Rochas Negras escrita por Zretsim


Capítulo 4
Crise na Área Comercial


Notas iniciais do capítulo

A arte usada no livro não é de minha autoria.



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Numa loja de roupas na estrada principal da ilha, durante a madrugada, havia dois homens se dirigindo a uma parede de madeira enquanto um terceiro estava vigiando a porta. Havia uma vela no balcão. Um dos homens perto da parede estava usando um chapéu igual ao encontrado no baú do ferreiro Xavier, este era Anthony Weasel.

— É mais ou menos por aqui. – disse Anthony enquanto dava toques na parede.

Quando bateu num lugar cujo som da batida era diferente, falou:

— Aqui.

Ele sacou uma adaga e a enfiou entre duas tábuas na parede, retirando um pedaço de uma delas. No lado interno da parede, havia muitas joias, estas foram colocadas nos bolsos pelos dois ladrões. Anthony, logo em seguida, colocou seu chapéu no compartimento secreto e a tábua no lugar, a parede ficou do mesmo jeito que a encontraram. Quando se aproximaram da porta, o vigia disse:

— A hora de sairmos daqui não podia ser mais perfeita. Não tem nenhum guarda por aqui. Vamos.

Os três saíram e o vigia passou o cadeado na porta. Quando ele virou, viu os dois comparsas parados diante de uma mulher e um cavalo.

— Vocês têm muita coragem de ficarem roubando por aqui! – disse a mulher.

Ela estava usando uma armadura de ouro que consistia em um peitoral, duas braçadeiras estendidas até os punhos e caneleiras estendidas até os pés, esta era Dira, irmã de Varian, ao lado do cavalo Max. Ela estava com uma espada abaixo da cintura. Era possível ver no peitoral o símbolo de Corona por causa da luz da lua. Também dava para notar que um dos ladrões era negro, alto e careca, o outro era branco, menor, mesma altura que Dira, e ruivo de cabelos longos e o terceiro, também era branco, porém, era o mais baixo e moreno. Todos eles estavam usando sobretudo.

— Você é uma guarda? – perguntou o ladrão mais alto.

A mulher sacou a espada e a colocou na boca do cavalo.

— Aqui. Bom garoto. – disse Dira alisando Max.

A espada ficou com a lâmina para a direita.

— Por que essa desgraçada está sem lanterna?! – perguntou o ladrão mais baixo irritado.

O cavalo fez uma expressão de raiva e partiu em direção ao ladrão mais alto, este que sacou sua espada com a mão esquerda e entrou em confronto com Max.

Enquanto isso, os outros correram em direção à ponte e Dira os perseguiu.

— Esse cavalo é maluco! Ele está usando uma espada?! – peguntou o ladrão mais alto claramente assustado.

O ladrão tentou acertar a cabeça do cavalo que a abaixou e acertou o braço esquerdo do bandido, ele soltou a espada e o cavalo o empurrou, derrubando-o. Dois guardas que passavam por perto soltaram suas lanternas de vela e seguraram o ladrão no chão.

Dira estava perseguindo os dois ladrões até a fonte da estrada principal quando eles viraram à direita e quase trombaram com dois guardas que estavam passando com lanternas.

— Ei, vocês dois, eles são ladrões! – disse Dira apontando para os bandidos enquanto corria.

Os ladrões desviaram para a esquerda, indo em direção a área de barcos, onde Rapunzel e Eugene pegaram um para observarem as lanternas de Corona no aniversário dela.

Os guardas se juntaram à Dira na perseguição.

— Esses bandidos têm um bom condicionamento físico.

Após dizer isso, Dira percebeu que os dois pretendiam fugir de barco, havia três barcos. Um dos bandidos passou em dois barcos e pegou o par de remos em cada um deles antes de pular no terceiro, onde seu comparsa estava se preparando para começar a remar. No encalço deles, os três guardas pularam em um barco que estava sem remo, olharam o outro barco rapidamente, mas este também não tinha remo. Quando Dira olhou para o barco deles, que se afastava, viu um deles jogando quatro remos na água. Dira cerrou uma mão, ela estava muito furiosa.

