Rochas Negras escrita por Zretsim


Capítulo 18
Esquadrão Regicida


Notas iniciais do capítulo

A arte usada no livro não é de minha autoria.



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Há mais de mil anos, no noroeste da Germânia, dois reinos “viviam” em conflito constante. De um lado, um reino que era uma ilha, Corona. Do outro, um reino que habitava a costa, Saporian. Os coronianos eram pacíficos, não eram de começar brigas. Os saporianos, porém, eram muito violentos. Eles queriam o território de Corona e, para isso, tentavam invadir a ilha constantemente. Os saporianos dificilmente conseguiam invadi-la e, quando a invadiam, eram derrotados.

Esta relação entre os dois reinos só terminou, há duzentos anos, quando a rainha de Corona e o imperador de Saporian se apaixonaram um pelo outro e, então, decidiram unificar os reinos e chamá-los de Corona. Para a área mais desenvolvida de Saporian, foi atribuído o nome de Velha Corona. Todos os coronianos adoraram a unificação, mas alguns saporianos, por outro lado, odiaram. Muitos deles decidiram ir embora do novo reino de Corona. Ninguém nunca mais ouviu falar em saporianos depois disso. Porém, no mês anterior ao retorno da princesa Rapunzel, após o sumiço de Willow, acharam uma carta, no suposto corpo da vice capitã, cujo remetente era “Saporianos”.

Atualmente, na sala do capitão, no C.T. dos guardas reais de Corona, Cassandra estava conversando com Lucius, seu pai e capitão da guarda real de Corona.

— Pai, o senhor falou, ontem, que eu cuidaria dos saporianos, mas não sei por onde começar. – disse Cassandra olhando para Lucius, que estava sentado em sua cadeira.

— Os saporianos têm espiões aqui no reino. Devem ter sido eles que libertaram a Lady Caine. – disse Lucius olhando para Cassandra.

— Ficar na ilha não é uma boa opção, a Lady Caine é muito visada pelos guardas. Porém, estamos com um quantitativo reduzido de homens e mulheres por causa dos dois ataque que tomamos simultaneamente. Não, mesmo assim, é muito arriscado. O mesmo vale para a Velha Corona. – disse Cassandra com uma mão no queixo.

Cassandra estava usando sua armadura de guarda real.

— Está pensando o mesmo que eu? – perguntou Lucius com um sorriso de leve.

Cassandra olhou para Lucius, sorriu e disse:

— Eles estão pela floresta. Provavelmente, só saem para comprarem comida.

— Isso mesmo. Preciso que você descubra onde, exatamente, eles estão. – disse Lucius olhando para Cassandra.

— Esse é o problema. Não tenho ideia de como rastreá-los só com isso. – perguntou Cassandra um pouco decepcionada.

— Sim. Eu sei que é chato e pode levar semanas, mas você tem que achar um jeito. Quando li aquela carta, procurei eles por todo o reino, durante uma semana inteira. Não encontrei uma pista sequer. – disse Lucius enquanto cerrava uma das mãos.

— Tudo bem. Vou falar com alguns comerciantes pela ilha e na Velha Corona. Talvez eles tenham vendido algo para alguém suspeito. Bom… É possível que eu demore na Velha Corona. Então, Vou começar a dormir na casa do Varian, afinal, a Velha Corona é meio longe do castelo. – disse Cassandra antes de abrir a porta da sala.

— Seu namorado é um bom rapaz, mas, até o casamento… Só por cima do meu cadáver. – disse Lucius num tom assustador.

Cassandra começou a rir e saiu da sala.

No mesmo dia, Cassandra foi para a Velha Corona, conversar com alguns fazendeiros. Ela ficou um bom tempo por lá, mas não obteve uma boa resposta. O mesmo na ilha.

— Como eu esperava, ninguém lembra de pessoas suspeitas comprando algo. – pensou Cassandra enquanto andava pela área comercial na ilha.

Naquele momento, Cassandra viu uns garotos distraindo um vendedor de maçãs enquanto uma menina pegava algumas na cesta.

— Ei, vocês! – gritou Cassandra enquanto corria até as crianças.

A menina se assustou, largou as maçãs e correu com os garotos.

