My Reason - Meu Motivo escrita por Letícia Silveira


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Oiie (: Finalmente resolvi postar, rs. Ah, nova capinha pra fic. Resolvi mudar ;P Depois coloca uma decente.

Eu dividi o último capítulo em dois, pra não ficar tão grande. Mas, no próximo, o Justin viaja e será muito triste. Espero que continuem acompanhando e recomendando!

Obrigada à Bella_Bieber, Gselgomez, debora_anjos, i_love_twilight (e ela nem gosta do justin ;P), step e Bbieber. Sejam bem vindas, girls.

Cap DEDICADO à lokinhation, juup_s, ahmandah, rafaela_r, gaabrielaCullen, I_love_twilight, Bella_bieber, Bbieber que são uns AMORES e recomendaram a fic. Isso me deixa muito feliz!! Obrigada mesmo!

Beijoos :* Enjoy (:

Ah, nao há nenhuma cena IMPRÓPRIA. Caso for acontecer, não pare de ler, porque pularei isso para te poupar. ;) Don't worry.



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Havia passado-se algumas horas, onde apenas o silêncio manifestou-se. O Justin segurava a minha mão, enquanto fitava-me nos olhos. Parecia que ele havia sentido a minha falta naquelas duas semanas, o que era um tanto reconfortador. Afinal, ele não havia - ainda - beijado ou tocado em nenhuma outra garota além de mim, desde o nosso entendimento.

Chaz e Caitlin já haviam saído e estavam em busca de documentos que provassem a inoscência do Justin sem culpar a Kate. Provavelmente, ela havia colocado a droga na mochila dele, isso todos já tínhamos pensado. Entretanto a nossa dúvida era outra: como não incriminá-la ou expô-la publicamente? Nós não queríamos que ela sentisse-se excluída ou louca devido à reação das outras pessoas. Nós preocupávamo-nos com ela, mesmo sendo vítimas das loucuras das drogas. O pior era que ela não era viciada em apenas uma, mas em todas.

Leticia e Ryan já haviam visitado-me e, ainda disseram, que estavam mais felizes do que nunca juntos. Ryan até beijou-a loucamente, o que surpreendera-me muito. O namoro deles não parecia-me muito que prosseguiria, mesmo eu não querendo parecer chata pensando algo assim. Mas o Ryan sempre passou-me a imagem de... Alguém como a Raquel, só para não pensar coisa pior.

Minha mãe viera correndo do trabalho assim que soube que eu havia acordado. Ela preocupou-se muito com o meu estado, e o Justin completou que ela ligava para ele de três em três minutos, para ver o meu estado. Além de que ela cumprimentou o meu bom gosto para namorados, fazendo-me corar perante a ele.

- Com licença. - Pattie adentrou, repentinamente, no cômodo, surpreendendo-me.

Minha boca entreabriu-se de surpresa, e fitei o Justin, achando que ele era cúmplice. Claro que ele devia ter haver com o quê a Pattie fazia ali.

Porém, vendo a minha cara de interrogação, ele apenas abriu os braços, virou as palmas das mãos para cima e deu de ombros. Suspirei, sorrrindo para a minha futura - esperava eu - sogra.

- Olá, Pattie. - Murmurei um pouco desanimada, devido ao efeito de alguns anastélgicos que haviam indicado-me.

- Ai, que nostalgia. - Ela exclamou, aproximando-se de nós dois, parecendo indignada. - Sabia que você sequestrou o meu filho por duas semanas, sua danadinha?! Você tinha que ter visto a cara dele quando soube do seu estado sério. Quando ele pensou que você iria morrer então! - Pattie exclamou, balançando a cabeça de um lado para o outro.

- Mãe! Como sempre, a senhorita Pattie fala demais... - Justin resmungou, cruzando os braços e fazendo um beiço, imaturamente.

- Para de ser criança. - Murmurei brincalhona, batendo de leve no seu braço. Até porque eu não tinha força o suficiente para bater mais forte... Não que eu quisesse. - Eu até gostei de saber que você iria sentir a minha falta. - Sorri ao concluir a frase.

Notei que uma lágrima escapou do canto do olho de Pattie, o que preocupou-me.

- Pattie? Você está bem? - Perguntei. Ela assoou o nariz com um lenço que continha em mãos, enquanto apenas sorria. Então aquela lágrima era de felicidade...

- Não é nada, só que... Eu nunca pensei que veria o meu garoto tão apaixonado por alguém... Eu sempre pensei que ele iria ser como o pai, que não dá valor às mulheres. - Ela murmurou emocionada, enquanto limpava mais uma lágrima que caía do seu olho e manchava a sua maquiagem.

- Mãe, por favor, pára de me envergonhar na frente da Mel... - Justin implorou envergonhado, mesmo estando um pouco hesitante.

Sorri em resposta, sentindo que, pela primeira vez, eu realmente era importante para ele. Meu coração encheu-se de alegria, ao mesmo tempo que Justin fitava o chão e Pattie chorava. Eu achava o Justin tão fofo em momentos envergonhados.

- Justin, sabia que é melhor amar do que ser amado? Eu sei disso e acho que você também deve saber... - Pattie disse, contendo as lágrimas nos seus olhos, enquanto aquele mesmo sorriso permanecia em sua face.

Não posso negar que senti-me envergonhada também, vendo aquela demonstração tão clara do seu amor por mim.

Pattie não estava enganada quanto à droga, então por que ela estaria enganada de que ele amava-me? Esperava eu que ela estivesse totalmente certa.

- E sabia que o seu cérebro é menor do que o de um avestruz? Ou que em 1997, as linhas aéreas americanas economizaram US$ 40.000 eliminando uma azeitona de cada salada? - Justin perguntou com um tom irônico, ao mesmo tempo que arqueava a sobrancelha. Quase que eu suspirei perante a minha sogra...

- Nossa! Tudo por causa de uma azeitoninha? Nunca mais peço pizza que contenha azeitona... - Pattie reclamou, brincalhona. Acabei por rir, não que tivesse muita graça, mas fora um momento alegre que eu estava presenteando. Mãe e filho 'discutindo' por causa de uma simples garota: eu.

A tarde acabou por passar rapidamente. Logo Pattie foi embora, depois de ver o meu estado e, praticamente, implorar para o Justin dormir adequadamente na cama. Ela alegou que, daqui a pouco, ele estaria no Hospital devido às costas que estariam doendo. Ele apenas deu de ombros, como se fosse um motivo bobo. Porém, assim que eu pedi, ele aceitou com um sorriso torto.

Não que eu quisesse passar a noite sem ele, porém eu sentia-me culpada por vê-lo assim.

A noite logo chegou, por isso chegara a hora em que ele sairia do hospital para ir para casa. Minha mãe havia oferecido-se para ficar comigo, mas eu dispensei; pois Justin contara que havia escutado uma voz de homem próximo a ela. Se ela estava saindo com alguém, eu não queria incomodá-la. Sempre fui a pedra de seu caminho, então não queria incomodar; não desta vez.

O tempo passava à medida em que o meu coração inquietava-se. Eu não conseguia sossegar enquanto não estivesse ao lado dele, o que era um terrível tormento. Mas a Pattie devia sentir saudade do filho que passou duas semanas mau acolhido num Hospital, esperando uma pessoa que fora envenenada acordar.

- Pára de fazer drama, Mel. - Reclamei para mim mesma.

Para a minha surpresa, eu obedeci a mim. Logo, começei a relembrar momentos de quando eu estava ao seu lado, mesmo não tendo sido muitos. Lembrei de como o seu olhar parecia penetrar em minha alma, como se quisesse passar o recado: Eu estou aqui, ao seu lado. O meu coração parecia corresponder ao ritmo dele, o que era, no mínimo, intrigante. A minha fala perdia-se no horizonte, assim que aqueles olhos amendoados penetravam sobre os meus. Estaria eu sonhando ou vivendo um verdadeiro conto de fadas, cuja eu nunca acreditara antes?

Com devaneios um tanto peculiares, acabei por dormir. Mesmo não estando cem por cento confortável naquela cama de Hospital, dormi feito pedra, com os pensamentos ao longe.

Logo o sol nasceu no ambiente, fazendo-me entreabrir os olhos. Olhei ao redor rapidamente, porém isso causou-me certa tontura.

Senti um toque sobre a minha testa e reparei que era apenas a enfermeira, acabando por fazer-me suspirar de decepção.

- Bom dia, querida. Como está se sentindo? Algum efeito do veneno ainda? Qualquer dor estomacal é melhor nos informar. - Ela pediu.

- Não, senhora. Eu já estou melhor. - Murmurei forçando um sorriso amarelo.

Era verdade que eu já estava melhor, porém não complatamente inteira. Eu precisava dele ao meu lado.

- A sua mãe já está a caminho do Hospital. Você terá mais três dias de precaução sob observação. Após esse período, caso esteja tudo bem, você poderá voltar para as suas atividades normais. Porém é necessário ter cuidado com o que se ingere por aí. - A enfermeira declarou, enquanto arrumava o meu traveseiro e ageitava a minha coluna sob a cama.

Agradeci o gesto e não pude evitar que um enorme sorriso tomasse posse do meu rosto. Logo eu sairia daquele inferno, afinal, eu estava com diversos tubos infiltrados na minha pele. Repuganante.

Nunca fui de fazer fiasco, mas sempre tive medo de agulhas. Apenas de pensar naquelas pontas afiadas penetrando na minha pele, já dava-me certa agonia.

- Então, menina, comporte-se bem pelos próximos dois dias e irá para casa junto com aquele seu namoradinho bonitinho. - A enfermeira, que já tinha certa idade, proclamou com um sorriso maroto no rosto.

Não pude evitar que corasse, afinal, eu teria que acostumar-me com os elogios por namorar aquele Deus Grego. Vamos combinar, tinha coisa melhor?

- Obrigada, moça. Ele é, realmente, maravilhoso. - Murmurei sorridente, enquanto ela já ia deixando o quarto.

