Rochas Negras escrita por Zretsim


Capítulo 17
Investigação


Notas iniciais do capítulo

A arte usada no livro não é de minha autoria.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/800953/chapter/17

Atualmente, em Corona, na sala do trono, Eugene entrou desesperado pela entrada principal e disse:

— E as pessoas na Velha Corona? Como elas estão?

Na sala, estavam os reis sentados, com suas coroas, em seus tronos, Quirin e Varian em pé.

— Seis guardas morreram e muitos estão gravemente feridos. – disse Quirin olhando para Eugene.

— A Stalyan apareceu depois do traidor, é possível que ela tenha atacado a Velha Corona com seu pessoal e depois tenha ido ao C.T.. – pensou Eugene enquanto se aproximava de Quirin e Varian.

— Quem atacou? – perguntou Eugene em tom sério.

— A mulher de capa. – respondeu Varian em tom sério.

— O quê? Mas como ela soube do Lance? – perguntou Eugene muito surpreso.

Naquele momento, Eugene olhou para a rainha e lembrou da Willow.

— Arianna, a Willow está viva. Ela apareceu no C.T. e salvou a vida do Capitão. – disse Eugene em tom sério.

Arianna e Frederic se olharam. Os dois estavam muito surpresos.

— Onde ela está? – perguntou Arianna após levantar de seu trono.

— Num dos hospitais do reino. A Cassandra se machucou, então ela levou a filha para algum hospital. – disse Eugene enquanto olhava para Varian.

— O quê? A Cassandra… – disse Varian bastante preocupado.

— Frederic, o Capitão mandou um guarda reunir guardas da área comercial para ajudarem no C.T.. Há muitos feridos lá. Além disso, ele foi pessoalmente reunir guardas na área residencial para ajudarem na Velha Corona. – disse Eugene olhando para Frederic.

Naquele momento, Eugene ficou surpreso com algo.

— Não pode ser… Mas faz muito sentido. – pensou Eugene muito assustado.

— Eugene? – chamou Frederic enquanto olhava para Eugene.

— Eu vou para a Velha Corona com o Quirin investigar o que aconteceu na última noite. Arianna e Varian, acho melhor vocês procurarem onde a Willow e a Cassandra estão. Frederic, o senhor precisa se preparar para contar aos cidadãos o que está acontecendo no reino. Vai ser difícil permanecer encobrindo as coisas depois de ontem. – disse Eugene em tom sério.

Todos na sala, com exceção de Eugene, fizeram gesto afirmativo com a cabeça.

— Quirin, vamos. – disse Eugene antes de começar a correr em direção a saída principal.

Num dos hospitais da ilha, a rainha Arianna e Varian surgiram no quarto de Cassadra. Arianna estava com uma fina camada de luz ao redor de seu corpo. Ela estava com a mão direita no ombro esquerdo de Varian.

— O quê? Onde estamos? – pensou Varian antes de ver Cassandra.

No quarto, Willow estava usando um uniforme semelhante ao uniforme dos guardas reais de Corona, exceto pelo fato dele ser branco com detalhes azuis. O uniforme de Willow estava um pouco rasgado e repleto de sangue. Porém, Willow estava muito bem. Ela estava olhando para Cassandra, que estava inconsciente em cima de uma cama com o uniforme da guarda real. As partes da armadura dela estavam ao lado da cama, assim como suas luvas e botas. O sangue no rosto de Cassandra havia sido limpo.

— Cassandra… – disse Varian olhando para Cassandra.

Naquele momento, Arianna desativou seus poderes. Logo em seguida, Willow olhou para o lado e viu sua irmã e o namorado de sua filha.

— Arianna… – disse Willow antes de começar a chorar.

Enquanto as duas irmãs conversavam fora do quarto, Varian ficou ao lado de Cassandra.

— Não há nada que eu possa fazer? – pensou Varian enquanto chorava.

De repente, Varian lembrou da pedra rosa que usou para curar seus ferimentos.

No corredor que dava acesso ao quarto de Cassandra, Varian passou correndo por Willow e Arianna e disse:

— Vou buscar ajuda. Cuidem bem dela.

As duas fizeram gesto afirmativo com a cabeça.