Cassandra se aproximou do vendedor e disse:

— Você devia ficar mais esperto.

— Eram crianças. Nunca pensei que pudessem fazer algo assim. – disse o comerciante enquanto apanhavas as maçãs.

De repente, Cassandra teve um “estalo” mental.

— Furtos. É isso. – pensou Cassandra com um sorriso no rosto.

Cassandra foi até a sala de seu pai e pediu papéis que continham queixas de furtos nos últimos três meses.

— Não temos nada. – disse Willow enquanto olhava para Cassandra.

Willow estava sentada, de uniforme, mas sem armadura.

— O quê?! – disse Cassandra muito surpresa.

— Filha, por que queria saber sobre queixas de furtos? – perguntou Willow um pouco confusa.

— Inicialmente, supus que os espiões saporianos estavam comprando suas próprias comidas. Porém, eles odeiam o rei, Corona, nós, tudo aqui. Por isso, duvido que eles comprariam comida por aqui, já que uma parte do dinheiro deles iria para o Estado, vulgo rei Frederic. – disse Cassandra olhando para sua mãe.

— Faz sentido… Ah, filha, furtos, geralmente, são denunciados quando uma grande quantidade é levada ou quando os furtos acontecem recorrentemente. – disse Willow sorrindo para a filha.

— É verdade. Eles devem estar roubando, aos poucos, em vários lugares diferentes para não chamarem atenção. – disse Cassandra um pouco empolgada.

Cassandra saiu correndo da sala e gritou:

— Obrigado, mã… Quer dizer, vice capitã!

Willow sorriu.

Enquanto isso, Eugene estava andando pela área comercial da ilha. Ele estava usando sua roupa habitual, a mesma de quando ele conheceu Rapunzel. Um homem de altura média e cabelos escuros estava o observando. Eugene entrou numa loja de armas.

— Bom dia, senhora… – disse Eugene enquanto encarava, tentando reconhecer, uma mulher idosa que estava atrás de um balcão.

— Magenta. – disse a senhora bastante irritada.

— Bom, senhora Magenta, preciso de que faça algo bem diferente para mim. – disse Eugene sorrindo.

— Por que não pede ao Xavier? Ele não é o seu favorito? – perguntou a senhora Magenta em tom de ironia.

— Eu pediria, mas ele su… – disse Eugene antes de perceber que estava sendo um pouco babaca.

A senhora Magenta fitou Eugene com os olhos e, logo em seguida, perguntou:

— De qualquer forma, Flynn Rider, o que deseja aqui?

Eugene sorriu.

Quando saiu da loja de armas, Eugene notou alguém lhe observando. Um homem fingindo comprar alface. Eugene fingiu que não viu nada e continuou andando.

Na Velha Corona, Cassandra estava no porão da casa de Varian, conversando com ele.

— E aí? Vai me ajudar? – perguntou Cassandra enquanto alisava os cabelos do namorado.

— Você quer mesmo que eu fique observando ladrões agindo por aqui? – perguntou Varian antes de tentar beijar Cassandra.

Ela afastou a cabeça e disse:

— Isso mesmo. Eu vou ficar de olho na ilha, então preciso de alguém por aqui.

— Tudo bem. Se é você quem está pedindo… – disse Varian antes de beijar Cassandra.

Depois, os dois foram até a entrada da casa.

— Lembre-se: siga quem cometer pequenos furtos além de crianças. – disse Cassandra antes de abraçar Varian.

Ela saiu da casa dele e voltou para a ilha.

Cassandra passou cerca de três semanas observando os comerciantes. Ela flagrou vários furtos, mas poucos foram de pequenas quantidades de comida. Além disso, todos estes furtos foram cometidos por crianças.

Um dia, pela noite, Cassandra estava deitada em sua cama.

— Droga. Só algumas crianças bancando as espertas durante todo esse tempo. – pensou Cassandra enquanto olhava para o teto.

Naquele momento, a coruja bordô entrou pela janela e pousou num criado-mudo ao lado da cama.

— Coruja! – disse Cassandra antes de começar a alisar o animal.

Antes de dormir, Cassandra pensou:

— Acho que amanhã vou visitar o Varian. Faz umas três semanas que não o vejo. Disse para ele só vir falar comigo se houvesse alguma novidade.