Suspirei. Hospital era sinal à solidão, e eu teria que acostumar-me com isso também.

Porém, para minha felicidade, o tempo passava rápido à medida que eu concentrava os meus pensamentos no nosso possível encontro quando ele voltasse ao Hospital.

Minha mãe veio logo pela aquela manhã, onde recebeu-me com diversas lágrimas nos olhos, falando da paz que sentia ao ver-me acordada e não mais 'dormindo como um cadárver', como ela dissera.

O Justin, entretanto, não voltara durante aquele dia inteiro. Esperei-o durante a tarde e nada. Esperei-o durante a noite e nada. Por esse motivo, o meu sono fora um tanto agitado; isto é, quando eu consegui dormir.

Minha mãe, vendo o quão agitada eu estava, resolvera passar a noite no Hospital comigo, mesmo tendo que sair logo que Sol raiasse no horizonte. Ela disse, exatamente, com estas palavras: "Por você, eu poderia ficar uma semana no Hospital. Mas eu preferia mesmo estar no seu lugar, para não te ver sofrer". Achei fofo de sua parte. Não apenas fofo, porém também delicado de sua parte. Ela sabia o quão indefesa, ou pelo menos imaginava, que eu ficava com a ausência do Justin.

Eu não havia criado nenhum pensamento maldoso ao seu respeito. Ao contrário, havia esperado alguma fonte de notícia. Apenas consegui dormir em torno das duas da manhã, acabando por acordar com o tocar de um celular irritante: o meu.

Notei que a minha mãe não encontrava-se mais ao redor, então deveria estar tarde. Provavelmente.

Peguei o objeto irritante, sentindo a minha cabeça contrair-se de dor por ouvir aquele barulho nada harmonioso.

- Alô. - Murmurei contraditória, com a voz embargada e demonstrando o meu mau-humor.

- Nossa, passo um dia longe, e você já fica assim! - Aquela voz murmurou divertida, rindo à toa no telefone... Justin. - Olha, dorminhoca, é melhor acordar! Já são onze horas da manhã - ele reclamou.

Ri da sua voz animada e divertida, automaticamente, alterando o meu humor.

- Que saudade, amor. - Murmurei já sorridente. É, a Letícia deveria ter-me contagiado com a sua bipolaridade, ou algo do gênero.

- Quem é você? O que você fez com a minha namorada que a pouco queria me matar por telefone? Ou, no mínimo, queria me empurrar pela janela para ser atropelado por um caminhão e que os meus restos fossem comidos por urubus, para depois...

- Deu! - Pedi, mesmo sabendo que ele estava fingindo. Eu não queria nem pensar em perdê-lo novamente.

- O.K., namorada bipolar. De qualquer jeito, eu acho que devo desculpas pelo meu sumiço. - Ele murmurou, e eu pude verificar um sorriso estampado no seu rosto, pelo modo abafado que ele pronunciava as palavras.

Meu coração contorceu-se, com medo da verdade. Afinal, nem sempre a realidade é bela.

- Jus, é algo bom de se saber ou não? - Perguntei, sentindo meus olhos marejarem.

- Sua boba, é uma ÓTIMA notícia! - Justin praticamente gritou alegre, só que conteu gritinhos histéricos, como qualquer mulher emocionada faria. Mas ele era muito homem... E como era!

- O que é então? - Perguntei, procurando descobrir a sua fonte de felicidade. Afinal, eu desconhecia tal motivo para felicidade e nem imaginava qual poderia ser.

- Se lembra do empresário? - Ele perguntou alegre.

Em resposta, o meu coração falhou uma batida.

- Sei sim. - Respondi quase inaudivelmente.

- Então, finalmente, ele tratou dos detalhes com a minha mãe, já que ela tem a minha guarda. Aleluia, agora eu vou poder cantar em um palco decente, não mais na rua! Parece que ainda nesse mês, viajarei! Sabe para onde? Estados Unidos! - Ele murmurou contente, parecendo ter gastado um fôlego só, por ter falado tão rapidamente.

Meu coração alterou o ritmo, causando-me uma falta de ar. Comecei, não sei como, a me asfiquiciar. O ar faltava-me no meu peito, enquanto as imagens tornavam-se turvas diante dos meus olhos. Eu iria ficar sem ele, eu iria ficar sem ele.

- Mel? Está me ouvindo? Finalmente, eu poderei mudar a situação financeira que eu e a minha mãe vivemos! - Ele murmurou ainda mais feliz, parecendo que iria transbordar de alegria. - Eu não sei se te contei, mas eu e a minha mãe vivíamos de doações de igreja, já que a minha mãe mal acabou a faculdade e... - Interrompi-o, não querendo mais ouvir sobre aquilo.

- Justin, eu fiquei com você, em volta, de dois dias, além do hospital. Eu não aguento mais que as coisas sempre estão nos separando. Parece que o destino nos impede de prosseguir, porque estamos sempre afastados. Por favor, Jus, apenas adie o maior tempo possível. Eu não quero te perder e sei que você tem um futuro incrível na música, que foi aquilo que nos aproximou. Mas eu sempre faço besteiras e a maior que eu já consegui alcançar até agora foi te amar. Eu te amo, seu idiota. Eu amo o jeito como você fala, do jeito como você me beija, do jeito como você se expressa. Eu amo a sua voz calma, a serenidade que você passa para aquilo à sua volta e o jeito como você me olha. Eu apenas não controlo os meus sentimentos e, por isso, cometo algumas idiotices. Como te amar. Me perdoe, mas eu não tenho um motivo certo para fazer isso e...

- Shh. Sua boba! Essa declaração só seria mais romântica caso você não estivesse falando pelo celular. - Ele brincou, sempre descontraindo o clima mais tenso.

- Jus... - Choraminguei, ao pensar que eu podia perdê-lo.

- Mel, você está chorando? - Ele perguntou preocupado. Minha vontade de falar era dizer "Não, o meu olho está vazando". Mas eu não tinha tal humor negro para isso, e ele nem estava na minha frente para ver eu chorar.

- Sim, seu idiota. - É, eu estava a fim de xingá-lo. Eu queria viver para sempre com aquele imbecil... Arg, por que eu fui apaixonar-me logo por ele? Eu tinha que ser tão fraca em relação aos meus sentimentos? - Ai. - Reclamei, ao sentir certa incomodação no meu estômago. Devia ser efeito do veneno ainda.

- Mel, você está bem? Calma, eu já estou indo para aí. - Ele disse ao telefone, porém eu não prestei atenção.

Resolvi desligar o aparelho, sem querer mais ouvir aquela voz que fazia-me suspirar. Eu queria só que os dois dias passassem rapidamente, a fim de que logo eu fosse liberada e pudesse, finalmente, acertar as contas com ele.

Senti-me um pouco bipolar, pois havia revoltado-me de modo instantâneo. Mas eu estava cansada daquelas intrigas que o destino causava entre nós. Na verdade, eu esstava cansada de mim mesma. No final, eu sempre fracassava.

Bufei, cansada. Resolvi dormir, porque era a única coisa útil que eu fazia ultimamente. Bufei novamente. Eu acabara de admitir: eu era uma inútil. Parecia que nem para o Justin eu servia, caso contrário, ele não teria traído-me com a Kate... Aliás, eu tinha que ver como ela estava, pois eu preocupava-me com isso.

Porém o tempo não ajudava. Eu sabia que ele deveria estar a caminho do Hospital, entretanto eu não queria vê-lo; eu queria evitá-lo. Mesmo que eu tivesse que aproveitar ao máximo o resto desse mês, eu sabia que eu só feriria-me assim. Eu sabia que estava em uma encruzilhada, causada pelo destino.

Escolha? Eu tinha. Mas eu não sabia qual escolher. Talvez nem fosse tão bom ter escolhas, afinal, isso sempre resulta em dúvidas. Por quê? Simplesmente porque as pessoas adoram complicar. Caso contrário, não teria tantos detalhes em Física ou em Matemática. Quem diria, afinal, "Eu estou andando de balanço. Estou com energia potencial, agora cinética"? Ninguém, pois todos aprendemos lições, mas só algumas - as mais importantes - levamos para toda vida.

Acho que uma eu havia aprendido: nunca me apaixonar. Era doloroso... Mas, ao mesmo tempo, a coisa mais prazerosa que eu podia sentir.

Com esses pensamentos dispersos, consegui, finalmente, dormir. Não queria mais atordoar a mim mesma com esses problemas.

Acabei por dormir ouvindo uma soave voz, que preencheu os meus pensamentos. Só que eu não queria que ela preenchesse os meus pesadelos. Infelizmente, não tinha mais tempo para rezar.

-

-

Acordei ainda sonolenta, sentindo que, no mínimo, eu havia sido atropelada por uma tropa de elefantes. Tudo bem, talvez aquilo foi exagero.

Não cheguei a entreabrir os olhos, pois logo senti um toque em minha mãe - o toque da mão dele. Apenas aquela mão transmitia-me tantos arrepios e diversas sensações que não tinha como não reconhecê-la.

- Abre esses olhos, sua espertinha. Eu sei que você está acordada! - Aquela voz exclamou com um tom brincalhão.

"Droga!", pensei. Mesmo ele não demonstrando muito que era inteligente durante a aula, eu sabia que ele era muito esperto.

Entreabri apenas um olho, olhando se ele estava em volta. Droga, de novo. Ele estava fitando-me com aquele belo sorriso torto estampado em sua face. Ele sabia que aquele sorriso fazia-me suspirar.

- Ei, Mel, por que você ficou tão braba comigo no telefone? - Ele perguntou diretamente, assim que eu rendi-me mostrando os meus olhos castanhos.

Suspirei. Explicações: a pior parte de uma discussão amorosa. Eu não quero brigar com ele, mas quem disse que eu podia escolher? Se não, eu nem amaria-o.

