Águas Passadas escrita por Lilium Longiflorum


Capítulo 15
capítulo quinze




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Desde o dia em que o erro de Harumi fora revelado, os dias no Lin Kuei não tem sido os mesmos. O grão-mestre não tratava mais a japonesa como antes, falava somente o necessário com ela e sempre mantinha distância. Todo aquele comportamento estava deixando Harumi abatida, por mais que ela não amasse Kuai tanto como ama Hanzo ela gostava da companhia do grão-mestre, as conversas que tinham. O que Harumi estava ganhando agora era um desprezo que aos poucos estava a consumindo.  Quanto a relação de Hanzo com Sub zero estava apenas no profissional, os dois evitavam no máximo tocarem no assunto, o que dava alivio para os demais guerreiros do Plano Terreno, era um bom sinal que a paz ainda reinava entre os dois clãs.

Harumi estava se preparando para dormir, quando ouviu um ruído próximo a sua varanda. Foi lá e Hanzo estava já com os pés apoiados no parapeito da janela pronto para saltar para dentro do quarto de Harumi. Ela permitiu que Hanzo entrasse e os dois se abraçaram. Harumi disse:

— Pensei que não viria hoje.

— Você sabe que não posso vir todas as noites. Não quero que os outros notem que estamos nos encontrando.

Harumi sorriu para o seu esposo e depositou um beijo nos lábios do ninja. Os dois se separaram e se sentaram na cama. Harumi disse:

— As suas visitas me consolam, Hanzo.

— Por quê?

— Só tenho recebido o desprezo do grão-mestre... E sinto que isso está afetando o meu trabalho.

Hanzo acariciou os longos e negros cabelos de Harumi e disse:

— Você tem a mim, querida... E eu quero começar uma nova vida com você.

— Mas você ainda abriga a Tanya no palácio...

— Vou conversar com a Sonya para ver se ela arranja algum lugar para a Tanya ficar. Nós não temos mais nada há meses.

Harumi olhou no relógio e viu que já estava bem tarde e disse:

— Você precisa ir antes que alguém note a sua falta.

— Sempre preocupada comigo.

Beijou a testa da esposa em seguida os lábiosdela . Levantou-se e se foi.

—---**----

Sub zero estava de pé no jardim do palacete admirando a lua e as estrelas, vestia uma calça branca de um leve tecido, pois fazia calor e estava tomando um chá para acalmar-se. Sentiu que alguém estava próximo, virou-se e Kitana estava o observando, ele sorriu. Ela vestia um vestido azul de algodão sem mangas e na altura dos joelhos. Se aproximou do grão-mestre e ele pode vê-la melhor. Ela disse:

— Finalmente arranquei um sorriso de seu rosto.

Sub zero riu, olhou para Kitana e disse:

— Acho que apenas você consegue fazer isso.

A princesa fez uma pequena reverência e disse:

— Me sinto honrada com tal dádiva, ó grão-mestre.

Os dois riram, ela perguntou:

— O que está tomando?

— Um chá calmante.

— Você não está nervoso.

— Mas estou ansioso.

— Por causa da Harumi não é?

Sub zero respirou fundo e assentiu. Kitana disse:

— Sinceramente não sei por que você está fazendo isso com ela e eu acho que você soltou Frost não é para lhe dar uma nova oportunidade, mas foi por birra.

— Claro que não.

— Me prove seu birrento.

Kitana ameaçou em correr e Sub zero começou ir ao encalço dela. Ela ria e dizia:

— Vamos ver se você consegue me alcançar.

— Não me obrigue a te congelar.

— Você não tem coragem.

Os dois começaram a correr pelo jardim, até que Kitana sentiu uma mão gelada tocar no seu braço, Sub zero disse:

— Eu consegui.

Kuai agarrou o braço de Kitana, esta rodopiou até se chocar com o corpo do grão-mestre. Os rostos dos dois estavam muito próximos, Kitana podia sentir a respiração ofegante de Kuai contra o seu rosto e Kuai sentia o perfume de rosas que exalava da pele da princesa. Em questão de segundos os lábios dos dois se encontraram num beijo apaixonado. Eles se separaram, Kuai sentindo-se acanhado disse:

— Kitana, eu... Eu não sei o que deu em mim... De verdade. Por favor, não pense que eu sou assim...

— Calma Kuai. Você não cometeu nenhum crime.

Sub zero ficou um pouco nervoso com toda aquela situação. Kitana acalmou-o e disse:

— Não foi nada. Ninguém vai saber do que aconteceu.

Kitana colocou a mão no coração do grão-mestre e sorriu para ele. O mesmo disse:

— Vai dormir princesa. Eu já consegui me acalmar.

Ela beijou o rosto do grão-mestre e foi para o quarto, enquanto isso colocava a mão nos lábios se sentia um pouco confusa depois de todo aquele ocorrido. Já estava próxima do seu quarto e sentiu um ar frio em suas costas, se virou e Frost estava a sua frente.

— Frost – disse Kitana assustada – o que faz aqui há essa hora?

— Eu que pergunto, princesinha. Traindo a amiguinha?

— Do que está falando?

— Pensa que eu não vi você aos beijos com o grão-mestre? Harumi ficará feliz em saber.

— Não seja tola garota. Não estou traindo ninguém.

— Será que estou diante de mais uma concorrente ao coração do Sub zero?

— O que?

— Eu sempre fui apaixonada por ele. E eu não vou admitir mais uma em meu caminho e exijo um combate.