Cassandra dormiu.

No outro dia, na casa de Varian, ele e Cassandra foram conversar no porão.

— Eu não flagrei nenhum furto, cometido por algum adulto, de pequenas quantidades de comida também. – disse Varian olhando para Cassandra.

— Droga! – disse Cassandra muito exaltada.

— Calma. Eu estou investigando algo bastante interessante. Eu iria te informar quando eu tivesse certeza, mas… – disse Varian um pouco pensativo.

— Você descobriu algo? – perguntou Cassandra com “fogo” nos olhos.

Varian ficou um pouco assustado.

Depois, ele mostrou uma maçã para Cassandra.

— Ontem, enquanto estava irritado por não encontrar os espiões, lembrei-me de que as fazendas daqui costumam ser, supostamente, furtadas a noite. – disse Varian olhando para a maçã.

— Supostamente? – perguntou Cassandra um pouco confusa.

— Todos os dias, alguns fazendeiros comentam que, pela manhã, notaram que pequenas quantidades de frutas ou legumes em suas plantações simplesmente sumiram. Geralmente, eles encontram sinais de que foram arrancadas de forma bruta. – disse Varian antes de botar a maçã numa mesa.

— E eles não denunciam porque acham que são animais selvagens com fome. Acertei? – perguntou Cassandra em tom de ironia.

— Exatamente. Meu pai já verificou algumas vezes, mas os poucos rastros que ele encontrou eram de humanos. Ele não prosseguiu, pois não é estranho terem pegadas humanas em pomares. Eu, por outro lado, sempre estranhei a forma sistemática como esses, supostos, animais agiam. Um bicho com fome não fica migrando e pegando aos poucos de cada fazenda. Além disso, ele deixaria algum rastro. – disse Varian olhando para Cassandra.

— Animais costumam atacar o mesmo local e fazem uma completa bagunça. – disse Cassandra com uma mão no queixo.

— Eu vigiei uma fazenda ontem, mas não encontrei os ladrões. – disse Varian um pouco decepcionado.

— É possível que sejam animais, mas é coincidência demais. Provavelmente os espiões estão furtando as fazendas, o que é um ótimo jeito de não chamar atenção. – disse Cassandra antes de tirar a mão do queixo.

— Você vai vigiar comigo hoje? – perguntou Varian com um sorriso.

— É claro. Aliás, você devia ter me chamado desde ontem. – disse Cassandra um pouco irritada.

Varian abraçou Cassandra e começou a alisar a cabeça dela.

No mesmo dia, pela noite, os dois se vestiram de guardas e botaram armaduras. As únicas coisas diferentes na armadura de Varian eram suas luvas de madeira. Além disso, ele estava usando seus óculos. Cassandra estava com uma espada comum embainhada. Ela e Varian ficaram vagando pelo pomar de maçãs de uma das fazendas da Velha Corona.

— Essa é uma das fazendas que não são furtadas há um tempo. Eu fiquei por aqui ontem, mas outra fazenda foi furtada. É provável que este lugar seja o alvo hoje. – disse Varian olhando ao redor.

Era possível ouvir os grilos.

Naquele momento, eles ouviram um barulho. Parecia alguém mexendo nas plantas. Varian olhou para Cassandra e fez gesto para ela ir na frente. Cassandra balançou a cabeça, afirmando. Quando chegou próximo do local do barulho, Cassandra viu uma pessoa colocando uma fruta num saco. Não era possível ver o rosto desta pessoa.

— Ei, ladrão! – disse Cassandra apontando sua espada para o ladrão.

O ladrão levantou, era da mesma altura de Cassandra, e começou a correr na direção contrária de onde ela estava, mas ele se deparou com Varian, que perguntou:

— Vai para onde?

O ladrão olhou para trás e para frente, ele estava encurralado.

Após um momento, Varian jogou uma bola de palha com uma linha rosa perto dos pés do ladrão. Naquele momento, o ladrão soltou o saco e lançou uma faca em Varian. A faca acertaria o rosto do alquimista se ele não tivesse rolado para o lado.

— Uma brecha. – pensou o ladrão antes de começar a correr.