- Jus, quanto tempo nós aproveitamos juntos? Dois dias? Como em dois dias, eu posso estar tão... Conectada a você? Eu te amo mais do que qualquer pessoa que eu já tenha conhecido... Digo, amo romanticamente. Ai, você é um idiota mesmo! Lembra do meu trágico primeiro dia de aula? Nossa, traumatizou, afinal, teve todo lance que você traiu a Kate com a Caitlin, que já eram amigas. Depois, você meio que me 'sequestrou' para o vestuário, e eu beijei o Chaz tentando mantê-lo vivo. Ah, a Caith ainda nem me agradeceu. - Brinquei e prossegui: - Depois você ainda me beijou à força, para me ganhar, o que me deixou irada! - Reclamei, relembrando aquela semana.

- Espera! Eu só te beijei porque, realmente, estava a fim de você. Mel, não notou que eu me remoí de ciúmes quando você beijou o Chaz? Não ouviu eu falar "Não" quando você ia beijá-lo? Eu, até, quase quebrei o pulso socando o chão. - Ele murmurou rindo. Que fracote!

Ok, eu realmente estava brava com ele. Não brava, mas com... Ódio por amá-lo. Aff, ótimo, eu odiava-me.

Tentei relembrar-me daquele dia, mas a minha memória nunca fora muito boa. Apenas dei de ombros, não deixando-me levar pelas suas desculpas. Eu sabia que ele não fora, primeiramente, com a minha cara. Acreditava eu que tudo tivesse começado na festa.

- Sei. - Murmurei, transparecendo a minha desconfiança.

- É sério, Mel! E, quando eu te beijei à força, nossa! Nunca senti sensação igual! Foi... Indescritível. Sério, Mel. Eu nunca lhe trocaria... Nem com a Kate. Aliás, muito menos com a Kate! - Murmurou, arrumando o cabelo ao jogá-lo para o lado.

Bufei. Não havia convencido-me nem um pouco.

O pior foi quando o tempo passou. No hospital, o restante dos dois dias foram normais; porém, a sua presença lá, deu-me a entender que ele, realmente, preocupava-se comigo. Entretanto, eu não queria entregar-me a ele e falar o quanto eu necessito dele - mesmo já tendo-o feito. Eu queria ficar o máximo de tempo sem falar com ele. Assim, com o tempo, ele perceberia o quanto nós não aproveitamos o tempo e pensaria se, realmente, valia a pena ficar traindo-me diversas vezes, pois, da próxima, não passaria. Eu repensei no quão fácil eu cedi após ele ter traído-me; e, em seguida, ainda vem falar que, daqui a um mês, viajaria! Eu estava muito confusa com o que eu deveria fazer.

Por isso, pedi conselhos à minha mãe, a minha eterna conselheira. Eu contei tudo a ela, desde o início do meu namoro com o Justin até a viagem que ele teria que fazer, caso quisesse seguir a carreira da música. Eu contei a ela que apaixonada, mas ela corrigiu-me dizendo:

- Não, você está com a pulga do amor. Está em dúvida se deve amar, mesmo não conseguindo evitar.

Não pude evitar que os meus olhos marejassem. Era inevitável, afinal. Minha mãe estava completamente certa. Eu amava-o e nunca contestei isso. Porém, eu nunca havia sentido-me assim, por isso estava em dúvida.

Então a minha mãe disse-me o que fazer: entregar-me de coração à relação, caso contrário, arrependeria-me após perdê-lo. Eu fiquei um tanto insegura relativamente àquilo, porém não discordei, apenas agi.

Durante os dois dias, ele vinha ver-me no Hospital, porém, às vezes, eu mal falava e/ou conversava com ele. O Justin ficou um tanto triste, pude perceber. Todavia eu estava concentrada em não falar com ele enquanto eu pensasse. Não queria que ele influenciasse-me perante a minha decisão. E sim, eu estava em dúvida se eu não terminava com isso, e essa dúvida remoía-me há tempo.

Entretanto fora indiferente as suas palavras. Apenas pelo olhar, já transmitia o que ele queria falar. O seu sorriso parecia iluminar o ambiente depressivo do Hospital. Não eram só os olhos ou a boca, mas o conjunto do seu rosto angelical. Eu não tinha como negar: eu amava-o.

Assim, logo que ele entrou na sala de Hospital, no dia em que eu ganharia alta, sorri com todo o meu astral animado. Em resposta, ele sorriu, mesmo estando um pouco desconfiado.

- Faz tempo que eu não vejo esse sorriso... - Murmurou confuso, com a sua voz rouca, que eu tanto sentira falta. Ultimamente, ele mal falava, perdido em pensamentos, ao mesmo tempo que eu refletia sobre o possível (agora impossível) término do namoro.

- Isso por quê faz tempo que eu não sorrio. - Retruquei, não com humor negro, mas brincando mesmo.

Em seguida, ele encostou-se na parede ao lado da porta, muito longe da minha cama. Seu cabelo caiu sobre o olho esquerdo, fazendo com que ele parecesse um pouco emo, mesmo sem cabelo escuro. Pensativa, imaginei ele assim. Graças a Deus, ele tinha cabelo loiro devido ao cabelo da Pattie!

Já que ele não aproximaria-se, resolvi puxar assunto.

- Hoje eu ganho alta do Hospital! - Bela idiotice para se dizer. Parabéns, Mel!, pensei comigo mesma ironicamente.

- É. - Ele murmurou sorrindo e assentindo com a cabeça. Parecia que aquele sorriso nunca sumiria de sua face.

Engoli seco. Acho que ele tinha entendido as minhas dúvidas e, agora, tinha resolvido 'dar o troco'. Ele, após, resolveu erguer a sobrancelha. Aquilo estava muito estranho.

- Então agora não vai mais acabar comigo? - Ele perguntou, mas pude ver certo tom de medo em sua voz. Eu não queria que ele sentisse-se assim: ameaçado.

Eu não sabia se deveria responder, pois estava com medo de ele retrucar ou fazer algo assim. Então resolvi perguntar como ele sabia sobre aquilo, com o meu melhor tom de desconfiança.

- Oras, não se acha o tesouro sem o mapa. Assim como com mapa, se acha o tesouro. Se eu estou prestes a achar o tesouro, não preciso contar ao adversário sobre o mapa, certo? - Retrucou ele como se fosse óbvio, confundindo-me. Estava muito tensa aquela conversa; e, para completar, eu não conseguia entender sobre o mistério que ele estava fazendo.

- Digamos que sim... - Falei confusa, realmente, sem entender o seu joguinho.

- Você ainda não respondeu a minha primeira pergunta. - Lamuriou, num murmúrio, mas não aparentando

- Eu cogitei, Justin. - Respondi, sinceramente, mesmo sabendo que isso feriria-o. Fechei os meus olhos, para ver se assim seria melhor desabafar. Não que isso fosse mudar alguma coisa, porém fazia-me sentir mais calma. - Eu não vou mentir para você, mas, por favor, facilite as coisas. Com tudo isso de você ir viajar e ficar não sei quanto tempo fora, eu queria te apoiar. Juro que o melhor teria sido te apoiar. Mas eu não posso cogitar ficar sem você, entende? Eu não posso viver, respirar, comer ou cagar sem você. - Ri da minha própria frase. Não abri os olhos, mas ele devia estar fazendo uma careta. - Eu estava em dúvida se terminava o nosso namoro, mas nem sei de onde eu tiraria tal coragem. Eu amo o idiota do Justin Bieber, aquele que já me beijou a força, cantou para mim e ainda me traiu com uma das minhas melhores amigas, que eu acabei de descobrir que é viciada. Agora me responda: eu tenho como ser normal? Eu nem mesmo conheço o meu pai ainda e, de acordo com a minha mãe, ele virá me ver na próxima semana ainda. Aff, nem sei como a minha mãe responderá a isso. Acho melhor eu falar com ela, antes que se preocupe a toa e... - Antes que eu pudesse continuar, senti lábios doces e quentes encontrarem os meus.

Eu sabia que eram os lábios dele aqueles, assim correspondi. Não era um simples beijo, porém era fugaz, contínuo, quente. Nossas bocas moviam-se freneticamente e, caso alguém entrasse, eu morreria de veergonha. Mas, após passar dias sem beijá-lo direito, eu precisava bater a saudade. Ainda mais por quê, daqui a um tempo, iríamos separarmo-nos.

Repentinamente, ouvimos uma batida na porta. Justin não deixou-se abalar e continuou a beijar-me. Correspondi, mas eu não sabia o que aquele beijo significava. O empurrei fracamente, afastando o seu peito com as mãos. Ele entendeu o recado e afastou-se brutamente, virando-se de costas e não deixando que eu visse a sua face.

Levantando-se, foi até a porta e abriu-a, demonstrando uma Pattie feliz e animada. Fazia poucos dias que eu não via-a, porém era sempre bom ver a sua sogrinha e puxar saco dela, ainda. Eu estava brincando, é claro. Desde que Pattie gostara de mim, vi o quão legal e agradável ela podia ser, capaz até de animar alguém tão depressiva como eu.

- Oi, Pattie. - Comprimentei sorridente, mesmo que o Justin ainda não fitasse-me no rosto, e eu nem soubesse o que ele estava pensando.

- Olá, Mel. Eu vim trazer o Justin e não pude evitar de vir comprimentar a nora que eu mais amo. - Ela murmurou alegre também, esbanjando alegria.

- Não que ela tenha outras noras, OK? - Perguntou o Justin, com aparente mau humor. Pattie pareceu não ter escutado e evitou voltar ao assunto. Ela conhecia o filho que tinha, afinal.

- Está feliz assim por que achou alguém, sogrinha? - Perguntei, brincalhona.

