A Viajante - Decidida escrita por AliceCriis


Capítulo 9
8 – Velha rotina


Notas iniciais do capítulo

Deixem seus reviews... ou a web vai ser deixada de ser escrita. Poucos reviews.. pouca escrita e desmotivação :



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 E a aula de química finalmente acabou, voltamos em nosso grupo, e tivemos legiões de perguntas de como foram nossas férias, realizadas por garotos de todos os cantos. Educadamente – e nem tão inteligentemente, no caso de Suze... – respondemos á todos, as perguntas que faziam á nós. Tive aula de artes com Z – que era sobre escultura com papel machê, e minha obra foi uma bela bola de futebol... – depois o intervalo foi um pouco corrido, pois eu não agüentei toda aquela “melação” em nossa, mesa e deslizei para o escondidinho, para ver como tudo estava por lá... Z e Roo foram comigo verificar a qualidade de nosso ambiente de fuga.

 - Não está ruim; - eu disse, colocando uma tigela em cima de uma das mesas e organizando muffins nela.

 - Yeah, o pessoal soube mesmo se comportar... – Z elogiou.

  - Sinto um grau elevado de hormônios neste local... – Roo, se deitou no sofá cama do canto, e pegou uma das revistas SPORT ILLUSTRATED velhas e a foliou pausadamente, deixando Z babando por alguns minutos – até que eu dei uma cotovelada em seu ombro.

 - Então... – olhei em meu relógio e olhei para os muffins – temos cinco minutos para voltar para a mesa e comer alguma coisa, ou podemos beber alguma coisa do frigobar e comer esses muffins... – analisei.

 - Frigobar e muffins... – dissemos em uníssono, e rindo um pouco.

Eu consegui comprar um frigobar em bom funcionamento com o dinheiro do grêmio – hey! Eu não estava desviando o dinheiro, apenas retirei 100 dólares da decoração da festa de inverno... – Abri o tal, e retirei algumas latas de coca-cola, jogando uma para Z e Roo.

Levei ao meio de nós a bandeja de muffins e os devoramos.

 - Poderíamos pegar um cinema hoje... – Roo sugeriu.

 - Roo, temos que trabalhar, lembra? – disse revirando os olhos. Ele fez careta e me mostrou a língua, quanta maturidade...

 - As férias um dia acabam... – resmungou Z, de boca cheia.

 - Não estou ansiosa pra atender, limpar mesas, fechar caixa e levar cantadas na lanchonete... – eu disse um pouco rabugenta.

 - Realmente eu odeio que mecham com você... – Roo disse, com os lábios crispados.

 O que eu posso dizer, afinal? Roo e eu temos uma ligação bastante forte, podemos trocar farpas todos os dias – bem, tente. É divertido... – mas acima de tudo, eu e Roo sofremos com a falta de uma mãe, e conviemos juntos com um pai que dá o máximo de si, para ser o melhor, e quando uma coisa assim acontece, ou seja, meu bem-estar ou minhas emoções estão em jogo, ele fica possessivo por minha segurança. E bem, acontece o mesmo quanto de mim para ele.

 - Hey, vai ir ajudar papai hoje á tarde na oficina? – perguntei mudando de assunto rapidamente.

 - Yeah... talvez ele vá precisar de mim para checar o carregamento de peças novas... – ele murmurou algo para si mesmo.

 - Alguém de vocês quer passar à tarde em alguma coisa divertida? – implorou Z, com a expressão vidrada em Roo.

 - Tenho que ter um aneurisma com minha mania de limpeza. – sorri – sinto muito.

 - É provável que eu vá acabar de checar as peças, meia hora antes de ir pra lanchonete. – Roo respondeu e a expressão de Z caiu – deixa pra próxima... – ele sorriu e piscou pra ela. Fiquei com um nó na garganta e não poderia deixar aquela passar...

 - Como está lindo seu cabelo hoje... – perguntei e ela mordeu a língua num de seus impulsos de fixação pelo cabelo – Que shampoo está usando?

