Afire Love escrita por eve


Capítulo 28
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

Boa noitee, como vocês estão?
Boa leitura!



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P.O.V. Daryl

Tudo estava indo muito bem em Alexandria, nossa horta estava começando a dar certo e nosso arsenal aumentou muito depois que pegamos as armas dos Salvadores, mas Eugene nos alertou que a munição pode acabar sendo um problema, além disso, ainda não estamos confortáveis com o estoque dos remédios.  Eu ainda dividia a casa com Rick e Michonne, o que estava começando a me incomodar, então tenho passado boa parte das noites com Sophie. Menos ontem é claro, já que brigamos por causa do Spencer.

Tinha amanhecido a algumas horas já quando saio para a minha ronda, dormi na casa do Rick esta noite e não pude deixar de ouvir as risadas dele e Michonne. Então apesar da noite horrível fico aliviado quando tenho uma desculpa para sair um pouco. Essa na verdade deveria ser a ronda do Abraham, mas ele precisou sair com o Eugene para tentar resolver essa questão da munição e eu fiquei agradecido por poder substituí-lo.

Eu já estava terminando quando ouço os passos sobre as folhas secas no meio da floresta que cerca a comunidade. Levanto a minha arma e espero que o que quer que seja se aproxime até que ouço as vozes. Sophie e mais alguém estavam aqui fora.

—Tem certeza que foi essa a direção? -ouço ela perguntar.

Não consigo entender o que a outra pessoa responde, não sei nem dizer a quem pertence essa voz, não parece com Aaron, mas não demora muito para que minha dúvida seja sanada, pois ando apenas alguns metros até ver Sophie e Spencer juntos.

—Daryl?

—O que está fazendo aqui? -pergunto. -Com ele.

Eu sei que ele tinha se desculpado com ela e tudo mais e que ela acredita que ele está mesmo arrependido das coisas que disse. Eu acho que ele está sozinho agora e sabe que ela ainda se sente culpada pelo que aconteceu e iria desculpar tudo que ele fez. Além disso, ele não gosta de mim e sabe que eu não gosto dele, então ele tem completa noção de que eu odeio que ele esteja por perto e está usando isso contra mim. Toda vez que ele me vê se aproxima mais dela, com certeza está me provocando. Ela por outro lado sempre que percebe o afasta, então me surpreende que os dois estejam escondidos aqui fora mesmo depois de ontem.

—Dando uma volta, respirando um ar puro. -responde Spencer, mas meus olhos continuam nela. -Está com ciúmes, caçador?

—Sophie?

Eles olham um para o outro parecendo pensar no que responder. Que tal a verdade? Sophie abre a boca várias vezes pra me responder, mas sempre fecha logo em seguida, desistindo. Era tudo que eu precisava para ficar furioso de vez.

—Bom saber. -digo dando às costas a eles para voltar para a comunidade.

Eu deveria saber que algo assim iria acontecer, ainda sou Daryl Dixon, ela está certa em procurar algo mais fácil, mas Spencer? Não tinha que ser logo esse babaca covarde. Eu ainda sou melhor do que ele.

Ou será que estou tirando conclusões precipitadas? Não importa, eu só queria uma explicação para eles estarem às escondidas aqui.

—Daryl. -chama ela. -Daryl?

Ela tenta me segurar, mas eu continuo andando então ela se coloca a minha frente e eu sou forçado a parar.

—Meu amor, o que você acha que nós estamos fazendo? A gente só veio aqui para…

—Pra que?

—Vocês não vão brigar por causa disso, né? –se intromete Spencer me tirando completamente do sério, já chega desse otário me provocando.

—Vê se cala a boca imbecil. –digo avançando em direção a ele, nesse momento qualquer resquício de paciência que eu tinha se foi. –Ou eu...

—Ou você o que? –pergunta ele dando um passo à frente.  –Vai me ameaçar de novo?

