Rochas Negras escrita por Zretsim


Capítulo 13
Frozen


Notas iniciais do capítulo

A arte usada no livro não é de minha autoria.



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Em Arendelle, muitos anos atrás, após contar para as filhas sobre o que aconteceu na floresta mágica, o rei Agnarr teve uma conversa, no quarto dele, com a rainha Iduna.

— Agnarr, preciso te contar uma coisa. – disse Iduna um pouco preocupada.

— O que foi? – perguntou o rei Agnarr olhando para Iduna.

— Sabe a garota que te salvou na floresta mágica? – perguntou a rainha Iduna desviando o olhar.

— Sim. O que tem ela? – perguntou Agnarr ao se aproximar da esposa.

— Era eu. Fui eu quem te salvei. – disse Iduna olhando para o marido.

— O quê?! – disse Agnarr muito surpreso.

— Você está chateado comigo por ter escondido? – perguntou Iduna enquanto se afastava de Agnarr.

— Não. É claro que não. Mas pode me explicar melhor tudo isso? Até onde eu sei, você era órfã e trabalhava aqui em troca de comida e moradia. Como é possível você ser da floresta mágica? – perguntou Agnarr olhando para Iduna.

— Eu sempre vivi lá. Meu pai morreu quando eu ainda estava na barriga da minha mãe e ela morreu no meu parto. Eles eram Northuldras. – disse Iduna um pouco triste.

— Nunca te vi na floresta mágica. – disse Agnarr um pouco desconfiado.

— Eu ficava me escondendo de você. Eu te achei bonitinho e tinha vergonha de falar com você. – disse Iduna um pouco corada.

Agnarr ficou muito vermelho.

— Isso é sério? – pensou Agnarr.

— Sempre tive afinidade com o espírito do ar e, juntamento com ele, eu ficava aparecendo flutuando só para você. Lembro que uma vez você correu atrás de mim. – disse Iduna com um sorriso de deboche.

— Era você? – perguntou Agnarr muito surpreso.

— Eu pedi para ele te tirar da floresta quando percebi que ela estava se fechando. Não era certo você ficar preso por causa do que os adultos tinham feito. – disse Iduna olhando para Agnarr.

Agnarr sorriu.

— Eu e ele o tiramos da floresta, mas ele voltou sozinho e me deixou aqui fora. – disse Iduna olhando para o chão.

Alguns meses depois, Elsa, enquanto brincava escondida com Anna, acertou um pequeno projétil de gelo na cabeça da irmã e Anna ficou muito mal. Agnarr, após ver o que aconteceu, pesquisou em alguns livros na biblioteca do castelo e encontrou algo sobre Trolls, criaturas mágicas que moram fora da floresta mágica. Iduna e Agnarr pegaram Anna e Elsa e saíram do castelo, cada um em um cavalo. Para curar a ferida de Anna, o chefe dos Trolls precisou apagar as memórias dela. Por isso, Anna cresceu sem saber dos poderes da irmã, nem por que Elsa vivia isolada em seu quarto.

Em Corona, muitos anos depois, um mês antes do retorno de Rapunzel, Willow estava analisando alguns papéis na sala do capitão da guarda quando alguém bateu a porta.

— Pode entrar. – disse Willow sem olhar para a porta.

Willow estava usando a vestimenta padrão dos guardas.

Um guarda entrou e deixou uma carta na mesa.

— Um carteiro deixou isso aqui para a senhora. – disse o guarda após deixar a carta na mesa.

O guarda saiu.

Willow olhou o remetente na carta.

— Agnete? – pensou Willow enquanto abria a carta.

“Willow, como você sabe, voltei para Arendelle faz cinco anos. Assim que cheguei, percebi que minha casa ficou intocada durante todo o tempo que fiquei fora. Sorte. Só tive que mandar alguém limpar. Muita poeira.