— Voltem aos seus postos. Nós falhamos. – disse Dira enquanto saía do barco.

Dira retornou à frente da loja onde avistou os criminosos, ela encontrou Max, Stan e Peter. Stan era branco, um pouco mais alto que Eugene e tinha o cabelo castanho escuro. Os dois guardas com Max estavam com um ladrão de mãos amarradas, o braço esquerdo do bandido estava sangrando e a manga esquerda do sobretudo, rasgada.

— Muito bem, Max. – disse Dira enquanto retirava a espada da boca de Max.

— Dira, o que aconteceu aqui? – perguntou Stan.

— Acho que foi um roubo. Eu estava rondando por aqui com o Max e vi esse aí e mais dois saindo daquela loja. – disse Dira apontando para a loja de roupas.

— Vocês três ficam aqui enquanto eu checo a loja. – ordenou Dira.

— Sim, senhora! – disseram Stan e Peter ao mesmo tempo.

— Hahahahahaha! Vocês conseguem ser mais hilários que a Cassandra. – disse Dira se dirigindo à loja de roupas.

Peter e Stan ficaram confusos.

Dira foi até a loja e encontrou a mesma trancada.

— O quê?! Aqueles três saíram daqui, eu tenho certeza. – pensou Dira antes de se dirigir até os guardas.

— Vamos levar esse palhaço para a cadeia. A loja está trancada, teremos que esperar a dona abrir amanhã. – disse Dira encarando o bandido.

Eles levaram o bandido até a prisão, mais especificamente na cela C25, onde Dira enfaixou seus ferimentos.

— Ei, imbecil! – disse Dira, em pé na entrada da cela, encarando o ladrão.

— Está falando comigo? – perguntou o ladrão olhando para o teto.

O bandido estava deitado na cama esquerda com as mãos na cabeça.

— Não. Estou falando com o capitão da guarda. – respondeu Dira em tom de ironia.

— Muito engraçada. – afirmou o bandido.

— Eu tratei seu corte, então, em troca, você poderia responder algumas perguntas. – disse Dira ainda encarando bandido.

O bandido sorriu e falou:

— Tudo bem. Eu respondo algumas perguntas, mas somente se o Flynn Rider vier me interrogar.

Dira o fitou com os olhos.

A cela tinha duas camas de pedra, uma na esquerda e outra na direita.

— Ótimo. Amanhã ele virá falar com você. – disse Dira com um sorriso.

Dira pegou os itens que usou para tratar o corte, saiu da cela e a trancou.

No outro dia, pela manhã, após passar a noite vigiando a área externa do castelo, Eugene foi até o seu quarto para retirar a armadura, ele estava sem o elmo como de costume. Suas roupas habituais estavam dentro de uma gaveta num móvel e, próximo a elas, estavam duas caixas. Ele pegou as caixas, encarou-as por um tempo e depois as colocou onde estavam. Depois de um banho, Eugene foi até o quarto de Rapunzel.

Enquanto isso, Rapunzel estava num deserto, sozinha, não lembrava de como chegou lá.

— Eugene? – perguntou Rapunzel olhando de um lado para o outro.

Ninguém respondeu.

— Cassandra?

Ficou sem resposta também.

— Mãe? Pai?

Ninguém respondeu.

De repente, Rochas Negras a cercaram.

— O que está acontecendo?! – perguntou Rapunzel muito assustada.

Os cabelos não brilharam, nem cresceram. Eles não obedeciam à vontade da princesa. De repente, as Rochas começaram a fazer cercos cada vez menores. Rapunzel tentava pular, mas não conseguia dar um supersalto como fez antes. Quando as Rochas chegaram muito perto, ela acordou.

— O quê? – pensou Rapunzel olhando de um lado para o outro em seu quarto. A princesa estava flutuando próxima à cortina da cama, seus cabelos estavam brilhando, eram eles que a estavam erguendo, como pernas, e, naquele momento, Eugene entrou no quarto.