Nesse momento eu perco a cabeça e acerto um belo soco no garoto, que cai no chão. Eu estava prestes a ir pra cima dele novamente quando Sophie entra na minha frente.

—Daryl! –exclama ela com um tom reprovador e então se abaixa pra ajudar Spencer a se levantar.

—Bom passeio pra vocês dois. –digo sem querer ouvir mais nenhuma palavra e então dou as costas aos dois e volto para Alexandria.

No caminho de volta me arrependo um pouco de não ter dado a ela a chance de explicar de verdade, mas esse garoto me tira do sério. E eu estou com tanta raiva que não conseguiria absorver nada do que me dissessem naquele momento. Não passa pela minha cabeça nenhuma razão pra eles saírem às escondidas.

—Ei Daryl. –ouço Denise me chamar assim que atravesso o portão.

—O que foi? –respondo de forma rude.

Denise me explica que ela iria sair com a Rosita em busca de medicamentos e me pediu para acompanhá-las. E eu não podia dizer não, até porque tudo que eu mais queria agora era sair um pouco e esfriar a cabeça e de certa forma a culpa por não termos remédios também é minha já que não encontrei quase nada na vez em que saí com Sophie.

Nós pegamos uma picape antiga e fomos em direção a uma farmácia que segundo Denise, provavelmente estava intacta. Antes mesmo da metade do caminho nós já encontramos nosso primeiro obstáculo. Uma árvore havia caído bloqueando a estrada completamente nos obrigando a abandonar o veículo. Então nós seguimos a pé, não sem antes Rosita e eu discutimos sobre qual caminho seguir, ela queria ir pelos trilhos, e eu pelo asfalto e é por onde acabamos indo. Uma briga boba causada pelo meu mau humor, já que Rosita estava certa e os trilhos eram mesmo mais rápidos.

Nós chegamos à farmácia sem maiores problemas e conseguimos recolher uma boa quantidade de medicamentos, Denise estava certa sobre esse lugar. Na volta, quando estou um pouco mais calmo, acabo me dando por vencido e nós voltamos pelos trilhos. 

—Ei pessoal. –diz Denise no meio do caminho, mas nem eu nem Rosita nos damos ao trabalho de responder ou parar para esperar Denise já que ela caminhava um pouco atrás de nós. –Tem um cooler dentro daquele carro, pode ter algo útil lá dentro.

Eu me viro para trás e vejo Denise apontando para um dos carros abandonados próximo aos trilhos. Havia um zumbi dentro do carro e não valia o esforço.

—Nós não precisamos disso. –digo e volto a andar com Rosita ao meu lado.

Nós andamos mais alguns metros até que ouvimos um grito atrás de nós. Era Denise jogada no chão se atracando com o zumbi que anteriormente estava dentro do carro, na tentativa de pegar o cooler.

Rosita e eu corremos em direção a Denise, mas assim que estávamos prestes a matar o zumbi ela grita que pode fazer aquilo e finalmente dá um fim naquilo. Ela se levanta olhando para nós e então vomita.

—Droga, eu vomitei em cima dos meus óculos. –diz Denise calma. Calma até demais pra quem quase acabou de morrer. –Caramba! –exclama ela impressionada após abrir o cooler e retirar de lá algumas latas de refrigerante.

—Que merda foi essa? –pergunto perdendo a calma que eu achei que tivesse recuperado. –Poderia ter morrido, se deu conta disso?

—Sim, eu sei. –responde Denise.

—Está me ouvindo direito?

—Grande merda. –grita ela. –Vocês dois poderiam ter morrido atacando os Salvadores, mas estão aqui. Pra viver você tem que se arriscar. É assim que as coisas funcionam agora e foi isso que eu fiz.

—Por algumas latas de refrigerante? –pergunto.

—Sim, isso mesmo. –diz ela e então passa por mim e Rosita, voltando para os trilhos.

—Você é mesmo idiota a esse ponto? –pergunta Rosita também perdendo a paciência com Denise.

