Rochas Negras escrita por Zretsim
Notas iniciais do capítulo
A arte usada no livro não é de minha autoria.
Há vinte e seis anos atrás, em Corona, houve um horrível atentado contra a vida do rei. Nesse dia, os príncipes Fernanda e Frederic, além de Lucius, estavam andando pelo reino com seus pais, o rei e o capitão da guarda. A mãe de Lucius era uma das guardas e estava presente, assim como a rainha. Nem Frederic, nem Lucius usava barba ou bigode. Quando chegaram à área comercial, um homem muito habilidoso passou pelos seguranças e golpeou, fatalmente, o rei e a rainha com uma espada curta, na frente de Frederic. Fernanda ficou paralisada de medo. Logo em seguida, o homem tentou acertá-la, mas Lucius bloqueou o golpe.
— Deixe minha namorada! – gritou Lucius.
Naquele momento, o homem chutou Lucius, embainhou a espada e começou a correr em direção a mãe de Lucius. Ele não foi muito longe, pois o capitão da guarda acertou um chute em sua barriga. O homem caiu rolando no chão. A mãe de Lucius tentou acertar um pisão na cabeça do homem, mas ele rolou para o lado, evitando ter a cabeça pisada. O homem levantou, rapidamente, e partiu, novamente, para cima da mãe de Lucius. Ela sacou sua espada e tentou um corte horizontal, mas não adiantou, o homem abaixou, sacou uma faca e perfurou o pescoço da guarda.
— Mãe! – gritou Lucius desesperado.
Alguns guardas foram para cima do homem, mas ele retirou a faca do pescoço da mãe de Lucis e correu em direção ao capitão.
— Eu vou vingá-la! – gritou o capitão da guarda.
O homem lançou a faca para o lado enquanto olhava para o capitão. Quando o homem se aproximou, o capitão guardou a espada, virou em noventa graus com o pé esquerdo e acertou um chute de lado no rosto do homem. Antes de cair, o homem sacou mais uma faca e a lançou no pescoço do capitão.
— O quê?! – pensou o capitão antes de “desabar”.
O homem levantou, olhou ao redor e percebeu que a quantidade de guardas estava crescendo. Ele olhou nos olhos de Frederic, sorriu, mexeu a boca e correu. O homem não pronunciou nada, mas Frederic conseguiu ler os seus lábios. O homem havia dito “Você é um lixo.”
— Fernanda?! – gritou Lucius chorando.
A princesa estava com uma faca cravada em seu olho esquerdo. Frederic não havia notado antes, mas a faca que o assassino lançou antes de entrar em confronto com o capitão era para atingir a princesa Fernanda.
No mesmo dia, pela noite, Frederic, enquanto andava pelos corredores do palácio, ouviu muitos murmúrios: “Coitadinho. Perdeu os pais e já vai ter que assumir o trono.”, “Perdemos os reis, a princesa e o capitão”, “O assassino era muito habilidoso, matou o capitão e despistou os guardas.”, entre outras coisas.
Após entrar no seu quarto, Frederic começou a chorar.
— Por que isso teve que acontecer? – pensou Frederic enquanto se dirigia à sua cama.
O quarto do príncipe era o mesmo quarto que, no futuro, pertenceria a sua filha, Rapunzel.
Alguns dias depois, na sala do trono, o conselheiro real, pai de William, avisou à Frederic e, também, à Lucius que os preparativos para a coroação estavam terminados.
— Tudo bem. Façamos a coroação amanhã. Não precisa chamar ninguém. Quero algo discreto e rápido. – disse o príncipe Frederic olhando para o conselheiro.
William estava ao lado do pai.
— Dito isto, vou voltar ao meu quarto agora. – disse Frederic antes de sair da sala.
Lucius saiu logo em seguida.
William não parava de olhar para o portão principal, por onde Lucius e Fredric haviam saído.
— Filho. – disse o conselheiro real olhando para a entrada principal.
— Sim? – disse William olhando para o pai.
— Como você sabe, eu posso continuar no cargo de conselheiro, mas sei que você não quer deixar seus amigos sozinhos. – disse o conselheiro real ainda olhando para a sala principal.
— Eu posso? – perguntou William muito empolgado.
— É claro. Você já está pronto. Além disso, acho que aqueles garotos vão se sentir mais à vontade, para gerirem o reino, com você do que comigo. – disse o conselheiro real olhando para o filho.
