Kiss me, Weasley escrita por Anna Carolina00


Capítulo 6
Uma pitada de adrenalina


Notas iniciais do capítulo

Capítulo especial para Caterina que fez um lindo comentário na fanfic!
Espero que se divirta com o capítulo! Está repleto de emoções e sa sensação gostosa de se arriscar...



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Como eu poderia ter uma visão do paraíso tão perto? Ao alcance de minhas mãos. Gina deitava sobre meu corpo, nossos seios se aconchegavam no mesmo espaço e eu sentia sua respiração se acalmando de nosso frenesi. Seu rosto expressava manha e um sorriso irresistível. 

—Bom dia…

—Bom dia…

—Adoro seu sorriso pela manhã.

Comentei enquanto acariciava seu rosto corado. 

—Eu adoro seu sorriso depois que… Você  sabe… -Senti sua mão deslizando por meu corpo até logo abaixo da cintura -...Meus dedos… Entram… Bem devagar…

Gina me torturava apenas tocando levemente a superfície da região erógena, para me atiçar e me fazer pedir por mais. Mas eu não cairia nesse truque ou então…

—Gina… Vamos nos atrasar… pro trem! 

—O que você  disse?

A ruiva tornava um pouco mais difícil elaborar frases enquanto me provocava.

—Gina… Trem… Expresso Hogwarts...Nós temos que…

Quem eu estava querendo enganar? Mais uma vez naquela manhã, Gina me convenceu que pontualidade não devia ser minha prioridade, foram mais alguns minutos para apreciar a companhia uma da outra. Era curioso que, mesmo tendo pedido a beliche de cima, minha companheira de quarto sequer chegou a repousar nesta cama desde que começamos nosso último ano em Hogwarts. 

No fim, acabamos conseguimos chegar a tempo na Estação de Hogsmeade e logo voltamos para Londres. Gina passou a viagem falando com Luna e pude aproveitar o tempo para refletir sobre o que faria ao chegar em casa.

Na estação King Cross, Harry nos esperava e eu mantive a melhor expressão neutra que pude. Parte de mim esperava que Gina o chamasse para ter uma conversa e resolvesse o que me causava ansiedade de uma vez, mas não foi o que aconteceu. Informei que não os acompanharia até a Toca, pois precisava fazer compras no Beco Diagonal.

Assim, aparatei próximo ao Florean Fortescue e comprei um sorvete, antes de qualquer coisa, eu precisava de algo para esfriar minha cabeça de tantos pensamentos e poder relaxar.

 

Casa? É claro que sempre serei bem vinda na Toca, mas agora que a guerra encerrou, eu poderia tentar reencontrar meu pais. Essa possibilidade me animava e me assustava. E se não conseguir recuperar suas memórias? E se não  encontrá-los?E se não quiserem voltar?E se ficarem magoados comigo…? Eu os enfeiticei contra a vontade deles!

—Que loucura se passa com alguém para tomar sorvete em pleno dezembro?! Esfriando a cabeça, Mione?

À minha frente, um ruivo usando um casaco de lã com a letra "C" estampada carregava uma sacola cheia do que pareciam ser amendoins. 

—Algo doce para diminuir pensamentos amargos…

Charlie riu e pediu um sorvete, juntando-se a minha 'loucura'.

—Seguiu meu conselho? Vai deixar Gina decidir o que fazer da vida? 

—Estou tentando… Na verdade, minha ideia é nem pensar nisso até que se resolva magicamente sozinho!

—Não pensar? Deve ser um grande desafio para Hermione Granger… Mas eu estou à disposição para contribuir nessa árdua tarefa. Então? O que faremos no Beco Diagonal que não envolve pensar em seu rolo com minha irmãzinha? 

—Presente de natal. Eu… Queria comprar algo especial que valesse para toda a família Weasley, mas não tenho ideia do que poderia ser.

A verdade é que não sabia como presentear alguns membros em particular da família  Weasley.

—Bem, para uma nascido-trouxa, você está pensando demais como bruxa. Quer algo especial? Compre fora do Beco diagonal, tenho certeza que, mesmo com papai sempre nos mostrando objetos trouxas, você deve conhecer algo incrível para os Weasley que nunca vimos antes!

Isso me lembrou meus pais, sempre íamos às lojinhas  nos arredores de Londres para comprar cartões de natal. Eram pessoas simples ganhando a vida, então podíamos ajudá-los com as vendas e ainda ganhar um objeto especialmente feito para nós! Gostaria de poder mandar um cartão de natal para eles…

—Acho que conheço um lugar… Você vem comigo? 