Varian levantou e assumiu a postura da Tödliche Beine[1] rapidamente. Logo em seguida, ele deu um giro no ar antes de acertar o rosto do ladrão com o calcanhar direito. O ladrão caiu de costas. Varian ficou de pé diante dele. O ladrão lançou uma faca novamente e, desta vez, ela acertou, de raspão, a bochecha esquerda de Varian.

— Droga. – disse Varian antes de recuar.

O ladrão levantou e correu na direção de Cassandra.

— Pode vir. – pensou Cassandra enquanto se preparava para cortar o ladrão.

O ladrão lançou uma faca em direção ao rosto de Cassandra, que não reagiu a tempo. Quando a faca estava prestes a acertar seu rosto, ela foi bloqueada por algo invisível e caiu no chão.

— O quê?! – pensaram Cassandra e o ladrão ao mesmo tempo.

O ladrão conseguiu passar por Cassandra, que ainda estava atordoada com a facada que quase levou.

— Muito bem, Varian. Não podemos deixá-la morrer. – disse Sugarby na cabeça de Varian.

Varian se aproximou de Cassandra e perguntou:

— Está tudo bem?

Cassandra parecia em transe.

— Cassan… – disse Varian antes de Cassandra voltar a si.

— O quê? Sim. Estou bem. – disse Cassandra um pouco confusa.

— Por que a faca parou? – perguntou Varian olhando para a faca.

— Isso não importa. O plano está dando certo. – disse Cassandra olhando para Varian.

Cassandra virou e começou a andar.

— Tudo bem. – disse Varian sorrindo para a faca.

1 – Do alemão, “pernas mortais”.

— O plano era fingir que queríamos capturá-lo aqui. Quando ele fugisse, rastrearíamos ele com os óculos do Varian. – pensou Cassandra enquanto andava.

No outro dia, pela manhã, Eugene, trajando sua armadura, foi numa loja de doces. O lugar tinha várias mesas. Algumas pessoas estavam comendo. Havia, também, um balcão, onde as pessoas faziam seus pedidos.

— Eugene, como vai? – perguntou um senhor perto do balcão.

Ele era baixinho, gordo e tinha os cabelos brancos.

— Oi, senhor Monty, estou ótimo. – respondeu Eugene com um sorriso.

— Vai querer o de sempre, não é? – perguntou o senhor Monty enquanto andava até uma porta.

Eugene o seguiu.

No outro lado da porta, havia uma cozinha. Algumas pessoas estavam decorando bolos, outras cozinhando.

— Eu nunca me canso de ver isso. – disse Eugene olhando para um dos bolos.

O senhor Monty pegou uma sacola grande com vários bolinhos e entregou para Eugene.

— A encomenda especial está aí também. – disse o senhor Monty enquanto fazia gesto afirmativo com o polegar direito.

Depois, Eugene passou na loja de armas da senhora Magenta.

— Está aqui. Sua espada nova. – disse a senhora Magenta enquanto entregava, para Eugene, uma espada embainhada.

— Obrigado. – disse Eugene após pegar a espada.

Eugene saiu da loja bastante empolgado com a nova espada. Ao longe, era possível ver um homem observando Eugene, o mesmo homem do outro dia.

Enquanto isso, na casa de Varian, Cassandra e ele estavam conversando no porão.

— Varian, vamos só nós dois. Meu pai achou melhor não me enviar ajuda de imediato por causa do baixo contingente de guardas. – disse Cassandra em tom sério.

— E se eles forem um bando? O que provavelmente são. – disse Varian um pouco preocupado.

— Não tem problema. Nesse caso, irei até o C.T. trazer reforços. – disse Cassandra em tom sério.

— Entendi. – disse Varian olhando para Cassandra.

Varian colocou seu óculos no rosto e os dois foram até a mesma fazenda da noite anterior. Na fazenda, Varian viu rastros de sua substância rosa, Dironium, e disse:

— Cassandra, achei.

Ele e Cassandra seguiram pela floresta até começarem a sentir cheiro de madeira queimada. Eles se olharam e sorriram. Varian retirou os óculos quando ele e Cassandra chegaram perto de um acampamento.

— Com certeza é aqui. – disse Cassandra cochichando.

Varian e Cassandra estavam, cada um, escondidos atrás de uma árvore.