— Obrigado, pai. – disse William enquanto sorria.
Algumas semanas depois, Frederic já estava no cargo de rei, Lucius de capitão da guarda e William de conselheiro real. O rei Frederic estava sentado em seu trono quando alguns guardas chegaram com Lucius. William estava ao lado do rei.
— William, sinto muito. Seus pais foram assassinados. – disse Lucius com um olhar triste.
William correu até a residência de seus pais, que fica na descida, em espiral, que dá acesso ao castelo. Quando chegou lá, viu os dois degolados. Havia alguns guardas na casa.
— Não! – gritou William enquanto chorava.
Lucius chegou logo depois, junto de Frederic.
— Os vizinhos disseram que eles não saíam de casa há dias. Também reclamaram do cheiro e, quando entramos… – disse Lucius olhando para os corpos.
William ficou de joelhos e continuou chorando.
Em algum lugar da Velha Corona, o homem, que matou os pais de Frederic, estava numa das casas, sentado, amolando uma faca na frente de um cadáver.
— Missão cumprida. Já posso voltar. – disse o assassino enquanto sorria de leve.
No seu quarto, o rei Frederic estava muito pensativo. Ele lembrou que seu pai não falava muito de seus avós porque eles foram assassinados quando o seu pai tinha 18 anos. Além deles, a capitã da guarda e seu marido e a conselheira real da época também haviam sido assassinados em datas próximas.
— Será que tem alguma ligação?… – pensou Frederic enquanto se dirigia à janela.
— Não… Não faz sentido. Os crimes aconteceram em intervalos de tempo enormes. Além disso, aquele homem tentou me matar e matou a minha irmã. Os outros assassinos pouparam os príncipes. – pensou Frederic enquanto olhava o reino pela janela.
— Droga! – disse o rei Frederic muito irritado.
Cerca de uma semana depois, o rei foi chamado na Velha Corona, pois uma das moradoras de lá, Agnete, encontrou o corpo da chefe da Velha Corona. Quando chegou na residência da chefe, encontrou Lucius lá.
— Como isso aconteceu? – perguntou Frederic olhando para o cadáver.
— Uma das habitantes veio aqui essa manhã, pois fazia cerca de uma semana que não via a senhora Anil. Quando chegou, sentiu um mau cheiro e, depois de chamar muito e ninguém responder, ela abriu a porta e se deparou com isso. – disse Lucius apontando para o corpo.
— Não tem nenhuma pista de como ou quem possa tê-la matado? – perguntou Frederic olhando para Lucius.
— Há uma perfuração no pescoço, provavelmente usaram uma fa… – disse Lucius antes de lembrar como seus pais foram mortos.
— Não pode ser. Será que… – disse Frederic bastante preocupado.
— É possível. Mas acho improvável. Não faz sentido alguém que matou os reis, ao invés de fugir, ficar só para matar a chefe da Velha Corona. Afinal, ela é só uma porta-voz das pessoas daqui. – disse Lucius olhando para Frederic.
— De qualquer forma, vamos ter que escolher um substituto. – disse Frederic enquanto saia da casa acompanhado de dois guardas.
— Onde você vai? – perguntou Lucius olhando o rei se afastar.
— Falar com a mulher que encontrou o corpo. Quero saber como ela está. – disse Frederic enquanto andava.
— Eu vou com você. Ei, você está no comando. – disse Lucius apontando para um dos guardas na cena de crime.
Lucius guiou Frederic até uma das casas na estrada principal da Velha Corona.
— É essa aqui? – perguntou Frederic olhando para uma casa.
— Sim. Vamos. – disse Lucius antes de bater a porta da casa.
Uma moça de cabelos compridos abriu a porta. Esta moça era Arianna. Ela estava usando um vestido simples, algo comum entre as habitantes da Velha Corona.
— Posso ajudar? – disse Arianna antes de tomar um susto ao reparar na coroa de Frederic.
Frederic ficou encantado com Arianna.
— Que mulher linda. – pensou Frederic enquanto olhava para Arianna.
— Majestade? Desculpe-me. Entrem. – disse Arianna enquanto saía da frente.
Os dois sentaram à mesa com Agnete enquanto Willow e Arianna cozinhavam. Willow manteve o cabelo curto e estava usando um vestido semelhando ao da irmã. Agnete estava com alguns fios de cabelo brancos.
