Ao Seu Lado escrita por Nonni


Capítulo 4
Capítulo Quatro


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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O som da porta do quarto sendo aberta foi a única coisa capaz de fazer Regina tirar os olhos da pequena Olívia, que tinha as duas mãos agarradas ao seio esquerdo da mãe, enquanto sugava o máximo de leite que conseguia. Robin só conseguiu sorrir para a cena, encantado, enquanto adentrava o quarto e piscava para Regina. 

“Olha só quem chegou, filha, o titio Robin.” Regina sussurrou, o dedo acariciando delicadamente a bochecha de sua bebê. O loiro sorriu ainda mais, se aproximando da mulher, puxando a cadeira que havia no quarto para mais próximo da cama, podendo espiar o pacotinho nos braços de Regina. 

Regina e Olívia foram deixadas em observação por pelo menos duas horas antes de serem transferidas para o quarto. O loiro ficara o tempo inteiro na sala da recepção, completamente extasiado pelo momento que havia vivido mais cedo. Estava feliz que tudo havia corrido bem, que Olívia era forte e saudável, e claro, que Regina estava bem. 

“Ela é tão perfeita, Regina. Puxou a você, com toda certeza.” sorriram e o loiro colocou a sua mão sobre a de Regina, que segurava o corpinho da bebê. 

“O rostinho e os olhos puxaram mesmo a mim. Não consigo parar de olhá-la.” disse baixinho. “Ela é uma esfomeada, por Deus!” exclamou e Robin teve que concordar. A menininha se deliciava com o leite materno, parecendo saber que nada de ruim lhe aconteceria nos braços da mãe. 

“Isso ela também puxou da mãe.” brincou e Regina semicerrou os olhos em direção dele. 

“Isso não é verdade…” defendeu-se, sorrindo logo depois. Olívia soltou o peito da mãe, parecendo satisfeita, mas ainda em dúvida se tirava as mãos do seio ou não. “Quer mais, minha bebê? Saquinho sem fundo.” afinou a voz, colocando a bebê deitada sobre seu peito, enquanto massageava as costinhas dela devagar, conforme fora instruída pela enfermeira mais cedo, quando terminou de amamentar Olívia pela primeira vez. “Zelena não chegou ainda?” 

"Deve estar chegando junto com seus pais. Mandei uma foto da bebê e eles me enviaram um áudio bem choroso." Sorriram um para o outro. Por minutos o loiro apenas observou enquanto Regina ninava a criança que já estava entregue ao sono. Ele estava hipnotizado por elas. O coração batia feliz no peito, realizado pela conquista da amiga. 

"Você me ajuda?" Regina fez menção a bebê, e Robin prontamente levantou-se. "Pode colocá-la no berço para mim? Eu fiquei sabendo que a Olívia adorou o colinho do tio Robin." Robin se aproximou, pegando Olívia, com todo o cuidado do mundo, do colo de Regina, conforme a enfermeira havia o instruído mais cedo, quando acompanhou a menininha enquanto Regina era examinada. Olívia, mais cedo, chorava sem parar, e acalmou-se assim que Robin a pegou, chamando a atenção da enfermeira, que explicou a ele o jeitinho certo de segurar a bebê. 

O homem ninou a menina por alguns segundos em seus braços, e com uma delicadeza sem igual colocou-a no bercinho que ficava ao lado da cama de Regina. A morena encarava a cena com um sorriso enorme no rosto, morrendo de amor com o que desenrolava-se em sua frente. 

"Vem cá." Regina esticou a mão pra ele e o loiro sentou-se na ponta da cama, buscando os olhos castanhos da amiga. Robin conseguia enxergar todo o cansaço nos olhos dela, mas também um brilho diferente de tudo que já havia visto. 

"Você deveria aproveitar que sua menininha dormiu e descansar. Passou por tanto hoje, merece tirar uma soneca." passou a mão delicadamente pela bochecha dela, sentindo quando a morena se inclinou para o toque dele. 

"Obrigada por estar comigo. Foi muito importante." agradeceu pegando a mão dele que estava em seu rosto e levando até os lábios. Depois observou que algumas partes tinham as marcas de sua unha. "Eu fiz isso?" os castanhos se encontravam apavorados. Robin riu baixinho, sentindo uma sensação gostosa quando a morena acariciou delicadamente as marcas. "Desculpa, Robin." 