Porém, nem tudo são flores. Conversando com algumas pessoas aqui, fiquei sabendo que o seu irmão foi o único a voltar da floresta mágica no dia da inauguração. Além disso, como esperávamos, houve uma intensa batalha. Por isso, a floresta se fechou e não permite mais a entrada, nem saída de ninguém. Fiquei sabendo, também, que o rei Agnarr e sua esposa partiram num navio há alguns anos e não voltaram até hoje. Alguns navios saíram daqui em busca do rei, mas não encontraram o navio dele. O rei e a rainha foram dados como mortos e um regente, o atual comandante da marinha de Arendelle, assumiu. Elsa, a sua sobrinha mais velha, atingiu vinte e um anos de idade e vai ser coroada no final do mês.

Peço desculpas por não ter mandado uma carta antes. Não mandei porque sabia que você e a Arianna viriam imediatamente até aqui quando lessem. Como vice-capitã da guarda e rainha de Corona, vocês causariam um grande pânico se sumissem.”

— O Agnarr foi rei… E… Morreu? – pensou Willow enquanto botava a carta na mesa.

Willow guardou a carta e voltou ao trabalho.

— Desculpe, Agnete. Mas você estava meio certa. Só vai haver alvoroço se a Arianna sumir. O desaparecimento da vice-capitã da guarda não vai causar tanta comoção. – pensou Willow com um sorriso malicioso.

Mais tarde, no porto, Willow falou com algumas pessoas e descobriu que um navio sairia para Arendelle no próximo amanhecer. Era possível ver cartazes de procurado do Flynn Rider no porto.

— Que sorte. – pensou Willow enquanto se afastava do porto.

Na madrugada daquele mesmo dia, Willow colocou sua vestimenta da guarda real e uma capa com capuz para esconder seu rosto, olhou para Lucius enquanto ele dormia e saiu. Ela usou seus poderes para entrar num navio sem ser percebida. Willow conseguiu permanecer escondida até o navio chegar em Arendelle. Além de pessoas, este navio estava transportando frutas, então Willow roubou algumas para saciar a fome. O navio chegou a Arendelle durante o dia.

Quando Willow desceu no porto, ela sentiu uma enorme nostalgia. Por um momento, ela soltou uma lágrima. Algumas pessoas, que estavam descendo do mesmo navio, ficaram encarando Willow. Ela estava usando uma capa com capuz para esconder o rosto.

— Há quanto tempo… – pensou Willow enquanto estava parada admirando o reino.

Willow foi até a casa de Agnete. Ao chegar lá, recebeu um abraço. Agnete agora era uma idosa. Seus cabelos estavam brancos. Agnete soltou Willow rapidamente e gritou:

— Você é idiota?!

Willow arregalou os olhos.

— Você é vice-capitã da guarda real de Corona. Vão enlouquecer quando perceberem que você não está por lá. – disse Agnete enquanto sentava.

— Não é para tanto. – disse Willow olhando para Agnete.

Willow estava em pé.

Agnete sorriu e disse:

— Eu já imaginava que vocês viessem mesmo. Cadê a sua irmã? Está dando uma volta pelo reino?

— Não. Eu vim escondida dela também. Se eu mostrasse a carta a ela, Arianna com certeza viria comigo. Se a rainha de Corona sumisse, com certeza aconteceria um grande pânico. – disse Willow olhando para Agnete.

— Entendo. – disse Agnete olhando para Willow.

— Quando eu li a carta, o ódio dentro de mim só cresceu. Fiquei feliz por saber que meu irmão estava vivo, mas, instantes depois, descobri que ele estava morto. Agnarr morreu e nem lembrava que tinha irmãs. – disse Willow enquanto cerrava as mãos.

— O que pretende fazer agora que está aqui? Pensei que você e a Arianna viriam assistir à coroação da Elsa como rainha, mas parece que você tem outros planos. – disse Agnete olhando para uma das mãos de Willow.