- Não, e nem estou a procura! - Disse Pattie, ainda esbanjando um belo sorriso. Ela chegou a abraçar o filho que, por incrível que pareça, não fez como qualquer adolescente faria, distanciando-se da mãe por vergonha. Ele abraçou-a e ainda deu um beijo em sua bochecha. - Tudo o que eu preciso para ser feliz é ver o meu filho feliz. E eu vejo que ele encontra isso em apenas duas coisas: a música... E você, Mel. - Ela declarou, embaraçando-me.

Não pude evitar que corasse, porém eu não sabia se podia acreditar naquelas palavras. Afinal, ele já havia traído-me, mesmo que não estivéssemos juntos na época, ele havia conseguido pensar em outra. Isso era o que mais magoava-me e perturbava-me.

- Jus, por que você não larga a sua mãe e vai ficar com a sua namorada? - Perguntou Pattie, afastando-o com um sorriso divertido no rosto.

- Simplesmente, porque eu nem sei se ela realmente me quer como namorado. - Ele murmurou, na maior cara-de-pau.

Não fitei a expressão - provavelmente surpresa - de Pattie, simplesmente porque ela não podia ser uma sogra mais legal, e eu não tinha coragem de fitá-la diante de uma afirmação como aquela. Apenas puxei o lençol para cobrir a cabeça, assim como uma pequena criança que está com medo de um possível temporal com raios e trovões ou apenas de um monstro imaginário. Mas eu não estava com medo, sim com vergonha.

Eu não ouvi nenhum som externo por alguns segundos, até eu ouvir alguém bufar.

- Ela anda assim agora: infantil. - Fora a voz de Justin a pronunciar isso. Saí debaixo das cobertas e reparei que Pattie encarava-nos estranhamente, como se tivesse algo para nos falar. Algo importante.

- Desculpa, Justin, se infantilidade é sinônimo de amor. - Bufei, irritada. Aliás, irritando-me com aquelas frases ridículas que ele profanava.

- Crianças, eu já vi um relacionamento acabar por desintedimentos assim, infantis. Por favor, não briguem por motivos bobos. Eu vejo o quão sincero é o seu amor por ele, Mel. E eu também vejo o quão tímido o meu filho é perto de você, pois vejo o brilho no olhar dele apenas quando o Justin te olha, senhorita Melissa. - Ralhou Pattie. Corei novamente, pensando no quão verdadeira era aquela frase.

Eu não fitei o Justin, nem ele fitou-me. Pude ver o olhar de Pattie passando a vergonha do comportamento do filho. Nem quando ele fora expulso do colégio, ela agira daquela forma. Talvez ela fosse muito rígida perante o amor... Só sei que o silêncio permaneceu e eu não queria quebrá-lo. Era um tanto incômodo levar sermão de sua sogra (isso se eu ainda estivesse namorando com o Justin, pois eu poderia ter arruinado tudo), por mais jovem e simpática que a Pattie fosse.

- Mãe, nós não somos mais crianças. - Finalmente, Justin quebrou o silêncio, fingindo estar chateado com a mãe pelo chamamento.

- O meu filho eu sei que não, afinal, já desfrutou dos prazeres adultos. - Pattie retrucou, fazendo, dessa vez, ele corar. Não pude deixar de sentir-me afetada por aquela frase, porque era verdade: ele já havia estado com uma menina em momentos íntimos. Já eu era inocente, e isso tonava-me vulnerável.

Para salvar-me na hora certa, a enfermeira adentrou ao quarto, previnindo-me de uma cena um tanto embaraçosa. Eu não sabia - nem imaginava - como a Pattie ficava tão confortável falando essas coisas sobre o próprio filho.

Enquanto o ambiente permanecia em silêncio, ela anotou algumas coisas na prancheta que continha em mãos, ao mesmo tempo que olhava os aparelhos em volta.

- E então, enfermeira? Ela poderá sair daqui quantas horas desse lugar? - Perguntou Justin, mal educadamente.

- Foram esses modos que te ensinei? - Pattie ralhou novamente. Hoje ela estava muito firme, até demais.

- Não, desculpa se eu não perguntei isso com uma garrafa de bebida na mão. - Justin disse, rindo consigo mesmo; já que nem eu, nem Pattie, achamos graça.

A enfermeira, que, durante esses dias, notei o quão carinhosa era, fitou-me um pouco assustada, com os olhos arregalados. Talvez não era a melhor hora para ele ter citado o antigo caso de sua mãe relativo à bebida.

Porém a enfermeira fingiu não ter escutado, pois logo em seguida disse como eu estava, em resposta à pergunta do Justin.

- A senhorita McCartney poderá sair em meia hora. Apenas precisamos que o responsável venha comigo e assine alguns papéis. Em seguida, ela já poderá sair. Inclusive, caso queira se aprontar, senhorita. Pode ficar à vontade. - Ela disse, logo saindo do cômodo.

- Então eu já vou levantar dessa maldita cama. Cruzes, tudo por causa de um veneno... - Murmurei cética. Porém notei o quanto isso afetou o Justin. A sua cara risonha tornou-se triste, na verdade, culpada. Acho que ele sentia culpa por ter dormido com a Kate e, em resposta, ela quis vingar-se. Ou talvez fosse apenas coisa da minha cabeça maluquinha...

- Falando nisso, a Kate foi internada ontem à noite, pelos próprios pais quando descobriram. - Ele sussurou praticamente, tornando a fala quase inaudível.

Todavia eu consegui entender o que dissera e não pude deixar de contentar-me, afinal, ela trataria-se e ficaria melhor. Pelo menos, para alguém, a vida estava dando certo. Mesmo eu tendo achado o Justin - mesmo eu tendo que vir de Nova York para o interior do Canadá -, eu sabia que muitas coisas ainda mudariam até o próximo mês.

Em silêncio, Pattie e Justin saíram do cômodo a fim de que eu pudesse arrumar-me. Troquei de roupa com uma que estava em cima do sofá há alguns dias. Provavelmente, tinha sido a minha mãe que deixara-a ali.

Fitei a roupa e achei um exageiro. Era uma blusa verde-água com um enorme decote nas costas e um pequeno na frente, além de uma saia de cintura alta, deixando as minhas pernas muito expostas. Não reclamei da roupa, apenas achei-a indecente. Era quase... Vulgar. Ainda, para completar, eu tinha que usar um sapato de salto alto preto.

Sentei-me novamente na cama, afinal, eu não podia sair do Hospital ainda. Só que, antes disso, gritei para o Justin e a Pattie entrarem novamente no quarto. Não pude deixar de notar o olhar pasmo e, ao mesmo tempo, malicioso no rosto do Bieber. Um sorriso matreiro abriu em sua boca, e imaginei no que ele estaria pensando aquela altura. Não que eu quisesse saber também...

- Nossa, não sabia que a Caitlin vestia essas roupas! - Exclamou, surpreendendo-me e confundindo-me ao mesmo tempo.

- A Caitlin que deixou as roupas aqui para eu vestir? - Perguntei em dúvida.

- Sim. Quando ela veio com o Chaz, disse que tinha que te deixar um presentinho para você 'arrasar' no jantar. - OK, a cada frase ficava mais estranho aquilo tudo.

- Como assim? Janta?

- Hoje, nós teremos um jantar. Eu, você, a sua mãe e o seu pai. Será um reecontro com o seu pai. Só que eles não sabem que se reencontrarão. - Explicou Justin, deixando-me atônita.

- Me-Meu pai está aqui em Stratford? Hoje à noite? - Perguntei totalmente emocionada, com lágrimas contidas nos olhos.

Eu conheceria-o, finalmente, depois de anos sofrendo por nunca tê-lo conhecido. Quando pequena, todos perguntavam-me aonde estava o meu pai, mas nem eu sabia responder. Sempre notei o quão triste a minha mãe ficava ao falar dele, e chegava a fitar as fotos dele todas as noites.

Com tais devaneios, reparei o quão triste a minha mãe ficaria ao vê-lo ou, no mínimo, emocionada. Eu não sabia se era a melhor alternativa para ela. Talvez isso apenas fizesse-a sofrer.

- A minha mãe não pode ir a esse jantar. - Sussurei, com os olhos fixados no horizonte.

Notei a confusão nos olhos de Justin, que transparecia também nos olhos de Pattie. Resolvi explicar:

- Ela sempre sofreu pelo afastamento do meu pai. Ele nunca quis saber de mim, da sua própria filha. Nunca quis saber da minha mãe, aquela que ele teve coragem de engravidar. Por isso que eu tenho tanto medo, Justin. Ele simplesmente sumiu da minha vida, na verdade, antes mesmo de eu começar a vivê-la. Eu não quero perder tudo o que eu já consegui também... - Murmurei, dando algumas indiretas ao Justin, mas não queria decepcionar a Pattie sendo a namorada egoísta.

Não pude deixar de derramar algumas lágrimas traidoras, acabando por receber o seu afego. O abraço do Justin era acolhedor, calmo e - extremamente - confortável. Eu sentia-me como se tirassem um peso dos meus ombros, assim que aqueles braços acolhedores recebiam-me. Sentia-me como aquecida e afastada de todo o perigo, afinal, era aonde eu queria estar.

- Homem é tudo igual, querida. Eu não posso falar muito, porque você está namorando o meu filho; mas, caso ao contrário, eu te diria que eles não prestam. - Pattie declarou, sussurrando a segunda parte, mas, de qualquer jeito, o Justin ouviu. O próprio enviou um olhar assassino em direção a mãe, mas eu entendia-a. Ela apenas queria distrair-me.

- Só porque, repentinamente, o marido da dona Pattie aceitou o pedido de divórcio que ela pediu, agora todos os homens são iguais. - Justin murmurou irônico, com uma careta no rosto (não que isso fizesse-o ficar mais feio. Isso era impossível).

Eu sempre pensara que fora o pai do Justin (o qual eu ainda não sabia o nome) que acabara o relacionamento. Porém, pelo visto, fora ao contrário. Talvez, por esse motivo, a Pattie era tão alegre, animada e conselheira. Ela sabia o que era melhor para si mesma e, consequentemente, para os outros.