"Acredite, eu tenho certeza que isso não é nada perto do que você passou hoje. Eu ficaria ao seu lado mais dez vezes, se preciso fosse." 

"Robin, eu não quero mais engravidar!" ela protestou baixinho, uma careta no rosto. 

"Você sabe o que eu quero dizer. Foi um dos momentos mais lindos da minha vida, quando a doutora colocou Olívia em seus braços. Fico emocionado só de lembrar." beijou a testa dela, que fechou os olhos ao sentir o toque do amigo. Robin realmente não conseguia segurar o sorriso que insistia em brincar nos seus lábios desde que Olívia veio ao mundo.

"Eu amo você." Ela declarou quando se afastaram, segurando o rosto dele. Robin sorriu, as covinhas apontado em suas bochechas. 

"E eu amo vocês." beijou a palma da mão dela. "Agora acho melhor você descansar. Esses olhinhos estão pequenos de cansaço." Regina riu, concordando com ele. 

"Você vai ficar aqui?" ela perguntou, se arrumando na cama enquanto ele lhe cobria com o cobertor do hospital. A morena deu uma olhada na filha, sentindo os olhos pesarem. 

"Vou ficar cuidando das duas. Não se preocupe. Descansa, que quando Olívia acordar, ela vai querer o colinho da mãe." beijou a testa dela mais uma vez, a mão forte fazendo um cafuné gostoso no cabelo castanho, enquanto os olhos azuis observavam a bebê ao lado da cama entregue ao sono assim como sua mãe. 

***

O elevador parecia mais lerdo do que nunca naquele dia, o que fazia a ansiedade de Robin aumentar a cada minuto que passava. O homem tinha sua pasta com os materiais que usava na escola pendurada no ombro, enquanto na mão segurava uma garrafa de suco de uva natural. O preferido de Regina, já que ela não podia beber álcool porque ainda amamentava Olívia.

Olívia. 

Pensar na menina fez um enorme sorriso cruzar o rosto do professor. Estava há dois dias sem vê-la, e o coração se encontrava apertado em níveis extremos. O homem sempre achou que seria demasiado apegado à menininha, afinal ela era a filha de sua melhor amiga, mas, na verdade, Olívia se tornara muito mais para ele. Ele zelava pela bebê como se fosse dele. E se perguntassem como havia chegado naquele ponto, seria difícil de explicar, era a forma como seu coração se sentia, desde o primeiro momento.

Cora havia se mudado para a casa de Regina temporariamente logo após o nascimento da neta. Acompanhara a filha aproximadamente por um mês enquanto a mais nova pegava a prática com a recém nascida. Como uma avó preocupada e amorosa, Cora ensinara todos os segredos que Regina precisava saber, e logo a morena começou a pegar o jeito com a filha. Além de Cora, Regina teve toda a ajuda por parte de sua irmã, seu pai e, principalmente, de Robin. 

O homem estava sempre presente quando ela ou Olívia precisavam depois que Cora voltou para casa. Robin se mostrou prestativo para entender os choros de Olivia, para trocar a fralda, para ficar de olho quando Regina cochilava ou tirava um tempo para um banho. Era Robin quem, na maioria das vezes, acalmava Regina enquanto ela tentava acalmar Olívia quando a pequena gritava com as dores da cólica. Era Robin quem cantava para Olívia quando Regina não estava por perto. Era pro colo de Robin que Olívia adorava se atirar quando a família estava reunida. 

A maternidade havia mostrado diversos lados para Regina. Ela não tinha palavras para expressar o quão incrível era apenas sentir o cheirinho de sua bebê e ouvir os sons agudos que ela começou a fazer sempre que queria interagir com a mãe. Regina se sentia extasiada sempre que a filha sorria, um sorriso banguela, para ela. A morena não conseguia explicar a forma como qualquer minúsculo gesto de sua filha a fazia amá-la ainda mais. 

Regina sabia que seria ela e Olívia para sempre. E, às vezes, acreditava que a menininha sentia o mesmo, porque era completamente encantada pela mãe. 