— Senhora Agnete. Eu vim aqui porque fiquei preocupado com a situação. A senhora era muito amiga da senhora Anil? – perguntou Frederic alternando o olhar entre Agnete e Arianna.
— Sim. Ela me abrigou na casa dela com as meninas antes de eu poder falar com o antigo rei para comprar esta casa. Aliás, sinto muito pelo que aconteceu com o seu pai. Era um bom homem. – disse Agnete olhando para Frederic, mas ele estava concentrado em Arianna.
Agnete seguiu a trajetória do olhar de Frederic até Arianna.
— Huuum. – pensou Agnete com um sorriso.
Naquele momento, Lucius acertou uma cotovelada no braço de Frederic.
— Ai! Por que você… – disse Frederic antes de perceber que deixou Agnete no “vácuo”.
Lucius segurou o riso.
— Desculpe-me, senhora Agnete… Eu me distraí. – disse Frederic muito envergonhado.
— E essa distração tem nome? – perguntou Agnete em tom de deboche.
Lucius começou a rir.
— Eu adorei ela. – disse Lucius enquanto ria.
Arianna e Willow olharam para Lucius.
— O que será que a Agnete disse? – perguntou Arianna.
— Quem sabe? – respondeu Willow.
— Ela deixou o rei envergonhado. – disse Arianna olhando para Frederic.
Naquele momento, Willow voltou a cozinhar e Arianna a seguiu.
— Desculpe. Eu não queria ser desrespeitoso. É só que a sua filha é muito bonita. – disse Frederic enquanto corava.
— Eu sei e ela está solteira. – disse Agnete olhando para Arianna.
Frederic estava muito vermelho e Lucius, como o bom amigo que era, estava chorando de tanto rir.
Após alguns segundos, Lucius parou de rir e Frederic voltou à sua coloração normal.
— Bom, mudando um pouco de assunto. A senhora sabe como funcionam as coisas por aqui na Velha Corona? – perguntou Frederic em tom sério.
— Sim. Como eu era amiga da Anil, aprendi muitas coisas sobre as fazendas. Acredito que você tenha me perguntado isso porque me quer como substituta dela. Acertei? – perguntou Agnete olhando para Frederic.
— Sim e eu sinto muito, ela era sua amiga. Porém, agora que perdemos a chefe daqui, temos que encontrar outra pessoa para ser a porta-voz da Velha Corona. Mas não pode ser qualquer pessoa. Preciso de alguém que entenda como as coisas funcionam aqui. Posso contar com você? – perguntou Frederic enquanto estendia a mão direita.
— Claro. – disse Agnete enquanto apertava a mão de Frederic.
Frederic e Lucius levantaram.
— Aliás, pode contar comigo também para tentar conquistar a Arianna. – disse Agnete em tom baixo.
— Então esse é o nome dela? – pensou Frederic enquanto olhava para Arianna.
Quando estavam saindo, Frederic passou pela porta e, logo em seguida, Lucius. Porém, antes de passar pela porta, o capitão da guarda real olhou para Willow. Ela percebeu o olhar.
— O que foi? Nunca me viu? – perguntou Willow um pouco irritada.
Agnete fechou a porta e gritou:
— Você é retardada?!
Willow ficou muito assustada.
— Assim você vai afastar os pretendentes! – gritou Agnete olhando para Willow.
— Pretendentes? – perguntou Willow um pouco confusa.
— Ei, Arianna! Você é cega, menina! – gritou Agnete enquanto olhava para Arianna com “fogo” nos olhos.
— Cega? Do que ela está falando? – pensou Arianna enquanto cozinhava.
Agnete parou de gritar para respirar.
— Eu vou para o meu quarto. Pode não parecer, mas estou muito mal pela Anil. – disse Agnete em tom triste.
Willow e Arianna se olharam e, logo em seguida, voltaram a cozinhar.
De noite, enquanto jantava na cozinha do palácio com o conselheiro real e o capitão da guarda, Frederic começou a pensar em Arianna. Lucius e William perceberam que Frederic estava olhando para o prato com “cara” de bobo.
— Ele está bem? – perguntou William, a Lucius, enquanto olhava para Frederic.
— Ele está apaixonado. – respondeu Lucius em tom de deboche.
— E quem é a azarada? – perguntou William ainda olhando para o rei.
