I'm With You escrita por condekilmartin


Capítulo 9
O Lago


Notas iniciais do capítulo

Oieee, mais um capítulo hoje pra compensar os atrasos dessa semana!
Nossa história está rumando para o final, então aproveitem ♥



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Antônio cavalgava percebendo que as batidas de seu coração estavam quase no mesmo tempo e ritmo que as passadas de Estrela, sua égua. Estava ansioso para seu encontro com Catarina,  ainda mais depois da noite passada.

A cada novo encontro era um pedaço novo dela que descobria e entregava também de si mesmo, de forma involuntária.

Ele tinha vontade de conhecê-la por inteiro, conhecer cada detalhe, coisas que nunca partilhara com ninguém, e, também tinha vontade de partilhar coisas sobre si mesmo que nunca confessara em voz alta, coisas que nem mesmo Vicente sabia.

Estranhava sentir-se dessa forma em relação a moça, ainda mais sabendo que sua relação tinha prazo de validade e iria acabar a qualquer momento. Às vezes, pensava que não seria tão ruim assim ser casado com ela, e talvez funcionassem bem como uma família, afinal, se davam bem, mas sabia que isso não era uma prioridade de nenhum dos dois, e não se deixava iludir por tais pensamentos.

Precisavam ser mais firmes em seu plano, fazê-lo funcionar.

Ele estava indo amarrar Estrela a uma árvore ali próxima quando avistou Tempestade por ali. A avistou sentada num lençol à beira do lago, com uma roupa de montaria que destacava suas pernas, enviando sinais para o corpo dele. O jovem respirou fundo e se aproximou:

— Parece que alguém chegou primeiro. – Disse ele, pedindo permissão para sentar-se ao lado dela, que permitiu. – Achei que iria esperar um pouco mais pela senhorita.

— Confesso que precisei fugir de minha casa hoje. – Catarina confessou. – De minha mãe, para ser mais exata.

— O plano funcionou? – Ele perguntou, curioso.

— Acredito que sim, pelo menos em relação à minha mãe. – Ela suspirou. – Papai estava com uma expressão indecifrável, não consegui descobrir ainda o que achou do senhor junto a mim.

— E sua mãe?

— Ah, acho que ela precisa de um pouco mais de provas de que não combinamos de forma alguma. – Ela virou-se de frente para ele. – Tenho o lugar perfeito para darmos continuidade ao plano.

— E onde seria? – Antônio deitou-se um pouco de lado, apoiando a cabeça em sua mão direita.

— No baile de aniversário de minha prima, Beatriz. – Ela sorriu para ele, sem desconfiar que aquele simples gesto o aquecia o coração a ponto de seu peito inchar. – Será a poucas semanas daqui, estou ajudando a montar tudo.

— A senhorita não perde uma oportunidade de ajudar a manter as coisas em ordem, não é? – Ele lhe olhou, curioso.

— É a minha especialidade. – Ela brincou e virou o rosto para o céu, deixando a luz solar banhar sua face. O coração de Antônio errou uma batida ao apreciar aquela cena. – Sem contar que Beatriz é também minha melhor amiga, não deixaria que fizesse tudo sozinha.

— Admiro isso na senhorita. – Ele confessou. – Me parece estar sempre disposta a ajudar as pessoas.

— E estou mesmo. – Ela virou o rosto para ele e percebeu que estavam bem próximos.

Catarina precisou prender um pouco a respiração naquele momento, enquanto seus olhos se perdiam no fundo dos olhos azuis do homem que a encarava. Aqueles olhos a assombravam todas as noites desde que os vira pela primeira vez, naquele mesmo lugar, e agora não sabia o que fazer com tamanha proximidade.

Percebeu que ele também não deixava de encará-la, com a mesma intensidade compartilhada, e lutou contra a vontade de se aproximar ainda mais. Precisou criar um pouco de força extra para se afastar e quebrar aquele momento que partilhavam, desconversando:

— E sua família? O que acharam de ontem à noite?

Antônio passou a mão em que estava se apoiando nos cabelos louros, enquanto sentava-se normalmente, numa tentativa de recuperar os próprios sentidos.