— Eu vou na floresta mágica. Com certeza algum Northuldra deve saber como reverter essa porcaria que fizeram na memória de todos que nos conheciam. Eu devia ter feito isso há muito tempo. – disse Willow com ódio nos olhos.

— Entendi… Mas, mesmo assim, você poderia ver a coroação. Você chegou bem a tempo. Vai ser amanhã de noite. Não param de comentar pelo reino que vão abrir os portões do castelo. – disse Agnete antes de levantar.

Agnete foi em direção a outro cômodo.

— Abrir os portões? Isso é algo tão surpreendente? – perguntou Willow enquanto seguia Agnete.

— Parece que o castelo ficou totalmente fechado por mais de dez anos. Nenhum visitante era permitido. As janelas viviam fechadas, assim como os portões. – disse Agnete.

— Estranho. – pensou Willow.

Agnete abriu uma gaveta, pegou algumas roupas e as jogou em Willow.

— Vá tomar banho. Você está fedendo. – disse Agnete enquanto sorria.

Willow sorriu.

No dia posterior, o castelo foi aberto para as pessoas que vieram de toda a parte ver a coroação da rainha Elsa.

Durante a noite, muitas pessoas estavam dançando na sala do trono enquanto Willow e Agnete passeavam pelo castelo. Willow estava usando um vestido laranja e Agnete, um vestido marrom.

— Você está bem apesar da idade. – disse Willow em tom de deboche.

— Respeita-me! – gritou Agnete.

As pessoas ao redor pararam suas conversas por causa do grito.

— Não se preocupem, pessoal. Está tudo bem. – disse Willow enquanto sorria.

Agnete começou a reparar em um quadro na parede. Nele, estavam Willow, Arianna, Agnarr e Runeard. Willow percebeu que Agnete estava olhando para um quadro na parede.

— Arianna era tão bonitinha. – disse Agnete com um sorriso.

— De quem você está falando? – perguntou um homem que se aproximou.

— Ele é cego? – pensou Willow enquanto encarava o homem.

— Só tem os dois antecessores da princesa Elsa nesse quadro. – disse o homem olhando para o quadro.

— Por um momento, eu esqueci que fui apagada. Provavelmente, só a Arianna consegue ver o real quadro além de nós duas. – pensou Willow.

— Gostaria de dançar um pouco, senhorita? – perguntou o homem estendendo a mão direita.

Naquele momento, Willow mostrou sua mão esquerda e disse:

— Eu sou casada. Só danço com o meu marido.

— O quê? Mas, cadê a aliança? – perguntou o homem um pouco surpreso.

— Eu esqueci em Corona. – pensou Willow com os olhos arregalados.

— De qualquer forma, reconheço um fora quando recebo um. – disse o homem antes de se afastar.

Agnete começou a sorrir com deboche para Willow.

— O que foi? – perguntou Willow muito irritada.

— Nada. – respondeu Agnete ainda sorrindo.

A noite seguiu e as duas viram a coroação da rainha Elsa.

— Ela é adotada? – perguntou Willow a Agnete.

Agnete acertou uma cotovelada num dos braços de Willow.

— Ela tem os olhos da mãe, mas esse cabelo… – pensou Willow enquanto olhava para Elsa.

Algum tempo após a coroação, as pessoas na sala do trono, inclusive Agnete e Willow, ouviram alguém, exaltadamente, falar:

— O que foi que eu fiz para você?!

Willow e Agnete, assim como as outras pessoas no ambiente, voltaram suas atenções para a pessoa que estava falando, esta era Anna.

— Anna, já chega. – disse Elsa enquanto de afastava da irmã.

— Não. Por que você me abandonou? Por que você se isolou do resto do mundo? Do que você tem tando medo?! – perguntou Anna bastante exaltada.

— Eu disse: já chega! – disse Elsa antes de criar estalagmites de gelo ao seu redor.