— Loirinha, hora do café da m… – disse Eugene, mas parou de falar no momento em que viu sua namorada no ar.

Os cabelos da princesa começaram a diminuir e perder brilho.

— Ah! – gritou a princesa enquanto caía.

Eugene correu até a Rapunzel e a segurou antes que a mesma caísse na cama.

— Eugene, não precisava se preocupar, acho que a cama amorteceria a queda. – disse Rapunzel com uma mão na bochecha de Eugene.

— Eu sei, Sunshine, mas, quando te vi caindo, eu só pensei em te segurar. – disse Eugene um pouco ofegante.

— Fofo. – disse Rapunzel e, logo em seguida, beijou o namorado.

Eugene ficou vermelho e o rei entrou no quarto. Frederic viu Eugene segurando sua filha na cama dela.

— Ei, Eugene! O que você está fazendo aí?! Guardas, prendam-no! – disse o rei muito bravo.

Os dois guardas do quarto entraram.

Eugene soltou, delicadamente, a princesa na cama e virou rapidamente.

— Majestade, não é nada disso que o senhor está pensando. – disse Eugene muito nervoso.

— Sério? E no que estou pensando? – perguntou o rei Frederic fulminando Eugene com os olhos.

Eugene arregalou os olhos.

Rapunzel começou a sorrir disfarçadamente.

O rei virou e foi embora.

— Flynn, ainda temos que te prender? – perguntou um dos guardas.

— Não. Era só uma brincadeira do rei. Eu acho. – disse Eugene sorrindo de nervoso.

Eugene foi até Rapunzel e a beijou na testa.

— Loirinha, estou esperando no corredor. – disse Eugene enquanto se dirigia à porta.

— Tudo bem. – disse Rapunzel.

Eugene saiu com os dois guardas.

Depois da princesa se trocar, Pascal, que dormia em cima de um travesseiro, acordou.

— Bom dia, Pascal. Vamos comer? – perguntou Rapunzel sorrindo.

O camaleão fez gesto afirmativo e os dois desceram com Eugene para a parte de trás da área externa do castelo. A princesa estava descalça.

Durante o café da manhã, Eugene foi fulminado pelos olhos do rei. Antes que terminassem, o capitão da guarda apareceu acompanhado por Dira.

— Com licença, majestades e alteza. – disse o capitão enquanto se curvava.

Ele estava segurando seu elmo e Dira estava usando o seu.

— Pode falar, Lucius. – disse o rei.

— Precisamos levar o Flynn Rider. P…

Antes que Lucius terminasse de falar, o rei falou:

— Claro. Levem.

— Pai. – disse Rapunzel um pouco exaltada.

— Querido. – disse a rainha Arianna simultaneamente à fala da filha.

— Capitão, para o senhor vir aqui a essa hora, deve ser algo sério. – disse Eugene em tom sério.

— Prendemos um bandido que estava roubando a loja de roupas na rua principal ontem, ele não estava sozinho, seus comparsas fugiram, por isso precisamos de informações, mas ele disse que só vai falar com o Flynn Rider. – disse Lucius olhando para Eugene.

— Sunshine, desculpa, eu…

Antes que Eugene pudesse terminar, Rapunzel disse:

— Você tem que ir.

Eugene sorriu e foi com Lucius e Dira.

Na loja de roupa da rua principal, a dona abriu a loja e não percebeu nada de errado.

Ela era baixa e magra. Antes que pudesse fazer qualquer coisa, Lucius entrou na loja acompanhado de Eugene e Dira:

— Senhora.

A dona da loja virou e disse:

— O Capitão da Guarda? O que alguém tão importante está fazendo aqui?

— Acreditamos que a senhora foi roubada ontem à noite. – respondeu Lucius revirando o ambiente com os olhos.

— Sério?! – perguntou a dona da loja muito surpresa.

A dona da loja olhou de um lado para o outro.

— Eu acho que o senhor se enganou. Está tudo do mesmo jeito que deixei ontem. – disse a dona da loja ainda revirando sua loja com os olhos.