— Meu pai me pareceu bastante satisfeito, tanto com o acordo, mas especialmente com a senhorita. Minha mãe está encantada.

— É mesmo? – Perguntou, curiosa.

— Mamãe sempre quis ter uma filha e assim que eu e Afonso nos casarmos, e ela gostar das escolhidas, é claro, vai cuidar delas com unhas e dentes. – Ele deu de ombros.

Não sabia por que havia partilhado aquilo com ela, se era um pedaço íntimo de si e da própria família que nunca contara para ninguém. Só deixou escapar e sentiu que ela se retraiu um pouco:

— O que aconteceu? – Ele perguntou, preocupado.

— Bom, para ser bem sincera, - ela respirou fundo – não quero quebrar o coração de sua mãe, se ela se aproximar o suficiente para se sentir dessa forma.

— Ela não vai. – O advogado tentou afirmar, mas nem ele tinha certeza disso.

— Senhor Castro, sabe muito bem que não estamos em um relacionamento sério, - Catarina disse, enquanto buscava coragem para o olhar nos olhos – mas o mundo acha que estamos. Inclusive seus pais.

— Sei disso.

— Estamos em um noivado que, para nós, é de mentira, mas para todos os outros é verdadeiro. Senti o carinho da sua mãe ontem no jantar, seu desejo de se aproximar de mim, me conhecer melhor. – Ela apertou os olhos e ele sentiu uma pontada em seu peito. Não queria vê-la magoada. – Só não quero magoar ninguém.

— Ei, ei, ei... – Antônio se levantou, a abraçando e apoiando a cabeça dela em seu peito num movimento involuntário. – Não vamos magoar ninguém, eu prometo.

— Não prometa nada. – Ela disse, aninhada a seus braços. – Não pode cumprir.

Ele sabia que ela estava certa, então só a abraçou ainda mais apertado.

Catarina se sentiu segura, ali nos braços dele. Se permitiu sonhar por alguns segundos, um mundo onde não tinham que fingir que não se gostavam, onde podia ficar nos braços dele sempre que quisesse, onde sentia seu olhar apaixonado sobre ela. Não sabia nomear o que sentia naquele momento, mas sabia que era especial e que iria guardá-lo para o resto de sua vida.

O abraço foi mais rápido do que os dois gostariam, mas soltaram-se e trocaram um sorriso tímido. Antônio sentia seu coração bater acelerado no peito e sentiu que Catarina se sentia da mesma forma.

Os dois estariam perdidos se aquilo permanecesse daquela forma.

Vicente talvez tivesse razão e ele estava cometendo uma loucura ao se aproximar tanto da garota que teria de deixar ir num futuro próximo.

Eles conversaram mais um pouco e Catarina se encantou ainda mais pela forma como os olhos deles se contraíam quando ele sorria, ficando apertadinhos e com umas rugas charmosas. Antônio a fizera rir diversas vezes com suas histórias e ela juntou todos aqueles momentos tão íntimos que tiveram numa caixinha dentro de seu coração, esperando lembrar deles para sempre.

— Preciso ir. – Ela disse, depois de terem passado horas ali no lago. – Está ficando tarde.

— O tempo passou rápido. – Ele comentou. Não queria que a tarde acabasse.

Ela assentiu.

Estavam se aproximando dos cavalos, quando ela disse:

— Bom, vejo o senhor no baile de Beatriz, suponho.

— Precisamos nos ver antes disso. – Disse ele sem pensar e logo tratou de arrumar uma desculpa. – Para nos organizarmos para o plano.

— Sim, sim, é claro. – Ela concordou de prontidão. – Eu mando um recado antes, avisando.

— Eu também, caso precise.

Eles se olharam e sorriram, ansiosos com a pequena promessa recém-feita.


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Notas finais do capítulo

E aí? Comentem e recomendem!
Falta um pouquinho só para chegarmos ao fim da história de Antônio e Catarina, espero que estejam gostando deles e seus planos impossíveis rs.
Beijos ♥



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