Afire Love escrita por eve


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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P.O.V. Sophie

O Sol está me fazendo cozinhar aqui, eu estou morrendo de sede, não estou mais sentindo minhas pernas e estou toda suja de terra. Nós finalmente avançamos na construção da cerca que vai desviar a horda para bem longe daqui.

—Quer um copo de água, querida? – diz Carol se materializando na minha frente. –Te assustei?

—Imagina. –digo e aceito o copo de água que ela me oferece.

—Não era minha intenção. –diz ela sorrindo. –Acha que isso vai funcionar? Atraí-los na direção oposta?

—No que depender de mim. –digo.

—É bom saber. –diz ela ainda sorrindo. – Bom, eu vou continuar meu trabalho, não queremos que ninguém morra de sede.

—É, não queremos. –digo num sussurro vendo ela se afastar enquanto eu continuo cavando buracos.

Carol e eu havíamos conversado mais nos últimos dias, mas nunca conseguimos falar sobre algo além do clima, parece que existe uma barreira entre o grupo do Rick e o resto de nós. Mesmo assim, em consequência da construção da cerca eu havia me aproximado mais de alguns deles, menos de Daryl, que continua me evitando. Nós não nos falamos desde o dia em que ele me disse para deixá-lo em paz. E talvez seja melhor assim, eu estou muito magoada para falar com ele de qualquer forma. Já Maggie e Glenn foram uma ótima surpresa, Aaron adora os dois e eu consigo entender perfeitamente o porquê, Abraham também melhora meu humor.

—Isso vai dar errado, ele vai acabar nos matando. –diz Carter aparecendo atrás de mim.

—Se você continuar com essa conversa é mais provável que o primeiro a ficar irritado acabe te matando. –desde que Rick propôs o plano, Carter vem procurando por falhas em tudo e tentando convencer as pessoas de que o xerife é um perigo. Todos os dias Carter me aborda com essa mesma conversa e eu sei que não sou a única que ele está tentando convencer.

—Eu estou dizendo, não se deixe enganar por ele, estou planejando uma reunião hoje no depósito para falarmos sobre Rick e... –jogo a pá que estava segurando no chão e me levanto encarando-o.

—Será que dá pra parar? –digo elevando meu tom de voz e algumas pessoas em volta passam a prestar atenção em nós.

—O que tá acontecendo aqui? –diz Daryl aparecendo do nada, aparentemente todos decidiram fazer isso hoje. Essa é a primeira vez que ele me dirige a palavra desde que discutimos.

—Nada, estávamos apenas conversando. –diz Carter e sai andando despreocupado.

—Babaca. –praguejo pegando meu arco no chão, coloco a aljava nas costas e começo a caminhar em direção a floresta.

—Está tudo bem? -pergunta Daryl me seguindo. –O que pensa que está fazendo?

Começo a adentrar a floresta sem respondê-lo e sem olhar para trás, mas sei que ele ainda está me seguindo, posso ouvir ele pisando duro atrás de mim. Pode parecer tolo da minha parte, mas eu estou cansada do Carter, cansada dos mortos e cansada de ter Daryl Dixon me tratando mal. É mais do que provável que ele tenha percebido o clima naquela noite, mas ele me odeia tanto assim a ponto de não querer mais olhar pra mim? A ideia de que algo pudesse acontecer é tão ruim assim? Eu não consigo parar de pensar se fui eu que estraguei tudo naquela noite, eu realmente estava começando a gostar de sua companhia e eu estava até animada por recrutar junto a ele. Eu tenho certeza que o desejo foi só um lapso e que aquilo não vai se repetir, eu queria que ele fosse um amigo acima de qualquer outra coisa.

Daryl segura meu braço, interrompendo meu raciocínio e eu acabo me virando para olhá-lo.

—O que você quer de mim? –digo, não quero passar por isso o tempo inteiro, já imagino que isso só vai gerar briga e ele que decida sozinho se me odeia ou se nós podemos pelo menos ter algum respeito um pelo outro.

Eu não consigo esconder a mágoa ao olhá-lo, ela está mais do que estampada no meu rosto. E eu acho que ele percebe, pois desvia o olhar para o chão quando nossos olhos se encontram.

—Vamos voltar. -diz ele simplesmente com um certo autoritarismo na voz.

—O que? -agora eu estou indignada. -Eu não vou a lugar nenhum com você.

—Você vai acabar se perdendo se continuar andando sem rumo no meio da mata.

—Foda-se, Daryl Dixon. Melhor perdida do que ter você por perto me tratando feito merda.

Eu estou com muita raiva agora. Ele acha mesmo que vai me destratar daquela forma e vai ficar tudo bem? Não é nem a primeira vez que ele faz isso e eu o avisei que não ia aceitar se acontecesse novamente. Eu achei que estava enxergando o Daryl que todos fazem tanta propaganda, mas parece que isso foi por água abaixo. Ele pode me odiar a vontade, mas poderia no mínimo me deixar em paz? Eu não quero fazer parte dessa confusão.

Daryl não diz mais nada então eu volto a caminhar floresta adentro e consigo perceber que ele continua me seguindo. Um zumbi ou outro entra no nosso caminho, e quando eu não os acerto, Daryl os derruba com a faca. Não trocamos mais nenhuma palavra até que eu me canso e me apoio no tronco de uma árvore. A caminhada me acalma e eu acabo concluindo que ele não vai embora antes que a gente possa resolver minimamente essa questão entre nós.

—Eu te disse que não ia aceitar que você me destratasse de novo. -digo mais calma dessa vez.

—Eu sei.

—Ótimo.

—Eu fui um babaca. -ele finalmente admite. -Não deveria ter falado daquele jeito. Sinto muito por isso.

Eu me viro para ver ele parado a alguns metros de mim, determinado. E eu quero muito acreditar nele, mas ele não se ajuda. É difícil acreditar que o mesmo homem que quis se sacrificar pra eu voltar pra casa naquele carro era o mesmo que foi grosso comigo e que é o mesmo que está na minha frente agora. É como eu disse a ele, eu estou impulsionada a gostar do Daryl que sabe conversar e que quer ajudar as pessoas.

—Daryl, não faz diferença eu passar por cima da forma que você me trata se você for fazer de novo. Eu sinto muito por aquela noite, eu não queria que você ficasse desconfortável com o que quer que tenha acontecido.

—Não é sobre isso. -ele suspira pesadamente antes de continuar. -Eu também quis, mas não posso. Eu me conheço bem o suficiente para saber disso.

—Inacreditável. -eu acabo suspirando. Então talvez o problema não seja eu.

—Inacreditável. -ele confirma ainda sério. -Eu não sei lidar com isso.

Eu caminho até ele, muito mais calma do que eu estava quando entramos na mata, e levanto o dedo mindinho para ele. Pela última vez, eu quero fazer isso funcionar. Não quero me meter em uma situação péssima com os novatos, nós precisamos deles, ou pelo menos é nisso que eu vou acreditar.

—Amigos? -ele confirma com a cabeça mas hesita antes de enrolar o dedo no meu, então apenas dá um soquinho na minha mão, o que já é mais do que eu poderia esperar dele.


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Notas finais do capítulo

Espero que vocês tenham gostado.
Me contem o que estão achando nos comentários. Beijoos.



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