Afire Love escrita por eve


Capítulo 29
Capítulo 29


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, como vocês estão?
Boa leitura!



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P.O.V. Sophie

—Você está bem? 

—Sim, estou. –responde Spencer após ficar de pé novamente. –Mas seu namorado bate bem.

—Não acredito que você apanhou por causa de uma coisa tão boba. –digo analisando seu rosto. –Vai te render um belo olho roxo.

—Você poderia ter contado a ele. –diz Spencer. –E o olho roxo vai me fazer parecer durão.

—Eu fiquei nervosa em encontrar ele do nada acabei travando, ele não gosta de você e não poderia pedir a ele que mentisse ao Rick. Ele não vai gostar nada de saber que o filho dele está aqui fora depois de toda a nossa experiência ruim com sobreviventes nos últimos tempos. –me defendo. –Vamos logo, eu quero voltar para casa.

—O que raios eles vieram fazer aqui fora? 

—Eu não sei, mas é estupidez. –digo. –Carl é um garoto inteligente, ele sabe que não deveria estar aqui fora.

Já faz cerca de vinte minutos que estamos na floresta procurando por Carl e Enid e provavelmente já faz meia hora que Spencer os viu pulando o muro de Alexandria. Spencer não podia contar com mais ninguém então pediu que eu viesse junto procurar os garotos.

Nosso plano era simples. A gente procuraria por Carl e Enid, dariamos um belo de um sermão e depois voltaríamos para a comunidade antes que qualquer um sentisse nossa falta e antes que os dois se metessem em encrenca, mas nossos planos foram interrompidos por Daryl tendo um ataque de ciúmes. Não acredito que ele achou mesmo que pudesse estar envolvida com Spencer de alguma forma, isso seria impossível já que eu não consigo nem conceber a ideia de ter qualquer outra pessoa que não seja ele

—Sinto muito por ter te causado problemas. –diz Spencer após algum tempo caminhando em silêncio.

—Não é culpa sua. –digo. –Ele nem deixou eu tentar explicar direito.

—Rosita e eu estamos nos conhecendo melhor. –diz ele com um sorriso malicioso. –Pode usar isso como argumento quando for se resolver com ele. Além do mais eu só...

Spencer para de falar assim que ouvimos o barulho de vozes perto de nós. Ele e eu andamos em direção ao som e nos deparamos com Enid e Carl discutindo. Eles param de falar assim que notam nossa presença. Os dois nem se dão ao trabalho de serem silenciosos.

—O que diabos vocês dois estão fazendo aqui fora? –pergunto. Os dois se encaram, nenhum deles parecendo muito disposto a responder. –Se Rick e Maggie souberem que vocês dois estão aqui, os dois estão muito ferrados.

—Eles não sabem que estamos aqui? –pergunta Enid e eu nego com a cabeça. –Não contou a eles?

—Não. –respondo. –E se quiserem que isso continue como um segredo é bom nos apressarmos.

—Não vão dizer nada a eles? –pergunta Carl desconfiado.

—Eu deveria, mas já me ferrei o suficiente para manter isso entre nós então andem rápido. Onde estavam com a cabeça? Isso aqui é perigoso. Vocês poderiam ter encontrado mortos ou outros sobreviventes. Vocês pensam que são o Indiana Jones?

—Quem? -perguntam os dois ao mesmo tempo. Deus como eu estou velha.

Durante todo o caminho de volta Spencer continua o sermão sobre segurança e sobre como zumbis são perigosos e exemplifica várias ocasiões onde vários acidentes podem ocorrer se você estiver despreparado. Eu tento complementar a fala de vez em quando, mas minha cabeça está em outro lugar.

Nós andamos por mais algum tempo até chegarmos em Alexandria. Carl e Enid pulam o muro de volta para não levantar nenhuma suspeita e Spencer e eu entramos pelo portão como se nada tivesse acontecido. 

—Boa sorte com o Daryl. –diz ele assim que atravessamos os portões.

—Vou precisar. –digo e nós nos separamos em caminhos diferentes. 

Eu sigo para a casa do Rick mesmo sem a certeza de encontraria Daryl lá. Ele provavelmente está extremamente furioso comigo e não quer nem ver a minha cara, mas eu vou contar o que eu realmente estava fazendo com Spencer. Eu não mentiria pra ele, só queria ter omitido a pequena aventura do Carl, mas com Daryl descobrindo que eu estava lá fora isso se tornou meio difícil.