— Eu vi três homens saírem da sua loja ontem e eles a trancaram após saírem, então acho que tinham a intenção de passarem despercebidos. – disse Dira em tom sério.

— A senhora, por acaso, não teria um andar secreto? – perguntou Eugene revirando o chão com os olhos.

— Não, não tenho um andar sec… – disse a dona da loja calmamente.

A dona da loja arregalou os olhos, pegou uma faca no balcão, correu na direção da parede oposta à entrada e arrancou um pedaço de uma tábua da parede.

— Não, não, não! Todas as minhas joias! – disse a dona da loja com lágrimas nos olhos.

O compartimento estava com um chapéu.

A mulher ajoelhou e começou a chorar.

— Senhora, você está bem? – perguntou Eugene com um olhar de preocupação.

— Seu maldito! Como sabia?! Foi você quem mandou me roubarem?! – perguntou a dona da loja olhando fervorosamente para Eugene.

— O quê?! Não! Eu… – respondeu Eugene, mas Dira o interrompeu.

— Senhora, um ferreiro foi roubado de forma semelhante. Ele entrou em sua loja e não percebeu nada de errado inicialmente, pois estava tudo do mesmo jeito que havia deixado na noite anterior, depois, ele foi, também, ao lugar secreto onde guardava seu dinheiro e percebeu que foi roubado. Por isso, o Eugene foi tão certeiro. – disse Dira serenamente.

— Mesmo assim, ele pode ter ajudado com o outro roubo também. Eu sabia que essa história de ladrão na guarda não daria certo. – disse a dona da loja cerrando as mãos.

— Senhora, isso é impossível. Como que eu saberia do exato local desse seu compartimento escondido sem a planta desse lugar? – perguntou Eugene olhando friamente para a dona da loja.

— Desculpe o incômodo, senhora. – disse Lucius encarando Eugene.

Na saída da loja, Lucius mandou alguns guardas checarem a loja para saber se algo a mais sumiu.

Eugene, Dira e Lucius foram para sala do capitão no Centro de Treinamento(C.T.) da guarda real.

— Como que eles fazem isso? É como se eles soubessem exatamente aonde devem ir. – disse Lucius muito bravo.

— Está tudo muito estranho. – disse Dira levando uma mão ao queixo.

— Capitão, onde ele está? – perguntou Eugene em tom sério.

— Na C25. Dira vai com você. – disse Lucius olhando para Eugene.

Após saírem da sala, na área central do C.T. da guarda real, Dira colocou seu elmo próximo à forca e seguiu Eugene, havia alguns guardas treinando algumas crianças.

Antes de chegarem na cela de interesse, Eugene e Dira subiram uma escada em espiral e passaram pelas celas da Lady Caine, C21, e dos capangas sobreviventes, C22.

— Ei, Rider, quando você vai voltar para o lado certo? – disse Lady Caine chutando a grade da cela. Eugene a ignorou.

Na cela do lado, havia três homens, um sentado no chão com a perna direita enfaixada, ele estava com a cabeça encostada no joelho esquerdo, os outros dois estavam deitados nas camas de pedra.

Quando chegou à cela de interesse, tinha um homem dormindo lá. Dira bateu nas grades até o criminoso acordar.

— Acorda, desgraçado! – gritou Dira.

O homem caiu da cama.

— O quê?! Não fui eu! – disse o bandido logo após despertar.

O homem se recompôs e levantou.

— Ah. Vocês. – disse o criminoso e, logo em seguida, sentou na cama esquerda da cela, ficando de frente para os dois.

Eugene encarou o homem por um momento.

— Eu não te conheço. Por que queria falar comigo? – perguntou Eugene em tom sério.

— Por respeito. No meu ramo, você é uma lenda. Mesmo sendo tão novo, já é conhecido como o melhor ladrão nos sete reinos da Germânia. – respondeu o homem.

— Então, vai colaborar? – perguntou Dira encarando o homem.

— Verei o que posso fazer. – respondeu o homem em tom de deboche.

— Então… – disse Eugene lentamente.

— Jack. – disse o homem com um leve sorriso.

