Afire Love escrita por eve


Capítulo 31
Capítulo 31


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, como vocês estão?
Antes que vocês leiam o capítulo de hoje eu vou pedir para que vocês respirem, fiquem calmos e não me odeiem.
Falo com vocês nas notas finais.
Na medida do possível, boa leiura!



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P.O.V. Daryl

Eu me lembro de ouvir o barulho de sirenes e de ver os outros garotos saírem disparados em direção ao som, mas eles tinham bicicletas e eu não. Então eu corro até chegar às sirenes, até a minha casa em chamas. Os bombeiros demoram a conseguir controlar a situação e quando o fogo se apaga, eles retiram o corpo carbonizado da minha mãe de dentro da casa. Foi meu primeiro contato com a morte.

Alguns anos se passaram e eu me lembro de estar na floresta, de estar perdido há tempo demais e saber que em breve vai ficar escuro. Eu me lembro de estar com fome, de querer voltar pra casa, mas não saber como. Dois dias se passaram até eu conseguir encontrar meu caminho de volta e ninguém me procurou ou ao menos percebeu que eu havia desaparecido. A partir daí eu tive que me acostumar com o sentimento de abandono.

Até mesmo Merle me deixou pra trás, mas eu procurei por ele quando ele foi algemado num telhado, só que quando eu cheguei já era tarde demais, ele não estava mais lá, eu falhei com ele. Assim como falhei com Sophia quando deixei que ela se perdesse e falhei com Carol quando lhe prometi que traria sua filha de volta com vida. Depois falhei em encontrar o Governador, Hershel acabou morrendo e nós perdemos nossa casa. Nem a sua filha eu consegui manter em segurança. 

E agora perdemos Denise, porque eu não tive coragem de matar Dwight quando tive a chance. Minha vida inteira pode ser resumida a falha, abandono e morte. E agora eu nos meti nessa situação.

[...]

Abro os olhos sentindo minha cabeça latejar. Estou em um lugar escuro. Assim que tento me mover sinto uma imensa dor em meu ombro direito e deixo escapar um gemido de dor. 

—Daryl? Você está bem? –ouço uma voz carregada de sotaque me perguntar e logo em seguida sinto duas mãos segurarem meu rosto. –Daryl?

—Onde estamos? –pergunto com a voz fraca. 

A última coisa da qual me lembro é de ouvir a voz daquele desgraçado do Dwight e logo em seguida um barulho e uma dor imensa. E pelo curativo improvisado no meu ombro sei que levei um tiro.

—Não sei, eles nos trancaram aqui e dirigiram a van por alguns quilômetros. –responde Sophie. –Como você se sente?

—Eu estou bem. –minto e a ouço soltar um suspiro.

E então ela se senta ao meu lado e segura a minha mão.

—Eu não acredito em você. –sussurra ela.

—Nós temos que encontrar um jeito de escapar. –ouço Glenn dizer de algum lugar da van.

—Não podemos. –responde Sophie.

—Nós não temos armas, não sabemos onde estamos, nem quantos homens estão do lado de fora. –completa Michonne.

—E Daryl está ferido. –completa Rosita e acabo me sentindo um fardo.

—Isso não é um...

—É perigoso demais. –diz Sophie me interrompendo. –Se fossem nos matar já teriam feito, já faz horas que a van parou aqui e Dwight disse que ainda teríamos um longo dia pela frente. Eles têm algo planejado para nós.

—Eles descobriram quem somos e o que fizemos. –diz Michonne. –Alguma hora eles vão ter que nos tirar daqui e se nós encontrarmos uma brecha podemos dar um jeito de escapar juntos. 

—Ok. –concorda Glenn. –Juntos.

Nós passamos o resto dos minutos ou horas, não sei dizer com exatidão, esperando pelo que quer que fosse acontecer. Sophie passa o tempo inteiro me perguntando como eu me sentia e se havia algo que ela pudesse fazer para que eu ficasse mais confortável, mas eu sei que não mereço nada dessa preocupação pelo meu bem-estar. Depois de todas as minhas respostas negativas ela acaba me cobrindo com um cobertor que encontrou em algum canto da van e segura minha mão dizendo que vai ficar tudo bem. Mesmo com toda sua dedicação para que eu acredite que vai dar tudo certo, não acho que vamos sair dessa com vida, mas ela é boa demais pra deixar de acreditar ou pra me culpar por ter nos trago até aqui.

E seja qual for o jogo que os Salvadores estejam fazendo conosco, isso está só começando. 

[...]

Ouvimos um tumulto do lado de fora da van e logo em seguida uma série de assobios. Alguns feixes de luz passam entre as portas do fundo do veículo e então elas se abrem e Dwight surge na nossa frente.

—Vocês vão gostar de ver quem está aqui. –diz ele e então nós somos retirados à força da van dando de cara com a nossa família.

Aaron, Rick, Carl, Abraham, Sasha, Eugene e até Maggie estavam lá. E então eu me dou conta da dimensão do problema no qual nos metemos. Devem haver centenas de homens aqui, os Salvadores não são um grupo qualquer, eles são um exército e nós o subestimamos achando que podíamos simplesmente acabar com eles.

