Ladybug sabia que poderia ter derrubado Miraculer antes de ter ficado nessa situação, mas ela também sabia que não podia agir antes de Chat Noir encontrar uma brecha para salvar Chloé. A vida da loira, era a prioridade deles no momento.

Ela ficou de boca calada, enquanto notou seu parceiro pulando a grade da ponte e parando ao lado de Chloé. Adrien fora esperto, veio pela água, pois assim não seria facilmente detectado.

— O que foi? Não vai dizer nada? – a akumatizada questionou, visivelmente entediada. Pelas suas atitudes, Marinette percebeu que ela ansiava por uma briga com toda a dramaticidade possível.

— Você jamais vencerá! – exclamou, dando a Miraculer o gostinho de estar dentro de um filme de ação épico. Porém antes que ela respondesse, o barulho das garras de metal de Chat Noir foi ouvido, pois ele as colocou para fora, afim de cortar as cordas que amarravam Chloé. Ladybug pensou rápido, segurou o pé de Sabrina e girou, fazendo com que ela caísse no chão ao seu lado.

— Sua idiota! – Miraculer se atirou em cima de Ladybug e a segurou pelos ombros. Nesse momento, Marinette se sentiu zonza. – Mais conhecimento para a minha coleção! – ela riu, enquanto pontos vermelhos se espalhavam pelo traje. Miraculer tinha feito com Ladybug, a mesma coisa que fez com Chloé.

— Você precisa ajuda-la! – Chloé segurou Chat Noir, que fitava a bomba. – Sabrina está seriamente afetada pelo akuma, não sei o que ela pode fazer com a sua parceira!

— Tá bem. Só vá para um local seguro. – a loira assentiu e Chat Noir usou o seu bastão para acertar Miraculer em cheio, fazendo com que ela saísse de cima de Ladybug e caísse de costas na grade.

— A bomba... – Ladybug murmurou, se esforçando para ficar de pé.

— Vocês não vão me derrotar! – a akumatizada fez menção de pular em Chat Noir, porém Ladybug usou o que restava das suas forças para ir para cima dela.

— Vai, Chat! – o loiro assentiu e pegou a bomba. Em seguida, pulou com o objeto para dentro do rio, deixando Marinette completamente confusa. E devido a esse momento de confusão e exaustão, Miraculer conseguiu derrubar a heroína novamente, a deixando ali caída.

— Nem tudo está perdido. Um verdadeiro gênio, prevê as falhas no seu plano. E, é claro, sabe como contornar elas.  – Sabrina puxou um detonador de dentro do bolso e com um sorriso macabro, apertou o botão vermelho. Quando Ladybug se deu conta, já era tarde demais para fazer qualquer coisa. Com esforço, ela ficou de pé e andou até a grade, olhando para baixo no rio, onde seu parceiro tinha se atirado com a bomba. — Confesso que esperava uma explosão maior, mas nem sempre nós acer... – Ladybug sentiu sua energia voltar e uma onda de adrenalina se espalhar pelo seu corpo. Então, partiu para cima de Miraculer, iniciando um combate. – Você continua querendo me derrotar? Acabou pra você, querida!

Adrien não estava morto, não podia estar. Marinette não queria acreditar nisso. No entanto, para se certificar de que o parceiro estava bem, ela primeiro precisava derrotar Miraculer – o que não parecia ser nada fácil, visto que os golpes da akumatizada era ainda melhores, já agora ela também utilizava o estilo de luta de Marinette, que ela tinha roubado de alguma forma. Apesar disso, a heroína não desistia e também não cedia às provocações verbais de Sabrina.

Ladybug parou para pensar por um momento. Na pressa, não tinha trazido o sonífero, porém poderia causar um efeito parecido em Sabrina, caso conseguisse tocá-la. O problema, era que ela tinha absorvido seu estilo de luta, o que dificultava a tarefa.

— O que foi? Finalmente cansou de tentar me vencer?

Já que Marinette não podia usar seus golpes, rapidamente pensou no estilo de luta de Adrien, quando estava lutando contra Riposte. A heroína enxergou o bastão dele ali jogado e pisou na ponta dele, fazendo com que ele voasse e caísse em sua mão.

Antes que Miraculer dissesse mais uma gracinha, Ladybug avançou, usando o bastão como se fosse uma espada. Seus golpes eram desajeitados, pois estava tentando copiar um estilo de luta que não dominava. No entanto, isso era o suficiente para deixar a akumatizada confusa.

Quando Ladybug encontrou uma brecha, a usou para derrubar Miraculer, que estava prestes a encostar no braço dela, para absorver esse novo estilo de luta. Entretanto, Marinette – fez algo que até alguns minutos atrás, não consideraria uma possibilidade e – deixou que um leve brilho avermelhado saísse de sua mão e envolvesse o seu braço, como um tipo de proteção. Quando a akumatizada o tocou, nada aconteceu.

— Que coisa é essa?

Marinette sabia que não deveria ter se exposto dessa maneira – mesmo que Sabrina provavelmente não lembre de nada depois –, todavia, o cansaço e o desespero falavam mais alto. Ela precisava dar um fim nesse confronto o mais rápido possível.

— Tikki, preciso de uma carga nas luvas!

— Carga transferida, Ladybug. – dito isso, a heroína usou os dispositivos elétricos das suas luvas para causar um choque leve em Sabrina, mas forte o suficiente para deixa-la desacordada.

Em seguida, Ladybug se preparou para saltar no rio, mesmo que procurar o seu parceiro ali fosse uma completa loucura – ela sequer sabia se ele estava vivo, até onde sabia, a bomba tinha explodido –, quando escuta uma voz no seu comunicador.

— À sua esquerda, Bugaboo. – ela subitamente olha para a esquerda e consegue ver uma sombra se movimentando no topo do prédio. Era Chat Noir. Ele estava vivo.

Um alívio percorreu o corpo de Marinette, que quase se deixou cair sentada ali mesmo. Mas assim que notou Luka se aproximando, recobrou a postura.

— Detetive Couffaine da divisão especial. – disse, mostrando o distintivo – Acredito que você tenha sido enviada pela Miraculous. – Marinette continuou encarando Luka em silêncio, imaginando que há qualquer momento ele a reconheceria. Porém ele não demostrou nenhuma reação – Vou considerar o seu silêncio como um sim. De qualquer modo, dessa vez eu consegui manter a polícia afastada enquanto você cuidava da akumatizada, pois sei como as operações de vocês funcionam. Mas se houver uma próxima vez, não será tão fácil.

— Não contávamos com o fato de uma akumatizada aparecer a luz do dia. Isso nunca aconteceu.

— Entendi. – Luka pareceu pensar em algo, no entanto, não parecia ser sobre a identidade da pessoa por trás da máscara – Preciso que mantenham minha colega e eu informados sobre esse tipo de operação.

— Claro. Nesse caso foi uma emergência, mas faremos o possível. – pensou em questionar como Chloé estava, mas faria isso depois, como Marinette.

— E aquele outro que estava com você? – olhou de relance para o rio.

— Ele... Deu conta da bomba. – e devia algumas explicações – Meus superiores estão me esperando. Preciso ir agora.

Antes de ir a heroína acionou os reforços da Miraculous. Logo, pegou o ioiô e fez menção de sair, porém Luka chamou a sua atenção.

— Espera! Como devo chamar você?

— Ladybug. – sorriu de canto e deu uma última olhada para ele antes de partir – Pode me chamar de Ladybug.