What If? Um Destino Distorcido escrita por Kureiji


Capítulo 1
Capítulo 1- Dio




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Mais um dia dessa comida repugnante... Como eu, Dio, vim parar aqui? Não posso culpar ninguém além da minha estupidez.

Quando Jonathan descobriu sobre o seu pai eu deveria ter fugido..., mas fui ganancioso. Meu primeiro plano era matá-lo com aquela máscara de pedra, seria apenas um acidente da sua pesquisa. Eu procurei-a em todo seu quarto e não a achei, por que ele a levaria consigo para viagem? Essa pergunta ainda me incomoda, poderia aquele garoto ingênuo ter desconfiado de algo?

Depois depositei minha esperança no fato de que ele não acharia as provas contra mim, ou até mesmo que seria morto por aquelas bandas, um menino mimado como ele não teria chances de sobreviver por lá. Pro meu infortúnio ele voltou com as provas e com aquele maldito encosto, Speedwagon.

A inocência de Jojo alimentou-me a ganância, apostei que com uma boa atuação ele e seu pai acreditariam em mim ou ao menos teriam misericórdia.

 

"—Eu lhe criei como meu próprio filho, entreguei meu amor a você. Não quero vê-lo ser preso."

Maldito! Se você me adotou foi porque eu fui mais sagaz em fazer isso acontecer.

Trabalhei anos para retirar a vida daquele porco nojento ,Dario Brando, a qual eu deveria chamar de pai, de fato ele é o culpado por isso tudo... É verdade, agora me lembro, os dias que Jojo saiu eu até adquiri aquele seu hábito nojento de me embebedar, ele estava na minha cabeça, foi isso que me levou a meu último ato estúpido.

Em vez de aceitar a prisão e procurar uma forma de ser liberado cedo, de traçar um novo caminho para minha vitória, eu enlouqueci e tentei matar Jojo no auge da minha fúria. Eu deveria ter continuado com o plano de alcançar seu coração frágil, em vez disso fiquei cego de ódio e o esfaqueei.

Quer dizer, eu tentei esfaqueá-lo, aquele seu amigo Speedwagon se jogou na frente e o salvou, o mundo está realmente repleto de criaturas estúpidas, eles mal se conheciam. Morreu por um conceito do que ele achava ser alguém.

"—Desde que nasci, sempre vivi no submundo e conheci muitos canalhas. Posso sentir o cheiro da maldade, e esse aí? Ele é podre! Fede como vômito! Vítima das circunstâncias uma ova, ele já nasceu com a maldade impregnada em suas entranhas."

Seu sangue foi a única coisa que pôde refrescar aquela noite.

Desde então estou aqui, há uma semana. Hoje é o dia da visita daqueles dois, se eles estão vindo é porque ainda possuem corações moles, mas depois de tantos anos atuando como um bom filho e irmão eu já estou de saco cheio. Não consigo ver uma saída mais rápida do que a atuação, então estou tentando me preparar.

 

                                                                                            ***

 

O primeiro a entrar foi Jonathan, estava vestido de forma nobre e elegante, ele havia aprendido a se portar melhor com o tempo, me lembro do quanto ele se portava como um animal.

—Jonathan, a que devo a sua ilustre presença?

Ele se sentou em uma cadeira sem dizer nada.

—Nosso pai diz ...

—Seu pai.

Com essa fala eu joguei fora minha chance de fingir, esse plano morreu, já nasceu morto no dia que matei Speedwagon.

—Ele disse que família é família, e que eu deveria vim.

—Isso quer dizer que você não queria vim, querido Jojo?

Ele estava diferente, cabisbaixo e fitando o chão.

—Eu sempre tentei lhe perdoar, sabia Dio? Por tudo que você fez, e sempre me martirizei por não conseguir lhe aceitar totalmente.

—Quer dizer que esses anos todos o coração de ouro também estava fingindo?

—Quando você se mostrou novamente- Ele continuou falando e ignorando meu comentário- Eu me senti triste e pesado, mas parecia que tudo estava encaixado, que agora tudo fazia sentido, apesar do peso me senti aliviado por estar certo. Você não havia mudado nada, você não consegue né? Ainda era o mesmo Dio.

