Afire Love escrita por eve


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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P.O.V. Sophie

Alguns de nós ainda estávamos reunidos na casa de Rick, próxima a enfermaria onde Denise estava cuidando de Carl, no momento em que ela chegou ela sabia exatamente o que fazer, acho que isso deu um pouco de esperança a Rick. Agora já fazem algumas horas desde que a encontramos, tudo indica que ele vai ficar bem, mas nós ainda estamos aguardando. Enquanto ainda estava aqui, Aaron me explicou que o grupo com o W desenhado na testa, o mesmo de que encontramos vestígios na floresta, haviam tentado invadir a comunidade derrubando um dos muros com um caminhão, o que explica a buzina. Depois que estavam dentro eles mataram vários dos nossos. Natasha e Alice, as últimas pessoas que consegui trazer, eram duas delas. Carter também morreu no meio de toda essa confusão.

Aaron e Eric já tinham voltado para casa, mesmo que insistisse para que ficassem, eles não se sentem bem vindos na maior parte do tempo, por algum motivo ainda existem pessoas que se sentem no absurdo direito de ficarem desconfortáveis com o relacionamento deles dois. De qualquer forma, algumas das casas já haviam sido limpas, então uma boa parte dos que sobreviveram já haviam se dispersado de qualquer forma. Quando estava voltando com Rick e Denise acabei cruzando com Daryl na rua, mas até agora ele não retornou. De acordo com o Abraham ele estava procurando por sobreviventes. Como ele também mora aqui, imagino que mais cedo ou mais tarde vai ter que aparecer.

—Finalmente. -digo assim que Daryl entra pela porta. -Eu estava esperando você voltar para ir pra casa.

—Ir pra casa? -pergunta ele parando na minha frente. -Claro que não.

—E eu vou dormir na rua? Já estou acordada há pelo menos 48 horas.

—Fica.

—Daryl Dixon está me pedindo pra ficar?

—Você sabe que não é seguro voltar pra sua casa agora. Hoje você fica no meu quarto e amanhã a gente vê.

—No seu quarto?

—Algum problema? -pergunta ele parecendo ofendido. -Eu não vou estar lá.

—Nenhum problema. Por que você não vai estar lá? Eu não estava reclamando, só fiquei surpresa.

—Vou ficar aqui embaixo pro caso do Rick precisar de alguma coisa.

Eu assinto e ele me leva até seu quarto, é bem simples. Não há quase nada aqui e para falar a verdade, é exatamente o que eu esperava. Sei bem que ele não se sente exatamente em casa estando em Alexandria.

—Tem um banheiro se você precisar. -ele parece com pressa para sair daqui.

—Daryl você pode ficar, o quarto é seu.

—Você vai ficar mais confortável sem mim.

—Eu estou bem confortável com você. -admito.

—Eu tenho que ir. -e então ele me deixa sozinha.

[...]

No dia seguinte encontro Daryl deitado no chão ao lado da cama quando acordo. Minha ideia era levantar da cama sem acordá-lo, mas tive que tirar minhas roupas depois de ter me limpado ontem a noite e elas estão dobradas na cômoda, logo depois do Daryl e eu definitivamente não vou tentar passar por ele nua. Impedida de levantar eu fico apenas observando como ele parece calmo quando dorme. Após alguns minutos ele abre os olhos e sou pega no flagra.

—Bom dia. -digo.

—Você respira alto quando está acordada.

—Você percebe a diferença? -sorrio. -Minha respiração foi o que te acordou?

—Estou sempre alerta. -ele se senta de costas para mim. Ele ainda está coberto de sangue, mas pelo menos tirou a camisa. Só então me lembro dos ferimentos, dos mais recentes pelo menos, já que noto que suas costas estão cobertas por cicatrizes.

—Se você tivesse companhia para dormir mais vezes talvez se acostumasse. Alguém olhou isso pra você? -pergunto apontando para suas costas e ele imediatamente as cobre, quase como se tivesse esquecido que elas estavam à mostra. Daryl apenas nega com a cabeça em resposta. -Se você pegar minhas roupas eu posso dar uma olhada.

—Suas roupas? -pergunta ele com um toque de humor na voz. -Você tá mesmo bem confortável.

