Afire Love escrita por eve


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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P.O.V. Daryl

—Está se sentindo bem? –pergunto a Carol quando ela leva às mão a base da coluna pela quinta vez em dois minutos.

—Um pouco de dor, mas eu posso aguentar. –ela responde. 

—O que aconteceu com você?

—Tive um problema com Morgan.

—Que tipo de problema?

Ela me conta que eles se envolveram em uma luta corporal e ele levantou seu corpo e a jogou no chão. No mesmo momento meu sangue ferve. Depois de tudo que Carol já passou é revoltante saber que isso aconteceu.

—Você sabe que não precisa fazer nada, não sabe? Eu sei me cuidar sozinha.

—Não prometo nada.

—Mas e você? Eu vi a garota chegando no seu quarto e saindo só no dia seguinte. Está namorando? Agora é oficial?

—Não é da sua conta.

—Então você gosta dela? -eu não respondo e ela acaba sorrindo. -Você gosta dela.

—Ei Daryl, nós estamos de saída. -Aaron me chama e eu fico agradecido por ter uma desculpa para deixar Carol sozinha na varanda.

—Nós vamos terminar essa conversa mais tarde. -grita ela. Não vamos mesmo.

Acompanho Aaron até o portão. Os outros já estavam esperando por nós para levar os corpos para fora da comunidade e queimarmos. Apenas os nossos seriam enterrados, todos os outros que recolhemos já estavam amontoados perto do porão. O bando era grande então seriam necessárias algumas viagens até nos livrarmos de todos eles. Michonne e eu iríamos em uma caminhonete e Aaron, Heath e Sophie em outra.

Fico pensando nas insinuações de Carol, mas não quero pensar muito nesse assunto. Nós nos beijamos duas vezes e foi bom, foi melhor do que isso, foi ótimo, mas não quero discutir isso. Eu só me preocupo com ela e prefiro que esteja por perto, mas isso não significa nada. Somos bons amigos.

—Daryl. –Michonne me chama me tirando de meus pensamentos. –Chegamos. A gente tem que descarregar.

Percebo que todos já haviam descido do carro e estavam me esperando. Nós começamos o trabalho de juntar os corpos em uma pilha para queimá-los, o que acaba levando um bom tempo.

—É o último. –diz Aaron olhando para o corpo que ainda estava na caminhonete, ele o pega pelos braços e Sophie o ajuda segurando as pernas. Assim que eles puxam o corpo uma mochila cai no chão e logo em seguida Sophie se abaixa para pegá-la. 

Ela pede para que Heath ajude Aaron e começa a olhar dentro da mochila. Algo muda em seu olhar e vejo ela ficar paralisada.

—O que aconteceu? –pergunto puxando-a pelo braço.

—Nada. –ela responde deixando uma lágrima escapar e a limpa imediatamente. –Só vamos voltar.

Ela entra na caminhonete enquanto acendemos o fogo não sai de lá até que terminamos o trabalho. Aaron e Heath entram novamente no carro, Mich e eu fazemos o mesmo e todos voltamos para Alexandria.

Mesmo depois que chegamos na comunidade Sophie não desce do carro, vejo Abraham abrir a porta pra ela e perguntar se está tudo bem. Não sei se devo me aproximar ou deixar os dois conversarem sozinhos.

—É tudo culpa minha. –ela responde. –Aquela mochila, eu havia perdido quando nós estávamos no depósito de comida. –diz ela olhando pra mim e então eu decido chegar mais perto. –Todos que morreram, o bando que se desgarrou, foi tudo culpa minha. Haviam fotos da comunidade dentro da mochila. Foi assim que aquele grupo nos encontrou.

—Não é culpa sua. –diz Aaron e a abraça. –Eles nos encontrariam mais cedo ou mais tarde.

—Eu preciso contar a todos o que aconteceu.

—Tem certeza? –pergunta Aaron e ela acena positivamente com a cabeça secando as lágrimas.

Juntar a  comunidade não dá muito trabalho já que quase todo mundo que restou está trabalhando na reconstrução da parte da cerca que cedeu. Como estamos os três de pé encarando a todos não demora muito para que ganhemos alguma atenção. Sophie se afasta de mim e de Aaron e conta a todos como perdeu a mochila e que provavelmente o grupo invasor a encontrou e chegou até nós.

—Então isso quer dizer que tudo isso aconteceu porque você perdeu uma mochila? –pergunta Spencer, que havia sobrevivido a horda se escondendo na garagem depósito com Olivia. –Então foi por isso que minha mãe morreu?

—Sim. -diz ela firme. Desde que decidiu contar a todos ela manteve a postura sem derramar nenhuma lágrima sequer. -Foi tudo...

