Afire Love escrita por eve


Capítulo 27
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, como vocês estão?
Espero que gostem do capítulo de hoje.



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P.O.V.  Daryl

—Quão longe vocês vão? -pergunta Rick.

—Não muito. -respondo. -Vamos em alguns lugares que a doutora indicou, nossa situação pode estar confortável com a comida, mas ainda precisamos de remédios.

—Tem certeza que só vocês dois será o suficiente?

—Assim é mais rápido, estamos bem.

Me despeço dele e quando estava prestes a sair encontro Carol. Desde que resolvemos todo o negócio com os Salvadores ela tem andado estranha. De repente ela simplesmente assumiu um caso com o zé mané do Tobin e eles tem morado juntos desde então. Acho que nunca a vi tão perdida.

—Está de saída? -pergunta ela.

—Precisa de alguma coisa?

—Não, nada.

—Você está bem?

—Claro, nos vemos mais tarde.

Estou preocupado com ela, nem eu consigo mais saber o que Carol está pensando. Depois que ela e Maggie foram feitas de reféns, as coisas conseguiram piorar ainda mais. Carol não é mais a mesma.

—Está pronto? -pergunta Sophie interrompendo meus pensamentos.

—Você tá atrasada. 

—Você está adiantado.

Ela sobe na moto e nós saímos, se eu soubesse que ela ia gostar tanto eu já teria a chamado muito antes. Ela me disse que nunca tinha subido em uma moto na vida até semana passada e agora que ela está totalmente recuperada da facada achei que pudéssemos andar um pouco com a desculpa de que iríamos procurar por remédios. Falando nisso já tínhamos passado por dois dos três lugares que Denise indicou e não encontramos praticamente nada.

Tenho tentado dormir na minha própria casa nos últimos dias para dar a Sophie algum espaço, mas foi estranho voltar pra casa. E também tem o fato de que quase todos tem seus próprios lares agora e eu sinto que estou atrapalhando Rick e Michonne.

—Por que estamos parando? -pergunta ela ao perceber que eu diminui bastante a velocidade.

—Quero te mostrar uma coisa.

Assim que paro nós dois descemos da moto e ela parece confusa, mas acho que ela vai gostar.

—Sobe.

—O que? Sozinha?

—Não disse que tinha gostado? Vou te ensinar.

—Eu não acredito. -grita ela e então pula em mim me abraçando, ela está tão empolgada que quase caímos no chão e eu tento esconder o sorriso de satisfação. -Desculpa.

Sophie sobe na moto e eu tento ensinar a ela onde fica o acelerador e o freio, mas a mulher tem pouquíssimo equilíbrio então acho que isso vai ser mais difícil do que imaginei. Depois que ela já sabe onde fica tudo, sugiro que ela devesse andar um pouco.

—Sozinha?

—Eu vou na garupa. -respondo.

—Daryl eu acho que você precisa saber de uma coisa. -diz ela. -No dia em que desviamos a horda eu bati com o carro, pouco antes daquilo eu capotei outro carro e antes disso já causei um ou outro acidente por aí. Sabendo disso, você tem certeza de que vai me deixar pilotar sua moto? Sua recém recuperada moto?

—Nós vamos devagar. -digo enquanto subo na garupa. 

—Confia mesmo em mim? -pergunta ela.

—Não acho que vá nos matar. -acabo fazendo ela rir.

—Bom, isso é bom o suficiente.

Ela dá partida na moto e nós ganhamos velocidade. Ela tem um pouco de dificuldade de andar em linha reta, mas acho que vamos ficar bem. Eu indico pra ela o caminho e depois de uns bons quilômetros andando bem devagar nós finalmente chegamos no lugar marcado no mapa.

—Eu amei isso. -diz ela, mas já era de se imaginar já que ela não parou de sorrir nem por um segundo durante o trajeto. -Muito obrigada.