— Então, Jack, tivemos dois roubos bastante incomuns num intervalo de oito dias. Vocês entraram em estabelecimentos como se os conhecessem muito bem e roubaram dinheiro sem deixar vestígios, exceto pelo chapéu do Weasel. O que pode me dizer sobre essa facilidade de vocês no acesso às lojas? – perguntou Eugene em tom sério.

— Nada. – respondeu Jack com um sorriso malicioso.

Eugene e Dira o fitaram com os olhos e ele prosseguiu:

— Mas, posso falar sobre essa quantidade de roubos. Eu tinha certeza que tinham sido cinco e não dois.

— O quê?! – disseram Dira e Eugene ao mesmo tempo.

— Eugene, vou falar ao capitão para ordenar todos os guardas a mandarem os comerciantes checarem suas lojas! – disse Dira correndo em direção à escada.

O ladrão deu um sorriso.

— Espere! Não faça isso! – disse Eugene encarando Jack.

Dira parou de correr.

— Por quê?! – perguntou Dira surpresa.

— Mesmo que isso seja verdade, só causaria pânico. Infelizmente, teremos que esperar os comerciantes notarem que foram roubados ou forçar esse palhaço aqui a nos contar os lugares que ele e os seus comparsas invadiram. – respondeu Eugene ainda encarando Jack.

— Desculpe-me. Eu não pensei direito. Eu fiquei maluca com a ideia de pessoas terem sido roubadas e nem ao menos saberem disso. – disse Dira enquanto voltava para a frente da grade.

— Não se preocupe. Num primeiro momento, eu também pensei em alertar todo mundo. – disse Eugene olhando para Dira.

— Calma, gatinha, eu te falo quais lojas invadimos. – disse Jack em tom de deboche.

Dira segurou a grade e fulminou Jack com os olhos.

— Ei, se ela continuar bravinha desse jeito, eu não vou contar nada. – ele continuou.

Dira segurou as grades com mais força.

— Se você não colaborar, eu vou soltar ela aí dentro e voltar depois de uma hora. – disse Eugene encarando Jack.

— Hahahahaha! Vocês não podem me torturar. – afirmou Jack piscando para Dira.

Dira soltou as grades e começou a olhar para Jack com um olhar assassino.

Jack ficou com um pouco de medo.

— Além da loja de roupas, invadimos uma doceria, um horte-frutti e uma sapataria na mesma rua. Também roubamos uma loja de armas numa outra rua, lembro que foi a única que tinha um andar subterrâneo. – disse Jack levando uma mão ao queixo.

— Por acaso, tinha um baú nesse andar subterrâneo? – perguntou Eugene em tom sério.

— Sim. Foi como se estivesse falando: roube-me. – disse Jack evitando olhar para Dira.

— Que imbecil. – disse Dira ainda com um olhar assassino.

— Calma, Dira. – disse Eugene encarando Jack.

Jack deitou e Dira começou a andar, Eugene a acompanhou, mas antes que chegassem à escada, o bandido gritou segurando na grade:

— Mais uma coisa, Flynn Rider! Dessa você vai gostar! Esses roubos fáceis são uma recompensa antecipada que o Barão está dando! Ele enviou vários bandidos para cá, isso mesmo, tem um bocado de criminosos pelo reino e eles vão fazer a limpa nessa ilha antes de finalmente fazerem o serviço encomendado por ele. Eu só sei de cinco roubos! Eu me pergunto quantos furtos os outros, que não estão com o Anthony, já executaram!

— Roubos fáceis?… Entendi. – pensou Eugene.

Eugene parou e Dira, logo em seguida, também parou.

— Obrigado, Jack. – disse Eugene com um sorriso de leve.

— Hahahahaha! O cara enlouqueceu! É isso que dá mudar de lado! – disse Jack enquanto ria muito.

— Eu não enlouqueci. Só estou agradecendo porque você acabou de ferrar todo o plano do Barão. – disse Eugene com muita confiança.

— O quê?! – perguntou Jack um pouco confuso.