Lucius riu e disse:
— Uma mulher da Velha Corona. O nome dela é Arianna. Ah, ela é filha da nova chefe de lá.
— Ei, Frederic. A comida vai esfriar. – disse William com um sorriso de deboche.
— O quê?! Ah, a comida! Claro. – disse Frederic um pouco assustado.
Lucius e William começaram a rir.
Alguns dias depois, Arianna estava cozinhando com Willow quando alguém bateu a porta. Arianna abriu e Frederic estava lá. Lucius e alguns guardas estavam atrás dele contendo algumas mulheres.
— Majestade, vai na minha casa depois! – gritou uma das mulheres.
— No outro dia, não chamamos tanta atenção. Será que demos sorte? – pensou Lucius enquanto segurava uma mulher.
Arianna ficou “sem reação” ao ver aquela situação.
— Oi, Arianna, desculpa incomodar, mas a senhora Agnete nos chamou para almoçar aqui hoje. – disse Frederic muito nervoso.
— O quê? Como ela pôde? Eu não preparei nada de especial. – pensou Arianna enquanto olhava para o rei.
— Manda eles entrarem! – gritou Agnete.
Arianna tomou um susto e, logo em seguida, convidou o rei para entrar. Lucius deixou alguns guardas na entrada e entrou.
Quando Lucius e Frederic sentaram à mesa, Agnete disse:
— Tenho que resolver um assunto.
— Qual assunto? – perguntou Willow olhando para Agnete.
— Aliás… Você e você, venham comigo. – disse Agnete apontando, primeiro, para Willow e, depois, para Lucius.
— Eu vou ficar sozinha com o rei? – pensou Arianna bastante nervosa.
— Eu vou ficar sozinho com ela? – pensou Frederic bastante nervoso.
— Precisa de mim? – perguntou Willow um pouco confusa.
Lucius levantou e se dirigiu à saída.
— Vamos logo. – disse Agnete enquanto empurrava Willow para fora de casa.
No lado de fora, Agnete falou para Willow e Lucius que precisava que eles pegassem maçãs que ela encomendou numa das fazendas. Ela precisava resolver um problema em outra fazenda, por isso não podia ir até a fazenda buscar as maçãs.
Depois, durante o percurso, Willow ficou encarando Lucius.
— O que foi? Nunca me viu? – perguntou Lucius em tom de deboche.
— Touché. – disse Willow enquanto virava o rosto.
— Desculpe se te incomodei naquela hora. É que eu só reparei em você quando saí. – disse Lucius enquanto olhava para frente.
— Está me dizendo que não chamo muita atenção? – perguntou Willow um pouco irritada.
— Pelo contrário, você é tão bonita que fiquei muito surpreso por não tê-la notado no momento em que entrei em sua casa. – disse Lucius ainda olhando para frente.
Willow corou e parou de andar.
— Onde será que fica a fazenda de maçãs? – perguntou Lucius enquanto andava.
Willow se “reergueu” rapidamente e voltou a andar.
— É ali. – disse Willow apontando para uma fazenda onde havia uma fila.
— Uma fila? – perguntou Lucius enquanto olhava para a fila.
— As maçãs dessa fazenda são muito populares por aqui. – respondeu Willow.
Os dois foram para o final da fila. Algumas mulheres na fila repararam em Lucius.
— É o capitão da guarda. – disse uma das mulheres.
— Ele é bonitinho. – disse outra das mulheres.
Lucius ficou um pouco “sem jeito”.
— Então ele é popular?… Não é para menos, ele é o capitão da guarda afinal. – pensou Willow enquanto olhava para Lucius.
Na casa de Agnete, Arianna e Frederic estavam almoçando.
— Ela não deu uma palavra. Acho melhor eu tomar iniciativa. Não posso desperdiçar a oportunidade que a senhora Agnete me deu. – pensou Frederic enquanto comia.
Arianna estava comendo calmamente.
— Arianna. Conte-me sobre você. Eu quero ser seu namo… Amigo! – disse Frederic enquanto sorria de nervoso.
Arianna ficou corada e pensou:
— Ele iria dizer “namorado”?
Naquele momento, Arianna lembrou do que aconteceu em Arendelle.
— Pergunto-me como ficou o reino depois que fui embora. Nenhuma de nós teve coragem de perguntar a alguém que viesse de lá sobre como estavam as coisas. – pensou Arianna com um olhar triste.