—Será um prazer, milady!

Pagamos pelo sorvete e ofereci o braço para Charlie me acompanhar na aparatação.

Chegamos ao Camden Market, um lugar cheio de lojas com formatos curiosos e coloridos, como se fossem caixas empilhadas e que estranhamente me lembrava o Beco Diagonal. Parecia uma quermesse, cheio de quiosques e decorações de natal por todo lado! Haviam árvores, luzes e neve no alto das lojinhas.

—Por Merlin, não importa o quanto eu descubra sobre trouxas, há sempre mais uma surpresa para me maravilhar! O que é aquilo?

—Um carrinho de churros.

—Um carro?! 

O bruxo pareceu ainda mais empolgado com a ideia de um automóvel onde se pode cozinhar comida no meio da rua. E quis comer da "iguaria", era um Weasley afinal de contas.

Eu olhava para as lojas e me perguntava há quanto tempo eu não vinha aqui no natal. Os últimos anos foram tão sufocantes que o que eu mais desejava nessa época era descansar e passar o tempo com os… Weasley. Meus pais passaram a viajar para outros países cada vez mais.

Mais a frente, estava uma loja pequena, não tão chamativa quanto às demais, mas lembro de uma senhorinha  que fazia cartões de natais e outras lembrancinhas com frases como "Eu amo Londres" ou uma cabine telefônica vermelha.  

Charlie parecia se divertir com as "lembrancinhas trouxas" enquanto eu procurava algo que pudesse representar toda a família  Weasley.

—Talvez o casal tenha interesse em um cartão seja a cara de vocês!

Uma senhora já idosa estendeu um cartão que tinha exatamente a aparência minha e de Charlie, um desenho feito rapidamente de nós dois sorrindo um para o outro.

—Tia Prudence! A senhora não deve lembrar de mim, mas sou filha dos Wilkens, vínhamos muito aqui há  alguns anos…

—Céus, Hermione! Está tão grande, menina. Onde estão seus pais? 

—Eles estão… Bem. Estão em casa.

—Veio comprar cartões para eles? Posso fazer um especial de vocês três, lembro como se fosse ontem quando vinham trazer uma pequena curiosa de 6 anos que não parava de me perguntar sobre os desenhos.

Sorri, era bom rever uma pessoa querida da minha infância.

—Eu aceito… Na verdade, também tenho outra tarefa para você. Fazer um cartão de natal com esta foto.

Peguei em minha bolsa um recorte do Profeta diário  onde havia uma foto de todos nós depois da batalha de Hogwarts. Eu consegui desencantar o papel discretamente para que a foto não se movesse.

—Oh! Presente para a sogra? O ruivo ali é um rapaz de sorte por estar com uma moça boa como você.

Eu pensei em negar, mas seria uma longa conversa e difícil demais de explicar, como tudo em minha vida. Ao invés disso, esperei alguns minutos, enquanto olhava com Charlie algumas miniaturas de dragões e castelos em outra loja. O jovem analisava criticamente a forma com que os trouxas colocaram as asas desacopladas dos braços confundindo dragões com wyverns.

—Pelo menos uma está correta! Veja, quase um chifre-longo-romeno, até a cor é parecida. Podia jurar que essa loja pertencesse a um bruxo… Se não fosse as outras miniaturas ridiculamente  fajutas .

Ri da indignação do ruivo. Ele realmente levava a ideia de dragões muito a sério. Sua convicção era… fofa. Parecia outra pessoa. Pedi que fosse na loja da tia Prudence pegar minha encomenda (passei o dinheiro trouxa necessário) e assim que ele saiu, comprei o dragão para lhe dar de presente. Eu sei que havia decidido dar um mesmo presente para todos os Weasley, mas esse dragão ficaria como agradecimento pela ajuda que Charlie tem me dado. 

Voltei à loja e me despedi de Prudence. Andamos para um local mais afastado para poder aparatar. Assim que chegamos lá, Charlie me encarou com seriedade me mostrando o segundo cartão. 

—São seus pais?

—Isso é… Sim. São eles. Mas eu não tenho como entregar. Desde que os convenci a se mudar para a Austrália, eu perdi completamente o contato com eles, não sei como encontrá-los, nem  se é uma boa ideia…

—Como assim? São  seus pais, Hermione! Em que realidade paralela seria uma ideia ruim rever os pais de tudo que passou!?