— Sim. – disse Varian, também cochichando, enquanto procurava pessoas no acampamento.

Três homens saíram da floresta acompanhados de uma mulher, a Lady Caine. Dois homens eram altos e um era da altura da Lady Caine. Todos estavam usando roupas de habitantes da Velha Corona e o homem mais baixo estava com uma hematoma na testa.

— Essa mulher… Eu já a vi em algum lugar. – pensou Varian enquanto encarava a Lady Caine.

— É a Lady Caine. – disse Cassandra em tom baixo.

Os quatro sentaram ao redor da fogueira e começaram a conversar.

— Devemos atacar? – perguntou Varian enquanto mexia nas suas luvas.

— Ainda não. Temos que ter certeza que só são esses quatro. – disse Cassandra olhando para Lady Caine.

— Ainda estou atordoada com esse papo de saporianos, Mike. – disse Lady Caine olhando para o homem de altura média.

— Você devia estar atordoada pelo seu fracasso. – disse Mike olhando para Lady Caine.

Mike tinha um olhar ameaçador.

— Pega leve, Mike. Não tinha como ela saber que o Flynn Rider estaria de guarda-costas do rei. Além disso, teve a princesa mágica também. – disse um dos homens altos olhando para Mike.

— Concordo com ele. – disse o outro homem alto.

— Obrigada, Ryan e Nathan. – disse Lady Caine olhando, primeiramente, para o primeiro homem que a defendeu.

— Graças ao retorno dos poderes da princesa, além dos poderes da rainha e da vice capitã da guarda real, ainda não invadimos esse reino. – disse Mike com um leve sorriso.

Assim como seu olhar, a voz de Mike era assustadora.

— Você disse algo sobre estarem atrás de um poderio bélico mágico… Como estão fazendo isso? – perguntou Lady Caine em tom sério.

— Não dá para ouvir a conversa. – pensou Cassandra, um pouco irritada, enquanto observava o grupo.

— O reino de Vardaros armou seus soldados com armaduras mágicas. Agora os soldados são mais fortes que um elefante e mais rápidos que um cavalo. Graças a isso, a criminalidade no reino mais criminoso da Germânia foi quase extinta. – disse Mike olhando para Lady Caine.

Ela ficou um pouco assustada.

— Descobrimos que um grupo de pesquisadores, na área de magia, forneceu as armas em troca de estudá-las para aprimorá-las. – disse Ryan olhando para Lady Caine.

— A sede deles fica num reino distante, fora da Germânia. Por isso, vamos ficar, por aqui, aguardando ordens. – disse Nathan olhando para Lady Caine.

— Um esquadrão regicida que não mata um rei é meio patético, não? – perguntou Lady Caine antes de rir.

— No caso de uma oportunidade surgir, exterminaremos o rei. – disse Mike em tom ameaçador.

— Entend… – disse Lady Caine antes da testa de Ryan ser acertada por uma bola de palha, que explodiu em seguida.

— O quê?! – pensou Mike antes de levantar e recuar.

A face de Ryan estava em carne viva. Ele caiu para trás.

— O que foi isso?! – disse Nathan após levantar e olhar para trás.

Naquele momento, uma bola de palha com uma linha vermelha acertou o abdômen de Nathan e explodiu. Ele caiu agonizando de dor.

Lady Caine e Mike aproveitaram para fugirem. Mike conseguiu pegar um cinto com facas antes de fugir.

— Varian, você vai atrás do cara e eu vou atrás da Lady Caine! – disse Cassandra enquanto corria para a direção que a Lady Caine seguiu.

Mike estava correndo pela floresta quando esbarrou em Varian e caiu.

— O quê?! Como você… – disse Mike antes de lançar uma faca em Varian.

Varian desapareceu e apareceu atrás de Mike.

— Boo. – disse Varian olhando para Mike.

Ele levantou e atirou outra faca. Varian sumiu junto com a faca.

— O que diabos? – pensou Mike muito assustado.

Naquele momento, Varian enfiou a faca nas costas de Mike.

— Ah! – gritou Mike antes de ficar de joelhos.

— Vocês, saporianos, são todos lixo. Querem dominar tudo e todos. Bando de retardados violentos. – disse Varian olhando para frente.