E a morena achava incrível como ela também era encantada por Robin. Bastava que o homem aparecesse no campo de visão da bebê para que ela se agitasse, contente para passar algum tempo com ele.

Foi com o pensamento nas duas Mills que Robin bateu na porta do apartamento, esperando alguns segundos até que fosse aberta. O gritinho de felicidade que o recebeu fez o coração se aquecer, e ele não sabia o que o fazia mais feliz, se era a felicidade estampada na carinha de Olívia ou o sorriso nos lábios de Regina. 

"E olha se não são as moças mais bonitas da cidade!" aproximou-se o bastante para que Olívia se inclinasse para frente nos braços da mãe e com a mão livre o homem a puxou para o seu colo, rindo quando as mãozinhas pequenas foram parar em sua barba. "Oi Via! Que saudade eu estava da minha bebê preferida!" beijou a bochecha da bebê, que riu faceira. Regina observava a cena encantada, o coração batendo forte no peito. 

Era sempre assim quando observava as cenas daqueles dois juntos. 

"Oi, Regina!" adentrou o apartamento, passando pela mulher e deixando um beijo demorado em sua testa. Regina fechou a porta e pegou a garrafa da mão de Robin, observando o homem caminhar em direção a sala, segurando a bebê com as duas mãos. As mãozinhas de Olivia não paravam em lugar algum, ou mexiam na barba de Robin, ou paravam sobre a boca dele, ou agarravam os botões de sua camisa, enquanto as risadinhas por parte dela eram livres. "Você anda muito curiosa, dona Olívia. Eu estava morrendo de saudade de você." beijou o rostinho dela. 

"Acho que ela estava de você também." Regina sorriu, parando em frente a eles. Robin a observou por longos segundos, sabendo que o dia para ela deveria ter sido agitado. O cabelo estava uma bagunça, as roupas amarrotadas e o semblante estava cansado.

"Você está bem?" Ele perguntou e recebeu um aceno em resposta. Olívia se jogou para frente, mirando um dos brinquedos de morder que estava sob o braço do sofá. 

"Ela teve cólica hoje a tarde." Regina explicou, enquanto pegava o brinquedo e alcançava a filha, que olhou para ela realizada. A menininha levou a boca, começando a morder incansavelmente. 

"Fazia um bom tempo que ela não tinha, não é?" Robin observou Regina suspirar. 

"Fazia. Acho que nem eu e muito menos ela lembrava o quão difícil é. Às vezes eu só quero livrar ela de todas as dores, Robin." sorriu sem graça, passando as mãos sobre o rosto. Robin apertou os lábios, sabendo que se pudesse faria algo parecido pelas duas. "Além do mais, tem um dentinho apontando nessa gengiva banguela." chamou a atenção dos olhos azuis, que antes observavam a menininha. Robin viu os olhos dela marejarem. "Nossa menininha está crescendo." 

"Não consigo acreditar." balançou a menina no colo, fazendo ela rir. Afastando o brinquedo da boquinha dela com uma das mãos, Robin conseguiu ver o dentinho apontando, e assim como Regina, os olhos marejaram. "Ah, Olívia! Ontem mesmo você era um bebezinho que só pensava em mamar, dormir e sujar fraldas." beijou a testinha dela, e a menina não demorou a levar o brinquedo à boca, como se o assunto não fosse com ela. 

"Ela ainda faz bastante tudo isso." Regina observou. Robin sorriu, encarando a melhor amiga. 

"Ela faz. Por que você não tira uns minutinhos para si? Posso encomendar uma pizza enquanto cuido da sua gatinha." sugeriu, um suspiro de cansaço saindo dos lábios de Regina. A mulher concordou, beijando a testa da filha e depois a bochecha de Robin e fez seu caminho até o quarto, para aproveitar uns minutos para si. A menina esticou o brinquedo em direção a que Regina foi, olhando de Robin para o corredor que dava no quarto da mãe. Robin riu. "Sua mãe foi tomar banho, Via, e você vai fazer folia com o tio Robin." 

Os minutos seguintes se passaram com muita farra. A TV estava ligada em um canal de desenhos e Robin estava deitado no sofá ao lado de Olívia. A menininha tinha diversos brinquedinhos ao seu redor e rolava de um lado ao outro, balbuciando e dando pequenos gritinhos para chamar a atenção de Robin, que interagia com ela com muito amor. Seu corpo era a barreira que impedia Olívia de cair e a menina vez ou outra levava as mãos ao rosto do homem deixando um leve carinho. 

