Ao Seu Lado escrita por Nonni


Capítulo 3
Capítulo Três


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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A bela casa de dois andares na cor branca com janelas azul marinho estava do jeito que Regina lembrava. Embora ela ainda fosse muito próxima de Robin, fazia alguns belos meses que não visitava seus pais. George e Clare eram os senhores mais simpáticos que ela conhecia, e nutria um imenso carinho por eles. Da mesma forma que seus pais e Zelena também faziam.

George, pai de Robin, e Henry, pai de Regina, adoravam jogar golf juntos, e depois que se conheceram através de seus filhos, fora natural que virassem parceiros de jogo. Já Clare e Cora adoravam visitar uma a outra sempre que podiam, para poder conversar e reclamar dos maridos, que as abandonavam por uma tarde no clube. 

As duas famílias costumavam se reunir para jantares e comemorações, embora isso tenha sido feito com menos frequência nos últimos meses. Henry e George ainda frequentavam o clube, Cora e Clare ainda saiam juntas, mas os jantares em família não aconteciam mais tanto como antes.

Regina não conseguiu segurar o sorriso ao ver Clare vindo em direção a ela e seus pais, com um sorriso enorme no rosto. A senhora de cabelos brancos abraçou carinhosamente sua mãe e depois Henry, e logo os dois eram cumprimentados por George. Com os olhos cheios de carinho, Clare se aproximou de Regina, que tinha uma torta de maçã em mãos. 

"Meu Deus, querida! O quão linda e brilhante você está!" exclamou, aguardando enquanto Regina depositava a torta nas mãos de Zelena, abrindo os braços para o abraço da mãe de seu melhor amigo. Clare a apertou gentilmente, sussurrando em seu ouvido: "Robin disse que você estava maravilhosa, mas eu não achei que fosse tanto! Olha só esse bebê…" se afastou, acariciando a grande barriga de Regina. 

"Obrigada, Clare. São seus olhos, eu só estou mais gorda e cansada." riu, pegando na mão da mais velha, que se inclinou para dar um beijo na bochecha de Zelena. 

"Regina adora se fazer de difícil para ganhar elogios, Clare. Sempre funciona com seu filho!" Zelena falou, arrancando um sorriso da mulher. Regina riu sem graça. 

"Meu filho é completamente vendido pela sua irmã, Zelena. Mas, venham, vamos até o jardim, é lá que a verdadeira festa está acontecendo." riu divertida, enganchando nos braços da irmãs Mills e as levando para o jardim dos fundos, que estava decorado para a ocasião. 

Completando 30 anos de casamento, os pais de Robin resolveram fazer um almoço para os parentes e amigos mais próximos, e claro que a família Mills não iria faltar na lista de convidados. 

George não demorou para cumprimentar as duas irmãs Mills, pedindo que elas ficassem à vontade e curtissem o almoço. 

Os olhos castanhos de Regina não demoraram a notar o melhor amigo e a namorada conversando alegremente com um grupo de pessoas, e por um momento Regina sentiu-se fora do lugar, como se estivesse completamente errado ser Marian ao lado de Robin, e não ela. A morena respirou fundo, balançando a cabeça levemente para afastar os pensamentos. Zelena havia entrado junto com Clare e Cora na cozinha da casa para deixar a torta, e a morena se encontrava sozinha, esperando por elas. 

Enquanto observava Robin, lembrou-se da tarde incrível que passaram após a consulta a qual ele lhe acompanhou, ainda naquela semana que havia passado. O loiro tirou todas as suas dúvidas com a obstetra de Regina, visando sempre o bem estar da amiga e seu bebê, e, se fechasse os olhos, a morena conseguia visualizar a forma como os azuis brilharam ao escutar o coração de sua pequena. 

Como se houvesse um ímã entre os olhares, os azuis que ela tanto gostava pousaram nos castanhos, e Regina sentiu o coração palpitar quando aquele sorriso de covinhas deu as caras em sua direção. Ela levou as mãos à barriga de forma involuntária, deixando um leve carinho, enquanto sorria de volta para Robin, levantando delicadamente a mão e abanando. 