Enquanto isso, na Velha Corona, Eugene e Quirin estavam conversando com um guarda em cima dos muros. Este guarda era o mesmo que conversou com o cavaleiro negro na última noite.

— Você viu o que aconteceu ontem a noite? – perguntou Eugene enquanto olhava para o guarda.

— Sim. Mesmo tendo visto a gota de sol e aquelas Rochas Negras, nunca pensei que fosse ver algo como aquilo. Daqui de cima, podemos ver as lanternas dos guardas como pontos de luz. De repente, esses pontos de luz começaram a voar e cair em sequência. Eles permaneceram assim na estrada principal, depois as lanternas numa das estradas, que leva a casa do Quirin, começaram a voar também. Foi nessa hora que o Cavaleiro Negro apareceu e foi até lá. Depois, só deu para ver luzes e, também, uma névoa. – disse o guarda um pouco assustado.

— Pelo que o Varian me falou, o cavaleiro negro e a mulher de capa entraram em confronto, mas ele desapareceu no meio da luta. A névoa foi obra do Varian para conseguir atenuar a inimiga. – disse Quirin olhando para Eugene.

— Você ou algum dos outros guardas aqui em cima viram a mulher nos muros ou passando por cima dele? – perguntou Eugene olhando para a floresta.

— Não. – disse o guarda, olhando para Eugene, um pouco confuso.

— É difícil acreditar que alguém que causou todo esse estrago não destruiria os portões… É muito provável que essa mulher não tenha vindo do lado de fora do reino. – pensou Eugene enquanto olhava para os guardas sendo atendidos por médicos lá embaixo.

Lá embaixo, enquanto saíam de uma casa, que dava acesso a uma escada dentro dos muros, Quirin falou:

— Só poucas pessoas sabiam do Lance. Porém, essa mulher foi exatamente no local onde ele estava. Ficamos na dúvida se ela tem um espião, pois não soubemos responder por qual motivo ela esperou um dia para atacar.

— Se minhas suspeitas estiverem corretas, essa mulher só soube ontem onde o Lance estava. – pensou Eugene enquanto andava.

— Eu também estou bastante confuso com essa história. – disse Eugene enquanto olhava ao redor e via alguns guardas reais em macas.

Na casa de Quirin, Dira estava sendo atendida em seu quarto.

— Você fraturou algumas costelas e teve um ferimento na cabeça, mas vai ficar bem. Recomendo repouso por um mês. – disse o médico que a atendeu.

— Droga. – disse Dira antes de sentir dor.

Lance também estava no quarto, ele estava muito preocupado.

— Isso tudo foi porque aquela mulher estava atrás de mim. – pensou Lance enquanto cerrava as mãos.

No corredor do hospital, onde Cassandra estava internada, próximo a entrada do quarto dela, Willow estava conversando com sua irmã, a rainha Arianna.

— Por que vocês acharam que eu estava morta? – perguntou Willow olhando para Arianna.

— Você desapareceu e, uma semana depois, alguns guardas encontraram o corpo de uma mulher, na floresta, vestido com o uniforme da guarda real. Como seu uniforme havia sumido junto com você… – disse Arianna olhando para Willow.

— Entendi. Isso explica meu marido achar que viu uma fantasma. – disse Willow enquanto em tom sério.

— Havia uma carta, no corpo, dizendo que os Saporianos estão por perto. Não conseguiram localizar ninguém suspeito embora o Lucius permaneça procurando os Saporianos. Contamos para os súditos e para a maioria dos guardas que você faleceu. – disse Arianna olhando para a irmã.

— Eu sumi, mas foi por um bom motivo. Eu recebi uma carta da Agnete. – disse Willow enquanto desviava o olhar.

— O quê? – perguntou Arianna muito surpresa.

— Como pensávamos, houve um confronto na floresta mágica. Porém, a floresta se fechou e, agora, há uma grande barreira em forma de névoa nela. Ninguém entra, ninguém sai. Além disso, nosso irmão foi o único a sair da floresta naquele dia. Ele cresceu, tornou-se rei e teve duas filhas. Mas ele partiu num navio e não retornou mais. Então, foi dado como morto e um regente assumiu. – disse Willow em tom sério.

— Nosso irmão foi rei e morreu? – perguntou Arianna em choque.

