Rose Blush escrita por red hood


Capítulo 1
PART I: i don't like a gold rush


Notas iniciais do capítulo

Tahii, seu nome é conhecido por mim na tag de Harry Potter há anos! É uma honra escrever essas história para você, em meio há tantos surtos eu me diverti muito escrevendo ela. É uma mistura de Vestida Para Casar, Tiktoks engraçados.
Fico muito feliz que você encontrou para o nosso grupo!
Espero que você goste da Astoria autora surtada, Daphne noiva, Theodore jogador de futebol e Draco um advogado certinho.
♥ ♥ ♥



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Astoria queria quebrar o próprio computador ao meio. Tinha feito a pior coisa que um escritor poderia fazer na vida: ler as resenhas do goodreads de seu livro.

Não era de hoje que ela sabia desse instinto quase masoquista de querer saber sobre tudo o que falavam sobre “Fake It”, sua primeira história publicada. Gostava de ver as pessoas comentando sobre a história, se deliciando com os personagens e suplicando por uma continuação. Em geral não ligava muito para os comentários negativos, que eram uma minoria entre seus leitores. A maior parte deles vinha seguidos de críticas até que construtivas ou de comentários que apenas faziam com que ela risse. Poucas foram as vezes que ficou chateada ou inquieta por algo que falaram dela.

Contudo, naquele dia havia se deparado com uma resenha que dizia apenas o seguinte “Simplesmente previsível” seguido da pontuação de apenas uma estrela.

Sua primeira reação foi ficar diversos minutos estática olhando para aquelas duas palavras. Depois a raiva começou a subir por dentro. Claro que era uma história previsível, era um romance que envolvia um relacionamento falso que culminava nos personagens principais de apaixonando. O que aquele idiota do @drmalfoy estava esperando? Um livro de mistério da Agatha Christie?! E quem era esse Dr. Escondido atrás de uma fanart do Link de Zelda?!

Astoria fechou o computador com uma força desnecessária e foi fazer a única coisa capaz de melhorar seu dia: buscar um copo grande de café, de preferência com muito creme e calda de caramelo. Pegou um sobretudo para tentar cercar o vento frio que já anunciava o Outono chegando e saiu de sou loft em direção ao Lovegood Café.

Enquanto andava até lá, ela martelava em sua mente que estava tudo bem alguém não gostar de seu livro. Tentava buscar uma desculpa por seu comportamento explosivo ao estresse que andava passando para terminar o primeiro rascunho da sua próxima publicação. Afinal, sempre apreciou as críticas construtivas e nunca teve problemas em admitir que alguma coisa no enredo poderia ser diferente, mas o fato de ter recebido uma estrela e apenas duas palavras sem nenhum desenvolvimento do porquê, estava atrapalhando até mesmo sua mente positiva encontrar algo de bom naquilo.

Segundo sua irmã mais velha, Astoria via o mundo através de lentes cor de rosa. Ela era a mais otimista da casa, a que acreditava no romantismo enquanto todos os Greengrass buscavam por praticidade.

Portanto, quando Astoria disse que gostaria de se tornar escritora, seus pais não mediram esforços para apoia-la. Afinal, era o modo mais racional e produtivo de canalizar os devaneios da filha, alegou o Sr. Greengrass ao propor um brinde no jantar de lançamento de “Fake It”.

Astoria tinha 23 anos quando isso aconteceu, recém-formada em Literatura Inglesa pela universidade de Hogwarts. Ela não podia estar mais grata pela recepção de seu romance foi muito boa para uma estreia.

As críticas muito positivas, vendendo cópias suficientes para que ela conseguisse renovar o seu contrato e trabalhar em sua próxima obra. Porém, ela não podia deixar de se questionar se era de fato um fruto talentoso do nepotismo, já que era inegável que sua rápida ascensão vinha do fato de seus pais terem bons contatos e muito capital de investimento.

A família Greengrass era dona de uma das maiores e mais tradicionais redes de farmácias do país, assim era quase um insulto para eles a filha mais nova não resolver se juntar ao negócio familiar. Crescera ouvindo que era diferente e tinha sorte ao receber apoio mesmo assim, quando a verdade é que ninguém levava a sério sua profissão.

Aos 25 anos Astoria já estava acostumada e conformada com o cenário que vivia, aprendendo preservar seus momentos de paz em meio ao caos da sua família. Encontrando conforto em saber que fazia o que gostava, uma atitude simplesmente previsível de uma menina privilegiada.