Ficamos em silêncio quando nos aproximamos do lugar, era uma espécie de botica. A porta e as janelas estavam cobertas por tábuas de madeira bem apodrecidas. Sophie bate na janela e alguns mortos presos do lado de dentro se aproximam. Eram no máximo quatro, então não teríamos nenhum problema. Consigo abrir a porta com facilidade, então acerto o primeiro zumbi com uma faca e Sophie rapidamente acerta uma flecha nos outros três.

—O que? -diz ela quando percebe meu olhar. -Você demora demais até quando tinha a crossbow ainda era lento.

Nós entramos no lugar caindo aos pedaços. Sophie pega uma lista do que Denise pediu, mas encontramos pouquíssima coisa, está cada vez mais difícil encontrar algo que ainda preste nesse mundo. 

—Está chateado? -pergunta Sophie apontando sua lanterna para o meu rosto. -Você está franzindo o cenho.

—E você anda prestando atenção nisso?

—Foi você quem percebeu que eu respirava alto quando estava acordada, Daryl Dixon. Estou apenas aprendendo.

—Odeio quando não consigo encontrar o que me pediram. Nós precisamos mesmo disso.

—Nós conseguimos vitaminas para a Maggie, acho que essa era a prioridade. Além di…

Ela para de falar assim que ouvimos o som de tiros, está bem perto de onde estamos. Tem alguém aqui e minha moto lá fora vai nos entregar. Depois do que aconteceu com os Salvadores não estou muito no clima para encontrar pessoas, principalmente se elas estiverem armadas.

—Se esconde. -digo e saio antes que ela possa protestar.

Antes que eu tenha a oportunidade de esconder a moto, um homem e uma mulher de meia idade aparecem apontando uma arma para mim enquanto aponto a minha para eles. Imaginei que não fosse mesmo dar tempo então estando aqui fora eles vão saber que eu sou o dono da moto e talvez eles não procurem por mais ninguém.

—Larga. -diz o homem indicando a arma. -Larga ou eu atiro.

Deixo a pistola cair no chão mas ele não está satisfeito então pede para que eu também jogue a faca que estava presa no cinto no chão. Eu o faço a contragosto e então ele quer que eu me afaste da moto. Isso não.

—Atira nele de uma vez e pega a droga da moto. -diz a mulher impaciente enquanto o homem ainda me mantém sob a sua mira. -Ele pode ser um deles.

—Talvez não, talvez não precisemos matá-lo. 

Eles começam a discutir se devem ou não me matar enquanto ainda me apontam a arma. Não sei quem é essa gente, mas eles são no mínimo burros por discutirem isso na minha frente e eu preciso fazer alguma coisa. 

—Atira de uma vez. -insiste a mulher e então o vidro de um carro próximo se quebra e começa a pegar fogo.

O barulho é o suficiente para que os dois se distraiam e nisso o homem desvia a mira de mim. No mesmo instante em que ele o faz é atingido por um tiro na cabeça e outro no peito, a mulher não tem nem tempo de se assustar pois logo em seguida também é atingida por um tiro no peito. Alguns segundos depois Sophie sai da esquina de um prédio.

—Você está bem? -pergunta ela.

—Eu não mandei você se esconder?

—Você não manda em mim Daryl Dixon. -diz ela irritada.

—Eles podiam ter te visto.

—Eles também poderiam ter atirado em você seu grande imbecil.

—Eu sou imbecil? Você estava arriscando a sua vida.

—E o que é que você estava fazendo com a sua vida quando me deixou lá sozinha? Salvando?

—Eu ia resolver.

—Ia? Antes ou depois deles te matarem?

—Eles não iam…

—Daryl na primeira vez que eu nos enfiei numa furada nós combinamos de enfrentar juntos, certo? Eu não vou deixar você se sacrificar por mim, sua vida não vale menos do que a minha. Eu diria até o contrário, tem muito mais gente em casa esperando que você volte do que a mim.

—Mas…

—Eu ainda não terminei. -ela me interrompe. -Eu sou sua igual Daryl, não sou mais fraca que você e não sou mais frágil. Eu também sobrevivi até agora, você não precisa fazer tudo sozinho.