— Ah Frost, olhe bem que horas são? Já era hora de você está dormindo ao invés de ficar cuidando da vida dos outros.

A cryomancer enfurecida já estava preparada para ferir a princesa com um soco, quando esta segurou sua mão com força e disse:

— Me deixe em paz.

Dizendo isso Kitana empurrou Frost com força fazendo a cryomancer cair. A princesa virou as costas e foi para o seu quarto. Enquanto isso Frost olha para Kitana que caminhava e disse:

— Você me paga, Kitana!

—---***----

Já era 8h da manhã, Harumi estava tomando o seu café no jardim junto com Satoshi, ele segurava uma bolachinha doce e comia com muito gosto, enquanto ela tomava um suco de laranja e alguns aperitivos. Os dois riam e brincavam na mesa, Satoshi balbuciava algumas palavras e a mãe sempre o ajudava. Sub zero aproximou-se dos dois e sentou-se com eles na mesa, saudou-os com um “bom dia” bem seco e não olhava nos olhos de Harumi, esta já estava incomodada. Mesmo sendo ignorada começou o diálogo:

— Sub zero, eu queria saber até quando você vai ficar me ignorando desse jeito. Já assumi o meu erro, você não tem noção como estou confusa...

O grão-mestre olhou profundamente nos olhos de Harumi enquanto tomava o suco. Harumi não se intimidou em se deparar com aquelas íris brancas como a neve que enfeitava o olhar centrado do cryomancer. Ele disse:

— É difícil para eu ver alguém que deposito minha confiança, dou abrigo, roupa e comida e esse alguém ser tão ingrato me traindo.

 Harumi olha para o lado já impaciente com a situação, ela vê uma criada e pede que leve o menino, a criada se aproximou e levou Satoshi

— Então por que você não me expulsou do clã? – perguntou Harumi – acho que seria melhor do que ficar aqui aguentando sua criancice.

Sub zero olha sério para a japonesa e diz:

— Você está me chamando de criança? Eu ouvi bem?

— Fica me ignorando, faz birrinha tirando a Frost do calabouço... Você quer que eu pense que você é o que?

— Harumi, você já está indo longe demais.

— E você já foi faz tempo.

Sub zero levantou de ímpeto assustando Harumi, ela também levantou e perguntou:

— Ficou bravo? Vai me bater?

 O grão-mestre respirou fundo olhou alguns segundos para o chão em seguida se afastou da japonesa. Esta se sentou à mesa e terminou de tomar o seu café da manhã.

—---***----

Tanya já havia tomado café e estava se preparando para ir a Exoterra, andando pelo jardim percebeu que alguém se aproximava, olhando para trás deparou-se com Frost.

— Olá –disse Frost – lembra-se de mim?

— Como poderia esquecer-me de você Frost? Mas agora não posso lhe fazer companhia, tenho um assunto a tratar na Exoterra. Se quiser me acompanhar.

— Seria ótimo.

— Assim é bom, pois você poderá conhecer a Mileena.

— Mileena? Ela voltou a vida?

— É a irmã dela, mas ela prefere que a chamem do mesmo nome da irmã defunta.

— Entendo.

— Agora segure a minha mão, vamos de tele transporte.

Frost segurou a mão de Tanya e as duas desapareceram e foram parar na Kuatan Jungle, onde havia um acampamento armado. Frost ficou admirada com o lugar, vira bichos antes nunca vistos no Plano Terreno. O chão era úmido e a cryomancer podia sentir algumas folhas urticantes passando por suas pernas.

A edeniana guiou Frost até uma barraca de cor vermelho escuro, elas entraram e encontraram Mileena conversando com um ser tarkatano. Mileena olhou para a entrada e viu Tanya e a cryomancer e foi correndo ao encontro delas, ao saudar Frost disse:

— Você deve ser Frost.

Frost levantou a mão direita até a altura do flanco, deixou uma fumaça fria sair de sua mão, deu um sorriso e disse:

— Sou eu mesmo.

— Ela está conosco? – perguntou a tarkatana à Tanya.

Tanya olhou para a cryomancer, esta olhou para Mileena e disse:

— É uma honra estar com você.

— Ótimo! Venha para essa salinha.

As três entraram na pequena saleta onde havia duas cadeiras, uma mesa, uma caixa de madeira sobre a mesa e um jarro feito de barro onde tinha um pouco de água. Mileena disse:

— A que devo honra da visita de vocês?

— Precisamos conversar sobre um assunto delicado. – disse Tanya

— Pode falar.

Tanya respirou fundo, olhou para o teto por alguns segundos e voltou-se para as duas que esperavam uma resposta, ela disse:

— Estou esperando um filho.

Frost ficou boquiaberta e Mileena deu pulos de comemoração. Mileena disse:

— Conseguiu amarrar o Hanzo hein

Tanya disse:

— Mas nós não temos relações há meses, este filho é do Rain.

— Tanya – disse a tarkatana – como foi isso?

— Ai Mileena... Não quero comentar... Entreguei-me a ele sem pensar.

— Mas você pode usar isso à seu favor.

— Como? Hanzo não vai...

— Bobinha. Eu tenho um chazinho bem forte fará com que ele caia aos seus pés.

Mileena foi até uma caixa onde havia algumas ervas medicinais. Colocou a “erva do sono” em um saquinho e entregou para a edeniana e disse:

— Isso dá para fazer uma xicara.

Tanya olhou para o saquinho e disse:

— Você não vai se livrar de mim tão fácil Hanzo Hasashi. 


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