— E tem mais. Quando cheguei em Arendelle, Elsa, a filha mais velha do Agnarr, estava para ser coroada rainha, pois atingiu vinte e um anos. Porém, na coroação dela, ela usou magia. – disse Willow olhando para Arianna.

— Ela despertou a Retention[1]sozinha como você? – perguntou Arianna muito surpresa.

— Não. O que a garota usa não é Retention, ela cria e manipula gelo. Fiquei observando ela por um tempo, mas não entendi como ela tem esses poderes. – disse Willow com uma mão no queixo.

— Que estranho. – disse Arianna olhando para Willow.

— Todos no reino sabem desses poderes da rainha e eles não têm medo dela. Isso me faz pensar que todos nos aceitariam se lembrassem de nós. – disse Willow um pouco decepcionada.

— Espera um pouco… Os boatos que o Frederic ouviu sobre uma tal Rainha da Neve… – disse Arianna muito surpresa.

— Isso mesmo. Elsa é conhecida como a Rainha da Neve de Arendelle. – disse Willow em tom sério.

Na casa de Quirin, enquanto ele estava com Dira no quarto dela, Eugene e Lance estavam conversando no porão.

— Eugene, acho melhor eu ir embora. – disse Lance olhando para um de seus braceletes.

— Não. A melhor opção é você ficar aqui em Corona, mas em outro lugar, por precaução. Eu sei como fazer a mulher com capa parar de te perseguir. – disse Eugene enquanto mexia em alguns fragmentos de Rochas Negras numa das mesas.

1 – Do alemão, “retenção”.

— Como você vai fazer isso? – perguntou Lance muito surpreso.

Eugene começou a andar em direção a escada.

— Confia em mim. – disse Eugene enquanto subia os degraus.

Na torre de Gothel, no antigo quarto de Rapunzel, Sugarby estava tentando usar suas manoplas.

— Droga. Não sai nada. Quanto tempo dura a habilidade daquelas adagas? – pensou Sugarby muito irritada.

— Desça, eu sei que está aí. – disse alguém que estava em frente a torre.

— Essa voz não me é estranha. Se descobrirem o que tenho na sala, meu plano todo já era. – pensou Sugarby muito assustada.

— Eu quero fazer um acordo. Preciso de uma pedra rosa. – disse a pessoa que estava em frente a torre.

— Acordo? – pensou Sugarby surpresa.

Sugarby colocou sua capa com capuz, apareceu na janela e disse:

— Estou ouvindo, mas, como prova de que está realmente disposto a fazer um acordo, não entre aqui. Ah, e, se você decidir me atacar, nunca verá nenhuma pedra, elas só aparecem quando eu quero.

A pessoa era Varian. Ele estava com suas roupas de habitante da Velha Corona, além das luvas de madeira.

— Minha namorada está morrendo num hospital. A respiração dela está muito fraca. Por favor, dê-me uma pedra rosa e farei o que você quiser. – disse Varian enquanto lágrimas saíam de seus olhos.

Sugarby olhou para Varian por um momento.

— Ei, tire essas luvas. – disse Sugarby enquanto uma esfera vermelha surgia em sua mão esquerda.

Varian retirou as luvas.

— Isto aqui na minha mão é uma esfera manipuladora. Dada uma condição, a pessoa, que estiver disposta a se tornar minha serva, torna-se minha serva. Se a condição for quebrada, a pessoa deixa de me servir. O servo não tem vontades próprias, ele só obedece a mim. Toque nesta esfera. Eu saberei se você não estiver disposto. – disse Sugarby antes de jogar a esfera manipuladora na direção de Varian.

Ele agarrou a esfera com a mão direita. Logo em seguida, a esfera brilhou.

— Excelente. Qual a sua condição? – perguntou Sugarby enquanto sorria.

— A Cassandra tem que permanecer viva. – disse Varian em voz alta.

Naquele momento, as íris dos olhos de Varian ficaram vermelhas, mas voltaram ao normal rapidamente. A esfera desapareceu, Varian ajoelhou e perguntou:

— Quais são suas ordens, senhora?

— Leve esta pedra para a sua namorada. – respondeu Sugarby enquanto jogava uma pedra rosa para Varian.

— Sim, senhora. – disse Varian após pegar a pedra.