Parece que nenhum de nós está tendo um bom dia.

—Não sei, você é? –diz Denise parando de andar. –Te pedi pra vir porque você estava completamente sozinha, provavelmente pela primeira vez na sua vida. –diz ela apontando pra Rosita e depois se vira pra mim. –E pedi que viesse porque você me lembra meu irmão e faz eu me sentir segura. Mas pelo amor de Deus, vocês estão um pé no saco. Vocês são boas pessoas e deveriam...

Tudo acontece extremamente rápido. Num momento Denise está nos dando um sermão e no segundo seguinte vejo uma flecha atravessar seu olho.

—Enfrentar seus...  –Denise tenta continuar, mas cai no chão antes mesmo que qualquer um de nós possamos segurá-la.

No mesmo instante Rosita e eu levantamos nossas armas e observamos um grupo se aproximar. Um grupo consideravelmente grande e não havia nada que pudéssemos fazer.

—Abaixem as armas. –grita um deles.

Nós relutamos um pouco, mas obedecemos assim que um homem aparece trazendo Eugene como refém e antes mesmo que eu possa entender o que está acontecendo minha atenção é desviada para o loiro que o segura. Não acredito que ele está aqui, e ele está segurando minha crossbow. Foi ele que matou Denise. Foi o homem que encontrei na floresta quando estava me escondendo dos Salvadores, o mesmo que me roubou e que agora era um deles.

—Ora, ora. Tem algo a me dizer? –pergunta Dwight olhando pra mim, percebendo que eu estava paralisado encarando-o sem respondê-lo. Ele estava diferente e não digo só pela queimadura em seu rosto que não estava lá na última vez que o vi, mas ele parecia ter uma personalidade diferente. –Não, você não é de falar muito.

E então dois homens se aproximam de nós e revistam a mim e a Rosita, jogando nossas armas escondidas no corpo no chão nos deixando sem nada.

—Eu a manejo muito bem. –anuncia Dwight apontando para a minha antiga crossbow, a que ele tirou de mim na floresta. –Tenho enfrentado um problema com o tranco mas...

—Eu deveria ter te matado. –digo me arrependo profundamente de não ter feito quando tive a oportunidade. Esse homem não merecia viver.

—O que disse? –pergunta ele. –De verdade eu não consegui ouvir. 

—Eu deveria ter te matado. –digo mais alto.

—Sim, você deveria. –diz ele. –Bem, mas aqui estamos nós. Era pra eu ter acertado você e não a garota, mas é como eu disse, isso aqui tem um tranco do caramba. Mas saiba que não é pessoal, é só para começarmos os negócios e deixar nossa mensagem expressa.

—O que você quer? –pergunta Rosita.

—Quero tudo que vocês tem. –responde Dwight. –Espero não ter que matar mais ninguém pra isso.

—Se vai matar alguém deveria começar com aquele que está ali atrás dos barris. –diz Eugene apontando para uma barreira de tonéis próxima a nós. –É um filho da mãe de primeira que merece morrer bem mais que nós.

—Vá checar. –diz Dwight para um dos seus capangas.

E então novamente as coisas acontecem num piscar de olhos. Eugene dá uma bela duma mordida no membro de Dwight e começa um tiroteio. Alguém está acertando os Salvadores por nós. Rosita e eu recolhemos nossas armas que haviam sido jogadas no chão e passamos a atirar nos Salvadores, mas eles estavam em um número bem maior e os zumbis começam a surgir de todos os lados atraídos pelos tiros. E então os Salvadores fogem, Dwight foge deixando minha crossbow para trás e antes que eu tenha a oportunidade de sair atrás deles, Rosita me chama, fazendo com que eu me dê conta de tudo que aconteceu.

Abraham era quem havia nos ajudado, Eugene tinha levado um tiro no meio da confusão e Denise estava morta. Não havia nada que pudéssemos fazer. Denise me disse que eu a fazia se sentir segura e eu falhei com ela. 

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo de hoje.



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