Frederic notou que Arianna mudou de “tom” de repente e perguntou:
— Está tudo bem? Foi algo que eu falei?
— O quê? Não. É que… Não tem nada de muito interessante sobre mim. – disse Arianna antes de voltar a comer.
— Ah. Entendo. – disse Frederic.
Frederic ficou triste e voltou a comer.
Após alguns segundos de silêncio, Arianna disse:
— Mas eu adoraria ser sua namo… Amiga!
Frederic engasgou.
Arianna sorriu enquanto Frederic tossia.
— Ele é fofo. – pensou Arianna enquanto via Frederic tomando água.
Após se “recompor”, Frederic disse:
— Arianna, vai acontecer o baile de fim de ano no castelo daqui dois meses. Você, quer dizer, vocês gostariam de ir?
Arianna sorriu.
— Pensei que esses eventos fossem só para nobres. – disse Arianna olhando para Frederic.
— Também são para convidados. Você vai? Eu gostaria que você fosse. Afinal, somos amigos agora. – disse Frederic enquanto sorria.
— Tudo bem. Eu vou. Quer dizer, nós vamos. Vou falar para a Willow e para a Agnete. – disse Arianna olhando para Frederic.
— Está combinado! – disse Frederic muito empolgado.
Arianna sorriu.
— Quer dizer, está combinado. – disse Frederic de maneira mais contida.
Na fila, na fazenda, Willow e Lucius estavam perto do início.
— Willow, eu notei que vocês não chamam a senhora Agnete de mãe. Ela não é a mãe de vocês? – perguntou Lucius olhando para Willow.
— Não! Quer dizer,… Ela nos adotou quando éramos um pouco grandes. – disse Willow um pouco nervosa.
— Entendi. E vocês vieram de onde? Sei que não são de Corona. – disse Lucius.
— Por que acha que não somos de Corona? – perguntou Willow encarando Lucius.
— A senhora Agnete falou que a Anil a ajudou antes dela pedir permissão ao rei para comprar aquela casa. Concessão de compra só ocorre com estrangeiros. – disse Lucius olhando para Willow.
— Esperto… – pensou Willow olhando para Lucius.
Os dois ficaram se olhando por um momento até que alguém falou:
— Vocês estão atrasando a fila.
Willow e Lucius desviaram o olhar.
— Desculpe. – disse Lucius enquanto prosseguia na fila.
— O que foi isso? – pensou Willow enquanto acompanhava Lucius.
— Pensei que ela fosse uma chata, mas não é bem assim. Ela até que é engraçada. – pensou Lucius enquanto sorria para Willow.
— Pensei que ele fosse um idiota, mas não é bem assim. Ele até que é esperto. – pensou Willow enquanto sorria para Lucius.
— Mas é melhor eu esquecer. Seria um desrespeito com a memória da Fernanda. Faz pouco tempo que ela foi assassinada. – pensou Lucius enquanto o sorriso saía de seu rosto.
Ele virou o rosto e passou a olhar para frente. Willow percebeu a mudança de “tom” e começou a olhar para frente também.
Em sua casa, Agnete entrou sozinha carregando algumas frutas. Arianna estava rindo muito com algo que Frederic disse. Ela parou de rir quando notou Agnete.
— Cadê a Willow? – perguntou Arianna enquanto guardava alguns pratos.
— Foi dar uma volta com o capitão bonitão. – disse Agnete com um sorriso malicioso.
— Sério? Que bom. Ela precisa ser mais sociável. – disse Arianna com um leve sorriso.
— Sociável? – perguntou Frederic.
— Sim. Aquela menina não gosta de falar com ninguém e, raramente, sai de casa. Ela é muito diferente da Arianna. – disse Agnete enquanto colocava algumas frutas na mesa.
— Entendi. Elas devem ser diferentes mesmo. A Arianna é muito sociável. Fez amizade comigo muito rápido. – disse Frederic enquanto olhava para Arianna.
Arianna sorriu.
— Ainda bem. Essas meninas perderam tudo. Seria bom se ganhassem pelo menos no amor. – pensou Agnete enquanto olhava os dois.
— Agnete, o rei nos convidou para o baile de fim de ano. Eu aceitei. Você vai? – perguntou Arianna enquanto recolhia as frutas da mesa.
— Já estou lá. – respondeu Agnete com um leve sorriso.
Os três começaram a rir.