O loiro sorriu ainda mais, acenando de volta, chamando a atenção da namorada ao seu lado, que mirou a direção que atraía a atenção do homem. O sorriso que Marian tinha  nos lábios murchou assim que viu Regina, e a Mills percebeu. Robin conversou por mais alguns segundos com as pessoas, que Regina reconheceu como tios do rapaz, e pedindo licença, seguiu até ela, não sem antes sentir Marian lhe enlaçar a mão, fazendo o caminho junto com o loiro. 

"Olha só quem chegou… As meninas Mills!" sorriu, puxando Regina para um abraço rápido. A morena sorriu quando ao se separarem o loiro depositou as mãos em seu ventre. "Como estão hoje?" 

"Estamos bem. Esse calor me mata, mas vamos sobreviver…" piscou, colocando a mão por cima da dele. Marian se remexeu incomodada, e Regina olhou-a. "Bom dia, Marian." forçou um sorriso. 

"Bom dia, Regina. Não sabia que você vinha…" a mulher falou, também forçando um sorriso. Enlaçou o braço no de Robin, deitando a cabeça em seu ombro. Apesar dela saber que Regina e Robin eram velhos amigos, Marian não era boba. E conhecia o namorado. Sabia que tinha razão ao sentir o ciúmes que sentia em relação a Robin e Regina. Não era possível que o homem estivesse praticamente tomando o papel de pai da criança que Regina carregava sendo apenas um velho amigo. Por Deus! Robin estava passando mais tempo com Regina do que com ela. E Marian era a namorada! Seria boba se não percebesse o que estava acontecendo, embora tivesse certeza de que os dois não percebiam. 

"Clare e George foram gentis por me convidar." respondeu, tirando a mão de cima da de Robin, vendo que o loiro ficou desconfortável com o que a namorada falou. "Fazia tempo que não nos reunimos, não é? Clare está radiante hoje." sorriu, observando quando a mãe de Robin desceu os degraus da varanda dos fundos juntamente a Zelena e Cora. Robin sorriu, seguindo com os olhos azuis a direção que Regina olhava, ainda com as mãos em seu ventre. Marian acompanhou o olhar dos dois.

"O que sua mãe e Zelena fazem aqui?" a namorada de Robin não escondeu a indelicadeza ao perguntar. Não acreditava que os pais de Regina haviam sido convidados para a festa e os seus não. Por Deus! Ela e Robin eram quase noivos! 

"Marian…" Robin repreendeu, trocando um olhar com Regina e vendo o quanto ela estava desconfortável. Ele se amaldiçoou pela reação da namorada. "Os Mills são amigos dos meus pais, amigos de longa data." explicou, virando-se para ela e fazendo um carinho delicado em sua cintura. Não entendia por que Marian não poderia ser mais amena com Regina, o ciúmes que sentia da melhor amiga não se explicava. Era com Marian que ele namorava. 

Regina sentiu que tinha sobrado, e com delicadeza pediu licença, seguindo até a mãe e a irmã. Sentiu os olhos de Robin nas suas costas, e respirou fundo, pois não queria colocá-lo em maus lençóis. 

Odiava sentir que interferia na relação de Robin, porque queria vê-lo feliz. E se a felicidade dele fosse Marian, estava tudo bem. Mesmo que seu coração pulasse a cada vez que o amigo lhe tocava. 

A bebê, parecendo sentir que sua mãe estava tensa demais, remexeu-se na barriga, fazendo Regina sorrir e levar as mãos ao ventre. Zelena percebeu o ato e veio correndo até a irmã, ansiosa para acompanhar a sobrinha espoleta. 

 

***

 

Regina adentrou o corredor que levava ao banheiro da casa dos Locksley sorrindo… Havia quase esquecido do quanto o seu pai e George conseguiam ser bobos. Depois de um copo de suco de laranja, sua bexiga estava estourando, mas ela já estava acostumada a ter que correr sempre para o banheiro, diversas vezes em um curto espaço de tempo. Fazia parte de carregar um bebê, afinal. 