Respirei fundo e olhei para Charlie, ele estava próximo, como se fosse me segurar se eu caísse,  me proteger se eu desmoronasse e era assim que eu me sentia, prestes a desmoronar. Contei a ele como foi enviar meus pais para longe, sobre o medo e a vontade de reencontrá-los. Como me sentia culpada por estar trocando esse sentimento familiar pelos Weasley e como era difícil, especialmente no natal, não ter notícia deles.

Charlie me ajudou a me acalmar, ouviu tudo, me deu conselhos como um bom irmão mais velho e me explicou que assim como o coração de um dragão, no coração humano tem espaço para várias famílias e não há nada de errado em ficar com os Weasley e ainda querer ver os pais.

Sem julgamento, sem pressão, era bom conversar com Charlie Weasley.

Já estava entardecendo e precisávamos chegar a tempo da ceia de natal.

Aparatamos na entrada da Toca e logo Charlie foi falar com o irmão mais velho. Eu tinha meu próprio Weasley para procurar naquele momento.

 

***

Depois de cumprimentar a maioria dos Weasley e tomar um bom banho, descobri que Rony estava tirando um cochilo no quarto.

Comendo e dormindo, como sempre.

Me aproximei do dorminhoco prestes a beijá-lo, como há meses atrás, e desta vez, foi eu que o acordei.

—Feliz natal...

—Feliz natal… 

Sorrimos um para o outro. Eu sentia falta de seu cuidado e seu carinho. Rony me puxou para deitar de conchinha enquanto conversávamos. Falamos sobre seu trabalho, sobre meus estudos, tudo parecia bem…

—Aliás, Hermione, só para confirmar, agora você sabe cozinhar, certo? Não aguento mais comer a gororoba que Harry e eu tentamos fazer…

—Bem… O que isso tem a ver com minhas habilidades culinárias ?

—Harry e Gina não se desgrudaram desde que chegaram hoje mais cedo, aposto que ela vai pegar minha vaga no Largo logo… E bem, um de nós vai ter que saber cozinhar e esse definitivamente não  sou eu.

Haviam tantos problemas na frase dele que tentei me ater ao mais complicado de lidar:

—O que quis dizer com "agora", Ronald?

—Você lembra né, tentando cozinhar durante nossa fuga ano passado…. Não estou dizendo que antes era ruim, é só  que… Espero que seja melhor agora, certo? Minha mãe pode te dar umas dicas se quiser...

 

Eu estava prestes a começar um discurso sobre o quão estúpido Rony estava sendo quando  ouvimos alguém bater na porta, então nos levantamos  e nos separamos na cama.

—Entre!

—Ah! Sabia que você  estava aqui, Hermione. Preciso te sequestrar um pouco. Depois eu devolvo, Rony.

Tão logo Gina apareceu, me puxou pelo braço e descemos as escadas. Assim que passamos pela cozinha, ouvimos de Molly dizer:

—A ceia logo vai estar pronta!

—Quero mostrar a adaga para a Hermione, mãe!

Aos fundos da toca, uma porta levava para uma sala nova escura e muito perfumada.

—Presente de natal do Percy. Ele disse que papai e mamãe deveriam ter algumas bebidas para as comemorações especiais. Legal, né?

Eu olhava as garrafas meticulosamente separadas, realmente parecia algo feito por Percy. O bruxo conseguiu juntar exibicionismo  com uma prova de que quer passar mais tempo com a família, nas comemorações, juntos.

—Sim, é legal… Só não vejo porque você me trouxe…

Eu não precisei de mais respostas porque Gina havia feito exatamente o que eu imaginava. Com meus ombros expostos, a ruiva começou uma série de beijos percorrendo um caminho entre meus lábios e os pescoço. Eu conhecia aquela sensação de fome, ficar um dia inteiro separadas nos fazia beijar com o mesmo instinto quando nos encontrávamos sozinhas no dormitório.

—Senti saudade.

—Eu também.

Nossos corpos estavam tão próximos quanto podiamos, a porta estava fechada e todos estavam longe… Minha mente começou a fantasiar, mas a sorte é que ainda me resta alguma sanidade para dizer:

—Precisamos voltar.

O sorriso de Gina ganhou uma camada de tristeza, mas sabíamos que era o certo a se fazer.

Ajeitamos as roupas amarrotadas e Gina retocou o batom. Meus lábios também ganharam uma leve coloração  rosada… Mas estávamos suficientemente bem. 

Voltamos para a Toca conversando animadamente sobre as chances da Grifinória levar a taça esse ano.