Antes que a raiva voltasse a subir em seu peito, ela avistou os olhos gentis e azuis de Luna atrás do caixa do Café. Devia ter quase 2 anos que Astoria frequentava a cafeteria e sem dúvidas ali havia se tornado um dos lugares favoritos dela, tanto para escrever, quanto para buscar inspiração enquanto observava as pessoas entrarem e saírem dali. Gostava do conforto das cadeiras acolchoadas, dos muffins quentinhos e da decoração excêntrica do local.

O lugar estava levemente cheio, como de esperado de uma manhã de terça-feira.

— Bom dia, Astoria! — Luna a cumprimentou com entusiasmo. — O mesmo de sempre?

— Por favor — ela quase suplicou. — E um cookie para acompanhar.

— Pela sua cara, vou colocar dois.

Agradeceu, sorrindo pela primeira vez naquele dia, logo depois caminhando para sentar-se na sua habitual mesa ao lado da janela. Ficou olhando as pessoas passarem do lado de fora, observando os rostos sonolentos indo em direção ao trabalho, tentando distinguir os atrasados e as pessoas que pareciam ter a vida sob controle.

Quando o pedido dela chegou, Astoria já havia praticamente esquecido do idiota do goodreads. Ficou ali até terminar de tomar seu café, tentando nutrir pensamentos bons e pensando no capítulo de seu novo livro que a aguardava em casa. Estava com alguns prazos de entrega quase vencendo, e disposta a entregar todas as demandas no começo daquela semana.

Ao chegar na porta de seu prédio, Astoria estava de bom humor novamente, mas o sopro de felicidade durou pouco. Assim que colocou os pés no saguão viu uma Daphne Greengrass um tanto emburrada.

— O que você está fazendo aqui? — Astoria perguntou receosa.

A irmã manteve o semblante irritado, tirando apenas os gigantes óculos de sol, revelando um olhar enfurecido para a mais nova.

— O que eu estou fazendo aqui? Você se esqueceu, Senhorita Greengrass? — ela perguntou cheia de sarcasmo na voz. — Eu tenho um mês para organizar um casamento e uma viagem para Santorini, antes que a Premier League comece e você me vem com essa? Que tipo de madrinha é você?!

Ah, o casamento.

Havia menos de um mês que Theodore Nott havia proposto sua irmã em casamento e desde então Daphne não falava de outra coisa. O pedido foi seguido de uma festa de noivado e diversas coletivas de imprensa, já que o jovem atacante do Tottenham estava prestes a selar uma união com a grande herdeira da rede Greengrass, que acabara de fechar um grande contrato de patrocínio com o time. 

Antes que Astoria pudesse processar tudo que estava acontecendo, havia sido designada como Madrinha e sua irmã não esperava menos do que uma Jane Nichols, de Vestida Para Casar.

Ela respirou fundo, enquanto via seus planos do dia irem por água abaixo. Se antes já achava que nunca se casaria, depois de ver toda a movimentação, drama e trabalho que cerimonia de sua irmã iria dar, agora ela tinha mais certeza ainda. Não que ela tivesse alguém para considerar levar ao altar, tinha apenas uma imaginação fértil demais.

Antes que pudesse refutar algo, sentiu a irmã pegando sua mão e a arrastando para o elevador enquanto dizia:

— Não adianta inventar nenhuma desculpa, só quero que você mude esse pijama, e venha comigo até os fornecedores, pois temos muitos docinhos para provar.

 

 

Obviamente que Daphne havia mentido para ela.

Antes de chegarem perto de qualquer doce, foi arrastada para mais de oito lojas de vestidos, apenas para retornar para a primeira onde sua irmã afirmava ter encontrado os vestidos do tom certo de azul para as madrinhas. Astoria praguejava toda vez que tirava sua roupa para experimentar um novo modelo, ou quando Daphne resolvia que talvez seria bom colocar camadas e camadas de anáguas apenas para ver a mais nova franzir o cenho e reclamar da coceira absurda que elas causavam.

Depois disso foram até o lugar onde a cerimônia aconteceria. Seria no salão de um Hotel que Astoria não tinha se dado o trabalho de decorar, ver o local de perto era o suficiente para ela entender que a festa custaria no mínimo o equivalente a um apartamento em Kensington.

Assim que chegaram, Daphne foi bombardeada de amostras de decorações e opções de ornamentação. Ficaram horas tentando decidir se valia a pena buscar rosas azuis ou era melhor de contentar com hortênsias, até por volta das 14h as coisas começaram a melhorar. O chefe responsável pelo buffet havia chegado e anunciado que a degustação iria começar.