Varian foi para frente de Mike e chutou a cabeça do saporiano, que “voou” até acertar uma árvore. O impacto do chute quebrou o pescoço de Mike.

Varian voltou a olhar para frente e disse:

— É por causa de pessoas como vocês que vamos varrer os humanos da face da Terra.

Enquanto isso, Cassandra estava parada em algum lugar da floresta, empunhando sua espada.

— Para onde ela foi? – pensou Cassandra olhando para as árvores.

Uma brisa passou por Cassandra e, logo em seguida, Lady Caine a agarrou. As duas rolaram e Cassandra soltou a espada.

— Droga. – pensou Cassandra olhando para sua espada.

Lady Caine levantou e Cassandra, também.

— Você não tem a rainha para te proteger agora. – disse Lady Caine antes de dar um chute frontal com o pé direito.

Cassandra evitou o chute, ficando de lado para a Lady Caine. Cassandra, rapidamente, chutou de lado, com o pé direito. Lady Caine foi atingida no rosto pela “sola” direita da armadura de Cassandra. A criminosa caiu com o nariz sangrando.

— A rainha não me protegeu. Pelo contrário, ela te protegeu. Se aquela luta continuasse, eu, provavelmente, iria te matar. – disse Cassandra olhando para Lady Caine.

Lady Caine estava um pouco atordoada enquanto ouvia Cassandra falar. Quando sua visão ficou um pouco mais nítida, Cassandra acertou um soco em seu rosto, nocauteando-a.

— Você vai voltar para sua cela. – disse Cassandra enquanto sorria.

Cassandra arrastou Lady Caine até o acampamento. Quando chegou ao acampamento, os dois homens, que estavam desacordados, estavam com facas cravadas em suas cabeças.

— O quê? – pensou Cassandra logo após soltar os antebraços da Lady Caine.

Naquele momento, Varian saiu da floresta.

— Cassandra, sinto muito, ele fugiu. – disse Varian um pouco decepcionado.

— Não tem problema. Peguei a Lady Caine. Ela vai nos explicar quem são eles. – disse Cassandra olhando para Lady Caine desacordada.

Após alguns minutos, Lady Caine acordou. Ela percebeu que estava amarrada e encostada numa árvore. Cassandra e Varian estavam olhando para o corpo de Ryan.

— Ei, idiotas! – disse Lady Caine muito irritada.

— Ah, ela acordou. – disse Cassandra olhando para trás.

— Demos sorte desses caras terem cordas. – disse Varian olhando para Cassandra.

Cassandra e Varian se aproximaram de Lady Caine.

— Vocês não têm que me levar para a prisão? – perguntou Lady Caine em tom de deboche.

— O Eugene me fez perceber que interrogar bandidos antes de prendê-los é bem eficaz. – disse Cassandra com um olhar assassino.

— Eugene? Era para eu conhecer esse nome? – perguntou Lady Caine um pouco confusa.

— Flynn Rider. – disse Varian olhando para Lady Caine.

— Ah. – disse Lady Caine com expressão de indiferença.

— Já chega! Quem são essas pessoas e por que elas estavam com você? – perguntou Cassandra com a mão no pescoço de Lady Caine.

— Como se eu… – disse Lady Caine antes de ser interrompida com uma facada de Cassandra no seu braço esquerdo.

— Ah! – gritou Lady Caine.

— Seu amiguinho, ladrão de fazendas, deixou duas facas cravadas na cabeça dos comparsas dele. Eu posso falar ao capitão que ele fez isso com você também. – disse Cassandra olhando nos olhos de Lady Caine.

— Foi muito fácil. Mandei o garoto sumir com o corpo daquele saporiano e pegar duas facas dele para terminar de matar os dois companheiros dele. Matei três saporianos e fiz parecer que foi uma queima de arquivo. Se bem que acho que o do rosto queimado já estava morto. Hahahahahaha. – disse Sugarby na mente de Varian.

Lady Caine ficou encarando Cassandra por um tempo e, então disse:

— Vai ter que me matar. Estou morrendo de curiosidade para saber o que Vardaros vai fazer depois que souberem que Corona matou um de seus prisioneiros. Os dois reinos já não são muito amigos por causa do Flynn Rider. Será que aconteceria uma guerra? – perguntou Lady Caine com um sorriso malicioso.