— Ela também usa magia?! – pensou Willow.

Era possível ouvir murmúrios sobre feitiçaria.

— Imbecis. – pensou Willow enquanto ouvia os murmúrios.

Elsa fugiu da sala do trono.

— Ei, Agnete, segura firme. – disse Willow.

— O qu… – disse Agnete antes de desaparecer.

As duas reapareceram no telhado do castelo. Agnete estava sendo carregada por Willow.

— Cadê você? – pensou Willow antes de ver Elsa saindo pela parte de trás do castelo.

Agnete também notou Elsa. A rainha de Arendelle congelou a água de uma fonte.

— Você não vai ajudar? – perguntou Agnete.

— Até gostaria, mas os poderes dela não são como os meus. Além disso, tenho outras prioridades. – respondeu Willow enquanto via Elsa lançar um raio de gelo em algumas pessoas que estavam saindo do castelo.

Algumas estalagmites de gelo acertariam algumas pessoas, mas Willow moveu todas estas pessoas numa fração de segundo. Logo em seguida, alguém gritou:

— Monstro!

Willow reapareceu no telhado e já estava com uma fina camada de luz ao redor da pele.

— O melhor que a Elsa tem a fazer agora é se afastar e ela sabe disso. – disse Willow.

— Não acha que está sendo muito babaca?! Ela é sua sobrinha! – disse Agnete bastante irritada.

— E é por isso que vou trazer algum Northuldra para resolver o problema dela. – disse Willow antes de cerrar as mãos.

Elsa estava conversando com a irmã perto da costa.

— Desculpe, Elsa, mas minha prioridade é me trazer de volta para o reino e tentar entender por que meu pai tentou matar o senhor Ragen. Algo que nunca fez sentido para mim. – pensou Willow enquanto via Elsa se afastar de Anna, congelando a água.

— A festa acabou. Vamos para casa. – disse Willow antes de desaparecer.

No outro dia, pela manhã, Willow se deparou com uma nevasca ao sair da casa de Agnete.

— Eu devia ter nocauteado aquela menina. – pensou Willow enquanto olhava para o céu.

Agnete saiu de casa e ficou de “boca aberta” com a situação.

— Que família mais louca. Primeiro, as tias e, agora, a sobrinha? – pensou Agnete.

Willow olhou para Agnete e disse:

— Vou na floresta mágica. Vou trazer um Northuldra. – disse Willow enquanto olhava para Agnete.

— E como pretende destruir aquela proteção? – perguntou Agnete olhando para Willow.

Naquele momento, uma senhora se aproximou.

— Agnete, você soube? Além dessa nevasca, toda água da costa foi congelada. Há boatos de que a senhorita Anna sairá em busca da rainha Elsa para reverter essa situação. – disse a senhora.

— E quem ficaria cuidando do reino? Fora as duas, não tem ninguém além do comandante da marinha, que não pode vir ao reino porque a água da costa está congelada. – disse Agnete em tom de preocupação.

— Talvez o noivo da senhorita Anna, o príncipe Hans. Há boatos de que se conheceram ontem e já vão se casar. – disse a senhora.

— O quê?! – disse Willow olhando para Agnete.

— Entendi. Muito obrigada pela fofoca, Agata. – disse Agnete enquanto sorria.

Logo em seguida, Agata foi embora e Agente voltou para sua casa com Willow. As duas sentaram e começaram a conversar.

— A mais nova já vai casar? Que tipo de criação Agnarr deu a ela? – perguntou-se Willow com “fogo” nos olhos.

— Mais importante do que isso, onde foi que nós paramos antes? – perguntou Agnete encarando Willow.

Willow ficou séria.

— Você queria saber como eu destruiria a proteção da floresta. – respondeu Willow.

— Exatamente. Responda-me. – disse Agnete em tom sério.