— Calem a boca, eu estou tentando dormir! – gritou Lady Caine.

Eugene e Dira desceram. Então, Dira saiu do C.T. acompanhada de alguns guardas e, após alguns minutos da saída de Dira, Eugene foi até a sala do capitão. Lá, Eugene ficou de pé e Lucius sentado.

— Cadê a Dira? – perguntou Lucius olhando para Eugene.

— O bandido, Jack, contou-nos que houve mais lojas roubadas e ela foi verificar. – respondeu Eugene olhando para Lucius.

— O bandido contou algo a mais? – perguntou Lucius.

— Sim, ele também falou que esses roubos são um tipo de recompensa. – respondeu Eugene.

— Recompensa?! – disse Lucius surpreso.

— Existe um criminoso no reino de Vardaros conhecido como Barão. Ele já foi um grande ladrão, mas, atualmente, encomenda roubos. Eu mesmo nunca o vi fazer o trabalho sujo. – disse Eugene em tom sério.

— Eu já ouvi falar nele. Não se sabe quem exatamente ele é. Tentamos encontrar seu depósito de itens roubados aqui em Corona há anos. – disse Lucius em tom sério.

— De qualquer forma, ele está, de alguma forma, dando esses roubos fáceis aos vários criminosos, que mandou para Corona, como um pagamento antecipado por algum serviço. – disse Eugene levando uma mão ao queixo.

— Vários criminosos?! – perguntou Lucius muito surpreso.

— Sim, Jack disse que o Barão não mandou só o trio do Anthony Weasel. – respondeu Eugene com um olhar de preocupação.

— Droga! Mais dor de cabeça! E quanto a esse serviço que o Barão encomendou a esses bandidos? – perguntou Lucius um pouco bravo.

Eugene abaixou a mão e Lucius respirou fundo.

— Jack não me contou, mas, para mim, é óbvio. – respondeu Eugene com um olhar confiante.

— Com certeza é um serviço pouco tentador, já que ele teve de pagar antecipado. – disse Lucius em tom mais sereno.

— Lembra por que eu quase fui enforcado aqui em Corona? – perguntou Eugene olhando para Lucius.

— É claro. Você roubou a coroa da prin…

Lucius arregalou os olhos e parou de falar.

— Isso, Capitão. Ele quer que os bandidos invadam o castelo e tomem a coroa da Rapunzel. – afirmou Eugene.

Lucius levantou e falou:

— Esse maldito!

— Foi ele quem me mandou roubar a coroa. Quando Jack falou que o Barão enviou vários ladrões e ainda estava pagando antecipado, ficou claro para mim que ele ainda quer a coroa da Rapunzel. – disse Eugene com um olhar de raiva.

— Droga! E quanto tempo teremos que esperar até esse bando de ladrões tentar fazer o roubo final? – perguntou Lucius dando um soco na mesa.

— Bom, quanto aos outros eu não sei, mas o Weasel vai tentar amanhã à noite. – respondeu Eugene em tom confiante.

— O quê?! Mas, amanhã à noite é o baile de máscaras! Por que acha que ele vai tentar roubar a coroa amanhã?! – perguntou Lucius muito surpreso.

— Porque Anthony não é do tipo que entra em confrontos. Vai haver mais estranhos no castelo e todos estarão mascarados, é mais fácil se misturar. – respondeu Eugene em tom confiante.

— Mas, só é permitido que as pessoas entrem na área interna do castelo se não estiverem com a máscara no rosto. Ele seria reconhecido imediatamente. Então, como acha que ele invadiria? – perguntou Lucius olhando para Eugene.

— Pelo telhado. – respondeu Eugene apontando para si mesmo.

— Isso seria burrice!– afirmou Lucius.

— Como eu usei o telhado há mais de seis meses para invadir, qualquer um é capaz de deduzir que a guarda real criou uma medida contra invasões por lá. – disse Eugene antes de dar um leve sorriso.

— De fato, mandei você colocar muitos espinhos no telhado, já que ele é muito frágil para aguentar alguma briga e seria muito difícil trocá-lo por causa do grande candelabro na sala do trono. – disse Lucius encarando Eugene.