Assim que chego bato na porta mas Michonne me diz que Daryl não está lá. Faz sentido, se ele está bravo ele com certeza vai preferir ficar sozinho. Talvez ele ainda nem tenha voltado e é isso que deixa ainda mais preocupada, Daryl é mais suscetível a fazer alguma besteira se estiver de cabeça quente. 

—Ei Rick. –o chamo assim que saio da casa e vejo que ele passava pela rua. –Você viu Daryl pela última hora?

—Você não sabe? –pergunta ele e nego com a cabeça. –Ele saiu com a Denise e a Rosita pra procurar por remédios.

—Droga. –exclamo e então me sento nos degraus da varanda. Isso não é nada bom.

—Está tudo bem? –pergunta ele.

—Ele está bravo. –respondo e Rick se senta ao meu lado. –Pensando bem bravo é eu eufemismo. Daryl está furioso comigo.

—Eu queria te tranquilizar e dizer que ele vai ter cuidado e não vai fazer nada de cabeça quente mas...

—Mas não é verdade. –o interrompo e ele concorda com a cabeça.

—Ele vai estar de volta antes mesmo que você se dê conta. –diz Rick e então se levanta. –Você por acaso viu Carl por aí?

—Eu acho que o vi com a Enid por aí. –respondo e então ele acena com a cabeça e vai embora. Tecnicamente eu não contei nenhuma mentira.

Passo o dia inteiro tentando me ocupar de qualquer atividade em Alexandria que possa ocupar minha cabeça, mas eu sempre acabo pensando em Daryl e torcendo pra que ele tome cuidado enquanto estiver lá fora. Isso tudo foi uma besteira tão grande. Não aconteceu absolutamente nada para que a gente criasse toda essa situação e eu estou com um pressentimento tão ruim. É horrível ficar aqui sem informação nenhuma e é pior ainda que estejamos brigados. Eu não queria nada disso, na verdade eu só queria que ele voltasse logo para casa. Minha casa que agora já é mais nossa do que qualquer outra coisa, só falta formalizar.

[...]

Já estava quase anoitecendo quando vejo uma confusão se formar nos portões. Corro pra lá imediatamente e encontro Daryl, Abraham e Rosita saindo de uma picape velha carregando Eugene que com certeza havia se ferido..

—O que aconteceu? –pergunto seguindo-os para a enfermaria. –A Denise?

—Os Salvadores estão vivos, eles nos encontraram. –responde Abraham. –Eugene acabou levando um tiro e Denise...

—Denise está morta. –diz Daryl. –Eles fizeram isso.

—Precisam de ajuda aqui? –pergunto me referindo a Eugene assim que o começam a carregá-lo para a enfermaria.

—Eu posso cuidar disso. –diz Rosita.

—Vou avisar a Rick que chegaram. Preciso falar com você. –digo para Daryl antes de me retirar.

Corro para a casa de Rick o mais rápido que posso, torcendo para encontrá-lo lá. Os Salvadores provavelmente já sabem quem somos e eles tiraram a vida de um dos nossos. Nós precisamos fazer alguma coisa. Assim que chego até a casa esmurro a porta até que Rick finalmente abre.

—Desculpa eu estou sozinho e estava tomando banho. –diz ele assim que abre a porta.

—Eles chegaram. –digo. – Só veste alguma coisa e vem comigo pra enfermaria.

—Alguém se feriu? –pergunta enquanto o sigo para dentro para que ele possa se vestir. 

—Eugene. –digo. –E Denise está morta.

—Vamos. –diz ele saindo pela porta e eu o sigo.

Nós caminhamos em passos largos para a enfermaria. Quando chegamos Rosita já estava cuidando de tudo enquanto Abraham falava alguma coisa sobre ele ter mordido um pênis, mas eu me desligo completamente da conversa e das perguntas de Rick quando vejo Daryl sentado afastado num canto. Nossos olhares se cruzam, mas ele desvia logo em seguida. Péssimo dia para brigarmos.

—Então os Salvadores a mataram? –ouço Rick perguntar.

—Sim. –responde Daryl. –Foi um cara chamado Dwight, eu o conheci naquele dia que estávamos atraindo os zumbis e eu fui parar na floresta com ele e mais duas mulheres. Ele roubou minha moto e a crossbow. Parece que agora ele faz parte dos Salvadores.

—Nós só precisamos de tempo para nos organizar e vamos dar um jeito nisso. –fiz Rick firme. –Eu prometo.

—Nós voltamos para recuperar o corpo da Denise. –diz Daryl. –Eu vou fazer o que tem que ser feito. –diz ele e então se retira.