Depois de aliviar-se, Regina lavou as mãos e passou uma água no rosto. Suas bochechas estavam levemente coradas pelo calor que fazia naquele dia, e ela quase desejou que os pais de Robin não tivessem coberto a piscina que tinham no quintal da casa para aquele almoço. Seria perfeito poder se refrescar em uma água geladinha, talvez até mesmo acalmasse a filha, que estava mais espoleta do que nunca em sua barriga. 

Quando saiu do banheiro, Regina seguiu devagar pelo corredor, e quando passou pela cozinha, viu que Marian e Robin estavam escorados na ilha, Marian entre Robin e o móvel, enquanto o loiro enchia o rosto dela de beijos. Regina sentiu o coração apertar, embora tenha tentado reprimir de todas as formas o ciúmes que a tomou. 

Regina, ele é seu melhor amigo! Sempre foi! Para que isso agora? 

“Não adianta, nem todos os beijos do mundo!” ouviu Marian resmungar, mas, graças aos céus, a namorada de Robin estava de costas para ela. Regina deu mais uma olhada neles antes de escorar-se contra a parede do corredor, podendo somente ouvi-los agora. “Você sabe o quanto eu sinto ciúmes dela, Robin!” 

“E você sabe, porque eu já lhe disse dezenas de vezes, não há motivos para ciúmes. Regina é, e sempre vai ser, minha melhor amiga.” a voz de Robin se fez presente, e aquela parte de Regina que estava completamente encantada com ele fez com que seu coração ardesse. E o pior de tudo, é que Regina tinha que concordar com a fala do loiro: eram apenas melhores amigos.

“E por que os pais da sua melhor amiga estão no almoço de aniversário dos seus pais e os meus não? Estou chateada.” 

“Querida, os pais de Regina são amigos dos meus pais. É normal que eles sejam convidados… Olha, sinto muito. Prometo que convidamos seus pais para a próxima festa.” Robin falou, e o silêncio que se seguiu fez Regina concluir que o casal trocava mais um beijo. Ela quase decidiu que era melhor sair dali. 

Quase. 

“Eu só queria entender mais uma coisa…” Marian pediu. 

“Tudo que a minha namorada quiser.” Regina ouviu Robin falar. 

“Por que você age como se fosse o pai daquele bebê, Robin?” 

Silêncio. Um minuto inteiro. 

“E-eu não…” Regina ouviu a voz de Robin falhar em nervosismo. Ela mesma percebeu que estava nervosa. “Regina é minha amiga, Marian. É uma das pessoas mais importantes para mim. Sei que você não gosta de ouvir isso, mas não mentimos um pro outro, não é?” houve uma pausa. “Eu quero estar lá por elas nesse momento, não como o pai do bebê, mas como o amigo que eu sempre fui. Se você se permitisse conhecer Regina, perceberia o quanto ela é uma boa pessoa.” Regina secou a lágrima que escorreu de seu rosto, e com a outra mão fazia um carinho em sua barriga. “Não me peça para não viver esse momento da vida dela, junto com ela. Eu amo você, é com você que eu estou, deixe essa insegurança de lado. Eu respeito você, eu quero estar com você.”

“Não é exatamente a resposta que eu esperava, mas sinto que foi o suficiente.” Robin riu. “Acho que agora podemos esquecer todo o meu interrogatório e aproveitar que estamos sozinhos, huh?” 

“Eu acho uma ideia perfeita.” Robin falou, e Regina soube que era hora de sair dali. 

 

***

 

Escorado no batente da porta, Robin observava Regina deitada na cama de solteiro que havia colocado no quarto da filha enquanto cantava uma canção. O loiro havia chegado a pouco, e por mensagem de texto Regina havia o informado que a porta do apartamento estava aberta. Seus olhos não conseguiam desgrudar da figura da morena, concentrada e se doando tanto para a música. Quis rir com a escolha, Regina iria passar o bom gosto para a filha, com certeza. 

