Afire Love escrita por eve


Capítulo 26
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde, espero que gostem do capítulo de hoje.



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P.O.V. Sophie

Quando eu era mais nova e meu pai me contava histórias antes de dormir eu sempre tive medo da hora em que ele terminasse a história me deixasse sozinha no escuro. Não que eu realmente tivesse medo do escuro, mas eu tinha medo do desconhecido. Estou me sentindo da mesma forma agora, no escuro.

O grupo já havia deixado Alexandria. Eles haviam saído antes do entardecer, mas agora o Sol já havia se posto e a noite já havia caído há bastante tempo. Eles iriam enfrentar um grupo do qual não sabíamos quase nada, à noite e em território inimigo o que com certeza não é a coisa mais segura do mundo, mas já é alguma vantagem. E eu fiquei para trás sem saber o que pode acontecer com o grupo, sem saber o que pode acontecer com o Aaron e com o Daryl.

—Você não deveria estar aqui. –diz Denise sentando ao meu lado na plataforma que foi montada para vigia.

Após o grupo sair Eric ficou me fazendo companhia por um tempo na minha casa, argumentando que era injusto até o Padre sair em uma missão e ele não, mas ele estava extremamente cansado e eu não conseguia pegar no sono então pedi que ele fosse pra casa descansar ou eu me sentiria muito culpada. Foi apenas ele sair e eu vim pra cá achando que o tempo poderia passar mais rápido e que eu os veria chegar em breve.

—Não consigo dormir e não aguento mais ficar dentro de casa. –digo. –É terrível ter que esperar, preferia estar lá com eles.

—Eu entendo, Tara também está lá fora.

—Então eu tenho autorização da médica pra ficar aqui? –pergunto.

—Acho que sim.

—Vai ter que repetir pro Daryl quando ele voltar. –brinco. Ele ficou na minha casa nos últimos dias, na verdade ele tem sido muito cuidadoso comigo depois da facada.

—Ao menos sabe que amanhã ele vai estar aqui. –diz ela e então fica séria. –Tara vai sair em uma busca assim que fizer o que tiver que fazer lá.

—Por que é tão difícil para eles ficarem seguros e protegidos? –pergunto e ela sorri.

Nós duas ficamos sentadas em silêncio até os primeiros raios de Sol surgirem no horizonte. Foi reconfortante Denise não ter falado mais nada sobre o que poderia estar acontecendo com o grupo. Cada vez que pensava no que poderia estar se passando, minha mente criava cenários horríveis para justificar a demora.

—Eu preciso ir. –disse Denise se levantando. –E você deveria ir pra casa e dormir um pouco, ainda não está recuperada e não quero nem pensar no que me aconteceria se soubessem que concordei em deixar você ficar fora da cama.

—Vai ser nosso segredo. –digo e então me encaminho de volta para minha casa.

Depois de tomar um banho e trocar o curativo tento deitar um pouco, mas é impossível dormir desse jeito. Acho que me acostumei com outra pessoa aqui e agora ele não apenas não está dividindo a cama comigo como também não faço ideia se ele está bem.

[...]

Já estava bem tarde e absolutamente ninguém havia voltado ainda. Eu não estava mais aguentando de tanta preocupação, eu precisava saber o que estava acontecendo, nem que eu tivesse que ir atrás deles. Mais uma vez decido voltar para o portão onde pelo menos eu seria a primeira a ver eles chegarem.

—Preocupada com o namorado? -pergunta Spencer assim que me vê chegar.

—Não enche. -não tenho saco pra esse tipo de situação agora, já estou preocupada o suficiente.

—Eu sinto muito pelas coisas horríveis que te disse. -começa ele ganhando minha atenção. -Sobre o Rick e o Daryl e sobre tudo que aconteceu com a invasão.

—Assim do nada? -pergunto, ainda estou bastante magoada por tudo que aconteceu.

—Agora que toda minha família está morta, ter um amigo faz falta. -explica ele. -Eu não tinha o direito de agir daquele jeito, você nunca fez nada além de se preocupar comigo.

Bom, não há muito que eu possa fazer além de perdoá-lo. Obviamente é impossível esquecer de tudo que ele me disse em toda aquela situação da mochila, mas Spencer foi meu amigo por muito tempo e ele já me pediu desculpas, não tenho como exigir mais que isso. E eu sei da minha responsabilidade sobre a morte de Deanna, então acho que ele também está me dando uma segunda chance. Acho que só precisamos de tempo.

—Está tudo bem. -digo por fim. -Mas por favor nunca mais fale daquele jeito comigo, se a gente tiver algum problema podemos simplesmente conversar, você sabe disso.

Ele acena positivamente com a cabeça e nós continuamos de pé em silêncio, ele estava de vigia então não tinha exatamente onde ir e eu não saio daqui enquanto os outros chegarem.

—O que há entre você e o Daryl? -pergunta ele quebrando o silêncio.

—Somos amigos. -respondo, não somos?

—Ele mora com você.

—Não mora não. -digo rápido. -Ele só está me ajudando com o ferimento. É um bom amigo.

Nem eu mesma acredito no que estou falando, ele é bem mais que um amigo e eu espero que ele fique mesmo depois que eu esteja 100% bem.

—Me chamaria para dormir com você se estivesse machucado e não tivéssemos brigado? -pergunta ele.

Que? De onde veio isso? 

—Eu não chamei, ele simplesmente foi. -explico. -Como eu disse, é um bom amigo.

—Ainda acho que o grupo dele não se encaixa aqui.

—Bom, eu acho que já se encaixaram.

Para a minha sorte e o meu alívio ouço o som do motor na estrada e um pouco depois o grupo aparece. Finalmente. Spencer abre o portão para que todos entrem e assim que vejo Daryl percebo que de alguma forma ele recuperou sua moto, a que havia perdido na mata semanas atrás. Um pouco depois vejo Aaron descer do carro. Aparentemente estão todos bem.

—Deu tudo certo? Você está bem? -pergunto enquanto abraço Aaron.

—Está sim. -responde ele mas parece um pouco abatido. -Foi estranho lá.

—O que quer dizer?

—Matar todas aquelas pessoas que eu nunca vi enquanto estavam dormindo.

—Sinto muito. 

—Vai ficar tudo bem. Precisávamos fazer isso. -diz ele. -Viu o Eric?

—Acredito que está em casa.

Aaron se despede de mim e vai para casa, Eric deve estar preocupado já que eles demoraram muito mais do que prevemos. A maior parte do grupo se dispersa, mas Daryl continua lá mexendo na moto então decido ir até ele.

—Está tudo bem? -pergunto e ele confirma com um aceno.

—E por aqui? -também confirmo com a cabeça. -Não deveria estar em casa?

—Eu queria estar aqui quando chegassem, eu estou bem, juro. O que aconteceu? Vocês demoraram e a moto?

—Você está bem mesmo? -pergunta ele subindo na moto.

—Sim, senhor Daryl Dixon.

—Vem, vamos sair daqui um pouco. 

—É sério? -ele confirma mais uma vez e eu subo na moto ainda surpresa.

Spencer nos dirige um olhar meio torto, acho que mais para Daryl do que para mim quando abre o portão mais uma vez.

Acabo me agarrando em Daryl quando ele acelera a moto. Deus isso é maravilhoso. Não me sentia livre assim há um bom tempo. Não sei nem como descrever a sensação de ter o vento batendo no rosto e a falta de preocupação. Até me esqueço do quão cansada eu estava.

—Está mesmo bem? -Daryl grita pra mim.

—Sim. -grito de volta.

Nunca estive tão bem.


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Notas finais do capítulo

Até quinta!



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