—Eu só não queria que você se arriscasse.

—Se o preço disso vai ser a sua vida, é claro que eu vou me arriscar, eu poderia dar conta.

Não imaginei que ela se importava desse jeito, agora eu estou mesmo me sentindo um grande imbecil. Achei que a questão fosse manter ela viva independente do que acontecesse comigo. Não consigo nem ficar com raiva por ela ter se arriscado, essa mulher me dobra muito fácil.

—Sinto muito. -digo. -Não achei que importasse.

—Daryl entenda uma coisa, eu não volto pra casa sem você. -diz ela e eu faço menção de me aproximar mas ela dá um passo pra trás.

—Agora não, eu ainda estou muito brava.

—Não posso chegar perto?

—Se você fizer eu vou esquecer que estou brava e você não vai pegar a essência do que eu quis dizer.

—Como fez aquilo? -pergunto apontando pro carro em chamas tentando mudar de assunto.

—Coquetel molotov, encontrei uma garrafa de bebida e improvisei um pouco.

—Como, logo você, aprendeu a fazer coquetel molotov?

—Morei na França por alguns meses, dá pra se iniciar um incêndio com qualquer coisa. -explica ela. -E o que você quis dizer com “logo você”?

—Sei lá, você parece meio riquinha e acabou de confirmar isso dizendo que morou na França.

—Riquinha?

—Sim, meio mimada.

—Mimada? -pergunta ela boquiaberta. -Daryl, eu literalmente morava do lado da França.

—E também tem o sotaque.

—O que tem de errado com meu sotaque? 

—É meio esnobe, não sei.

—Você está tentando me irritar?

—Como você diz? Definitivamente. -digo imitando-a e ela acaba rindo. -Você adora palavras grandes.

—Ainda estou bem brava. -diz ela passando os braços à minha volta. -E eu sei que você adora meu sotaque. Não é?

—Diz Daryl Dixon de novo.

—Inacreditável. -diz ela e nós subimos de novo na moto para voltarmos para casa.

E com isso não posso dizer que o dia foi totalmente ruim, é diferente a sensação de que alguém que já não fosse da minha família se importe, mas é bom ter isso vindo dela. Acho que tenho uma parceira agora e nunca na minha vida antes ou depois do fim do mundo eu imaginei que pudesse ter isso com alguém. Já não estou mais disposto a resistir, eu gosto dela e vamos ver no que dá.

Infelizmente não consigo manter o bom humor por muito tempo depois que chegamos na comunidade. Spencer, que estava de vigia, se aproxima no momento em que paro a moto. Nos últimos dias ele faz de tudo para ficar por perto e eu só não arranjei problemas até agora por causa de Sophie. Ela pode até ter perdoado ele, mas eu não.

—Eu te ajudo com isso. -diz ele pegando a mochila de suas costas no momento em que ele se levanta da moto. -Encontraram tudo?

—Só o mais importante. -responde ela. 

—Vamos, eu vou com você levar isso para Denise.

—Não está de vigia? -pergunto. -Seu pai não morreu da última vez que decidiu deixar o portão desprotegido?

—Daryl. -Sophie chama minha atenção. -Não precisa, Spencer. Eu posso fazer isso sozinha.

Spencer fica para trás e eu vou atrás dela do mesmo jeito.

—Está brava?

—Eu sei que vocês não se gostam, mas será que você poderia tentar não falar com ele desse jeito?

—Vai defender ele agora?

—Eu não queria precisar, mas o que você disse não foi nada legal e também não foi justo. Se ele falasse assim com você eu seria a primeira a arranjar uma briga.

—Então vai arranjar uma briga comigo? 

—Não, Daryl. Eu estou conversando com você porque acredito que você é melhor que isso.

—Você estava certa. -digo por fim. -Pode fazer isso sozinha.


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Notas finais do capítulo

Até semana que vem!



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