- Mas o Jeremy que me deu motivos para acabar com ele. Eu não podia continuar vivendo com um marido drogado enquanto cuidava de um menino de apenas dois anos, mais barulhento do que um... Chocalho. Ainda mais com tantas contas, e ele querendo gastar o dinheiro no seu vício idiota. - Pattie resolveu explicar, fazendo com que eu lembrasse o dia em que ele puxara-me até o vestiário, falando que sentia-se culpado pela separação do pai. Agora eu entendia o por quê daquela confissão, mas não achava que era culpa dele.

E, agora, eu havia descobrido que o nome de seu pai era Jeremy. Ele nunca havia dito-me antes. Talvez fosse um assunto muito delicado. Já que ele estava sentado ao meu lado, resolvi abraçar a sua cintura e apoiar o meu queixo no seu ombro, para reconfortar-me e fazer o mesmo com ele.

- Mãe, acho que o pai nunca quis se separar de você. - O Justin disse, meio abalado, mas guardando qualquer emoção que continha atrás de uma face quase sem expressões. Pude ver os seus olhos marejarem levemente, porém ele engoliu o choro. Não deveria querer parecer um bebê chorão, mas eu entendia o quão difícil era uma separação. Se bem que ele chegou a conviver com ambos os pais, mas em lados separados. Talvez fosse melhor assim, porque a Pattie poderia ser infeliz no casamento, fazendo com que ela ficasse triste e, consequentemente, o Justin seria afetado também. Depois eu falaria isso para ele, mas seria delicado demais com a Pattie na sala.

- Filho, eu não quero discutir isso com você, tudo bem? Agora vamos ver se a Mellany, mãe da Melissa, já acertou tudo lá na secretaria. Jus, vem comigo. - Pattie pediu; mas ele pôs o braço em minha cintura, puxando-me para perto, e colocou o rosto em meus cabelos. Era um pedido de carinho. - Tudo bem, eu vou sozinha, seus ingratos apaixonados. - Reclamou a minha querida sogrinha. Pelo jeito, mesmo com todas as minhas dúvidas, meu ciúmes, ele havia perdoado-me, o que deixou-me a soltar fogos de artifício de felicidade. Tudo bem, eu estava muito dramática hoje.

- Jus. - Sussurei, assim que ficamos abraçados na sala e senti uma lágrima cair vinda de cima, claro, dele.

- Eu não queria que você me visse chorar. - Ele murmurou com a voz rouca, devido ao choro. Tapei a sua boca com um dedo sobre a mesma, enquanto limpava as suas lágrimas com a outra mão.

- Nós não somos responsáveis pela dor que sentimentos, é inevitável. Não se preocupe. Nem que você estivesse chorando na frente de milhares de pessoas, todas saberiam o quão doloro é ou deveria ser uma separação na família. Eu lembro que comentaste, no vestiário, sobre tu seres o culpado da separação. Jus, não seja tão estúpido! Claro que fora uma decisão da Pattie, decidindo o que era melhor para ela. Se não acontecesse naquela época, aconteceria depois. E a Pattie só sofreria mais caso adiasse, então não fique assim, Jus. - Tentei consolá-lo. Em resposta, ele abraçou-me mais forte, virando-me de frente para ele. O Justin não quis dizer nada, apenas o momento falava por si. Ele afastou-se de mim e virou o rosto. Provavelmente, ainda estava chorando por causa de sua dor. - Jus, quem sabe você não escreve uma música sobre isso? Assim você desabafa. - Murmurei, tentando animá-lo de alguma forma.

- Mel, você me ajudaria? - Ele perguntou, fitando-me com os olhos cheios de água.

- Claro, Jus. Estarei aqui sempre que precisar, nem se preocupe. - Eu murmurei, afagando as suas costas.

Talvez como modo de agradecimento, ele beijou-me, ou apenas estivesse precisando de um carinho mais afetuoso. Correspondi o beijo na mesma intensidade, pois fora algo crescente. Tornou-se quase quente, porém o parei quando ele estava deitando-me na cama de Hospital. Afastei-o e vi ele morder o próprio lábio, sabendo que tinha passado dos limites.

- Jus, você sabe que eu não quero isso ainda. Somos muito jovens e temos um futuro pela frente ainda. - Murmurei, não querendo decepcioná-lo também.

- A camisinha resolveria isso, mas eu não quero te forçar a nada e desculpa, agi por impulso. - Disse, enquanto levantava-se e caminhava até a porta.

- O que você está fazendo? - Perguntei confusa.

- Acho que você não quer me ver mais... Quer? Depois do jeito que eu te trarei aqui hoje, da minha ignorância, de ter dormido com a sua amiga, não que nós tenhamos dormido... E do modo como eu chorei feito um bebê... - Começou a inumerar os seus motivos idiotas.

- Depois de você ter me perdoado também? Mas, vamos convir que você foi um estúpido hoje de manhã... Sem ofensas. - Murmurei.

Ele limitou-se a rir, logo andando em minha direção. Levantei-me, e ele abraçou-me na cintura, erguendo-me, enquanto beijávamo-nos avidamente. Nossas bocas doelavam romanticamente, não de modo grosseiro, mas delicado. Parecia que complatávamo-nos, ao mesmo tempo que éramos completamente opostos. Era um estranho mistério, mas muito saboroso.

- Crianças, chega de pegação e vamos. - Pattie ralhou, envergonhando-me, pois estávamos em um beijo muito intenso. Soltei o Justin, e ele fez o mesmo. Corei, abaixando a cabeça, e Pattie continuou: Mel, você já pode sair do Hospital, pois a sua mãe já fechou tudo e está te esperando no carro para irem jantar. Justin, você vai com elas.

Ela logo saiu da sala, sem ao menos despedir-se, enquanto eu e o Justin dávamo-nos as mãos e caminhávamos em silêncio - após a vergonha que passamos - até o estacionamento do Hospital.

Ao passar pela enfermeira que cuidou de mim, abanei para ela. O médico eu nem sabia quem era direito, pois mal vira-o durante esse tempo. Então apenas saímos de mãos dadas, enquanto algumas meninas encaravam o Justin. Eu não poderia reclamar, afinal, tinha alguns meninos na sala de espera encarando-me. O que eu podia fazer? Limitei-me a corar e senti um aperto mais forte da mão do Justin.

Chegamos ao estacionamento, sem trocar nenhuma palavra. Não que o clima estivesse estrano entre nós, só não tínhamos o que falar. Também acho que ambos estávamos com ciúmes, então era melhor guardar para si esse sentimento ruim.

Avistei o carro de minha mãe, aquele Impala preto caindo aos pedaços que ela amava, e puxei o Justin naquela direção. Ele veio, mas com as feições meio severas, novamente escondendo algo. Ele deveria estar com vontade de voltar lá e socar aqueles guris. Ri do meu pensamento, logo melhorando o humor. Talvez eu fosse como a minha amiga Letícia: um pouco bipolar.

- Oi, mãe. - Murmurei entrando no carro. Apenas entrei no banco de trás, porque o Justin estava comigo e não queria deixá-lo deslocado.

- Oi, senhorita McCartney. - Justin disse.

- Mas o que é isso? Primeiro, sou a motorista. Depois ainda sou chamada de senhorita, pelo sobrenome ainda! Eu faço questão de que me chame de Mellany e o chamarei de Justin, pode ser? - Minha mãe perguntou. Eu sabia o quão velha ela sentia-se às vezes, porque tinha uma filha já com quinze anos e nem casada era. Mas eu orgulhava-me dela, pois ela era batalhadora, guerreira. Tem como ter vergonha de uma mãe assim?

- Tudo bem, dona Mellany. - Justin disse. Percebi que ele estava meio hesitante, parecendo ter medo de qualquer ação que fizesse.

Aproximei a minha boca de sua orelha, sussurando bem baixinho:

- Algum problema?

- Eu nunca conheci nenhuma sogra, porque nunca tive uma relação duradoura. Agora eu não sei como agir direito... - Ele confessou, num murmúrio.

Encostei, novamente, a minha cabeça sobre o seu ombro. Suspirei, pois sabia que tudo isso estava sendo novo para ele - e para mim -, porém ele era muito mais inseguro do que eu. Talvez ele quisesse que tudo saísse perfeito, mas eu não tinha tais preocupações. Apenas porque eu havia conhecido Pattie, mas, com certeza, ficaria preocupada com o Jeremy. Sogro é sempre mais difícil.

- Não se preocupe à toa. - Sussurei. Em seguida, falei mais alto, direcionando a pergunta à minha mãe: - O que aconteceu com o Oliver, afinal? Ele nem foi me visitar no Hospital durante todo esse tempo.

Ouvi Justin bufar, ao mesmo tempo que ele tirava o ombro de onde estava, fazendo-me perder o apoio para a minha cabeça. Minha mãe riu da reação do Justin e ainda completou dizendo:

- Que bonitinho sentindo ciúmes! Filha, o Oliver estava em um hotel e alegou que você não gostaria de vê-lo. Mas ele marcou a sua volta para Nova York apenas no domingo e hoje ainda é quinta. Falando nisso, você vai à aula amanhã?

- Claro que vou. Afinal, daqui a pouco, será as provas, e estou perdida na matéria. - Murmurei, pressentindo que ferraria-me nas matérias. - Mas, quanto ao Oliver, eu preciso conversar com ele. Seriamente. - Completei.

- Mel, acho que o seu namorado não está muito confortável com isso. - Minha mãe observou. Claro que ele não estaria, sendo tão possessivo e ciumento como era. Sendo que eu, ao contrário dele, não demonstrava. Imagina se eu traísse ele. Ha, queria ver a sua reação.

- Jus, você irá junto comigo no Hotel, bobinho. E, em seguida, ainda me explicará a matéria. Eu sei que atrás dessa cabeçinha tem uma mente brilhante. Você apenas não a mostra para o mundo, vulgo colegas, porque vive em volta da sua 'popularidade'. - Reclamei, revirando os olhos ao concluir. Ele fora até estúpido comigo por causa dessa maldita popularidade que perseguia-o.

