Após uma reunião recheada de interrompimentos e revelações, finalmente saiam do grande salão os envolvidos no debate. De frente ao grande castelo, ainda havia certo tumulto, num ar festivo.

— Nós definitivamente vamos recuperar Pietro... — dizia Ellie, vendo toda a animação daquelas pessoas, eldianos que acreditavam nas suas mentiras — por essas pessoas e todas outras que não podem estar aqui.

Akira logo ao seu lado, fitava Ellie e seu tom determinado, deixando escapar um sútil sorriso.

— Akira! Posso falar com você?

Uma voz ecoou pelo castelo, chamando atenção tanto de Ellie quanto de Akira. Era Kurono, o grande líder da família Azumabito.

Akira olhou para Ellie de canto, como se questionasse a ela se sua saída iria chatiá-la. Foi respondido imediatamente:

— Vai logo!

O homem acenou positivamente com a cabeça, e andou em direção à Kurono enquanto todo o restante, com exceção ao rei e seus súditos, ia para fora, junto a multidão.

— Como posso ajudá-lo, senhor? — indagou, aguardando as ordens de seu superior.

— Vamos apenas caminhar pelo castelo. Que tal?

Os dizeres de Azumabito despertavam curiosidade e estranheza por parte de Akira, que concordou independentemente. Ao lado do mais velho, Akira acompanhou seus passos e foi aprofundando-se dentro da enorme moradia.

— Já faz muitos anos desde que os experimentos com os súditos de Ymir começaram, e os resultados têm se tornado cada vez mais produtivos. — Após um longo caminhar acompanhado de um estendido assunto que parecia incomodar Akira, ambos chegaram de frente a um dos corredores do castelo. Pouco à frente, um agrupamento de homens e mulheres passaram acompanhando um dos filhos do rei, Karl Fritz II. Todos eles, com exceção a realeza, que tinha o cabelo loiro e os olhos verdes do pai, tinham olhos e fios de cabelo negros como a noite, assim como Akira. — Eu ouvi dizer que a experiência de combate deles é repassada de um para o outro por uma espécie de sub-coordenada, mesmo eles não sendo portadores de titã. Mas, vendo daqui, eles não parecem robôs?

Akira semicerrou os olhos, fitando a realeza e seus seguidores. Por um instante, o príncipe o olhou com curiosidade, mas logo desapareceu entre um dos extensos corredores que tomavam grande parte do castelo.

— Senhor, eu não entendo o que você quer dizer. Pode ser mais claro? — Indagou Akira, formalmente. Seus olhos voltaram para o velho Azumabito.

— Você não foi criado como eles, Akira. Você é mais do que um Ackerman convencional, já que você teve uma mãe e uma família. Mas mesmo assim — O velho segurou o pulso de Akira, descendo as mangas de sua blusa social. Seu pulso até o antebraço era coberto por bandagens que, quando desenroladas, revelavam um símbolo inusitada: um "A" dentro de um círculo, uma tatuagem repassada entre os Azumabito. — Minha irmã deu sangue e suor para tê-lo, e além de se arriscar como guerreiro, ainda tem vergonha da marca de nosso clã?

— Isso é uma estratégia no campo de batalha, para que ninguém saiba da minha descendência, seja para me por como alvo ou me temer pela minha força hereditária. — Afirmou Akira, num tom duvidoso, abaixando novamente a manga de sua blusa — Minha mãe me fez como parte do experimento como aqueles soldados, e apesar de tudo, eu sou um Ackerman. Meu dever é servir ao rei tanto quanto aqueles "robôs", senhor.

Kurono abaixou os olhos num tom decepcionado, sempre com uma postura imponente e o rosto quase sem expressão. Akira, por outro lado, evitava contato visual com ele, cabisbaixo.

— De qualquer forma, eu não vim remoer o passado. — continuou o senhor Azumabito, despertando a curiosidade de Akira — Você cresceu como um homem saudável, forte. Eu quero que meus netos sejam como você. — Os olhos do Ackerman se arregalaram, prevendo o que seria dito — Akira Azumabito, eu estou te oferecendo a mão da minha filha.