 - O mesmo de sempre. – ela um fuzilou com os olhos.

 - Acho que... – Roo olhou em seu relógio e engoliu seco seu muffin – temos um minuto antes que o sinal toque...

Levantamo-nos instintivamente, e pegamos nossas bolsas. Z e Roo caminharam porta a fora, e eu a tranquei, colocamos-a em seguida, dentro de uma lata de tintas abandonada por ali...  Todos sabiam onde as chaves estavam... Ali era seu lugar tradicional. Descemos as escadas e voltamos ao saguão escolar com agilidade.

 - Temos treino de basquete hoje. – lembrou Z.

 - Depois temos treino de tênis, Samy. – lembrou Roo, em continuidade.

 - Acho que mal vou conseguiu levantar da minha cama amanhã... – resmunguei.

 - Você é a capitã, Hoo. Não pode deixar o time na mão. E eu sou sua mera assistente. – ela sorriu. – Além do mais, as garotas apenas obedecem você. – ela deu de ombros.

 - Nos vemos mais tarde então, Roo. – eu disse, enquanto ele acenava positivamente com a cabeça e se afastava entre os demais garotos no refeitório-saguão, e era engolido por jovens curiosos e ansiosos por um minuto de conversa com o irmão Stevenson.

 Não me importava nem um pouco, o fato de sermos bastante conhecidos como: OS IRMÃOS STEVENSON. Certamente, não em atrapalhava em nada – e às vezes, até favorecia. Roo e eu éramos os irmãos mais “conhecidos” da Academia do Condado de Duval – ACD – e o pessoal curtia ver nossos treinos e participar dos campeonatos na liga de tênis. Sempre fui levada á gostar de basquete – e assim, até me tornei capitã da equipe feminina da academia – e em uma das aulas práticas – que somos obrigados a fazer nessa droga de escola particular – a treinadora Ryela, descobriu que eu e Roo somos bons e bem coordenados no tênis. Ganhamos dois títulos nesse meio tempo – faz praticamente dois anos que jogamos juntos – primeiro e segundo lugar entre as academias particulares da flórida.

 - Vamos... – eu e Z, escutamos a voz de Jack, se referindo á Thalita, que caminhavam juntos em nossa direção.

 - Hey! – Thalita chamou, levantando um de seus braços e entremeio aos jovens, chamando nossa atenção.

 - Oi... – disse meio sem graça;

 - Onde estiveram durante o intervalo? – perguntou Jack. Bem. Como eu posso descrever Jack? Loiro de olhos castanhos, porte atlético, sorriso formoso e galanteador. Bonito, esperto, bem estruturado e acima de tudo bem centrado no que queria para seu futuro. Admito, gostava de Jack como um irmão, mas se ele tivesse um irmão gêmeo, com os mesmo interesses e aparência... Ele seria aprovado em minha lista.

 - Fomos para o escondidinho... Dar uma verificada na situação por lá. – sorriu Z. – Roo nos ajudou.

 - Yeah. – disse um pouco engasgada – Foi isso.

 - Bem, encontro vocês na lanchonete hoje? – Thalita indagou.

 - Claro – respondemos Z e eu, juntas.

 - Bem, vamos das uma passadinha no escondidinho. Até mais, garotas. – Acenou Jack. E se foram entremeio á população escolar. E o sinal bateu.

 - Sinto falta da velha Thalie... – resmungou, Z.

 - Sinto falta do velho Jack... – resmunguei em resposta.

 - Vamos, Hoo. – disse Z, olhando pra mim, e ajeitando seu cabelo atrás da orelha – Temos um bando de garotas pra treinar. – sorriu.

 - Yeah.

Caminhamos para os vestiários e colocamos nossos calções e camisetas de basquete. As demais garotas reclamavam pelo esporte quebrar unhas e causar hematomas em suas belas pernas, que não poderia exibi-las na praia por um bom tempo. Z e eu nos limitávamos a revirar os olhos.

 - A treinadora vai ter que nos ajudar esse ano... – Z comentou.