- Tudo bem então, Mel. - Ele concordou, relativamente ao Hotel. Acho que ele era um tanto inseguro, mas, caso eu dissesse isso a ele, ficaria bravo ou irritado.

- Mas, mãe, mudando de assunto, acho que a senhora não deveria ir no jantar hoje à noite. - Afirmei, mesmo em dúvida. Como eu já havia explicado, eu não queria que ela sofresse.

Justin fitou-me, franzindo a testa. Não entendi qual a dúvida que marcava-o, porém ele tratou de explicar, meio vagamente.

- Sempre pedi para os meus pais se juntarem. Agora você quer que os seus não se vejam. - Sussurou, próximo ao meu ouvido, apenas para eu ouvir.

- Por quê, filha? - Minha mãe perguntou confusa, sem ter ouvido o que nós conversamos.

- Simplesmente, porque eu e o Justin adoraríamos ter um momento à sós. - Eu não queria magoá-la assim, excluindo-a de um jantar, mas eu sabia que ela magoaria-se caso visse o meu pai.

Mellany apenas murmurou uma afirmação, mesmo eu notando o quão desconfortável ela estava. Resolvi ligar o rádio, para ver alguma música boa que estivesse tocando, além de que distrairia o humor de todos. Quem canta os seus males espanta, como diz o ditado.

A música que estava tocando no rádio era uma desconhecida, para mim, do Usher. Vi um sorriso largo estampar-se na face do Justin.

- Dude, Usher é o meu ídolo. Ele canta muito, e seus passos são incríveis. Pitbull então... Nem se fala! Essa música dos dois juntos, DJ Got Us Fallin' Love é muito boa. - Afirmou, cantando baixinho a música. Ele sabia quase por inteira, inclusive o rap que o Pitbull cantava. Impressionei-me, enquanto ouvia a minha mãe rir.

- Esse garoto tem futuro pela frente. - Declarou, sorrindo alegremente.

- Thank you, DJ. - Justin sussurou a fala final de Usher próximo ao meu ouvido, fazendo com que eu me derretesse. Cheguei a estremecer, mas disfarçei por causa da minha mãe. Não que eu não tivesse gostado daquele gesto, mas o Justin não deveria ter feito aquilo; por isso o repreendi com um leve tapa no ombro.

- É, mãe. O Justin já tem até um empresário contatando-o. Pelo visto, já está tudo combinado para ele viajar próximo mês para os Estados Unidos... Só porque eu saí de lá, né? - Murmurei, cruzando os braços e fazendo beicinho. Brincando.

- Mas... Como você fará, Mel? Você pretende viajar para os Estados Unidos novamente? Porque eu posso mexer uns pausinhos no trabalho e tentar conseguir uma transferência. Não poderia ser em nenhuma cidade grande, e acho que seria muito difícil eu conseguir logo agora que eu me mudei, mas eu posso tentar, filha. - Minha mãe disse rapidamente, nervosa, num fôlego só.

- Mãe, calma. - Pedi, quase gritando, porque ela estava falando como uma matraca. Nem virei-me para fitar o Justin, pois fiquei preocupada com o que ele poderia estar pensando. Mas eu não gostaria de mudar-me de novo, fazer novos amigos e abandonar, consequentemente, aqueles que eu fiz aqui. - Mãe, acho que melhor não atrapalhar a sua vida com isso. Eu entendo que você sempre se preocupou comigo, mas, por favor, não vá pedir uma transferência agora que você poderá ser demitida!

Senti um aperto mais forte vindo do braço do Justin que circundava a minha cintura. Ele puxou-me mais para si e afagou os meus cabelos.

- Mas, Mel... E o Justin? - Minha mãe perguntou, tocando naquele assunto delicado.

Suspirei, semicerrando os olhos. Eu realmente não sabia como fazer, porém eu já havia conversado com ela e justamente aquela pessoa preocupada tinha aconselhado-me apenas aproveitar ao máximo a relação.

- Mãe, eu até conversei sobre isso. Você me disse para apenas aproveitá-lo o máximo possível. - Falei, sem malícia, mas o Justin entendeu outra coisa. Belisquei-o em resposta.

- Mas, filha, eu não me arrependo do que falei. Só que você podia ainda combinar de visitá-lo e etc. - Ela murmurou, um pouco desconcentrada na estrada, o que preocupava-me.

- Tá, mãe, não vamos discutir com ele aqui. - Murmurei, querendo adiar aquele assunto... Ao máximo possível.

Minha mãe dirigiu calmamente até o restaurante, que chegava a ser em uma cidade próxima, mas não era Stratford. Como tínhamos pedido para que ela não comparecesse ao jantar, nós decidimos que voltaríamos de táxi; e a minha mãe, para a minha reputação arruinar-se de vez, ainda disse que, qualquer coisa, era para eu usar camisinha. Nem preciso comentar o quanto corei, e o Justin apenas deu aquele seu sorriso matreiro. Ah, mas ele ia levar uns cascudos depois.

Entramos no restaurante e vimos o carro de minha mãe distanciar-se. Perguntamos pelo nome do meu pai, que era Jordan; porém ele não havia chegado ainda. Resolvemos esperar sentados em uma mesa mais afastada, enquanto eu batia o pé sob o chão, nervosa.

- Jus, e se ele não vier? - Perguntei, mordendo o lábio.

- Calma. Mel. Ele virá. Basta se acalmar. Você tem recebido muita notícia nesse meio tempo, então é melhor descansar. - Ele murmurou, enquanto fazia círculos com o seu dedão sobre a minha coxa, já que estávamos sentados lado ao lado. Ele parecia muito distante daquele lugar; parecia perdido em pensamentos.

- No que você está pensando? - Perguntei, não aguentando-me de curiosidade. A sua testa estava franzida, assim como momentos antes no carro.

- Acho que eu nunca impediria os meus pais de se encontrarem, nem que isso os fizesse triste... Assim como quando fui expulso do colégio. Falando nisso, acho que vai ficar na minha ficha, porque eu não quero que a culpa vá para a Katy. Imagina a reputação dela... - Ele desabafou.

Suspirei. Tínhamos tantos problemas que o tempo passaria mais rápido, o que era indesejável. Porém tínhamos que visitar Oliver no Hospital, Katy na Clínica Psiquiátrica e conhecer o meu pai ainda. Tudo isso no prazo de um mês, para fazermos juntos. Depois dificultaria.

- É, acho que você já tinha uma lista muito suja mesmo. Não vai mudar nada mesmo. - Murmurei brincalhona, para distrair. Eu queria disfarça o quão tensa eu estava para conhecer o meu pai. Eu tinha vontade de perguntar, inclusive, os seus motivos para ter abandona eu e a mamãe. Mas o que faltava-me era cara de pau mesmo.

- Bobinha. - Ele murmurou, fazendo cosquinhas na minha barriga. Eu não parava de rir e contorcer-me, porém era um tanto embaraçoso fazer aquilo no meio do restaurante.

Próximo dele, eu sentia-me como se rejuvenesse. Era uma sensação estranha, mas boa. Afinal, eu tinha saudades da infância.

- Arrã. - Ouvimos alguém pigarrear.

Antes de fitar a tal pessoa, separamo-nos, e aprovetei para arrumar a minha blusa toda amassada. Olhei caso não tinha mais nenhuma resquícia do meu momento criança e ergui a cabeça, fitando o homem que sorria animadamente em minha frente.

Notei os seus olhos castanhos, mais escuros do que os meus, assim como o cabelo que era de um tom muito escuro. Sua pele era morena, mais não a ponto de ser um mulato. Sua pele tinha alguns vestígios de idade, como rugas de preocupação em sua testa; porém o moço era muito bonito.

- Com licença, procurando alguém? - Perguntei, meio confusa, olhando para a nossa volta. Ninguém parecia estar encarando-nos, ou seja, ninguém conhecia-o e achava-o louco como eu.

O moço engasgou, nem pergunte-me com o quê, pois ele não bebia ou comia nada. Ele começou a ficar vermelho, e fiquei nervosa com aquela cena. Levantei e dei pequenos tapinhas nas suas costas, fazendo com que ele desengasgasse.

- Obr-Obrigada. - Murmurou, ainda meio desconexo. Murmurei um 'de nada', em seguida perguntando:

- Então, procurando alguém? Talvez nós posamos ajudar, não é, Jus? - Perguntei, querendo encorajar o meu namorado que nem ajudara o moço. Ele deu aquele maldito sorriso irrestível de desculpas, fazendo com que eu cedesse. OK, eu não discutiria isso com ele depois.

- Acho que eu já achei ela, Melissa McCartney. - Ele disse, fitando-me intensamente.

Minhas pernas bambearam, e os meus olhos marejaram. Não poderia ser possível, pois ainda não havia caído a minha ficha. Mas, realmente, era o meu pai que estava perante a mim.

Deixei algumas lágrimas cairem dos meus olhos e notei que ele fê-lo também. Meu pai - que emoção apenas de pensar - abriu os braços para receber-me. De ímpeto, abraçei-o, sentindo-me tremer da cabeça aos pés. Era uma emoção tão nova, tão diferente, que eu não queria que acabasse nunca.

- Pai. - Murmurei comovida, sentindo um alívio preencher o meu peito. Finalmente, eu havia conhecido-o; e ele estava ali, demonstrando algum afeto de carinho a mim.

Eu nunca arrependi-me de ter a mãe que tenho; porém, apenas de conhecer o meu pai, já sentia-me completa. Agora eu poderia ter ambos ajudando-me, batava apenas saber qual eram as verdadeiras intenções do meu pai.

Após o momento comovente, o qual excluímos o meu namorado, acabei por apresentar o Justin. Jordan, digo, meu pai surpreendeu-se a ver o quão educado era o Justin; apenas porque ele apresentou-se e o meu namorado cumprimentou-o, dando as boas vindas em relação à Stratford.