Logo nos sentamos, Rony estava na minha frente e era desagradável olhar para ele e imaginar que realmente pensa que eu seria a "dona de casa" que cozinha enquanto ele trabalha...Ou como tem absoluta certeza de que vou aceitar morar com ele! 

Gina sentava entre Harry e Rony e juro que a vi piscar para mim em meio a ceia. Eu sei que não resistiria a ela, mas… Segundo Rony, ela ficou com Harry a tarde toda! Não era isso que eu queria… Trair Harry assim? A poucos metros de distância?! Isso… Isso… Por Merlin, eu me odiava por isso, mas a sensação do perigo me deixava excitada. Ideias de encontrá-la no meio da noite enquanto todos dormem… Em roçar em sua perna abaixo da mesa, apenas como um joguinho de provocação… Eu tentava me enganar, mas a verdade é que tudo isso dava tempero ainda mais delicioso ao que fazia com Gina!

Com todos ao redor da mesa, decidi entregar meu presente. Todos da família Weasley, incluindo Harry e eu, teríamos um cartão com um desenho de todos e as imagens nos cartões podem se comunicar. Seriam como os quadros de pinturas antigas, mas com uma singela ilustração  "trouxa". Todos gostaram do presente. Charlie fez a melhor expressão possível de surpresa ao receber o seu, mesmo que tenha ajudado a enfeitiçar  e duplicar os cartões.

—Família, amigos! Fleur e eu temos um anúncio para fazer  e nada melhor do que fazer isso entre as pessoas que mais amo…

—Estoy gravide! 

—Meu primeiro neto!

Arthur exclamou e Charlie em seguida exigiu:

—Eu serei o padrinho e não aceito não como resposta!

Todos parabenizaram e comemoraram. Até  que uma vez se sobressaiu:

—Uma ocasião como essa merece um brinde especial, certo pai? Melhor eu buscar algumas garrafas - Percy comentou do canto da mesa. Eu tive o prazer de não notar sua presença até aquele momento. O bruxo estava acompanhado de uma moça miúda e cabelos castanhos, devia ser Audrey - E para minha cunhada querida, deve haver alguma bebida sem álcool… Hermione, poderia me ajudar a procurar? Seria mais seguro para minha futura sobrinha ou sobrinho!

Arthur concordou com o filho e pediu para trouxéssemos taças também. Percy parecia orgulhoso por como seu pai o tratou e, se eu não conhecesse bem sua expressão cínica, provavelmente não veria algo suspeito  em suas atitudes… Mas eu vi e decidi seguir  dançando conforme a música. 

Assim que estávamos na adega, vi o Percy sádico  que me era familiar.

—O que quer, Percy?

—Granger, querida… Devo dizer que por essa eu não esperava. Eu sabia que dentro de você havia uma vadia disposta a tudo por uma diversão às escondidas… Mas minha irmã? Namorada do seu melhor amigo? Superou completamente minhas expectativas!

—Eu não sei do que está falando, Percy.

— Não precisa esconder de mim, querida. Permita que eu limpe essa marca antes que os outros vejam.

Com um movimento rápido de sua varinha, Percy limpou uma mancha vermelha e meu vestido azul, próximo ao ombro. Depois se aproximou me colocando próxima a uma pilastra no meio da adega.

— Não se preocupe, provavelmente só eu percebi… Afinal, eu conheço… Cada pedacinho seu.

Senti sua mão gelada deslizar pela alça do meu vestido e seu rosto proximo ao meu ouvido, pronto para sussurrar. Eu estava imóvel, apenas deixando que ele falasse.. Parte de mim tinha medo, outra, por mais que eu odeie admitir, queria continuar ouvindo a voz rouca de Percy bem de perto.

—Aproveitando que estamos aqui, acho que eu também poderia me aproveitar um pouco da Granger… - senti sua língua tocar meu pescoço e depois me mordiscar no mesmo local - Tenho certeza que você gosta dessa ideia...Rony, Audrey e Gina, todos na sala de jantar… Enquanto eu te… Fodo.

Nesse instante, Percy virou meu corpo e me pressionou contra a pilastra, levantando  meu vestido até deixar calcinha a vista. Senti sua mão apertando minhas coxas e dando um tapa que ressoou na acústica do local fechado.

—Granger, olhe para mim… Diga o que você… Quer…

Seus dedos empurraram a calcinha para o lado o suficiente para deixar a entrada à vista com meu corpo arqueado. Ele sabia exatamente o que eu queria… E eu não podia negar que adorava cada toque desse canalha. Quando ouvi Percy desabotoando o botão de suas calças, soube exatamente o que aconteceria e me apoiei na pilastra para poder me inclinar melhor. Percy tinha razão, eu era uma vadia… Mas como poderia resistir a essa adrenalina?  