Depois de um tempo, Robin colocou Olívia deitada em seu peito e, curiosa com a TV, a bebê sossegou. Foi exatamente essa cena que Regina viu assim que voltou à sala. Ela ficou alguns segundos observando os dois, os olhinhos de sua princesa estavam pesados de sono, e após a tarde difícil que tiveram, ela sabia que em poucos minutos a mesma já estaria entregue. 

A morena se aproximou devagar, sentando-se no tapete perto deles, chamando a atenção de Robin. O homem sorriu para ela, tirando as mãos das costinhas de Olívia e levando aos cabelos de Regina. 

"Faz tempo que estão quietinhos assim? Eu ouvi uns gritinhos." A morena falou baixinho, a mão acariciando com delicadeza a cabeça da filha. 

"Alguns minutinhos. Acho que a energia acabou." desviou o olhar para a bebê em seu colo. Olívia agora havia notado a presença da mãe e não demorou para que os bracinhos esticassem em direção ao colinho que ela amava. Regina pegou a filha no colo, beijando cada pedacinho de conseguiu, fazendo a boquinha se esticar em um sorrisinho gostoso. Depois de alguns minutinhos, a bebê já dormia tranquilamente. 

"Vou colocá-la no berço, assim podemos pôr o papo em dia." Robin assentiu, ajudando a mulher a se levantar. Eles seguiram juntos até o quartinho e Robin beijou delicadamente a testa da bebê, depois ficando a observar Regina ninar ela mais um pouco antes de colocá-la no berço. A campainha acabou por tocar e Robin foi atender, recebendo a pizza dos dois. 

Arrumando a caixa com o jantar em cima da mesa de centro e pegando duas taças para o suco de uva, Robin ficou esperando Regina voltar para a sala enquanto olhava um reality de culinária. Era uma mania que ele e Regina compartilhavam. 

Quando Regina demorou a voltar para a sala e Robin ouviu o choro de Olívia se propagar pelo apartamento, o homem não demorou para fazer o caminho até o quarto novamente. A cena que viu lhe arrancou um suspiro e ele se escorou no batente da porta, em silêncio. 

"O amor verdadeiro pode cair do céu, oh, você nunca sabe o que pode encontrar. Mas não é que ele me surpreendeu dessa vez? Oh, não é que ele me surpreendeu?" Regina cantava baixinho, enquanto sua bebê choramingava. "Lá vem ele, para trazer um pouquinho de amor, querida. Lá vem ele, para acabar com a dor que há por dentro." a garotinha parou de choramingar, agarrando uma mecha do cabelo da mãe. Robin sorriu ainda mais. Regina tocou a ponta do nariz de Olívia, limpando em seguida os rastros das lágrimas no rosto de sua bebê. "Lá vem ele, é tudo que me importa. Lá vem ele, é tudo que eu quero da vida…" Os olhos castanhos encaravam a mãe como se pedisse mais um pouco da música. Regina sorriu e continuou, alheia a presença de Robin. "Oh, de um pouquinho de amor, querida, para sentir que está se aproximando de mim." beijou a testa da bebê e percebeu que finalmente os olhos voltaram a pesar de sono. "Lá vem ele, é tudo o que me importa. Lá vem ele, está em todos os lugares que eu quero estar…

Robin ficou ali, parado, tão encantado que, por alguns segundos, o ar sumiu de seus pulmões. Amava tanto aquelas duas, quase não conseguia por em palavras. Queria poder se aproximar e tomá-las nos braços, mas era um momento tão bonito e tão delas, que, assim como fez seu caminho até ali, Robin voltou para a sala, sentando-se no sofá e esperando a amiga, perdido em pensamentos e sensações que não conseguia explicar. 

Enquanto observava Regina ninar Olívia, sentiu como se o seu lugar fosse ali, como se pertencesse a elas. Teve que balançar a cabeça para se situar e afirmar a si mesmo que estava ficando louco. 

"Pelas próximas horas eu vou poder pregar meus olhos…" Regina anunciou sua chegada e pegou um pedaço de pizza antes de sentar-se ao lado dele. Ela carregava em uma das mãos uma escova de cabelo. 