—Não havia nada que pudesse ser feito, vocês dois estavam cercados. –diz Rick interrompendo Sophie. –Precisou de muita coragem pra dizer isso a todos.

—Então vai ficar só por isso mesmo? –pergunta Spencer.

—Algum problema? –pergunto me aproximando dele. Esse cara já encheu, quem ele pensa que é? O que ele já fez por esse lugar afinal?

—Calma. –diz Rick.

—Eu sinto muito pela sua mãe. –diz Sophie e deixa a todos nós.

—Acho melhor ela não ficar sozinha. –Aaron fala apenas para mim. –Se você não for eu vou. 

—Eu vou. –digo.

Saio pelas ruas da comunidade e vejo ela andando apressada à minha frente. Acabo correndo e só a alcanço quando ela já estava na varanda de sua própria casa.

—Ei –a chamo fazendo ela se virar pra mim. Ela começa a chorar novamente e eu a abraço, um tanto quanto desajeitado, mas é o meu melhor. –Vem.

Eu a levo para dentro de casa e ela não me afasta em momento algum. Nunca vi essa mulher tão vulnerável e nunca imaginei que pudesse ficar tão preocupado com alguém que já não fosse da minha família, mas não consigo resistir ao impulso de cuidar dela agora que é ela quem precisa.

—Vai ficar tudo bem. –digo a ela. –Não é culpa sua. 

—É culpa minha sim, se eu não tivesse deixado a mochila pra trás eles não teriam chegado aqui, a horda não seria atraída e pessoas não teriam morrido.

—E se não tivesse largado a mochila estaria morta, eu não teria voltado pra casa, não teríamos levado a outra metade do bando para bem longe daqui, Denise não estaria viva e Carl não teria sobrevivido.

—Todos esses problemas foram causados por mim, você não precisa ser tão legal comigo, Daryl Dixon.

—Eu não estou sendo legal, estou sendo apenas justo. -digo. -As pessoas que morreram estão mortas por causa desse mundo, não por culpa sua. Você me disse isso, se você estiver errada então eu vou ter várias mortes na minha conta para lamentar.

—É injusto que você use meu argumento contra mim. -diz ela um pouco mais calma.

—É injusto que você se sinta assim e que aquele babaca que nunca fez nada por esse lugar se sinta no direito de te tratar daquela forma. 

—Ele também acha que estou transando com todos do seu grupo em troca de proteção.

—O que? Ele te disse isso? -pergunto e ela confirma com a cabeça. -Eu vou matar aquele imbecil.

—Não foi nada perto da mágoa que ele estava sentindo quando falou comigo agora. 

—Ele é um covarde, você não merece ser tratada desse jeito. E se ele estivesse mesmo preocupado com a segurança da própria mãe não teria se escondido enquanto ela estava lutando para salvar os outros.

Eu não acredito que ele a tenha tratado dessa forma. Não vou deixar Sophie sozinha agora, mas no momento que eu me encontrar com ele de novo vou fazê-lo engolir cada coisa cruel que disse a ela.

—Também o vi chutar uma idosa.

—O que?

—Eu estou brincando. -explica, mas não há nenhum sinal de bom humor nela. -Acho que vou tomar um banho. Você vai ficar?

—Só se quiser que eu fique.

—Eu quero.

Sophie vai para seu quarto e a espero no sofá da sala. Queria poder fazer algo para ajudar, ela não tem que se sentir assim. Ela não tinha como saber e se eu mesmo soubesse teria voltado para buscar a maldita mochila só pra que ela não tivesse que carregar essa culpa. Além disso, eles teriam nos encontrado de qualquer forma, a lei do apocalipse é que tudo que puder dar errado vai dar errado na pior hora possível. 

Já faz quase uma hora que ela me deixou aqui sozinho e até agora estou ouvindo o barulho do chuveiro, então resolvo ver o que aconteceu. Quando entro no quarto a porta que dá para o banheiro está aberta e ela está sentada no box abraçando os próprios joelhos. Entro no box, desligo o chuveiro, entrego uma toalha a ela e a ajudo a se levantar. A mulher é absurdamente linda, mas não consigo pensar muito nisso, não agora com ela desse jeito. Ela veste uma camisa larga e se senta na cama voltando a abraçar o próprio corpo. Me sento ao seu lado e a puxo pra mim.

—Você está molhado. -ela reclama e então tenta brincar. -Pode tirar essa camisa se quiser, nada aí é novidade para mim Daryl Dixon.

Tenho que reconhecer que Carol está certa, eu gosto dela, mais do que gostaria de admitir. Acabo jogando minha camisa molhada no chão e Sophie gruda em mim de novo. Mesmo que tudo esteja uma merda, é fácil estar com ela.

—Pode ficar aqui hoje? -pede Sophie e eu a aperto um pouco mais forte. É claro que eu posso.

 


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