— Não esqueça das suas luvas. – disse Sugarby antes de sair da janela.

No hospital que Cassandra estava, Varian entrou correndo no quarto dela. Willow e Arianna estavam no quarto. Elas se assustaram com a chegada dele. Varian foi até Cassandra e aproximou a pedra da barriga dela. Naquele momento, a pedra começou a brilhar, assim como a barriga de Cassandra e, logo em seguida, o brilho cessou.

— Varian, o que é isso? – perguntou Willow muito surpresa.

— Uma pedra mágica que tem a habilidade de curar ferimentos. Aparentemente, basta aproximá-la de uma ferida e todas as outras são curadas. – disse Varian olhando para Cassandra.

Cassandra despertou muito assustada.

— O traidor! – gritou Cassandra muito ofegante.

Cassandra olhou ao seu redor e viu seu namorado, a rainha e sua mãe.

— Mãe?! Ah, não. Eu morri. – disse Cassandra antes de suspirar.

— É uma longa história, mas estamos todos vivos. – disse Willow enquanto sorria.

Willow abraçou a filha e as duas começaram a chorar.

— Muito bem, garoto. Mais um espião vai ser muito útil para mim. – disse a voz de Sugarby ecoando na mente de Varian.

Na sala do trono, Frederic estava conversando com alguns guardas. William estava presente.

— Avisem a todos os súditos sobre as informações que acabei de lhes passar. Não vou mais esconder essa confusão mágica das pessoas. – disse Frederic em tom sério.

Na Velha Corona, após sair da casa de Quirin, Eugene foi conversar com alguns comerciantes que entravam pelos portões, montados em seus cavalos. Não era mais possível ver guardas machucados na estrada principal.

— Alguém que veio de Vardaros? – perguntou Eugene olhando para os comerciantes.

Um comerciante parou seu cavalo e disse:

— Eu vim de Vardaros. O que foi?

— Eu soube de uma fuga do presídio que aconteceu por lá. É verdade que a Lady Caine escapou? – perguntou Eugene em tom sério.

— Fuga? Do que está falando? Não houve nenhuma fuga desde que o Quaid assumiu o comando da guarda real de lá. – disse o comerciante enquanto olhava para Eugene.

Eugene encontrou mais alguns comerciantes de Vardaros e todos disseram algo semelhante ao que o primeiro comerciante disse.

— As pessoas lá não sabem que a Lady Caine fugiu? Então, como ela… – pensou Eugene antes de lembrar algo que Lady Caine havia dito: “O Barão me ajudou. Em troca, eu só tinha que matar você também.”

Eugene levou uma das mãos ao queixo.

— O Barão não tem poder para tirar alguém da cadeia. Só pode ter sido o Quaid. Ele deve tê-la soltado e pediu para que ela me matasse. Ele poderia fazer isso sem que os civis soubessem. Mas o Quaid é muito correto e leal. Ele não tiraria alguém da cadeia sem que a rainha soubesse… É isso! A rainha deve ter ordenado a soltura da Lady Caine. Em troca dela poder matar os reis, ela só teria que me matar junto deles. – pensou Eugene enquanto andava, afastando-se da entrada do reino.

Depois, ainda na Velha Corona, Eugene disse para Lucius que voltaria para ilha para falar com Rapunzel.

— É melhor eu não falar das minhas suspeitas quanto a rainha de Vardaros. Não quero começar uma guerra. – pensou Eugene enquanto andava na estrada principal.

Quando Eugene chegou ao quarto de Rapunzel, contou tudo o que houve na noite anterior.

— A Cassandra no hospital? Por que ninguém me contou? – perguntou Rapunzel muito preocupada.

— Todos estão preocupados com você, Loirinha, e ninguém queria te deixar mais assustada. – disse Eugene olhando para Rapunzel.

— Mesmo assim, podiam ter contado. – disse Rapunzel um pouco brava.

— Eu estou muito cansado. Ainda não dormi. – disse Eugene bocejando.

— Imagino… E a Velha Corona? O que descobriu lá? – perguntou Rapunzel enquanto abraçava Eugene.

— Quase nada. A única coisa que percebi é que essa mulher, que está tentando te sequestrar, é muito perigosa. Mesmo com seus poderes, Sunshine, você faz bem de ficar no seu quarto. Agora, eu te entendo melhor. – disse Eugene abraçando Rapunzel.