Não demorou muito para que Theodore também chegasse, acompanhado com quem Astoria suspeitava ser o Padrinho que ele havia escolhido. O outro pobre coitado que dividiria as demandas desse elefante branco com ela.

— Theo! — Daphne foi correndo em direção ao noivo. — Que bom que você chegou meu amor! A degustação acabou de começar e você tem que provar esse bruschetta!

Astoria estava com tanta fome que foi pegar alguns canapés antes mesmo de cumprimenta-los. Estava já azul de tanta fome.

— Astoria, deixa eu te apresentar Draco  Malfoy— Theodore o apresentou. — Seu companheiro de missão no próximo mês.

A Greengrass não podia ligar menos para o homem engomado ao seu lado, estava muito ocupada preenchendo seu estômago que havia se esvaziado, mas uma coisa lhe chamou atenção.

Mafoy.

Ela já havia visto esse sobrenome. Então, flashbacks daquela manhã enfurecida atingiram como um soco na barriga. Simplesmente não podia acreditar no que estava ouvindo.

— Dr. Malfoy? — Astoria perguntou, incrédula.

— Apenas no escritório — Draco respondeu enquanto arrumava a própria gravata.

 E no goodreads, ela pensou, enquanto ele se sentava ao lado dela e mais bandejas de degustação chegavam até eles.

Astoria praticamente não falou mais depois das apresentações. Se limitou em comer, fazer breves comentários sobre os canapés de salmão e bombons de champanhe. Tudo isso para evitar possíveis comentários sarcásticos ou qualquer coisa que pudesse aborrecer sua irmã naquele momento.

A verdade é que ela nunca havia visto a irmã reluzir daquela forma.

Parte de Astoria queria fazer algo para apagar de sua mente toda a raiva que sentia naquele momento de Draco apenas para agrada-la.

Pelo menos ele é uma visão bonita de se ver, pensou. Assim que os olhos dele se encontraram os dela, Astoria sentiu suas bochechas ficarem subitamente vermelhas. Será que havia passado muito tempo o encarando? A esse ponto sua atenção já havia ido para o espaço, enquanto tudo que podia sentir era raiva.

Pessoas ruins não podiam ser bonitas.

— Eu não gosto desse tal de Draco — Astoria anunciou assim que entrou no carro da irmã.

— Mas ele é bonito — comentou, fazendo com que Astoria corasse mais uma vez. Sua irmã sempre foi boa em ler o que se passava em sua mente.

— Esse não é o ponto... —

— Vocês vão ficar lindos juntos nas fotos para o álbum — Daphne prosseguiu, deixando a outra furiosa. — E você admitiu que acha ele bonito.

— Daphne! Você não entende esse energúmeno que foi no meu goodreads para além de me dar uma nota baixa deixar um comentário ridículo, sem uma crítica construtiva — Astoria disparou. — O que ele ganhou com isso?! Nada né e por que um advogado estava lendo um romance que claramente ele não é público alvo?!

A loira não respondeu, apenas segurou o riso e a mais nova sabia que ela estava achando aquilo tudo apenas drama. Talvez ela tivesse sim exagerando em sua reação. Era um somatório da frustração que vinha sentindo desde de manhã e o fato de possivelmente estar conhecendo uma pessoa que já não gosta dela.

— Pelo amor de Deus, você não pode colocar ele com a Pancy? — Astoria choramingou. — Afinal, ela é sua melhor amiga.

Nunca havia pedido para ser madrinha de casamento. Na verdade, odiava a ideia e aparentemente nada no mundo estava contribuindo para que essa experiência se tornasse menos tortuosa para ela. Estava fazendo aquilo apenas para agradar sua irmã.

Daphne respirou fundo assumindo seu semblante de herdeira Greengrass e responsável e estacionou o carro no acostamento da rodovia.

— Astoria, você é a única pessoa que eu confio — ela despejou as palavras seguidas de um longo suspiro. — E você sabe que é a minha melhor amiga.

Astoria não soube nem o que responder naquele momento, apenas bufou, cruzou os braços e se virou para janela. Apesar de saber que a mais velha tinha um alto poder persuasivo, ela podia sentir sinceridade em sua voz e no fim do dia, ela sabia que a irmã era a pessoa que ela mais podia contar.

— Ah, e a Pancy é ex do Draco.

— Ela pelo menos está acostumada a lidar com esse insuportável.


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Notas finais do capítulo

Espero que vocês gostem!