O que vai dizer para o seu irmão? Oh, oh oh.” Regina cantarolou, alheia a chegada do amigo. “O que vai dizer ao seu pai? Eu não sei” fez um biquinho, alisando a barriga grande de 7 meses “O que vai dizer a sua mãe? Deixe-me em paz… Mas, filha, não pode dizer isso de verdade, é só a música, ouviu?” Robin teve que morder a bochecha pra não gargalhar. “Vou me vestir para o sucesso, vou ficar em forma para o grande momento, meu bem. Vou ficar pronta para o seu amor, para o seu amor, sim, sim, sim!” 

“Eu tenho que admitir que ela vai ter o melhor gosto musical possível.” Regina levantou os olhos, sorrindo para o amigo, que se aproximou, estendendo a mão pra ela. A morena levantou a sobrancelha. “Vamos colocar ela pra remexer um pouco, relembrar os tempos bons de colegial. Vem!” sorriu quando a morena enlaçou a mão na dele. 

Regina levantou-se devagar, se aproximando dele e colocando uma mão em seus ombros, enquanto a outra continuava na dele. Sorriu quando Robin piscou para ela, os olhos brilhando em divertimento.

Você fez a sua mala, assumiu o controle.” Robin começou a cantar baixinho, dançando com ela levemente, apenas um balançar de corpos, totalmente fora do ritmo. Regina fechou os olhos ao ouvir a voz melodiosa do amigo e sorriu com a escolha da música. “Está entrando no meu coração e na minha alma. Saia do meu caminho, saia da minha frente, não vou andar no gelo fino para superar esta noite.” girou ela sobre o próprio eixo, fazendo com que as costas de Regina encostassem no seu peito, as mãos enlaçadas fortemente descansando sobre a barriga da mulher. A bebê ali dentro chutou forte, fazendo os dois sorrirem. “Agora você.” 

Hey, hey hey… Qual é o seu trabalho? Qual é o seu jogo?” começou tímida. “Conheço os seus negócios, mas não sei o seu nome.” sorriu ao cantarolar, lembrando-se das festas em que dançavam essa música quando mais jovens. Eles eram mesmo inseparáveis. 

Segure-se firme, você sabe que ela é um pouco perigosa.” ele a virou de frente, encarando intensamente os olhos castanhos. Regina inspirou, perdendo-se nos olhos azuis. A mão de Robin deixou a dela para a segurar pela cintura, enquanto continuavam a balançar. “Ela tem tudo para conseguir o que quer. Os olhos quentes de uma amante, você  sabe que ela é um pouco perigosa.” 

“Eu acho que a minha menina está bem apresentada a uma de nossas bandas favoritas.” Regina brincou, quando pararam de dançar. Robin ainda a olhava intensamente, rindo com a fala dela. 

“Ela já vai sair daí com um ótimo gosto musical. Graças a mamãe e ao titio Robin.” beijou a testa de Regina, se afastando e caminhando até a porta. “Eu trouxe a nossa pizza, está com fome?” 

“Eu sempre estou com fome, Robin.” 

 

***

 

A bolsa rosa, contendo todas as coisas que a bebê e Regina iriam precisar, pendia no ombro de Robin. O homem adentrou o hospital sentindo suas mãos suarem, e rapidamente se dirigiu à recepção. Uma moça loira lhe dirigiu um sorriso quando ele se aproximou. 

"Eu vim ver Regina Mills, ela chegou há alguns minutos. Ela pediu para que eu a acompanhasse, você pode me dizer em que quarto ela está?" apertou a bolsa junto ao corpo, com medo de que não o deixassem entrar. 

"Você deve ser o pai." A moça falou simpática, pegando o telefone para confirmar a situação de Regina. "Ela está na ala da maternidade, no segundo andar, quarto 23." Robin agradeceu, sem forças para dizer que na verdade não era o pai da bebê. A passos largos, fez o caminho até o quarto que a recepcionista indicou, respirando fundo antes de entrar. Regina se encontrava em pé, apoiando-se em Mary, enquanto andava pelo quarto. 

Apenas por vê-la, o coração de Robin aliviou, e quando ele largou a bolsa no sofá que havia ali, Regina se virou, os olhos se encontrando.