— Seu amigo está bem? Você disse que ela foi atrás dele, mas não disse qual foi a conclusão. – disse Rapunzel ainda abraçada com Eugene.

Eugene tirou algo do bolso sutilmente. Não era possível ver o que era. Ele estava com a mão bem fechada.

— Sim. Parece que ela não conseguiu pegar o objeto mágico dele, mas ele decidiu ir embora. Estou chateado por ele não ter me contado para onde pretendia ir. – disse Eugene enquanto soltava Rapunzel.

— E você deixou ele ir assim, fácil? – perguntou Rapunzel olhando para Eugene.

Eugene começou a andar em direção à saída do quarto.

— Eu o entendo. Ele não quer que mais pessoas se machuquem. – disse Eugene enquanto se aproximava da porta.

— Até mais, Eugene. Obrigada por me informar. Mas, Eugene, mesmo com medo, eu quero visitar a Cassandra mais tarde. – disse Rapunzel enquanto sorria.

Eugene fez gesto afirmativo com a cabeça e saiu do quarto.

Enquanto descia na escada, Eugene abriu a mão. Havia um fragmento de Rocha Negra nela.

— Não brilhou. – pensou Eugene enquanto olhava para o fragmento de Rocha Negra.

No quarto das damas de companhia, ao lado do quarto de Cassandra, Eugene entrou e disse:

— Com licença.

— Eugene! – gritou Mary, assustando todas as mulheres no cômodo.

— Oi, Mary. Pode me ajudar numa coisa? – Perguntou Eugene antes de sair do quarto.

No corredor, Eugene disse:

— Estou verificando algumas coisas sobre aquele atentado no dia da coroação da Rapunzel. Eu sei que você foi amarrada naquele dia, mas eu gostaria de te perguntar algumas coisas.

— Claro. Você sabe que, com você, eu topo tudo. – disse Mary com uma voz sedutora.

— Você é muito engraçada. – disse Eugene “sem graça”.

— O que você quer saber? – perguntou Mary em tom sério.

— Naquele dia, como foi a chegada dos criminosos na cozinha? – perguntou Eugene em tom sério.

— Bom… Vou falar o que disse aos outros guardas. Uma mulher entrou na cozinha com vários homens e ordenou que eles nos amarrassem. Ela parecia estar com pressa, não parava de falar que alguém podia ver os guardas mortos lá fora e estragar o plano. – disse Mary em tom sério.

— Entendi. Obrigado, Mary. – disse Eugene antes de sorrir.

Mary deu uma abraço em Eugene.

Eugene também questionou outros empregados.

Depois, enquanto saía do castelo, Eugene pensou:

— Por que eles se infiltrariam no castelo pela entrada dos fundos se há uma saída dos túneis no porão e outra no quarto de Cassandra? Isso só reforça uma dúvida antiga que tenho. No que o assassinato dos reis e da princesa ajudaria na questão do roubo da coroa? O Barão só seria prejudicado. A segurança no castelo, que já é muito vigiado, só aumentaria. Além disso, ninguém tentou pegar a coroa naquele dia. Outro fato é que o Barão nem tem poder para tirar alguém do presídio. Portanto, quem ajudou a Lady Caine foi outra pessoa. E essa pessoa também tem um espião no reino, visto que ela atacou uma casa quando nenhum guarda estava passando no local.

No C.T. da guarda real de Corona, quando o sol estava perto de se pôr, Eugene apareceu para ajudar na vigilância do local.

— Eugene! Desculpe por não estar aqui para ajudar ontem! – disse Peter quando avistou Eugene.

— Está tudo bem! Era sua folga! – disse Eugene acenando positivamente para Peter.

— Parece que todos os feridos foram levados para um hospital. – pensou Eugene enquanto olhava para área de treinamento do C.T..

Eugene se aproximou de Peter.

— Como destruíram a forca? E aquela parede? – pensou Peter enquanto olhava assustado para a parede destruída, em que Willow foi jogada pelo traidor.

— Peter, vou dar uma olhada nos presos. – disse Eugene antes de entrar na área das celas.