"Ela está ficando muito elétrica." Robin olhou para a mulher, que concordou, embora prestasse atenção na televisão. Robin observou ela vestida em uma calça de moletom e camiseta larga, os cabelos úmidos caindo pelos ombros, totalmente despenteados, o rosto limpo e sem qualquer maquiagem. O perfume dela invadia as narinas dele e, deuses, como era bom! 

"Demais! Quero ver a mamãe conseguir lidar com ela quando eu voltar da licença." riu, soltando um gemido de contentamento assim que mordeu o alimento. Robin desviou o olhar para o programa, não querendo reparar em Regina. "Quando você pensar em ter filhos, Robin, lembre-se que eles te deixam tão cansado que você não tem forças para pentear o cabelo." Robin riu, chamando a atenção dela. 

"Eu achei que tinha uma filha emprestada." ele brincou. 

"Ah, ela é metade sua mesmo, você sabe. A diferença é que ela ama o tio Robin e apenas apronta com a mamãe Regina." fez um bico adorável. Adorável demais para Robin, que apenas riu em resposta. Ficaram um tempo em silêncio, apenas terminando de comer o jantar e prestando atenção no programa.  

"Vem aqui, vou pentear seu cabelo." ele pegou a escova que estava ao lado dela, chamando-a para o meio de suas pernas. Regina pensou por um segundo. "Deixe eu penteá-los antes que sequem. Venha cá." 

Por fim, Regina sorriu agradecida e se colocou sentada com as pernas cruzadas na frente de Robin. Apesar de ter certeza que o amigo não lhe olhava de outra maneira não sendo amizade, Regina preferia sempre manter distância. Assim não dava espaço à imaginação para pensar o quão incrível seria estar em um relacionamento com ele. 

Robin começou a pentear os fios castanhos com cuidado, suspirando com o cheiro do shampoo que chegava até seu nariz. Ele balançou a cabeça, tentando se concentrar. Quando terminou de pentear, colocou a escova em cima do sofá e se escorou no mesmo, fazendo Regina também se escorar e usar seu ombro como travesseiro. 

“Obrigada.” beijou a bochecha dele. 

“Não há de que.” devolveu o beijo na testa dela e eles ficaram se encarando por longos segundos, castanho perdido no azul e vice-versa. Robin fora o primeiro que quebrou o contato, quando sentiu o celular tocar no bolso. Regina não precisou olhar para o visor para saber que era Marian quem ligava. 

 

*** 

 

O apartamento de Regina estava lotado. Uma parte de sua família materna e suas amigas do trabalho, assim como os pais de Robin, todos muito entrosados em conversas. Perto da janela havia uma mesa decorada com o tema de gatinhos, visto que Olívia era apaixonada por eles, e vários docinhos e um lindo bolo estavam sob ela. A menininha de Regina estava finalmente completando um ano, e enquanto a mulher corria de um lado para o outro atendendo as pessoas, Olívia se encontrava sendo paparicada pelos avós, agarrada a mão de Cora, enquanto Zelena estava agachada mais a frente chamando a sobrinha e estimulando seus primeiros passos. 

A bebê se encontrava faceira, um sorriso banguela a deslizar por seus lábios com toda a atenção que recebia. Regina não podia estar mais realizada, seu coração batendo forte no peito de tanto amor por sua pequena Via.

A gravidez a havia pego desprevenida, mas ela não poderia ser mais grata. Olívia era sua vida, a razão do seu viver. O coração da mulher se acalmava ao acordar e ver a filha, e ao velar seu sono antes de dormir. Olívia a completava de uma forma que ela jamais pensou ser possível, e Regina sabia que, juntas, as duas eram a família mais bonita que ela já imaginou ter. 

Tirando a atenção da filha que ria feito boba para a tia, Regina viu a porta abrir e Robin passar por ela acompanhado por Marian. A morena sorriu para ele assim que os olhos se encontraram, ficando feliz apenas por tê-lo ali, mesmo com a presença de Marian. 