"Robin…" ela sorriu emocionada, se aproximando dele, ainda agarrada a Mary. O loiro sorriu, levando as mãos até sua cintura, acariciando a barriga da morena no processo. "Minha garotinha está vindo." riram juntos e Robin se inclinou, deixando um beijo na testa dela. 

"Ela está, querida. Como vocês estão? Não seria melhor você ficar deitada?" Mary e Regina riram da pergunta dele. A morena levou a mão até a barba por fazer, acariciando levemente. 

"A doutora pediu para que eu caminhasse. Tenho que ter mais um pouco de dilatação… E as contrações ainda estão um pouco espaçadas." tombou a cabeça pro lado, sendo a vez de Robin lhe acariciar a bochecha. "É um pouco cansativo, mas acho que o pior ainda não chegou." mordeu o lábio inferior, fazendo logo depois uma careta. 

"Seus pais vão vir?" perguntou, enquanto enlaçava o braço dela e começava a caminhar com ela pelo quarto, tomando o lugar de Mary. A amiga de Regina sorriu, dizendo que iria ao banheiro e ver se encontrava a médica para dar mais uma olhada em Regina, que sorriu, pois sabia que a amiga só queria a deixar sozinha com Robin. 

"Eles vão, mas estão em Boston com a Zelena. Ela tinha uma conferência lá, e eles aproveitaram para ir junto. Não era para essa pestinha chegar hoje…" deu um sorriso nervoso. 

"As coisas vão ser do jeito que ela quer, já deu para ver." ouviu uma risada dela, que logo foi substituída por um gemido de dor. A morena segurou fortemente nos braços de Robin, trincando os dentes quando a contração a atingiu. O homem ficou em alerta, assustado, mas sustentou ela e disse palavras de carinho, pedindo para que respirasse fundo, conforme orientação da médica, até que a contração passasse. 

"Estou com medo de não conseguir." Regina sussurrou depois de alguns minutos que ficaram vagando pelo quarto, buscando os olhos azuis. Robin sentiu o nervosismo dela, mas sabia que, se tinha alguém que conseguiria fazer aquilo, seria ela. 

"Você vai conseguir, Regina. É a mulher mais forte que eu conheço." levou a mão dela até os lábios, deixando um beijo carinhoso, tentando passar toda sua confiança pra ela. "Você quer que eu peça aos médicos para Zelena ou sua mãe entrar assim que chegar?" perguntou, ajudando a mulher a subir na cama e sentar-se. Ela parecia tão cansada. 

"Eu quero que você fique comigo. Você fica?" pediu, olhando os olhos azuis com uma intensidade sem igual. Robin sentiu-se emocionado. Ela queria que ele estivesse ao seu lado na hora do parto? 

"Regina… Você tem certeza?" ela assentiu, mas, antes que pudesse pôr em palavras o desejo, mais uma contração a atingiu. Novamente Robin estava segurando sua mão, deixando que ela a apertasse o quanto quisesse.  

"Deuses… Por que eu não optei por fazer cesária?" Ela resmungou baixinho, choramingando. Robin beijou-lhe a têmpora, sussurrando em seu ouvido o quando ela era forte. "Eu quero você do meu lado, Robin, você é meu melhor amigo, esteve comigo em todos os momentos desses nove meses… Minha gatinha já é dada ao tio Robin. Você fica?" pediu novamente, a cabeça descansada no travesseiro, os castanhos encarando os azuis com expectativa. 

"É claro que eu fico. Vai ser o momento mais lindo das nossas vidas. Obrigada, meu anjo, por me permitir viver isso com você." beijou-lhe o rosto, fazendo Regina fechar os olhos ao sentir o toque do amigo. 

"Eu amo você, Robin. E quero que me prometa uma coisa…" chamou a atenção dele, juntando as mãos. "Se eu não conseguir…" 

"Regina, não diz isso." os azuis a advertiram, enquanto ele beijava mais uma vez os nós dos dedos da mulher. 

"Se eu não conseguir, você vai cuidar dela, não é? Você e Zelena vão tomar conta dela, não vão?" algumas lágrimas caíram de seu rosto, Robin secou todas com beijos delicados. Não acreditava que Regina estava pedindo aquilo. 