— Por isso, devem estar pensando que não esperamos uma invasão pelo teto. – disse Eugene em tom confiante.

— Pensando bem… É possível que eles se infiltrem no primeiro andar através do telhado e, depois, ninguém os reconheceria por causa das máscaras, já que não é problema andar mascarado dentro do castelo. Porém, mesmo assim, ainda seria uma estupidez por causa dos espinhos. – disse Lucius com uma mão no queixo.

— Eles poderiam usar caneleiras como as das nossas armaduras. – disse Eugene em tom sério.

Lucius sentou novamente.

— Mas, Rider, se Anthony for um sujeito um pouco cauteloso, deve ter presumido que o comparsa preso entregou todo o esquema dele. Acha mesmo que ele pretende atacar amanhã? – perguntou Lucius um pouco pensativo.

— Capitão, um dos motivos de Corona ser um paraíso para ladrões é que, por lei, eles não podem ser torturados, depois de presos, até o julgamento e qualquer um por aqui sabe que leva cerca de três meses até alguém preso ser julgado. Por isso, fiquei surpreso quando tentaram me mandar para a forca, sem ao menos um julgamento, há mais de seis meses. – disse Eugene passando uma mão no pescoço.

— Tudo bem. Vou mandar dois guardas ficarem em cada lateral do castelo e vou reforçar a segurança no primeiro andar. Também mandarei mais dois guardas para reforçarem a segurança no quarto dos empregados só por precaução. – disse Lucius em tom sério.

— Quarto dos empregados? Qual a relevância disso? – perguntou Eugene um pouco confuso.

— Você é idiota?! As três coroas ficarão lá até serem entregues às majestades e à alteza na hora da dança dos reis! Aliás, você tem que estar lá nesse momento para dançar com a princesa! – disse Lucius apontando para Eugene.

— Eu?! Dançar?! O quê?! – perguntou Eugene levando as mãos à cabeça.

— Você esqueceu?! – perguntou o Capitão muito surpreso.

Dira abriu a porta e interrompeu a conversa.

— Flynn. Capitão. A sapataria, a doceria e o horte-frutti da rua principal foram realmente roubados. – disse Dira em tom sério.

— Eu já esperava. – disse Eugene em tom sério.

— Os donos ficaram surpresos quando aparecemos falando de roubo, até acharam que era brincadeira até olharem compartimentos secretos e perceberem que o dinheiro ou algo de muito valor sumiu. – disse Dira cerrando as mãos.

— Capitão, não vou participar da reunião de amanhã sobre o esquema de segurança para o baile. – disse Eugene se dirigindo à saída.

— Tudo bem. Você já está a par de todos os detalhes mesmo e, além disso, você não vai trabalhar amanhã à noite por causa da dança. – disse Lucius em tom sério.

Eugene estava prestes a abrir a porta quando Lucius gritou:

— Vocês dois!

Eugene virou assustado e Dira olhou para Lucius com os olhos arregalados.

— Cadê os elmos de vocês?! – perguntou Lucius muito bravo.

— Mas eu nem estou com minha armadura. – respondeu Eugene apontando para o seu corpo.

— Você me entendeu! – disse Lucius fulminando Eugene com os olhos.

Eugene saiu da sala e Dira, logo atrás, fechou a porta.

Um dia depois, na noite do baile, a sala do trono estava lotada de pessoas com máscaras semelhantes às mascaras de carnaval, Mão de Gancho estava no piano, e as pessoas estavam conversando. Os reis estavam sentados em seus tronos, o conselheiro em pé entre eles e Rapunzel estava em pé ao lado direito do pai. O rei estava usando um terno azul e botas pretas. A rainha estava usando um vestido violeta e sapatilhas combinando com o vestido e a princesa estava com um vestido azul-escuro, também estava com sapatilhas que combinavam com o vestido. O conselheiro estava usando um terno vermelho. Lucius estava ao lado esquerdo da rainha. Havia três guardas em pé próximos ao degrau antes dos tronos, dois na entrada do salão, um deles de olho no teto, quatro na entrada do castelo, dois na entrada dos fundos, seis no quarto dos empregados, cinco vagando pelos corredores do térreo e quatro guardas, separados em duas duplas, vigiando cada lateral do castelo. Stan e Peter estavam vigiando o lado esquerdo.