No último dia daquele ano, muitos nobres e reis dos outros seis reinos estavam no castelo para o baile. A sala do trono estava toda decorada. Havia pessoas dançando e outras passeando pelo castelo. Somente o térreo estava liberado para os convidados. Frederic estava perto do trono quando alguns reis se aproximaram. Todos estavam usando suas coroas. Frederic estava usando um terno azul.
— Majestade, é uma honra conhecê-lo. – disse uma mulher loira enquanto estendia a mão direita.
— O prazer é meu. Nunca pensei que a rainha de Berlim viria de tão longe por causa de um baile aqui em Corona. – disse Frederic enquanto beijava a mão direita da rainha de Berlim.
— Sentimos muito pelo seu pai. – disse um homem velho, também, com uma coroa.
— Obrigado. Sei que o senhor e o povo de Brémen sentiram a morte do meu pai. – disse Frederic olhando para o rei de Brémen.
Quando Arianna, Willow e Agnete chegaram ao castelo, elas ficaram olhando o corredor de cima a baixo. Todas estavam de vestido. Willow, laranja. Arianna, verde. Agnete, azul.
— O nosso é maior. – disse Willow enquanto andava.
— E mais bonito. – disse Agnete olhando para Willow.
— Vocês duas… – disse Arianna antes de ver Frederic conversando com algumas pessoas.
— Coroas? Devem ser reis. – disse Willow enquanto olhava para as pessoas ao redor de Frederic.
— Vai falar com ele. – disse Agnete cutucando Arianna.
— Não. Ele está ocupado. – disse Arianna com um olhar triste.
Willow estava olhando para as pessoas como se estivesse procurando alguém.
— Perdeu alguma coisa? – perguntou Agnete com tom de deboche.
— Estava procurando o Luc… Não perdi nada! – disse Willow um pouco corada.
Agnete e Arianna começaram a sorrir.
— Vocês ficaram bastante próximos nesses últimos dois meses. – disse Arianna olhando para Willow.
— É, mas não é nada que você está pensando. Somos só amigos. – disse Willow um pouco nervosa.
— E no que estou pensando? – perguntou Arianna com tom de deboche.
Naquele momento, Frederic gritou:
— Arianna!
Arianna olhou para Frederic envergonhada, Willow “escondeu” o rosto e Agnete segurou o riso.
— Vem aqui! Quero te apresentar a umas pessoas! – Frederic continuou.
Arianna começou a andar e as pessoas abriram caminho. Ela estava muito envergonhada.
Quando chegou perto de Frederic, Arianna foi apresentada aos nobres e reis que estavam conversando com ele. Eles ficaram conversando por um tempo.
— Arianna parece estar à vontade ali. – disse Willow olhando para Agnete.
— E você parece bem desconfortável aqui. Cadê o seu amigo? – perguntou Agnete enquanto olhava para as pessoas dançando.
Arianna e Frederic começaram a dançar. Alguns reis foram dançar também.
— Eu não sei. Procurei o Lucius por todo esse salão e não o achei. – disse Willow um pouco frustrada.
Alguém de terno apareceu diante das duas.
— Estava me procurando? – perguntou Lucius diante de Willow.
— Sim… Não! – disse Willow um pouco nervosa.
Lucius sorriu.
— Quer dançar? – perguntou Lucius enquanto estendia a mão direita para Willow.
— Eu não estou com vontade, mas já que você insiste… – respondeu Willow enquanto “arrastava” Lucius para dançar.
No canto da sala, uma mulher estava fazendo sucesso entre alguns homens.
— Eu vou dançar com ela. – disse um dos homens.
— Eu cheguei primeiro. – disse outro dos homens.
— Quem eu devo escolher? – disse a mulher pensativa.
Esta mulher era a Gothel. Ela estava usando um vestido preto.
— Ela não vai dançar com ninguém. – disse uma mulher de cabelo roxo.
Gothel ficou muito assustada, mas não demonstrou.
— Zhan Tiri? – disse Gothel olhando para a Zhan Tiri.
Zhan Tiri estava usando um vestido vermelho.
— Por que parou de dar notícias? – perguntou Zhan Tiri enquanto olhava seriamente para Gothel.
— Aqui não é lugar para conversarmos. Siga-me. – disse Gothel antes de sair da sala do trono com Zhan Tiri.
Os dois homens que queriam dançar com Gothel ficaram sozinhos.