— Hoje, de noite, poderei usar meus poderes novamente, então usarei minha habilidade de força para destruir essa tal proteção. Além dos meus problemas, tem a Elsa e essa nevasca. Tornou-se mais importante ainda que eu traga alguém que entenda magia para resolver tudo isso. – disse Willow em tom sério.

— Eu nunca fui até lá, mas algumas pessoas me contaram que a proteção é como um elástico. Quando você tenta passar, é empurrado para trás. Por isso, é provável que seus socos machuquem você mesma. – disse Agnete um pouco pensativa.

— Entendi. Mesmo assim, vou até lá. Não tenho nada a perder. A Cassandra já é adulta e meu marido é um homem forte. Podem viver sem mim. Boa parte da minha vida foi tomada de mim. Apagaram-me das mentes das pessoas do meu reino, sequestraram minha sobrinha e eu não pude fazer nada porque estava grávida e, também, alguns dias depois de eu dar a luz, sequestraram meu filho. Eu tenho que reverter, pelo menos, o que fizeram comigo aqui em Arendelle. – disse Willow com um olhar muito sério.

— Só… Não morra. – disse Agnete enquanto levantava.

Willow saiu durante o dia e foi até o oceano. Ela tocou o oceano congelado e ficou impressionada com a extensão dos poderes de Elsa.

Depois, enquanto caminhava pelo reino, Willow viu algumas pessoas distribuindo agasalhos.

— A nevasca está se intensificando. – pensou Willow enquanto andava olhando para o céu.

Durante a noite, Willow, que estava usando seu uniforme de vice capitã da guarda real de Corona, ativou seus poderes e disse para Agnete:

— Eu já volto.

Agnete deu um leve sorriso. Logo em seguida, Willow sumiu.

A Noroeste de Arendelle, era possível ver Willow correndo em alta velocidade. Uma fina camada de luz já estava ao redor do corpo dela.

Quando ficou diante da floresta mágica, Willow parou. Ela ficou encarando o local por um tempo. Estava escuro. A camada de luz estava mais grossa.

— Pensei que a floresta fosse por aqui. – disse Willow enquanto andava lentamente.

Willow continuou andando até entrar num tipo de névoa e, de repente, ser “arremessada” para trás. Ela, rapidamente, recompôs-se e não chegou a cair.

— Achei. – pensou Willow enquanto sorria.

Willow disparou socos de no ar em alta velocidade, por conseguinte, balas de ar atingiram a barreira na floresta mágica. Estas balas começaram a voltar em tamanho maior e as balas disparadas começaram a acertar as balas que voltavam. Willow cessou o ataque imediatamente.

— Droga. Melhor eu alternar de posição durante os socos. – pensou Willow antes de voltar a dar socos no ar mudando, rapidamente, de posição.

As balas de ar acertavam a barreira e voltavam. Desta vez, Willow notou que as balas retornavam maiores. Algumas atingiram Willow, que caiu no chão. A camada de luz estava mais grossa.

— Interessante. – pensou Willow enquanto sorria.

Willow levantou e começou a disparar balas de ar mudando de posição. Desta vez, Willow permitiu ser atingida por muitas das balas. Ela caiu rolando. Willow levantou e prosseguiu com os mesmos ataques. Após ser atingida novamente por balas ricocheteadas, Willow caiu e levantou, cuspindo sangue. A camada de luz estava mais grossa.

— Essa barreira devolve o impacto que sofre. Porém, ela devolve o impacto, amplificando-o. A medida que o tempo passa, tenho mais poder mágico a disposição e, consequentemente, posso lançar socos mais fortes. Sendo assim, é fácil perceber que essa barreira vai me machucar com maior intensidade ao longo do tempo. – pensou Willow enquanto encarava a proteção da floresta mágica.

Willow permaneceu disparando balas de ar e sendo atingida por um bom tempo. Ela se machucou muito e, por isso, após algumas horas, estava no chão, muito ferida. Willow estava ensanguentada e com dificuldades para respirar. Contudo, estava com uma grossa camada de luz ao redor de seu corpo.