Aquelas palavras incendiaram minhas veias com o mais puro ódio.

—Não me venha com isso seu garoto mimado! Se eu nasci para algo, é para estar no topo! As decisões que eu tomei é porque eu quis.

Foi isso que eu mais odiei naquele Speedwagon, quando ele disse que eu nasci mal, como se quem eu sou fosse definido de nascença, pelos genes nojentos do meu progenitor.

—Isso só o torna mais digno de pena Dio, quem escolhe rejeitar o amor por ganância?

Me agarrei as barras da cela enquanto ria, você é tão engraçado Jojo....

—Amor? Obrigado Jojo, continue com as visitas, me faça rir, aqui estava tão entediante.

—Desculpe Dio... Eu ainda não consigo fazer isso, receio que tenha que ir.

Ele foi embora enquanto eu continuava rindo, amor? Eu não busco algo tão supérfluo Jonathan Joestar. Eu quero a admiração, o temor, quero que reconheçam quem eu sou. Ainda não consegui mostrar pra todos, mas um dia vou conseguir o poder e todos irão ver o que eu vejo em mim.

Enquanto eu me sentava ainda sorrindo dessa piada, outra pessoa entrou, George Joestar, ele já estava tomando os remédios corretos, mas ainda parecia muito abatido, talvez até pior.

—Oi, Dio.

Fiquei em silêncio, não entendia porque ele estava aqui mesmo depois de eu tentar assassina-lo.

—Uma vez visitei seu pai aqui também, paguei sua fiança e dei um dinheiro para ele. Nós que temos esse privilégio temos o dever de ajudar os necessitados.

Eu acho que os Joestar haviam combinado de me trazer risos e irritação naquele dia, pois foi isso que aquela frase causou.

—Você foi um tolo de ter ajudado a ele, deveria ter o deixado apodrecer na prisão.

—Ele pode ter sido um pai ruim, mas você não deveria falar assim dele, ele era seu pai, nós cuidamos da família apesar de tudo. Por isso estou aqui.

—Talvez você não devesse estar.

Ele não estava como Jonathan, apesar de abatido ele mantinha os olhos em mim, aqueles malditos olhos de pena e comiseração.

—Eu não tenho muito tempo de visita filho, mas eu queria lhe dizer, você sabe que aqui eles fazem coisas horríveis com assassinos não é? Ainda mais com quem tenta assassinar a própria família.

—Eu sei me virar.

—De qualquer forma, eu fiz uma "doação" para a prisão e aproveitei para pedir delicadamente para que o deixassem em paz, me dói o coração saber que está aqui.

Ele parou para tossir em um pano, e voltou a falar:

—Você pode pelo menos, me explicar por que fez isso tudo?

— Eu não preciso, acho que você já sabe. Não é tão idiota.

Vi que ele sentiu, era primeira vez que eu falava com ele de forma sincera, sem "Senhor" ou "Meu pai".

—Pela herança? Você não precisava...Tudo que eu tinha era seu filho...Seu e de Jonathan, e eu te conheço, você é um gênio, poderia ter doado toda sua herança e ainda assim conquistaria muitas riquezas por si só.

Virei-me de lado, a imagem daquele homem doente estava me causando repulsa e não queria ter mais que encarar seus olhos.

— Eu pedi que você explicasse, porque esperava uma resposta diferente... Você é tão talentoso e sabe que tem meu amor, não achei que escolheria o caminho de um tolo, não fazia sentido pra mim.

Ele tossiu mais uma vez.

—Adeus meu filho, eu vou tentar vir mais vezes se minha saúde me permitir.

Ele se virou e foi embora a passos lentos e pesarosos.

Aquela conversa foi desagradável, e me distraiu pelo resto da noite, as palavras daquele homem foram irritantemente marteladas em minha cabeça. De qualquer forma, eu precisava me concentrar para pensar no próximo passo, qual seria meu plano a partir de agora?

 


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Notas finais do capítulo

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