Após subir as escadas, Eugene viu duas celas abertas. Eram celas vizinhas. A da Lady Caine e a dos seus comparsas sobreviventes.

— Não, não, não… – pensou Eugene enquanto corria até as celas.

Eugene olhou as duas celas. A cela da Lady Caine estava vazia e, além disso, seus três comparsas estavam mortos com facas cravadas nos seus pescoços.

— Droga! Justo quando eu queria falar com ela! – disse Eugene muito irritado.

— Está nervosinho, Flynn Rider? – disse Jack, na sua cela, em tom irônico.

Eugene desceu rapidamente.

— Peter! Alguém subiu para as celas no primeiro andar? – perguntou Eugene muito irritado.

— Só dois médicos para verificarem os presos, mas eu nem os vi saindo. – respondeu Peter despreocupadamente.

— Temos três presos mortos e uma fugitiva. – disse Eugene enquanto cerrava as mãos.

— O quê?! Vou chamar alguns guardas e pedir para alguém informar ao Capitão na Velha Corona. – disse Peter antes de ir até alguns guardas perto da entrada do C.T..

— Foram espertos. Havia vários médicos por aqui, então nenhum guarda estranhou a entrada deles. E aquelas facas? Parecia que queriam deixar uma assinatura, mas não conheço nenhum assassino ou grupo que tenha essa marca. – pensou Eugene ainda de mãos cerradas.

Em algum lugar da floresta de Corona, Lady Caine estava usando um jaleco e segurando uma maleta, além de estar com os cabelos soltos. Ela estava acompanhada de dois homens também de jalecos e segurando maletas.

— Para onde estamos indo? – perguntou Lady Caine em tom sério.

— Chegamos. – disse um dos homens.

Eles estavam num acampamento. Uma pequena fogueira e três barracas. Havia um homem sentado perto da fogueira.

— Quem são vocês? – perguntou Lady Caine olhando para o homem perto da fogueira.

— Nós somos as pessoas que pediram para a rainha de Vardaros mandar o capitão dela te libertar. Nós somos as pessoas que querem a morte do rei. Ou melhor, dos reis e da princesa. – disse o homem num tom ameaçador.

— Isso eu já percebi. Quero saber, mais especificamente, quem são vocês. – disse Lady Caine um pouco assustada.

— Bem-vinda ao esquadrão regicida. – disse um dos homens, que a estavam acompanhando, bem perto do ouvido direito da Lady Caine, num tom ameaçador.

Mais tarde, pela noite, na ilha, em alguma casa da área residencial, Eugene estava acompanhado de alguém usando um capuz.

— Você vai ficar aqui. – disse Eugene olhando para a pessoa.

A pessoa abaixou o capuz. Era Lance.

A casa tinha alguns móveis, como mesa e cadeiras. Na casa, havia, também, uma escada para um andar superior. As casas na ilha, diferente das casas na Velha Corona, eram todas duplex, assim como a casa de Quirin, o chefe da Velha Corona.

— Tem certeza? E se me encontrarem de novo? – perguntou Lance com tom de preocupação.

— Isso não vai acontecer. Só eu sei que você está aqui. Basta ficar quieto por aqui. Eu vou dar um jeito de trazer comida. – disse Eugene em tom sério.

Era possível ver raiva nos olhos de Eugene.

— Eugene… Você descobriu, não é? – perguntou Lance olhando para Eugene.

— Sim. Porém, não posso lidar com isso agora. Por isso, estou te escondendo. – disse Eugene antes de sair da casa.

— Em todos esses anos, eu nunca vi o Eugene com um olhar desses. Ele está furioso. – pensou Lance enquanto olhava para a porta que Eugene acabara de fechar.

No hospital, Cassandra estava bem melhor, ela conversou muito com a mãe depois que acordou. Varian e Arianna ficaram observando, alegres. Uma médica entrou na sala para ver como Cassandra estava.

— Eu nunca vi nada assim. Nem parece que ela estava à beira da morte. – disse a médica, muito surpresa, enquanto olhava para Cassandra.

— Graças ao Varian. – disse Arianna olhando para Varian.

— Você tem mais pedras daquelas? Ajudaria muito no meu trabalho aqui. – disse a médica olhando para Varian.