Lucius foi até Rapunzel e perguntou:

— Alteza, cadê o Flynn Rider?

— Eu não sei. Ele disse que tinha que fazer uma ronda rápida, mas estaria aqui a tempo para dançarmos. – respondeu Rapunzel enquanto observava algumas pessoas dançando.

— Ronda?! Ele foi dispensado por essa noite! – disse Lucius muito bravo.

— O quê? Mas ele me disse que você o mandou fazer a ronda. – disse Rapunzel um pouco confusa.

— Aquele moleque! – disse Lucius muito bravo.

Lucius respirou fundo.

— E minha filha? Ela foi dispensada somente pelo dia, já devia estar aqui. – disse Lucius revirando a multidão com os olhos.

— Eu não vi a Cassandra hoje. Acho que ela aproveitou a folga durante o dia para visitar o Varian. – disse Rapunzel acenando para alguns súditos.

— Entendo. – disse Lucius antes de suspirar.

Lucius voltou para o lado da rainha.

Na biblioteca pública, Anthony abriu a fechadura com uma chave, entrou e fechou a porta, estava acompanhado de dois homens, um mais baixo que estava com ele no encontro com Dira e outro da altura de Jack, mas branco e moreno. Os três estavam usando máscaras e estavam vestidos como as pessoas no baile de máscaras. A biblioteca era imensa, iluminada por velas, existiam várias estantes muito altas, estas estantes estavam dispostas paralelamente, formando corredores. Mais ao fundo, depois dos corredores, os ladrões encontraram uma porta, ela estava trancada, mas foi facilmente destrancada por um deles. A sala encontrada era pequena, continha somente uma mesa, não havia cadeiras. Um deles, o mais alto, empurrou a mesa. Havia um alçapão embaixo dela, os bandidos o abriram e desceram através de uma escada de madeira. Eles estavam num túnel iluminado por velas.

— Quem acendeu essas porcarias? – perguntou o ladrão mais alto olhando para as velas.

— Será que tem algum guarda por aqui? – perguntou o ladrão mais baixo.

— Idiotas. São velas do sol. – disse Anthony olhando para frente.

— Velas do sol? Tipo… Aquelas que a cera demora um ano para derreter completamente? – perguntou o ladrão mais baixo levando uma mão ao queixo.

— Sim. Reparem que ainda tem bastante cera nelas, então não precisamos nos preocupar. – disse Anthony apontando para as velas.

Os ladrões seguiram o túnel, não houve bifurcações. No final do caminho, havia uma escadaria em espiral. Depois de pouco tempo subindo, o ladrão mais baixo reclamou:

— Essa escada é infinita?

— Silêncio. – falou Anthony encarando o ladrão mais baixo.

A escadaria terminava numa porta de madeira de um metro de altura, Anthony a abriu, depois, o ladrão mais alto passou. Quando o ladrão mais baixo passou pela porta, esbarrou em Anthony, que estava parado encarando alguma coisa.

— Como? Ele disse que os guardas estariam nos esperando no primeiro andar. – pensou Anthony bastante aflito.

O ladrão mais baixo olhou para onde os comparsas estavam olhando e ficou paralisado também. Na frente dos bandidos, estavam Eugene, sentado numa caixa de madeira com a armadura da guarda, sem o elmo e com uma espada abaixo da cintura, Dira, trajada do mesmo jeito que Eugene e, de pé, encostada numa caixa, e Cassandra, que também estava trajada como Eugene e sentada numa caixa, ela estava com sua espada pessoal, que tinha um cabo semelhante ao de um sabre, abaixo da cintura.

— E aí, Anthony Weasel? – perguntou Eugene em tom de deboche.


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Notas finais do capítulo

Como que o Eugene descobriu?!



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