Após todos aqueles meses, Regina já havia guardado seus sentimentos amorosos a sete chaves no coração, porque não podia se permitir sentir assim por Robin. O homem estava em um relacionamento, era seu melhor amigo, e por incrível que pareça, o pai que sua filha reconheceu. E Regina não podia arriscar estragar as coisas e afastar Olívia de Robin. 

"Papa! Papa!" Gritinhos nada tímidos fizeram todos rirem e, antes que o Robin se aproximasse de Regina, entretanto, sua filha já se jogara no chão e engatinhara até o homem que amava como um pai. 

"Olívia, meu amor!" Robin a pegou no colo e jogou pra cima, fazendo a bebê gargalhar ainda mais, com a mão na boca. O homem encheu ela de beijos, e Regina tinha certeza que deveria parecer uma boba os olhando. "Feliz aniversário, filhota! Eu amo muito você, bebê" beijou a bochecha da menina, enquanto a mesma acariciava sua barba. Olívia amava tudo em Robin, assim como a mãe dela. 

Fora algo automático, a forma como Olívia passou a ter Robin como sua figura paterna. Em um dia eles assistiam televisão casualmente, enquanto a bebê tirava um cochilo no quarto. Ela acabou acordando um tempo depois e chorara em plenos pulmões, chamando pela "mama" que era seu maior refúgio. Tanto Robin, quanto Regina ficaram surpresos quando, após se acalmar, Olívia soltara a palavra "papa" enquanto olhava para Robin. E desde então era isso que ele era para ela, um pai. Na verdade, Robin sempre fora isso, e ele amava. Amava ser o pai de Olívia, amava sua menininha, tão parecida com Regina, uma pequena parte dela que era dele também. 

"Minha menina ficando mais velha, eu quase não posso com isso." Ele brincou, balançando ela em seu colo e lhe arrancando mais uma gargalhada. A menina se remexeu em seu colo, apontando para a mãe, e Regina seguiu até eles, balançando a cabeça em forma de cumprimento para Marian, que forçou um sorriso. 

"O tempo voa, não é, Via?" Regina beijou a mãozinha da filha, encontrando os azuis de Robin. "Não consigo acreditar." 

"Nem eu! Daqui a pouco vou ter que começar a espantar os pretendentes." ele reclamou, ouvindo várias risadas e uma revirada de olhos de Regina. 

"Pode contar com a minha ajuda, Robin." Henry falou, piscando. O loiro seguiu até ele, ainda com Olívia no colo, o cumprimentando e depois fazendo o mesmo com a mãe de Regina, Zelena e seus pais. 

"Ei, a menina acabou de fazer um ano, pelo amor de Deus!" Zelena exclamou, horrorizada. "É óbvio que eu vou ser uma tia muito boa e levar ela nas festinhas, pode contar comigo, Via." a bebê a olhou séria, a cabecinha tombada. Robin riu e a encheu de beijos. 

"Você está completamente louca, Zelena!" 

"Nunca estive tão sã." Mostrou a língua pra ele, e Olívia no colo do pai fez a mesma coisa, fazendo Regina fazer uma careta e fuzilar a irmã. 

"Pelo amor de Deus, vamos cantar os parabéns antes que a minha filha aprenda a falar palavrões." Espantada, sorriu para Olívia e a chamou para seu colo. 

Enquanto cantavam parabéns e Zelena filmava o momento, Robin e Regina se encontravam atrás da mesa, sustentando uma bebê faceira e que batia as mãos gorduchas uma na outra enquanto se sentia muito amada. Ao final, tanto Robin, quanto Regina, depositaram um beijo na bochecha de Olívia, e a ruiva pode capturar o momento exato em que um gritinho de felicidade escapou pela boca da sobrinha. 

Na gravação, era nítido o quão bem aqueles três ficavam juntos, e Zelena não pode deixar de pensar em como as coisas estavam erradas ao observar o olhar de ciúmes de Marian, sabendo que o lugar de Robin era exatamente onde estava: junto de Regina e Olívia. 


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Notas finais do capítulo

Esses dois ainda tem um longo caminho a trilhar, galera.
Desculpem as passagens no tempo, são necessárias para a história, e se preparem, porque no próximo capítulo vem uma grande.
A música que a Regina canta para a Olívia é Milk And Toast And Honey, do Roxette.
Me deixem saber o que acharam.
Beijos e até o próximo.



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