— Acho que já é o suficiente para lançar uma esfera poderosa. – pensou Willow enquanto olhava para o céu da noite.

Willow tentou levantar, mas escorregou. Ela caiu de bruços.

— Essa grama macia… Talvez eu só deva dormir… Não! – pensou Willow antes de levantar e ficar de pé, diante da barreira.

— Eu uso Retention[1] focada em força. Por isso, minha magia suprema consiste numa esfera de poder mágico explosiva, cujo tamanho é proporcional ao quão ferida estou no momento da ativação. Eu fiquei apanhando dessa barreira sem usar minha regeneração só para esse momento. – pensou Willow ofegante.

— Magia Suprema: Kritische Rückkehr[2]! – disse Willow antes de uma esfera luminosa de 100 metros de diâmetro se formar acima dela.

Willow ergueu a mão direita e lançou a esfera em direção a barreira.

— Rebate essa! – gritou Willow.

Quando a esfera acertou a proteção da floresta, Willow disse:

— Explosion[3]!

A esfera luminosa explodiu, liberando uma imensa quantidade de energia. Uma grande corrente de ar foi gerada. Era possível ver uma forte luz a centenas de metros dali. Naquele momento, a barreira oscilou.

Dentro da floresta mágica, Yelana estava olhando para cima quando, por um instante, a névoa “enfraqueceu” e o céu noturno pareceu mais nítido.

— O céu… – pensou Yelana muito surpresa.

Rapidamente, a neblina voltou a tomar conta da floresta e o céu não era mais visível.

— Acho que foi só impressão. – pensou Yelana enquanto piscava os olhos.

Willow ficou impressionada ao ver a névoa ficar menos densa e as quatro grandes pedras ficarem visíveis na frente da floresta. De repente, a névoa voltou e as pedras foram “engolidas”.

— Droga. Ela se reergueu… – pensou Willow antes de cair para trás e desmaiar.

A camada de luz se foi.

No outro dia, pela tarde, Agnete estava na frente de casa, observando a nevasca, quando Agata apareceu.

— Agnete, você não sabe da maior. – disse Agata bastante empolgada.

1 – Do alemão, “retenção”.

2 – Do alemão, “retorno crítico”.

3 – Do alemão, “explosão”.

— Ela quer fazer fofoca até num temporal desses? – pensou Agnete enquanto fitava Agata com os olhos.

— Vamos entrar. Está frio. – disse Agnete antes de entrar em sua casa.

Após se acomodarem, as duas começaram a conversar. Ambas estavam com uma xícara de chá.

— O que houve? – perguntou Agnete antes de tomar seu chá.

— A rainha Elsa foi presa pelo príncipe Hans. Parece que o cavalo da senhorita Anna retornou sem a dona. Por isso, o noivo dela foi atrás da rainha e a prendeu. Será que a rainha seria capaz de machucar a irmã? – perguntou Agata olhando para Agnete.

— A Anna não estava com a Elsa? – perguntou Agnete um pouco desconfiada.

— Não. – respondeu Agata em tom de procupação.

— Eu não acho que a Elsa faria algo com a Anna. É provável que a Anna tenha só se perdido. – disse Agnete antes de tomar, novamente, seu chá.

— Espero que você esteja certa. – disse Agata antes de tomar seu chá.

Após Agata sair, Agnete olhou para a nevasca, pela janela, e pensou:

— Willow, cadê você?

Em frente a floresta mágica, estava Willow ensanguentada e desmaiada.

Após Elsa perceber que o amor é a chave para controlar seus poderes, ela encerrou a nevasca sobre Arendelle. O príncipe Hans e um cúmplice foram presos, pois estavam tentando usurpar o trono de Arendelle.

Mais tarde, pela noite, as pessoas estavam no castelo comemorando o retorno da rainha enquanto Agnete estava em casa preocupada com Willow.