É claro que era errado, não é como se eu não tivesse consciência… Eu apenas não tinha controle.

—Você sabe o que eu quero, Percy.

 

***

 

Não tínhamos nem precisávamos de muitos minutos, logo nossas roupas estavam no lugar novamente e Percy com a varinha convocou tudo que precisávamos  para uma caixa. Era como se tivesse orquestrado tudo aquilo e soubesse cada próximo passo. Eu descobri novas camadas de diversão e tinha vontade de experimentar cada uma. Percy vendia uma experiência que eu estava disposta a pagar o preço… Pelo menos por enquanto.

 

O ruivo derrubou uma garrafa no chão  e, por sorte ou destino,  no momento seguinte, Charlie abriu a porta da adega quando eu já carregava em mãos a caixa com as garrafas e taças.

O treinador de dragões me olhava com suspeita, um sentimento de culpa e vergonha começou a tomar conta de mim.

—Que bom que  chegou, Charlie. Qual é mesmo feitiço que não deixa fazer mancha com  vinho? É Tergeo ou…

—Scourgify, Percy.

—Esse mesmo, obrigado! Seria bom você ter chegado mais cedo, sua experiência com dragões teria sido útil  contra o rato que apareceu aqui. Não sei como ele entrou considerando que a adega foi feita há apenas algumas horas.

Charlie tocou em meu ombro com delicadeza me puxando para fora. Percy veio logo atrás. Não trocamos mais palavras até chegar de volta a sala de jantar em que Percy deu a mesma desculpa esfarrapada mentindo cinicamente os mesmos fatos. Eu mantive bem uma expressão falsa até que troquei olhares com Gina, eu podia ler seu rosto assim como ela o meu.

Uma certeza: Gina vira meu "Sorriso" pós-sexo. Outra certeza: eu sei que ela sabe e também sei que ela vai tomar alguma atitude precipitada, porque é isso que ela faz quando fica irritada.

—Atenção de todos, por favor. Aproveitando as boas notícias do meu irmão e minha querida cunhada, eu gostaria de também falar sobre outra grande notícia! - Harry ficou absurdamente sorridente, assim como Rony. Obviamente eles não tinham ideia do que ela falaria. Meu maior medo era que ela assumisse nosso relacionamento, ou mesmo citasse que estou envolvida com Percy como acabou de constatar. A sorte é que a grande notícia  foi outra, apesar de também magoar meu coração.

—Eu recebi uma proposta das Harpias de Holyhead! Precisam de uma artilharia para concluir essa temporada. Eu iria fazer o teste apenas após terminar o ano, mas com essa proposta, conversei com a diretora McGonagall  sobre a possibilidade de voltar a Hogwarts apenas para prestar os NIEMs. É isso, estão olhando para a nova artilheira oficial das Harpias!

Eu sabia dessa possibilidade, mas ela havia dito que recusaria para não perder nossos últimos meses juntas. Harry, pelo visto, não. Pois aplaudiu, mas estava nitidamente chateado com a namorada se despedindo sem conversar com ele sobre a decisão. 

Charlie ainda estava ao meu lado e seu rosto estava fechado desde que me viu na adega. Aquilo me assustava, nunca havia visto aquele belo rosto sem um grande sorriso.

—Aproveitando as novas boas notícias, também tenho uma para dar. Hermione está saindo… - olhei para ele e por um segundo achei que surtaria - … Comigo. Iríamos esconder mais um tempo, mas a verdade é que nos encontramos quando fui a Hogwarts e eu a convidei para passar um tempo comigo  na Romênia.

Agora todos os ruivos olhavam para mim, incluindo Charlie. Respirei fundo e respondi:

—E eu aceitei. Assim que terminar os estudos em Hogwarts, vou me mudar para a Romênia com Charlie.

Mais motivo para aplausos e comemorações, e assim terminaríamos a noite de natal com boas lembranças, mesmo com tantos riscos de um fracasso total. Assim eu acreditava até que Ronald Weasley se aproximou do Weasley ao meu lado e lhe desferiu um sonoro soco na cara.


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Notas finais do capítulo

É isso, um pouco mais de emoção. Espero que apreciem a personalidade de Hermione sendo moldada pelas experiências com múltiplos Weasley. Ela ainda é a garota inteligente e corajosa do universo de Harry Potter, apenas ganhou algumas camadas e uma pequena dose de sadomasoquismo.



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