Meio hesitantes, sentamos. Justin estava à minha frente, e o meu pai ao meu lado. Nós tagarelamos muito, sem deixar o Justin muito deslocado. Falamos do que mais gostamos, e acabei por descobrir muito sobre o meu pai e o meu namorado. Ambos eram muito divertidos e faziam piadas, então a noite correu longa e divertida.

Descobri que o meu pai abandonou a minha mãe por medo de fazê-la infeliz e que ele não sabia sobre a gravidez, se não teria ficado. Concluiu dizendo que descobrira mês passado que tinha uma filha, através de um amigo.

Comemos uma comida leve, pois alegamos, unânimes, que não estávamos com muita fome. Quando fitei o relógio, já passava da uma e meia da manhã, então alertei o Justin. A minha mãe não ficaria muito feliz com isso; porém não quis tocar nesse assunto com o Jordan, meu pai.

- Nós precisamos ir, Jus. - Murmurei pela décima vez, preocupada com a hora, enquanto ele e o meu pai fofocavam. Isso comprovava que os meninos sempre foram mais fofoqueiros que as meninas.

- Espera aí. A gente está falando sobre hóquei. - O Justin murmurou animado, já que era o seu esporte favorito, assim como o skate.

- Por favor, amor. Nós tínhamos certa hora para chegarmos em casa. - Murmurei, recebendo um olhar severo do meu pai. - Digo, um na casa de cada um. Quer dizer, eu na minha e você na sua. - Enrolei-me.

Meu pai concordou que estava na hora, e combinamos encontrarmo-nos todos os fim de semanas, para fazermos algum programa pai e filha. Justin sentiu-se um pouco excluído, mas sabia que era um dos seus teatros idiotas. Limitei-me a revirar os olhos.

Saímos de lá e pedimos um táxi. Meu pai ofereceu dar-nos uma carona, mas achei que incomodaria-o demais. Então peguei apenas o meu telefone, que era um modelo muito comum, pela falta de recursos, e disquei para uma companhia de táxi.

Tremi de frio ao ter saído do restaurante, então, galantemente, Justin retirou o seu casaco e pôs sobre os meus ombros.

- Obrigada. - Sussurei, com os lábios tremendo de frio. Ele sussurou um "de nada", e percebi o quão hesitante estava. - O que houve? - Perguntei.

- É que... Eu sinto saudades do meu pai, mas ele mora há algumas horas daqui. É raro quando eu vou ver ele, porque a minha mãe mal permite que eu o faça. - Lamuriou, num murmúrio.

Apenas fiz um carinho de leve em sua nuca, com o qual ele arrepiou-se. Sorri tortamente, assim que ele estava prestes a beijar-me. Porém, antes que isso acontecesse, ouvimos uma buzina - era o táxi.

Afastamo-nos e entramos rapidamente no táxi.

- Vão pra onde? - Perguntou, porcamente, o taxista.

Na verdade, eu não sabia aonde o Justin morava, nem ele onde eu morava. Então fitei-o, esperando que falasse algo. Porém ele não fê-lo.

- Jus, onde você mora? - Perguntei.

- Não, Mel. Eu levo você para casa primeiro. - Ele afirmou.

- Mas, Jus, eu trouxe dinheiro para pagar o táxi. Você trouxe?

- Não, mas... Só por quê eu não sabia. - Ele murmurou, meio envergonhado por não ter trago. Então ele disse o endereço de sua casa, e o taxista dirigiu-se para aquela região.

Notei o quanto de dinheiro eu tinha na bolsa, porém não era muito. Era apenas dez dólares que a minha mãe tiha dado-me antes de deixar-nos no restaurante. Enquanto eu fazia os cálculos, recebi uma boca imprevista selar a minha.

- Hey! - Exclamei.

- Desculpa, eu estava com vontade. - Ele murmurou, dando de ombros e encostando-se no banco do táxi.

Depois de um longo percurso, já que o restaurante não era exatamente em Stratford, chegamos à casa dele, que parecia um pouco mal iluminada.

- Minha mãe deve estar dormindo já. Mas tchau, Mel. Quer que eu te leve para o colégio amanhã? Eu vou pegar o carro da minha mãe para poder ir ao meu colégio amanhã. - Ele murmurou, em seguida beijando-me ardentemente como despedida.

Separei-o preocupada e fitei o taxitômetro. Havia dado nove dólares só até aqui e não daria para eu ir para casa.

- Jus, temo dizer que eu não posso ir para casa.

Fitei-o e vi ele abrir um enorme sorriso malicioso, enquanto jogava o cabelo para o lado.

- É sério, malandrinho. Eu não quero sair pelas ruas para pegar um ônibus a essa hora, e o meu dinheiro acabou. Moço, aqui está. - Entreguei o dinheiro, enquanto saía do carro.

Justin abraçou-me assim que saí e abriu a porta de casa com a chave.

- Se quiser entrar... - Sussurrou no meu ouvido.

- Abusado! - Reclamei. - Mas você não pode me levar com o carro da sua mãe, então?

Ele coçou a cabeça, meio incomodado. Soltou um risinho sem graça, encabulado.

- Acho que a minha mãe saiu com o carro e ainda não voltou, na verdade. - Glosou, um pouco desconfortável com a ideia de onde a mãe poderia estar.

- E agora? - Perguntei, temerosa. Eu não queria fazer desdém à sua oferta, mas eu tinha medo das intenções que ele tinha em relação a mim.

Não que eu o temesse, porém eu não estava preparada para... Aquilo que ele já havia feito com diversas meninas.

- Vem, entra em casa. Você vai ter que ficar aqui, mas não se preocupa. A gente dará um jeito. - Justin murmurou, puxando-me para dentro da casa, a fim de não ficássemos naquela rua deserta e escura.

Ele abriu o portão da humilde casa, a qual eu já havia estado uma vez; e entramos naquela casa deserta e escura aquela hora. Ele pegou a minha mão, guinado-me pela escuridão.

- Cuidado com as escadas. - Ele murmurou, então resolvi retirar os saltos altos. Os segurei com uma mão, sentindo-me mais confortável sem eles. Os meus calos agradeceriam por isso amanhã.

Ele guiou-me pela minúscula casa, porque, mesmo eu já tendo estado aqui uma vez, eu não lembrava-me direito. Eu também fora drograda na noite anterior, então nem tinha como lembrar direito. Apenas dos piores momentos eu lembrava.

Ele ligou uma luz, que acabou por iluminar o seu quarto, digamos que um pouco bagunçado.

- Desculpa a bagunça; mas, nesse meio tempo, eu mal passei em casa e, quando passava, era correndo. Então gerou isso. - Ele apontou para o monte de roupas jogadas no canto do quarto. Digamos que ele não era o menino mais higiênico.

Apenas balançei a cabeça negativamente, como se dissesse que não era nada demais. Ele percebeu o quão hesitante e desconfortável eu estava, então caminhou até mim, acabando por arrumar uma mecha rebelde que estava caída sobre o meu olho.

Sem dizermos nada, ele beijou-me com fervor, como se quisesse passar o máximo de confiança o possível. Sua mão direcionou-se, como se tivesse vida própria, até a minha cintura; enquanto a minha ia até a sua nuca. Eu não queria avançar na nossa relação, porém não queria confessar isso também. Nossas bocas movimentavam-se rapidamente à medida que ele aumentava o ritmo, deixando-me sem fôlego.

Eu nunca havia estado em um quarto com um garoto antes; além do Justin e daquela vez em que ele trouxera-me aqui, e eu estava drogada. Eu não sabia como agir nessas horas e não estava gostando do modo ardente como ele estava beijando-me.

Sua mão locomoveu-se até a minha coxa, enquanto ele separava as nossas bocas e beijava o meu colo. Porém não sucedeu-se uma série de beijos ali, mas sim de chupões, que, provavelmente, ficariam marcados sob a minha pele alva.

Aproveitei para arrecadar ar, enquanto ele apertava fortemente a minha coxa e empurrava-me para a cama dele. Rapidamente, ele puxou a sua camisa, demonstrando o seu peitoral definido. Não pude deixar de admirar aquilo, porém eu não podia permitir que ele continuasse. Apoiei as minhas mãos sob a cama, enquanto deitava rapidamente, já que o seu corpo estava sob o meu. Não pude deixar de notar a elevação entre as suas calças, além de senti-la pressionar o meu ventre. Suas mãos, agilmente, retiraram a minha blusa; quase que nem notei tal ação de tão imperciptível.

Ele voltou a beijar a minha boca, ferozmente, enquanto eu ficava quase sem reação. O Justin notou o quão hesitante eu estava, então separou-se de mim, fitando-me profundamente nos olhos. Ele não precisou perguntar nada, porque percebi a sua testa vincada; e eu sabia qual era a sua dúvida.

- Eu não estou preparada, Justin. Eu sei o quão experiente você é e eu sou virgem. Não quero decepcioná-lo e não sei se estou preparada para isso. - Murmurei, mordendo o lábio nervosamente.

Ele suspirou, revirando os olhos. Ele sentou-se na cama, de costas pra mim.Vi o quão decepcionado ele estava, porém não quis comentar mais nada. Esperei que ele dissesse algo:

- Mel, eu te amo, e não importa o que fizéssemos aqui, eu continuaria te amando. Sobre a minha experiência, eu nunca te compararia a nenhuma outra menina, até porque eu não iria simplesmente transar com você. Eu iria fazer amor e eu sou virgem nesse negócio. Acho melhor você me ensinar, senhorita romântica. - Ele murmurou, mas ainda estando de costas para mim.

Ri do apelido que ele dera-me, porém eu ri nervosamente, o que soou nasalmente. Nem importei-me que estava apenas de sutiã e calça, mas sentei ao seu lado e segurei a sua mão.