Enquanto dançavam, Frederic e Arianna não paravam de sorrir um para o outro.
— Você dança muito bem. – disse Frederic.
— Você também. – disse Arianna.
— Onde aprendeu a dançar assim? – perguntou Frederic.
— Eu tive au… Sozinha! Eu aprendi sozinha. – disse Arianna um pouco nervosa.
— Incrível. – disse Frederic com um sorriso gentil.
Eles dançaram mais um pouco.
— Eu quero te mostrar um lugar. – disse Frederic enquanto sorria.
— Quer me levar para o seu quarto? – perguntou Arianna muito “vermelha”.
— Não! Quer dizer, um dia. Mas nada de ir no meu quarto hoje. – disse Frederic muito “vermelho”.
Arianna começou a rir e disse:
— Você é muito engraçado.
— E você é muito linda. – disse Frederic olhando para Arianna.
Arianna ficou envergonhada e disse:
— Bobo. Para onde vamos?
Frederic sorriu.
Na biblioteca real, era possível ver Frederic abrindo a porta.
— Essa é a biblioteca real. Passo a maior parte do meu tempo aqui. Pesquisando história. Lendo sobre economia para conseguir acompanhar o William. Também tem artigos de segurança pública por aqui. – disse Frederic enquanto fechava a porta.
Arianna ficou impressionada.
Frederic mostrou alguns livros para ela.
— Isso me lembra da biblioteca do meu palácio. – pensou Arianna enquanto foleava um livro de economia.
— Você gosta de economia? – perguntou Frederic enquanto olhava para Arianna.
— Sim. Aliás, a política econômica de Corona é muito inteligente. Poucos impostos. Permite diversos tipos de lojas, além de exportação e importação para reinos de fora dos sete reinos, como Arendelle. – disse Arianna enquanto olhava para um parágrafo no livro.
Frederic ficou “sem palavras”.
Naquele momento, Arianna percebeu que falou demais.
— Você é muito inteligente. – disse Frederic enquanto se aproximava.
Quando Arianna olhou para Frederic, percebeu que ele estava perto demais. Ela ficou nervosa e derrubou o livro.
— Desculpe. Eu vou pe… – disse Arianna enquanto olhava para Frederic.
Os dois se aproximaram e se beijaram.
— Eu preciso ir. – disse Arianna enquanto afastava Frederic.
Ela correu até a porta, mas Frederic a deteve, segurando um de seus braços.
— Espere. Você não gosta de mim? – perguntou Frederic olhando para Arianna que estava de costas para ele.
— Claro que gosto. Você é um ótimo amigo e… – disse Arianna antes de ser interrompida.
— Eu não estou falando nesse sentido! Eu gosto de você. Eu ficaria muito feliz se você aceitasse namorar comigo. – disse Frederic ainda olhando para Arianna.
— Eu não quero ter que continuar mentindo sobre meu passado… Mas não tenho coragem de recusar esse pedido. Eu também gosto dele. – pensou Arianna enquanto ainda estava de costas para Frederic.
Arianna virou e disse:
— Sim.
— Tudo bem, eu entend… O quê?! – disse Frederic muito surpreso.
Arianna estava com lágrimas nos olhos, mas começou a rir.
— Você é muito engraçado. – disse Arianna enquanto olhava para Frederic.
— E você é muito linda. – disse Frederic antes de beijar Arianna.
— Se alguém vier ameaçar minha felicidade, eu conseguirei me defender. Afinal, sou uma Arendelliana. – pensou Arianna enquanto saía da biblioteca de mãos dadas com Frederic.
Na área externa do castelo, onde o rei costuma almoçar, Willow e Lucius estavam conversando. O local estava iluminado por velas.
— Ainda bem que iluminaram esse lugar por causa do baile. – disse Lucius olhando para as velas.
Naquele momento, Lucius olhou para Willow. Ela estava olhando para as velas.
— Willow, eu… – disse Lucius enquanto olhava para Willow.
Logo em seguida, Lucius pegou nas mãos de Willow e ela ficou corada.
— O que foi? – perguntou Willow enquanto Lucius se aproximava de seu rosto.
— Por que meu coração está acelerado? – pensou Willow antes de Lucius beijá-la.
— Desculpe. Eu não devia… – disse Lucius enquanto se afastava.
— Não. Tudo bem. Eu também gosto de você. – disse Willow com um sorriso.