 - Com toda a certeza. – respirei fundo e caminhei para a quadra coberta, seguida por Z.

A treinadora – ou como eu e meus amigos a chamavam: TREINADURA. – Ryela, nos reuniu em um circulo e nos fez aquecer com 15 voltas ao redor da quadra – e sem atalhos – depois ela dividiu dois times, um meu e outro de Z. Já estávamos acostumadas á isso, ser separadas é um habito da treinadora. E como capitã do time, eu tive que me esforçar pra fazer com que as garotas tocassem na bola, e Shaunee – uma garota recém transferida do Brooklin, NY, um tanto agressiva – que se controlasse e tentasse não bater em suas colegas do time.

 Demorou mais que eu imaginei... nunca havíamos ganhado um título sequer. Porém, eu me divertia jogando, e quando alguma das garotas simplesmente ficava animava com o fato de jogar, era um pouco mais divertido.

Logo o sinal tocou, e eu vi Z indo para sua aula de teatro – uma das aulas que você pode escolher... por exemplo, você pode escolher entre, teatro, musica, artes audiovisuais, computação gráfica, clube de xadrez e tênis com seu irmão seis meses mais novo.

  Voltei para o vestiário e coloquei meu uniforme de tênis – certo, não foi tão simples, eu tive de congelar o tempo pra achar onde eram os meus novos armários dos treinos de tênis. E depois de eu me vestir e estar com a raquete em mãos, estalei os dedos e tudo voltou ao normal. Roo estava me esperando no lado de fora do vestiário, com a raquete empunhada em mãos.

 - Que demora hã?  - franziu o cenho.

 - Nem imaginaria... – resmunguei.

A treinadura nos colocou contra Erin Bennett e Erik Louse, nossos colegas de longa data, eu sempre gostei de Erin e sua palidez exagerada e o bom humor de Erik. O jogo foi bom para nós, Erin e Erik eram exímios jogadores. Mas logo a aula acabou. A professora nos elogiou bastante e concordou com a idéia de darmos uma bela entrevista ao redator Brian McLeen.

 Depois de todo o esforço físico eu estava completamente exausta. Tomei uma ducha quente e esperei por Roo na frente de meu Mini Cooper, usando meus Wayfarer, e acenando á qualquer garoto que me dizia algo ou acenava.

 - E aí? – Roo pediu rastejando para o outro lado do carro. – Vamos logo!

 - Quero que vá com o carro pra casa... chegarei daqui a meio hora. – lhe disse, e entreguei as chaves do carro. – Cuidado com a sinalização, velocidade, cinto de seguranças... – comecei uma ladainha para que Roo não cometesse nenhum descuido típico.

O rosto dele se iluminou – se Z tivesse testemunhado isto, certamente ela teria desmaiado – e ele pegou as chaves como a coisa mais importante no mundo pra ele, naquela hora.

 - Pode deixar, Samy. Vou dizer ao papai. – ele sorriu, e entrou no carro com um movimento rápido. Logo ele dera partida no automóvel e guinchou os pneu de tal no estacionamento quase vazio. Revirei os olhos.

 - Espero não me arrepender... – resmunguei sozinha.

 Vi meu lindo Cooper amarelo desaparecer no asfalto escaldante da capital movimentada, e suspirei pesadamente. Olhei em minha bolsa mais uma vez e conferi que o relógio envolto pelo lenço e a caixa de moedas estariam ali. E estavam. Esperando para serem entregues...

Caminhei para um canto mórbido da escola, e senti que não havia ninguém ali que me visse ou testemunhasse Hope desintegrar-se em meio ao ar.

 Eu já havia citado; Nós viajantes, podemos nos transportar de tempo e espaço... E eu queria apenas me transportar de lugar no espaço. E foi o que eu fiz. Eu mentalizei - de olhos fechados – o Museu Histórico de Jacksonville. E quando eu tomei por mim. Eu estava de frente para as enormes letras que saudavam os visitantes: Bem vindos ao Museu Histórico de Jacksonville.


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