estiveram em Alexandria hoje. -diz Rick. -Spencer e Olivia estão mortos, Aaron foi espancado e eles levaram Eugene.

—Como ele está? Aaron? -pergunto.

—Ele vai ficar bem.

—E o que nós fazemos agora? -pergunta Daryl.

—Agora nós lutamos.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo de hoje.
Até semana que vem!



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