— Acho que vou atrás daquela idiota. – pensou Agnete enquanto olhava o céu pela janela.

Na frente da floresta mágica, Willow acordou.

— O quê? O que eu estou fazendo aqui? – pensou Willow enquanto estava deitada olhando para o céu noturno.

— Ainda não amanheceu?… Isso não importa. Tenho que levantar. – pensou Willow ainda deitada.

Ela tentou levantar, mas estava com o corpo muito dolorido.

— Vou tentar ativar. – pensou Willow após fracassar na tentativa de levantar.

Naquele momento, as feridas de Willow começaram a fechar.

— Está funcionando… Eu dormi por mais de um dia? – pensou Willow enquanto levantava.

Ela olhou para a barreira, que estava lá como se nada tivesse acontecido.

— Barreira maldita. Mesmo que seja destruída, ela se ergue novamente. – pensou Willow enquanto encarava a barreira da floresta mágica.

De repente, uma fina camada de luz se formou ao redor do corpo de Willow e ela desapareceu. Willow estava correndo em alta velocidade em direção à Arendelle.

Agnete estava arrumando algumas roupas quando Willow apareceu na sua frente.

— Willow?! – gritou Agnete muito surpresa.

— Calma. Não precisa gritar. – disse Willow enquanto sorria.

— Você está bem? Sua roupa está horrível. – disse Agnete olhando Willow de cima a baixo.

A roupa de vice capitã da guarda real de Corona estava rasgada e melada de sangue.

— É, acho que terei que jogá-la fora. – disse Willow enquanto tirava as luvas.

— O que aconteceu? Você saiu ontem e demorou muito. – disse Agnete olhando para Willow.

Willow virou, se aproximou da janela e disse:

— Eu destruí a barreira.

A camada de luz estava mais grossa.

— O quê? Como? E os Northuldras? Havia algum vivo?! – perguntou Agnete um pouco exaltada.

— A barreira se reergueu logo após eu destruí-la. Não deu tempo de entrar e verificar. – respondeu Willow olhando para o céu, pela janela.

— E por que você demorou tanto? – perguntou Agnete em tom de preocupação.

— Eu desmaiei. Usei a magia suprema e perdi a consciência depois. Não deu para ativar a regeneração. – disse Willow antes de virar para Agnete.

— Então é impossível destruir a barreira? – perguntou Agnete enquanto levava uma mão ao queixo.

— É o que eu acho. Se a floresta quiser permanecer fechada, é assim que vai ser. – disse Willow enquanto cerrava as mãos.

— Estamos na mesma. – disse Agnete um pouco irritada.

A camada de luz estava mais grossa.

— Percebi que a nevasca se foi quando eu estava voltando. – disse Willow apontando com o polegar direito para a janela.

— Sim. A Agata me contou que a Elsa aprendeu a controlar os poderes e deu um fim ao temporal. Aliás, estão todos no castelo comemorando o retorno da rainha. – disse Agnete enquanto se dirigia até outro cômodo.

— Ainda bem. – disse Willow antes da camada de luz desaparecer.

Willow seguiu Agnete.

— Você vai voltar para Corona? – perguntou Agnete enquanto preparava algo para Willow comer.

— Ainda não. Por causa da minha raiva, fiquei imóvel enquanto o reino estava com problemas. Como redenção, vou passar um tempo observando a rainha para saber se ela é digna deste reino. Se ela se descontrolar de novo, então eu intervirei. – disse Willow com um sorriso.

Em Brémen, no castelo, quatro meses após o sumiço de Willow, um homem entrou na sala do trono, onde estava o rei.

— Majestade, uma carta para o senhor. São dos espiões em Corona. – disse o homem antes de entregar a carta e se retirar.

O rei abriu a carta.