- Jus, você já olhou para a sua mãe? Ela é uma batalhadora, porém engravidou um pouquinho mais velha que eu e enfrentou muitos desafios já. Eu não quero arruinar a minha vida agora e sinto que não estou pronta para fazer esse ato. Eu entendo caso você se decepcione ou me odeie, mas essa sou eu e espero que você me aceite do jeito que eu sou.

Nem fitei-o, apenas fiz carinho em sua mão. Eu não queria que o nosso relacionamento instável tivesse mais alguma discussão. Eu e o Justin éramos tão opostos que discutíamos muitas vezes, porém isso não impedia-nos de sermos felizes juntos. Se nós controlássemos o ciúmes e os desejos, daríamos um jeito. O problema era fazê-lo, porque ambos éramos cabeças duras; e, o pior, Justin era um tanto apressado.

- Mel, eu te amo do jeito que você e não vou te obrigar a nada, tudo bem? - Ele murmurou, com a voz um pouco rouca, talvez de desejo. Justin depositou um leve beijo na minha testa, em seguida levantando da cama.

Notei o seu peitoral exposto, assim como eu estava apenas de sutiã. Cruzei os braços em frente ao meu busto, porém esperei para ver o que ele faria.

Para a minha surpresa, ele saiu do quarto e, depois de um tempo, voltou carregando diversos lençóis e um travesseiro. Franzi a testa, não entendendo o que ele queria fazer; e ele nem tinha deixa eu retrucar a sua afirmação.

- Jus, nós já dormimos juntos uma vez... Não pense besteira, mas eu adorei dormir com você. Vem, não seja fresco. - Murmurei, pegando a sua mão e fazendo-o derrubar todos os lençóis no chão.

Puxei-o de encontro a mim, dando um leve selinho em seus lábios. Ele fez um muxoxo ao decepcionar-se com o beijo, porém limitei-me a rir. Deitei na cama, desejando boa noite a ele; porém adormeci sem ouvir a sua resposta, apenas a sua respiração próxima ao meu cabelo. Talvez ele tenha ficado observando-me a noite inteira, mas eu não sabia dizer o que ele estava pensando.

Apenas esqueci dos meus problemas e resolvi dormir. Quem sabe eu não encontrava-me novamente com a sossegante escuridão.

No outro dia, percebi que a cama estava vazia ao meu lado; por isso, sentei rapidamente na cama, assim que entreabri os olhos. Onde o Justin havia se metido? Notei que eu havia dormido apenas com o sutiã e calçinha, já que a saia de cintura alta estava jogada no chão. E eu nem lembrava de tê-la tirada. Esbugalhei os olhos, pensando se o Justin havia aproveitado-se de... Balancei a cabeça negativamente, repreendendo-me por ter pensado algo assim. Repentinamente, ele adentrou à porta, segurando uma bandeja enquanto tentava equilibrá-la.

- Bom dia, bela adormecida. - Murmurou, ainda fitando apenas a bandeja. Rapidamente, puxei o lençol para encobrir-me, já que estava em trajes íntimos. - Ei, não precisa ter vergonha de mim. - Ele murmurou, com um sorriso matreiro estampado no rosto.

Apenas corei, porém não sei direito o por quê; não tínhamos feito nada demais noite passada, afinal.

- Ah, obrigada pelo café da manhã, Jus. - Murmurei, sorrindo em agradecimento.

Ele pôs a bandeja sobre a cama, falando para eu servir-me. Peguei um pão e pus geléia por cima. O Justin também resolveu comer, porém pegou apenas umas bolachas. Encaramo-nos durante alguns minutos, enquanto comíamos em silêncio. Eu notava os seus olhares para a minha boca, enquanto eu lambuzava-me com geléia. Eu espera, apenas, que ele não estivesse tendo pensamentos pecaminosos.

- A minha mãe ainda está dormindo. - Ele resmungou, repentinamente.

- E você que preparou tudo isso mesmo? - Perguntei, ceticamente. Arqueeando a sobrancelha, apontei para a bandeja que estava toda caprichada.

- Oras, agora você até duvida de mim? - Ele retrucou, sem responder a minha pergunta.

Um pouco automaticamente, peguei a faca sem ponta que continha geléia e toquei no seu nariz, lambuzando-o. Abri a boca um pouco surpresa comigo mesmo, enquanto ele imitava a minha reação para, em seguida, rir. Ele pegou o pote de geléia demonstrando-o como se fosse uma arma, o que fez-me recuar até encostar na parede. Justin colocou o dedo dentro do pote e tocou rapidamente no meu rosto.

Chocada, resolvi retrucar, passando geléia no seu peitoral. Ele retrucou com um olhar malicioso, puxando a coberta que tapava-me. Levantei-me da cama e começei a correr, querendo fugir daquela geléia assassina aos meus olhos.

Só que tinha um detalha: correr rindo fazia-me perder o fôlego. Logo ele alcançou-me, pegando-me pela cintura. Eu não sabia de onde ele havia tirado tanta força, porém ele levantou-me e pôs-me sob o seu ombro, fazendo com que eu saísse do chão.

- Me tira, Justin! - Eu gritava repetitidamente, enquanto chutava o seu peitoral e batia em suas costas.

- Não, agora você terá a sua vingança. - Ele murmurou, safado. Desceu as escadas comigo no seu ombro e, chegando no andar debaixo, acabou por me colocar sob o sofá. Ele olhou-me maliciosamente, enquanto pegava o pote de geléia que estava em sua outra mão.

Lambuzou todo o seu dedo, assim como aproximou-se até mim. Mordendo o lábio, passou um pouco de geléia na extensão do meu colo, guiando o dedo até o meu busto.

- Pára, Jus. Ai, que vergonha. Eu estou apenas de sutiã e calçinha. Olha como eu estou gorda! - Murmurei, escondendo o meu rosto entre as minhas mãos.

Ele pegou um pouco mais de geléia e passou pela minha barriga.

- Não está gorda, nem um pouco. E, mesmo que estivesse, eu não me importaria. Para mim, você é perfeita. - Ele disse, fazendo-me corar.

Peguei o pote que estava sob as suas mãos, aproveitando que ele havia distraído-se; pois começava a aproximar a sua boca da minha.

- Todo mundo é imperfeito.- Retruquei, pintando o seu queixo com aquela geléia que eu nem sabia o sabor, mas era algo bom. Sua cor era avermelhada, o que deixava o seu nariz coberto de geléia parecendo de um palhaço.

- Eu concordava com isso, antes de te conhecer. - Murmurou ele, aproximando o seu rosto ainda mais próximo do meu. Como eu estava sentada, e ele ainda em pé; cruzei os meus pés ao redor de sua cintura, querendo aproximá-lo um pouco mais.

Mesmo que estivéssemos todo lambuzados de uma geléia fedorenta, ainda tínhamos desejo pelo outro. Eu sabia que eu impediria caso quisesse passar dos limites, mas eu sentia uma certa umidade entre as minhas pernas, o que não era muito comum.

Porém ele beijou-me com tanta ferocidade, com tanto desejo, que apenas pude corresponder a certos sentimentos. Ele levantou-me, enquanto eu apenas estava com as pernas ao redor de sua cintura, sem ter firmeza no chão. O volume entre as suas pernas aumentou, fazendo-me recuar. Todavia, antes que eu tivesse que explicar-me novamente, eu tive outro motivo para afastar-me: um pigarro.

Afastamo-nos rapidamente, fazendo com que eu quase caísse no chão, porém pulei para o sofá, enquanto o Justin abria os braços, como quem dissesse: "não fizemos nada".

"Putz, agora fudeu!", foi a primeira coisa que eu pensei quando olhei o meu corpo semi-nu, o Justin apenas de calção e a minha querida sogrinha Pattie fitando-nos da escada.


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Notas finais do capítulo

N/A: hehe.. *se esconde*
Acho que o capítulo, em si, ficou confuso. Era isso que eu estava em busca, mesmo que vocês não entendam. Desculpa a demora, again, people!
Nuss, será que a Pattie vai ficar muito braba? Eu ia rir dessa cena, mesmo que fosse com o meu filho. -Q
Eu preparei mais um capítulo, já que vocês pediram (:
Ah, eu NUNCA mais que faço um trailer. Eu já vi DIVERSAS fanfictions que partiram da minha idéia principal... Ou pode ser coisa da minha cabeça. Tipo, eu não gosto muito de histórias com sexo em relaçao ao Justin, porque TODA A FANFIC - não importa sobre o quê - termina com o casal com um filho nos braços, todos felizinhos. Acho RIDÍCULO esse final, porque é sempre a mesma MERDA. #Desabafo. Inclusive, a fic que todo mundo julga ser a mais perfect do Justin terminou assim, o que me desanimou muito. Sério, quase desisti de escrever fanfics. Dá pra alguém, POR FAVOR, parar de acabar sempre assim a fic? Cadê os finais tristes ou CRIATIVOS? Acho que ninguém mais sabe o que significa essa palavra...
Aff, eu sempre escrevendo um testamento aqui. -.-'
Well, eu tenho mais um capítulo para postar antes de acabar a fic. O PRÓXIMO SERÁ QUASE DEPRESSIVO de tão triste. -Q -NNN
Ah, desculpa pelo capítulo não ser tão explosivo quanto o outro, mas eu queria poupar o ataque cardíaco. Acho que, com esse cap, eu não mereço mais nenhuma recomendação; mas espero que, com o próximo capítulo que será tocante, eu receba MUITAS recomendações *-*' Só por isso, eu irei postar rápido. Mas preciso do apoio de vocês. Prometo que, assim que eu obter 13 reviews (cap passado tinha 16 *---*), eu posto. Mesmo que eu ainda não tenha escrito muito.
Beijjoocas :*

Perguntinha básica: vocês não acham que ela vai sofrer muito no próximo cap? :B

DESCULPE OS ERROS ORTOGRÁFICOS. QUANDO DER TEMPO, EU OS CORRIJO.