— Infelizmente, não. A pessoa que invadiu a Velha Corona deixou cair duas. Usei uma no momento do confronto e deixei a outra em casa. Eram as duas que eu tinha. – disse Varian em tom sério.

— Entendi. – disse a médica um pouco decepcionada.

Naquele momento, Lucius entrou no quarto da filha. Ele ficou muito feliz ao ver Cassandra conversando tranquilamente com a mãe e disse:

— Filha…

— Pai, o senhor está bem? – perguntou Cassandra olhando para Lucius.

— Sim. Agora eu estou. – disse Lucius olhando para a filha.

Depois, Eugene e Rapunzel apareceram.

— Raps! – disse Cassandra bastante feliz.

— Eu estou aqui também. – disse Eugene fitando Cassandra com os olhos.

— Nem reparei. – disse Cassandra olhando para Eugene.

Todos na sala começaram a rir.

— Aliás, como você está vivo? O traidor não te atacou? – perguntou Cassandra olhando Eugene de cima para baixo.

— Eu não sei. O traidor me acertou duas vezes, mas eu acordei como se só tivesse levado um soco e um chute de uma pessoa comum. – disse Eugene em tom sério.

— Como daquela vez com o monstro do espelho? – perguntou Rapunzel olhando para Eugene.

— Sim. – respondeu Eugene um pouco pensativo.

Um momento depois, Rapunzel se aproximou da mãe e perguntou:

— Mãe, quem é essa? Por que ela parece tanto com a senhora?

— Você não a conheceu. Ela foi dada como morta antes de você voltar. É a Willow, minha irmã gêmea. – disse Arianna olhando para a irmã.

— Minha tia? – perguntou Rapunzel muito feliz.

Naquele momento, Rapunzel notou as roupas rasgadas e meladas de sangue de Willow e perguntou:

— Mãe, ela está bem?

— Sim. Ela também é como eu. – disse Arianna olhando para a filha.

Um dia depois, na sala do capitão da guarda, Eugene, Cassandra, Lucius e Willow se reuniram.

— Fui visitar a Dira hoje. Ela está mal. Vai ficar fora por um mês. – disse Cassandra muito preocupada.

— Ela está tão mal assim? Então, por que o Varian não usou a pedra nela? – pensou Eugene, olhando fixamente para um ponto, com uma mão no queixo.

— Eugene, sobre o que você quer falar? – perguntou Lucius em tom sério.

— Antes de mais nada, eu gostaria de saber o que vocês disseram para as pessoas no reino. – disse Eugene um pouco pensativo.

— O rei ordenou que os guardas espalhassem tudo sobre você, o Barão, a coroa e o traidor. Além disso, os poderes da rainha e da Willow não são mais um segredo, por isso as pessoas não estão com medo. Porém, nem tudo que dissemos foi verdade. Contamos que a Willow saiu numa missão secreta, então demos ela como morta. Sobre a mulher de capa, falamos que ela está tentando raptar a princesa e até já enviou um capanga atrás dela. – disse Lucius em tom sério.

— Entendi. Eu estranhei a história da Willow, então quis checar. – disse Eugene em tom sério.

— E então, o que você quer conosco? – perguntou Cassandra um pouco impaciente.

— Capitão, o senhor me chamou pelo meu nome? – perguntou Eugene muito surpreso.

— Do que está falando, Rider? – perguntou Lucius em tom sério.

Eugene suspirou.

— Eugene! Fala logo! – gritou Cassandra muito irritada.

— Tudo bem. – disse Eugene muito assustado.

Após um momento, Eugene olhou para Willow e perguntou:

— Vice capitã, você consegue usar seus poderes agora?

— Sim. Por quê? – perguntou Willow olhando para Eugene.

— Estamos lidando com um traidor na guarda real, sabemos que ele teve acesso aos mapas dos túneis nesta sala. Provavelmente, foi alguém que fez a faxina por aqui desde que a Rapunzel retornou. Além disso, provavelmente o traidor estava de folga no dia que atacou este C.T.. Porém, a lista de guardas de folga na noite retrasada e a lista de guardas que limparam esta sala é muito grande para analisarmos. – disse Eugene em tom sério.

— Entendi. Você quer que eu analise as listas com a minha velocidade. – disse Willow olhando para Eugene.