—De joelhos! –grita um dos Salvadores e eu sou atirado no chão.

—Maggie! –ouço Glenn gritar ao meu lado e entendo sua preocupação. Maggie está com uma cara péssima e ela está grávida não deveria estar passando por isso, não deveria estar correndo riscos.

Nós somos postos enfileirados no chão. Glenn está à minha direita e Sophie à minha esquerda. No outro extremo está Aaron, percebo ele e Sophie trocam olhares e me sinto ainda mais culpado por tê-la arrastado pra isso.

—Muito bem, quanta gente! –grita um homem velho a nossa frente. –Vamos conhecer o maioral.

É nesse momento que a porta do nosso trailer se abre e de lá sai o homem que estava prestes a fazer um belo estrago nas nossas vidas. Ele está extremamente arrumado, com a barba aparada e o cabelo penteado, ele está vestindo uma jaqueta de couro e carrega um taco de baseball com alguma coisa enrolada e eu congelo. Não vamos voltar pra casa.

—Já borraram as calças? –pergunta o homem abrindo um sorriso. –Parece que estamos quase chegando lá. Qual dos babacas aqui é o líder?

—É ele. –diz o homem velho apontando para o Rick. –Ele é o cara.

—Você é o Rick, não é? –pergunta o homem segurando o taco de baseball. –Eu sou o Negan. –ele faz uma pausa dramática antes de continuar. –E não gostei de terem matado os meus homens. E quando eu mandei o meu pessoal para matar o seu pessoal por ter matado o meu pessoal, vocês mataram mais do meu pessoal e isso não foi legal, mas você já vai entender o que quero dizer e eu tenho certeza de que vai se arrepender.

Rick está suando e tremendo, ele não passa nenhum um pouco da confiança do homem que eu conheço. Mas eu entendo, nós nunca enfrentamos  nada tão grande.

Negan faz o mesmo discurso que seus homens fizeram na estrada quando Sophie, Abraham e eu os encontramos. Ele fala sobre nós lhe entregarmos metade de tudo que temos, caso contrário vai nos matar.

—Vocês não acharam que iriam passar por tudo isso sem serem punidos, acharam? –diz Negan andando de um lado para o outro e então eu percebo que o que estava enrolado no taco de baseball era arame farpado. –Eu não quero ter que matar vocês, eu quero que trabalhem pra mim e não podem fazer isso se estiverem mortos, mas vocês mataram meu pessoal, mataram mais do que eu posso aceitar e vocês serão punidos por isso. Então eu vou ter que acabar com um de vocês na porrada. Bom, está é Lucille. –diz Negan levantando o taco. –E ela é incrível. E tudo isso foi feito apenas para que eu possa escolher qual de vocês vai ter a honra.

Negan passa a andar de um lado para o outro ameaçando Carl e logo em seguida Maggie e assim que o faz Glenn tenta se levantar e começa a gritar, mas é contido pelos homens do Negan. E então ele volta a andar entre nós.

—Seria uma pena matar o nosso futuro assassino em série, não eu não vou fazer isso. –diz ele quando passa por Carl novamente. -Bom eu preciso matar alguém, mas não consigo me decidir. Tive uma ideia. Uni, duni, tê...

Nunca senti tanto medo em toda a minha vida como sinto neste exato momento. É agonizante ver alguém escolher se vai matar você ou algum de seus amigos mais próximos ou até mesmo a pessoa que tem tornado todos os meus dias melhores. Queria dizer a ela que quero sim que a casa dela seja a nossa casa, que eu também não vou voltar sem ela e que eu sinto muito que eu tenha trago ela até aqui.

Então Negan põe fim a aquele momento quando para em frente ao Abraham.

—Se alguém se mover, ou falar alguma coisa, arranquem o olho do garoto e deem pro pai comer. –diz Negan. –Pode respirar, pode piscar, pode chorar. Inferno, vocês todos vão fazer isso.

E então ele acerta a primeira pancada e não consigo disfarçar o que estou sentindo, Abraham é um homem bom e não deveria morrer dessa forma. Desde que nos encontramos ele não fez nada além de ajudar a proteger essa família.

—Olha só. Aguentando firme e forte! –grita Negan e então acerta Abraham de novo, de novo e de novo até que seu corpo cai sem vida no chão.

Não consigo ver isso, não acredito que ele está morto, não acredito que esse Negan se sente mesmo no direito de matar um dos melhores homens que eu conheci então não resisto ao impulso quando ele se sente no direito de humilhar Rosita, que estava chorando copiosamente e acabo lhe acertando um soco que o derruba no chão, mas eu estou fraco e antes que eu possa fazer qualquer coisa sou segurado e jogado no chão de novo. Eu sinto o ódio de Negan quando ele volta a se levantar e me olha. 

Estou pronto para morrer.


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Notas finais do capítulo

Primeiramente, eu sinto muito de verdade, mas precisava acontecer. Eu adoro o Abraham e sofri muito com a morte dele na série, eu queria muito salvar ele, mas pra história ele teve que morrer.
Em segundo lugar, eu não vou matar na fic todo mundo que morreu na série (espero que isso conforte alguns corações).
Por último, não me odeiem, eu adoro vocês.
Nos vemos em breve. Beijos!



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