Quando saio da enfermaria o vejo andando a minha frente em direção à picape então o sigo e sem dizer nenhuma palavra o ajudo a retirar o corpo de Denise e levá-lo para onde enterramos todos que morreram aqui.

—Eu podia ter impedido. –diz ele quebrando o silêncio enquanto cavava. –Eu deveria tê-lo matado quando tive a oportunidade, mas não vou deixar de vingá-la.

—Não é culpa sua Daryl Dixon, você só queria ajudá-los. –digo. –Não poderia prever que isso iria acontecer.

—Ele disse que a flecha era pra mim, era para eu estar morto e não ela. –diz ele e eu posso notar a culpa em seu olhar.  –Ela disse que eu a fazia se sentir segura e agora ela está morta. Eu falhei com ela, mas isso não vai ficar assim.

—Daryl eu não também não queria isso, mas as coisas ruins vão continuar acontecendo. –digo me aproximando dele. –Não pode se culpar toda vez que acontecer. As pessoas vão continuar morrendo independente do que você fizer.

Caminho até ele até que estejamos a um palmo de distância.

—Eu quero te explicar o que aconteceu hoje. –começo. –Hoje de manhã eu estava procurando por Carl e Enid. Spencer viu os dois saltarem o muro e pediu que eu o ajudasse a procurá-los Não te contei porque não queria colocar Carl em problemas e não poderia pedir para que mentisse pro Rick. Foi tudo tão bobo.

Mesmo explicando o que aconteceu, Daryl continua em silêncio. Se eu soubesse que tudo isso iria acontecer eu teria corrido atrás dele na mesma hora, explicado tudo e quem sabe ter evitado essa situação.

—Eu pisei na bola, eu sei. Mas eu só quero que você saiba que eu não te trocaria por nada, você não é algo negociável para mim e eu sei que isso passou pela sua cabeça quando me viu com Spencer. –começo a falar novamente. –E quando você decidir que ainda quer falar comigo saiba que eu vou estar aqui e eu não vou desistir de você Daryl Dixon. Na verdade eu nunca estive tão pouco disposta a abrir mão de alguém e eu não entendo como eu esperei até esse momento pra pedir pra você ir morar comigo de vez, mas eu sinto sua falta quando você não está lá e eu também já estou cansada de brigar. Eu quero você de volta na nossa casa.

Ele não me dá nenhuma pista do que está pensando então eu apenas pego uma pá para ajudá-lo a terminar de cavar.

—Pode me deixar sozinho? –diz ele me olhando e por mais que me doa eu aceno positivamente com a cabeça.

—Eu sinto muito. –digo e me viro para ir embora.

—Eu vou voltar, eu só preciso ficar sozinho por essa noite. –diz ele.

—Se precisar de mim sabe onde me encontrar. –digo e então vou embora para a minha casa.

Assim que entro em casa me deito no sofá e apago ali mesmo, vencida pelo cansaço. 

[...]

Acordo cedo no outro dia e logo pela manhã minha mente vaga diretamente para Daryl. Ele não voltou para casa, por mais silencioso que ele seja eu teria acordado e o visto entrar. E então sou tomada pelo medo de que ele tenha saído atrás do tal Dwight. 

Esse pensamento é o suficiente para que eu me levante do sofá e saia direto de casa para procurar pelo Dixon. E então meu medo se confirma quando vejo Daryl sair pelo portão em sua moto e crossbow recém recuperadas mesmo após todos os protestos de Glenn, Abraham, Michonne e Rosita.

—Ele vai acabar se matando desse jeito. –ouço Glenn dizer enquanto me aproximo.

—Ele está se sentindo culpado, vai atrás de vingança.  –digo me lembrando de nossa conversa. –Eu vou atrás dele. Não vou deixar com que ele faça isso, vai acabar se matando.

Digo e então vou em direção ao carro mais próximo.

—Não pode fazer isso. –ouço Abraham protestar vindo atrás de mim. –Os Salvadores estão por perto, nós não devemos sair. É perigoso.

—Exatamente. –digo entrando no carro. –É perigoso.

—Eu sei para onde ele está indo. –diz Rosita entrando pelo lado do passageiro. –Eu vou com você.

—Diga ao Rick que saímos. –diz Michonne e então ela e Glenn entram no carro e se sentam nos bancos de trás.

—Nós vamos trazer ele de volta. –diz Glenn tentando me confortar.

E foi assim que começou nossa missão suicida.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Até semana que vem!



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