"Você teve uma gravidez calma, Regina. Você e a bebê são saudáveis. Você sabe que vai conseguir." falou confiante e Regina negou com a cabeça, sorrindo pra ele. 

"Eu sei. Sei que vai dar tudo certo. Mas preciso que você prometa para mim. Por favor." remexeu-se na cama, olhando para Robin com aqueles olhos castanhos que ele tanto amava. O loiro assentiu com a cabeça, levando novamente a mão dela aos lábios. 

"Eu sou o tio Robin, não sou? Essa criança vai ser minha protegida, sempre. Eu prometo. Eu amo vocês duas." garantiu a ela, vendo o alívio nos olhos castanhos. "Agora, vamos caminhar mais um pouquinho? Eu seguro você quando vier uma contração." sugeriu, e agarrada aos braços fortes, Regina passou os minutos seguintes caminhando pelo quarto. 

Contou a ele como tinha começado a sentir as contrações desde cedo, mas como estavam bastante espaçadas, e sua bolsa não havia estourado ainda, a doutora sugeriu que ela continuasse seu dia normalmente. Robin se surpreendeu, não conseguindo entender como Regina conseguiu trabalhar até a metade da tarde com todas aquelas dores. 

Quatro horas depois, quando o choro de sua bebê invadiu o quarto, Robin e Regina se olharam emocionados. A morena descansou a cabeça no ombro de Robin, exausta. O loiro encheu o rosto dela de beijos, as mãos ainda unidas fortemente. 

"Você conseguiu, meu amor. Parabéns!" Ele sussurrou, e os dois seguiram com o olhar enquanto os médicos davam a primeira assistência a menininha, que chorava em plenos pulmões. Quando a doutora se aproximou com o pacotinho rosa nos braços, Regina chorou baixinho, os braços se esticando para receber a filha. 

"Oi meu bebê. Minha vida... Oi filha!" sussurrou, as lágrimas caindo livremente por seu rosto. A bebê parou de chorar por alguns instantes ao ouvir a voz da mãe, as mãozinhas se movimentando freneticamente até acharem os dedos de Regina, agarrando-os. A morena riu alto, sentindo-se realizada. Realizada, como nunca esteve em toda a sua vida. "Bem vinda ao mundo, Olívia. Eu prometo que vou ser a melhor versão de mim para você." se inclinou, beijando a testinha da bebê. "Minha Olívia." 

"É o nome perfeito, Regina." Sentiu os lábios de Robin em sua têmpora. A morena tirou os olhos da filha para encarar os azuis, e seu coração aqueceu ainda mais com todo o amor que viu neles. "Olá, Olívia, olá!" Robin acariciou de leve a bochecha da menina, e uma das mãozinhas dela agarrou o dedo do homem. 

Regina ficou admirando Olívia segurar os dedos deles por segundos incontáveis e quando percebeu que tinha conseguido fazer aquilo, que tinha trazido a filha ao mundo, tombou a cabeça no ombro de Robin, sentindo-se completamente feliz. 

Quem visse aquela cena não teria dúvidas de que os três formavam uma família. Podia não ser uma família tradicional, mas eram uma família. 

E Robin jamais deixaria sua família desamparada. Sentindo os suspiros cansados de Regina mas também o sorriso que ela tinha nos lábios, o loiro prometeu a si mesmo: faria de tudo para que Olívia e Regina sempre fossem felizes. 


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Notas finais do capítulo

Seja bem vinda ao mundo, Olívia!
Eu simplesmente não consigo gostar de nenhum outro nome, gente. Se tratando de OutlawQueen, Olívia será sempre a minha primeira opção.
Nervosa para saber o que vão achar desse capítulo. Tenham paciência com o Robin, ele ainda vai demorar um tempinho para perceber seus sentimentos.
As duas músicas citadas no capítulo são Dressed for Success e Dangerous, do Roxette.
Desculpem por qualquer erro de português.
Beijos e até o próximo capítulo!



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