“Majestade, a vice capitã da guarda desapareceu. Não sabemos o que houve com ela, mas aproveitamos a situação. Matamos uma mulher qualquer de mesma estatura da vice capitã, fora de Corona, e a vestimos com o uniforme da guarda, semelhante ao uniforme da vice capitã. Espalhamos o boato de que os Saporianos a mataram e que estamos a espreita. Encontraram o corpo pela floresta. Aparentemente, a guarda real encobriu tudo dizendo que a vice capitã faleceu. Além disso, a princesa retornou. O criminoso conhecido como Flynn Rider a resgatou de uma torre. O bandido foi esperto, trouxe, da torre, um pano de bebê que foi sequestrado junto com a princesa para provar que realmente era ela. O Flynn Rider recebeu anistia e está vivendo no castelo. Essa situação não poderia ser melhor. Com a tensão política criada com os outros seis reinos por causa desse bandido, ninguém vai ligar quando tomarmos esse reino. E, também, com a volta da princesa, decidiram contratar algumas empregadas e uma das nossas espiãs foi contratada.”

O rei sorriu.

Cerca de oito meses após o retorno de Rapunzel, Willow estava nas ruas de Arendelle carregando uma bacia com roupas. Ela estava vestida com roupas comuns de Arendellianos. Quando chegou na casa de Agnete, Willow começou a organizar as roupas.

— Em Corona, havia várias pessoas para fazerem isso por mim. – pensou Willow um pouco frustrada.

Agnete entrou correndo em casa e gritou:

— Willow!

— O que foi? Por que está gritando? – perguntou Willow um pouco assustada.

— Sua sobrinha… – disse Agnete tentando recuperar o fôlego.

— Aconteceu algo com a Elsa ou a Anna? – perguntou Willow preocupada.

— Não… Estou falando da filha da Arianna… Alguns comerciantes vindos de Corona me contaram que a princesa voltou… Faz oito meses. – disse Agnete ofegante.

— Como? – perguntou Willow muito surpresa.

— Eu não sei. E tem mais, parece que, há dois meses, houve um atentado contra o rei e a garota o salvou usando magia. Só falam disso por lá. – disse Agnete com o fôlego já recuperado.

— Quando o navio vai voltar? – perguntou Willow.

— Amanhã de tarde, ele parte. Mas, dessa vez, você não vai de penetra. – respondeu Agnete enquanto estendia a mão direita que estava com um tipo de ticket.

Um dia depois, pela tarde, Willow passou correndo por alguém. Ela estava com roupas parecidas com a de vice capitã, mas estas eram brancas com detalhes azuis. Ela estava carregando uma mala.

— Anna, você vem? – perguntou Kristoff ao lado de Sven.

Anna estava olhando Willow correndo em direção ao porto.

— Aquela mulher… Ela lembra meu pai. – pensou Anna.

— Anna, você está aí? – perguntou Kristoff um pouco preocupado.

— O quê? Estou. Desculpe. – disse Anna antes de prosseguir com Kristoff.

Antes de embarcar no navio, Willow olhou para Arendelle e pensou:

— Vocês estão em boas mãos. Acho que não preciso me preocupar.

Atualmente, na casa do Barão, em algum lugar nos arredores de Vardaros, Vhan Tiri conversava com ele.

— Já temos seis coroas. Só falta a de Corona. – disse Vhan Tiri olhando para o Barão.

— Sim. Mandei, além do Strongbow, três generais do crime, incluindo nossa filha, até lá. Mesmo com a princesa e o Rider no caminho, não vai demorar muito para adquirirmos essa coroa. – disse o Barão olhando para Vhan Tiri.

— Quando tivermos as sete coroas, finalmente poderemos utilizar o canhão mágico e acabar com aquela barreira na floresta mágica. – disse Vhan Tiri antes de dar um sorriso cruel.


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Notas finais do capítulo

As coisas estão se encaixando...
No próximo capítulo, a origem do rei Frederic e como ele conheceu Arianna.



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