What If? Um Destino Distorcido escrita por Kureiji


Capítulo 2
Capítulo 2- Jonathan




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/801253/chapter/2

Um mês após a prisão do meu irmão.

 

Meu ressentimento com relação a ele ainda se mantém, todos os dias tenho que olhar para meu pai naquele estado deplorável... Ele não consegue superar o fato de que seu filho está na prisão.

Eu sinto que o fato de Dio estar preso o machuca ainda mais do que ele ter atentado contra sua vida. As visitas dele tem sido menos frequentes, os médicos recomendaram que ele não fizesse tantas viagens, mas eu tenho ido para acalmar seu coração.

Quando eu olho para o Dio sempre me vem um misto de sentimentos, raiva, ressentimento, tristeza e pena. Eu venho tentado diminuir essa amargura com relação a ele, no entanto toda vez que meu pai piora ela cresce, ela só diminui quando eu vejo o Dio, pois o sentimento de pena se sobressai.

É difícil lidar com tudo isso, não tenho mais o Danny, a Erina, nem o Speedwagon...

Tenho tentado focar na arqueologia, aquela máscara me rende muitas horas de estudo e as vezes consegue me distrair da minha solidão.

Não tenho vontade de sair para procurar novas amizades, tenho ficado sempre perto de meu pai com medo de que algo aconteça. Quero acreditar que esse momento de tribulação vai durar até sua melhora, então vamos poder seguir em frente.

Seguir em frente... Tenho tido dificuldades de pensar assim com Dio fazendo parte das nossas vidas... Ele estar preso, estar solto, ele "mudar" ou continuar o mesmo, tudo me preocupa. Eu gostaria que ele fosse para bem longe das nossas vidas.

De fato, eu não sei o que sinto... Apesar de tudo ainda desejo o seu bem, é meu irmão no final das contas... Isso me traz ainda mais dores de cabeça, eu só queria descanso...

 

                                                    ***

 

3 meses após a prisão de Dio

Ouvi falar que ele tentou fazer uma rebelião pra fugir, mas foi contido. Ele não sabe, mas eu sempre aviso os guardas e supervisiono se está tudo certo na vigilância do local. Aproveito as doações de meu pai para ter essa liberdade por lá.

Nas minhas visitas à prisão há dias que Dio está sarcástico e há os que está sem paciência e solta poucas palavras, nesses dias eu apenas o atualizo sobre o caso de nosso pai e vou embora.

O caso dele está muito ruim... Ele ganhou sequelas crônicas no coração, ele é um pouco teimoso, acredito que as vezes coma coisas que não pode. Seus cabelos estão mais grisalhos, mal sai da cama agora.

Ele já não pede mais notícias do Dio, se cansou depois de ouvir tantas notícias ruins, as vezes eu vejo a curiosidade no seu rosto quando eu chego de uma visita e falo uma coisa ou duas para ele, sempre tentando amenizar.

Espero que ele melhore, de fato os meus dias estão voltados para isso.

 

                                                  ***

 

6 meses após a prisão de Dio, 1 mês após a tragédia.

Meu pai passou uns dias estranhos perguntando se eu iria cuidar do Dio, se eu o perdoaria, eu sempre o consolava dizendo que sim, mesmo sem saber se era verdade.

Após duas semanas com essas conversas sem sentido, ele veio a falecer enquanto dormia... Eu visitei Dio apenas uma vez após isso, para contar a ele sobre o caso.

Ele estava irônico naquele dia, mas quando o contei ele se mostrou sério, não sei se estava planejando o próximo passo ou se não esperava a notícia. Ele não sabe, mas meu pai deixou toda herança pra mim, apenas pediu veementemente que eu guardasse boa parte dela para Dio.

"—Um filho pródigo sempre volta para casa"

Ele dizia.

Depois dessa visita não fui mais lá, todo meu ressentimento voltou, eu não conseguia olhar para aqueles olhos cínicos que uma vez tentaram me esfaquear, meu pai havia falecido com seu corpo caindo aos pedaços enquanto Dio estava a cada dia em uma melhor forma física.

Nesse mês eu segui o seu exemplo e também me dediquei as atividades físicas, aos estudos, a lidar com o funeral e com toda a questão financeira. Tudo que tinha ao meu alcance para me distrair.

À noite, quando dispenso os funcionários, é o momento mais silencioso, na verdade é como se o silêncio fosse mais alto do que o som mais estridente.

Eu não vejo muito sentido nos meus dias, não tenho conseguido tirar mais informações daquela máscara, não tenho paciência mais para o Dio, não tenho mais ninguém comigo.

Eu construí minha vida toda até aqui para o que? Se eu sumisse não vejo que diferença ia fazer. Não consigo me ver atendendo as expectativas de meu pai.

Olhei para meu testamento, no dia organizei a papelada dele fiz o meu também...Não tenho esposa, filhos, e com certeza não quero dar minha herança ao Dio, escrevi que daria tudo para organizações filantrópicas.

Isso me levou a pensar, o que em vida eu faria de mais útil que em morte? Sinto falta do meu pai, e dos outros também.

Será que eu seria aceito no paraíso? Será que eu poderia conhecer minha mãe? Eu gostaria de saber se ela era tão amável e doce como meu pai.

Eu poderia reencontrar Danny, Speedwagon, e meu pai...Ele não ficaria feliz de me ver tão cedo, mas ele me perdoaria.

Eu estava estudando máscara enquanto pensava nisso tudo, minha mão ardendo porque me cortei por acidente enquanto cozinhava. O que aconteceria, se eu experimentasse ela, e sem querer... Apenas sem querer, encostasse minha ferida nela...

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "What If? Um Destino Distorcido" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.