Cassandra acertou um soco no olho esquerdo de Lady Caine.

— Pode bater o quanto quiser. Corona tirou tudo de mim, então que se exploda esse reino. – disse Lady Caine encarando Cassandra.

Naquele momento, Varian chutou o rosto da criminosa, que bateu a cabeça na árvore e desmaiou.

Mais tarde, alguns guardas estavam olhando o acampamento. Lucius estava entre eles. Um guarda se aproximou do capitão e disse:

— Senhor, vasculhamos os arredores e não encontramos ninguém com a descrição que o Varian nos deu.

— Entendo. – disse Lucius olhando para Cassandra, que estava encostada em uma árvore, de braços cruzados.

Lucius foi até sua filha.

— Capturei a Lady Caine, mas não descobri nada sobre os saporianos. – disse Cassandra muito irritada.

— O jeito de atacar usando facas… São, de fato, saporianos. Agora, só nos resta esperarmos a carta de resposta da rainha de Vardaros para entendermos melhor como a Lady Caine fugiu da prisão de lá. – disse Lucius olhando para Cassandra.

— Mas… – disse Cassandra antes de ser interrompida por seu pai.

— Você prejudicou o plano do inimigo. Esses homens, provavelmente, estavam aqui para tentarem atacar o castelo. Foi um bom trabalho. – disse Lucius em tom sério.

Varian apareceu perto deles e disse:

— Além disso, fui eu quem deixou aquele outro bandido escapar.

— Varian… – disse Cassandra com um sorriso de leve.

Na noite do mesmo dia, Eugene foi à sala do capitão da guarda.

— Capitão, ouvi dos guardas que alguns saporianos foram mortos. – disse Eugene olhando para Lucius.

— Sim… Porém, um escapou. Aliás, foi ele quem matou os companheiros. Além disso, a Lady Caine não quer falar. – disse Lucius enquanto analisava alguns papéis.

— Como sabem que eram saporianos? Estavam com facas? – perguntou Eugene um com uma mão no queixo.

— Sim. Os saporianos lutavam atirando facas nos inimigos. – disse Lucius olhando para Eugene.

— Fico surpreso por não ter lembrado disso quando mataram minha namorada. – pensou Lucius enquanto guardava alguns papéis.

Após um momento, Eugene disse:

— Bom, Capitão, o motivo de eu vir aqui agora é que tenho um plano contra os ladrões do Barão.

— Estou ouvindo. – disse Lucius olhando para Eugene.

No quarto dos reis, eles estavam conversando. Arianna estava deitada e Frederic estava sentado na cama.

— Quando você vai me explicar essa sua… Magia? – perguntou Frederic olhando para Arianna.

Ela estava de olhos fechados.

— Vai fingir que está dormindo? – perguntou Frederic antes de fazer cócegas na esposa.

— Hahahahaha. Para! – disse Arianna enquanto ria.

Arianna sentou e recuperou o fôlego.

— E agora? Vai me contar? – perguntou Frederic com as mãos posicionadas para mais cócegas.

— A Willow contou tudo para o Lucius. Por que você não pergunta para ele? – perguntou Arianna desviando o olhar.

De repente, Frederic fez cócegas, novamente, em Arianna.

— Para! Para! – disse Arianna enquanto ria.

Frederic parou e disse:

— Eu queria saber por você.

Naquele momento, Frederic beijou a testa da esposa.

— Tudo bem, mas… Promete que vai acreditar em mim? – perguntou Arianna em tom sério.

— É claro que sim. – respondeu Frederic com um sorriso bondoso.

Na Velha Corona, Dira estava deitada olhando para o teto, parecia abatida.

Numa casa na ilha, Lance também parecia abatido. Ele estava sentado olhando para o chão.

Na torre de Gothel, Sugarby estava observando algo luminoso na sala.

No quarto da Rapunzel, ela estava observando o reino da sua varanda.

No quarto de Eugene, ele estava encarando alguma coisa.

— A única incógnita no meu plano é ela, então não tenho escolha. – disse Eugene com um olhar sério.


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Notas finais do capítulo

Caramba... O Varian matou o cara.



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