Ele me entrega minhas roupas e sai do quarto para me dar privacidade. Alguns minutos depois Daryl volta com um kit de primeiros socorros. Primeiro limpo o tiro de raspão em seu braço e faço um curativo, em seguida, ele tira a camisa mais uma vez e eu limpo o corte em suas costas. O aconselho a procurar Denise pois ele vai precisar de pontos, mas ele diz que eu mesma posso fazer isso e me dá instruções enquanto eu costuro suas costas.

—Isso está errado. -digo olhando meu trabalho mal feito. -Você deveria procurar alguém mais instruído.

—Está fechado?

—Sim.

—Então está ótimo. -diz ele. -Só faz um curativo pra não ficar enroscando na roupa e eu vou ficar legal.

—Se você está dizendo. -digo e volto ao trabalho.

—Não vai perguntar? -diz ele após um tempo em silêncio.

—Perguntar o que?

—Sobre as cicatrizes.

—Achei que diria algo quando estivesse confortável. -digo. -Está confortável?

—São de muito tempo atrás, eu deveria ser mais novo que o Carl quando as consegui. Às vezes penso que são de um Daryl que não existe mais.

—E nas outras vezes? Quando você não pensa assim?

—Aí eu acho que mereci cada uma delas.

—Não sei como uma criança poderia merecer uma coisa dessas, Daryl.

—Talvez eu as mereça agora. Muita gente está morta por minha causa, de certa forma é como se eu tivesse começado a pagar lá atrás uma dívida que eu teria agora.

—Daryl, muita gente está morta por causa desse mundo. Você não pode assumir a responsabilidade de tudo que dá errado para você. -digo. -Desde que eu te conheci não o vi fazer nada além de insistir nas pessoas e cuidar delas. Eu sequer sei de quem você está falando ou se você está mesmo falando de uma pessoa específica, mas duvido que você não tenha lutado para salvar seja quem fosse. Não acho que alguém te culpa de coisa alguma.

Termino o curativo e começo a traçar o desenho de suas cicatrizes com a ponta dos dedos. Vejo que ele ficou arrepiado e paro o que estou fazendo. Mas como estávamos os dois sentados na cama não tenho muito para onde me afastar.

—Terminei. -aviso.

Ele se vira para mim e acena com a cabeça em sinal de agradecimento. Eu acabo sorrindo, às vezes Daryl tem o traquejo social de um cavalo. O cabelo dele ainda estava cheio de folhas, provavelmente do dia anterior.

—Daryl você já tomou algum banho desde que chegou aqui? -pergunto limpando seu cabelo.

Ele não responde, apenas segura minha mão que estava em seu cabelo e me puxa para si. Nós nos beijamos novamente e é ainda melhor do que da primeira vez, ele parece mais confiante e eu também estou agora que sei que ele não vai sair correndo. Eu não consigo nem me conter, seguro seu pescoço e o puxo para mim e nós acabamos caindo deitados na cama.

—Ei Daryl, você está aí? -escutamos Rick chamá-lo do lado de fora.

Na mesma hora nos separamos, Daryl se levanta para abrir a porta e eu tento fingir normalidade, mas acho que meus esforços são em vão já que ele não se deu ao trabalho de vestir uma camisa e eu ainda estou abalada pelo simples fato de ter beijado esse homem mais uma vez. Assim que Rick nos vê ele abre um sorriso.

—Eu não sabia que você tinha companhia. -ele diz a Daryl.

—Como Carl está? -pergunto tentando desviar o foco da conversa.

—Ele está bem, Denise disse que ele deve acordar em breve. Mas não foi por isso que eu vim, eu queria falar sobre o grupo que encontraram na estrada. -diz ele. -Abraham me contou por alto, queria que Daryl explicasse melhor, mas que bom que você também está aqui. 

Daryl se veste e nós acompanhamos Rick até a sala. Contamos a ele tudo que aconteceu desde o momento que fomos seguidos, Daryl conta em detalhes sobre o grupo que encontrou na mata e depois falamos sobre os motoqueiros da estrada. Rick teme que eles possam fazer parte de um grupo maior e que sejam uma ameaça para nós. Nós encerramos a conversa e Rick me chama para almoçar com eles, mas eu recuso, não quero que isso fique ainda mais constrangedor. Tudo que eu quero agora é que as coisas deem certo para nós.


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Notas finais do capítulo

A partir desse capítulo eu vou começar a postar duas vezes por semana, ainda não decidi quais vão ser os dias, mas a gente se vê de novo ainda essa semana.



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