Naquele momento, Willow pegou alguns papéis na gaveta ativou seus poderes. Cerca de vinte segundos depois, Willow falou:

— Cinco pessoas que folgaram há dois dias fizeram faxina por aqui no intervalo de tempo especificado. – disse Willow em tom sério.

— Capitão, nós temos quatro problemas que precisam ser resolvidos urgentemente. – disse Eugene, em tom sério, enquanto fazia o número quatro com a mão esquerda.

— Barão, a sequestradora,… Só tem dois. – pensou Cassandra olhando para Eugene.

— O primeiro. Antes do Lance aparecer, uma das guardas, Xawana, filha do ferreiro Xavier, disse-me que o pai dela estava sumido. Recentemente, recebemos denúncias de que mais quatro pessoas sumiram. Eu averiguei e todas estas pessoas, incluindo o Xavier, moram sozinhas. Há um padrão aqui. Provavelmente, trata-se de sequestro. O segundo. A mulher de capa atacou a Velha Corona somente para pegar uma arma. Ela é muito perigosa e sem limites, pode atacar o castelo a qualquer momento. O terceiro. O Barão tem um traidor na guarda real. Por algum motivo, ele quer a coroa da Rapunzel. Há três ou mais ladrões perigosos pelo reino com armas mágicas. A Lady Caine e seus comparsas usaram a entrada dos fundos no dia do atentado, isto é, eles não sabiam dos túneis. Ou seja, a Lady Caine tinha alguém de dentro trabalhando com ela, mas não foi o mesmo informante do Barão que a ajudou. Isto nos leva ao quarto problema. Outra pessoa quer os reis mortos. A fuga da Lady Caine, ontem, só ratifica isso. Se ela estivesse com o Barão, a Stalyan teria a libertado há dois dias. Porém, pessoas disfarçadas de médicos entraram e soltaram ela. Como se não bastasse, deixaram facas cravadas nos pescoços dos mercenários que invadiram o castelo. Eu não faço ideia de quem está por trás da Lady Caine. – explicou Eugene em tom sério.

Willow, Cassandra e Lucius estavam perplexos.

— Facas… Não pode ser. Como não percebi antes? – pensou Lucius enquanto lembrava de como seu pai e Fernanda, irmã de Frederic, morreram.

Uma camada fina de luz estava ao redor de Willow.

— Eu estou perdido em relação ao atentado. – disse Eugene um pouco pensativo.

— Eu sei quem está. – disse Frederic em tom sério.

— Lucius? – perguntou Willow olhando para o marido.

— As únicas pessoas que tem a realeza de Corona como inimigas juradas são os Saporianos. Eu devia ter percebido antes. Só comecei a dar atenção a eles quando forjaram a morte da Willow. – disse Lucius enquanto cerrava as mãos.

— Faz todo sentido. – disse Cassandra olhando para o pai.

— Saporianos? Acho que a Loirinha já comentou sobre eles. Parece que não aceitam os reis de Corona desde que o reino de Saporian foi anexado. – pensou Eugene olhando para Lucius.

— Eugene, quero você focado na mulher de capa e no Barão. Cassandra, você vai assumir o caso dos Saporianos. – disse Lucius olhando para a filha.

— Mas e os desaparecimentos? – perguntou Eugene um pouco confuso.

— Dira vai cuidar disso quando se recuperar. – respondeu Lucius olhando para Eugene.

Eugene fez gesto afirmativo com a cabeça.

Depois, antes de sair da sala, Eugene disse:

— Capitão, vou pensar em algo para fazermos com os suspeitos. Quando o plano estiver completo, eu falo ao senhor.

— Vai dormir! – ordenou Lucius um pouco exaltado.

Willow e Cassandra começaram a rir.

Mais tarde, no seu quarto, Eugene estava pensativo, deitado em sua cama.

— É possível que os Saporianos tenham convencido a rainha de Vardaros a libertar a Lady Caine. Convencê-la deve ter sido fácil se eles me usaram como argumento. Nesse caso… Como eles conseguiram entrar em contato com a rainha? – pensou Eugene olhando para o teto.

— É… Melhor… Eu não… Falar nad… – pensou Eugene enquanto adormecia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

As peças estão se encaixando.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Rochas Negras" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.