— Mas eu não. Eu não gosto de você. Eu só me confundi. Desculpe. – disse Lucius evitando olhar nos olhos de Willow.
— Lucius… – disse Willow com lágrimas nos olhos.
Lucius correu e deixou Willow sozinha. Algumas pessoas notaram Lucius correndo.
Alguns minutos depois, Agnete, Arianna e Frederic apareceram. Willow estava sentada sozinha, olhando para o céu.
— Então é aqui que você estava? – perguntou Arianna olhando para Willow.
Willow levantou.
— Cadê o Lucius? – perguntou Frederic olhando ao redor.
Havia alguns guardas rondando e alguns convidados conversando.
— Não sei, não nasci colada com ele. – disse Willow enquanto andava.
Frederic ficou muito surpreso com a resposta e Arianna fitou Willow com os olhos. Logo em seguida, Agnete seguiu Willow. Arianna beijou a bochecha de Frederic e se despediu.
No quarto que, futuramente, seria de Cassandra, Lucius estava chorando, sentado em sua cama.
— Como que eu pude?! Desculpe-me, Fernanda. – pensou Lucius.
Alguém bateu a porta.
Lucius enxugou as lágrimas e disse:
— Pode entrar.
Frederic abriu a porta, entrou e fechou.
— Frederic? E a Arianna? – perguntou Lucius com os olhos inchados.
— Elas já foram. – disse Frederic olhando para Lucius.
— A Willow estava bem? – perguntou Lucius olhando para o chão.
— Estava com raiva. O que você fez? – perguntou Frederic.
— Eu disse que não gostava dela. – respondeu Lucius ainda olhando para o chão.
— O quê? Mas você só fala dela. – disse Frederic.
— Mas… E a Fernanda? – disse Lucius olhando para Frederic.
— Minha irmã morreu. Seja lá onde ela estiver, deve estar torcendo muito pela sua felicidade. – disse Frederic antes de sair do quarto.
Lucius ficou sozinho em seu quarto.
Willow, Agnete e Arianna foram para casa em um vagão medieval.
Um dia depois, pela manhã, alguém bateu a porta da casa de Agnete. Ela não estava em casa e Arianna atendeu a porta.
— Willow, é para você. – disse Arianna enquanto se afastava da porta.
Willow estranhou, mas foi até a porta. Lucius estava lá, de joelhos.
— Eu menti. Eu gosto de você. Eu gosto de ficar perto de você. Eu fui um idiota, não devia ter dito aquelas coisas. Eu achava que estava desrespeitando a Fernanda, mas eu estava errado. – disse Lucius olhando para Willow.
— Lucius… – disse Willow.
— Você ainda quer ser minha amiga? – perguntou Lucius enquanto levantava.
— Não. – disse Willow olhando para Lucius.
— Tudo bem. Eu entendo. – disse Lucius antes de Willow beijá-lo de surpresa.
— Eu quero ser sua namorada. – disse Willow sorrindo para Lucius.
— Claro. – disse Lucius acariciando os cabelos de Willow.
Arianna ficou olhando a irmã abraçada com o capitão da guarda real de Corona.
No mesmo dia, pela noite, Willow, Agnete e Arianna conversaram durante o jantar.
— Será que vamos chamar a atenção de Arendelle se ficarmos perto de homens tão importantes? Não quero que machuquem o meu namorado. – disse Arianna em tom sério.
— Nem eu. Ficaria maluca se machucassem o Lucius. – disse Willow enquanto cerrava as mãos.
— Fomos apagadas. Além disso, notícias daqui não ecoam com muita intensidade em Arendelle. Eu não arrumaria namorados para vocês se isso fosse botar vocês ou eles em risco. – disse Agnete em tom sério.
— Ela tem razão. Por um momento, esqueci-me de que ela arriscou a vida invadindo o castelo para pegar o diário da minha mãe. – pensou Arianna enquanto olhava para Agnete.
O silêncio tomou conta do ambiente por um momento.
— Então, aquela encomenda de maçãs foi para me aproximar do Lucius? – disse Willow levando uma mão ao queixo.
Agnete sorriu.
— Então, o almoço… – disse Arianna bastante surpresa.
— Estava muito óbvio. Como não percebemos? – perguntou Willow olhando para Arianna.
Naquele momento, as três começaram a rir.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
No próximo capítulo, mais sobre a vida de Eugene antes de ele conhecer Rapunzel.