Insônia escrita por Babydoll


Capítulo 9
Gratidão


Notas iniciais do capítulo

Mil perdões pela demora, eu queria ter postado mais cedo hoje, mas fiquei muito ocupada!

Só quero dizer que pelo menos, adiantei um pouco a história ontem e pasmem, eu já escrevi o final kkkkk. Claro, ainda falta muito pra chegar lá, por isso, podem aproveitar bastante!

Enfim, como sempre, uma ótima leitura! ♥



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— Vai mesmo fazer isso? - Mari disse ainda incrédula. Mas não iria mais relutar contra caso ele tivesse mesmo aceito, afinal, a ideia era dela. Então, lutaria apenas contra a própria vergonha.

— Bom, eu não faria por qualquer uma… Mas como você é minha cidadã favorita, eu faço um esforço. - Ele falou, sentado na lateral da cama totalmente à vontade, dando uma piscadinha de olho. E ela se perguntava como Chat Noir podia deixar as coisas tão fáceis e leves. - Então, já decidiu onde vou dormir?

— Já sim! - Ela disse, pegando um de seus travesseiros e descendo as escadas, deixando Chat confuso. Ela deixou o travesseiro no divã e foi buscar um cobertor em seu guarda-roupa.

— Você vai dormir aí embaixo? - Chat perguntou, também descendo as escadas.

— Não, você vai! - Ela mal terminou de falar e entregou o cobertor para ele. - Boa noite gatinho!

— Ei! Achei que dormiria na cama como da última vez! - Ele disse emburrado. - Que foi? Está com medo de não se controlar perto de mim? - Ele disse, deitando no divã e fazendo uma pose.

Ela não segurou o riso.

— Ah Chat, não precisa se preocupar com isso. Eu gosto de outra pessoa. - Ela disse, sentada em sua penteadeira. Tentando não corar ao pensar em Adrien.

— Ai, essa doeu. Você me esqueceu tão rápido. - Levantou, chegando perto dela. - Me diz aí, quem foi o cara que me substituiu em seu coração? Tenho que saber se ele está à minha altura… apesar disso ser meio impossível. - Ele fazia poses para mostrar os seus músculos, e Mari só faltou bufar, enquanto o olhava pelo reflexo do espelho.

Não acreditava que ele ainda se lembrava daquele dia em que ela, falsamente, se declarou para ele.

— Na verdade, ele não te substituiu, ele estava lá antes de você chegar. - Ela se perguntou internamente se deveria, ou não, contar. Bom, pelo menos, tiraria da cabeça de Chat que ela ainda podia ter alguns sentimentos por ele. - Meu amor por você foi… uma paixão passageira. Mas nunca deixei de amar… ele. - Não conseguiu dizer o nome, mas o recado estava dado. Ela o viu murchar pelo espelho.

— Hum, não sabia que a princesa já havia achado seu príncipe. - Nesse momento, Chat se perguntava se esse garoto de que ela gostava, não acharia ruim de saber que ele estava ali, indo dormir com ela pela segunda vez. Isso é, se ela contasse à ele.

— Sim, eu achei, mas o príncipe não é meu. - Mari disse um pouco triste, o que fez Chat a olhar novamente pelo espelho. - Lembra, quando você veio aqui, e me levou para uma surpresa que havia feito para… A Ladybug? - Ela perguntou, e então ele se lembrou.

Naquele dia, tinha descoberto que sua amiga também tinha problemas com amor. Mas nunca pensou muito sobre isso depois. Estava muito chateado com sua rejeição pela Ladybug na época para pensar.

Mas agora, se perguntou por quem seria. E sentiu empatia por ela, que assim como ele, ainda não havia tido muita sorte nesse departamento.

— Então desde aquela época, hein? Ele deve ser especial. -  Ele tentou animá-la, o que pareceu funcionar, pois viu brotar um pequeno sorriso em seus lábios.

— Ele é sim. 

Então Marinette foi terminar de se aprontar para dormir. Soltou seus cabelos e desligou as luzes da parte debaixo. 

Mas não percebeu que Chat, com sua visão noturna, ainda podia observá-la. Nunca tinha visto Marinette de cabelos soltos, e ela estava tão… Bonita.

Não podia negar que ficou surpreso. Ela parecia uma boneca de tão linda.

— Ah, Chat! Quase me esqueci. - Ela disse, no meio da escada para sua cama, e ela tentou se recompor para não parecer que estava admirando ela feito um bobo. - Eu sei que a ideia de ter você aqui é para que eu possa dormir, mas, caso isso falhe, e eu tenha algum pesadelo, eu li que é melhor não acordar uma pessoa com terror noturno. - Ela apertou os dedos, nervosa. Não queria colocar uma carga nos ombros do parceiro. 

— Ah, andou pesquisando é? - Ele brincou- Tudo bem princesa, eu confio que minha presença vai funcionar… Mesmo achando a gente um pouco longe. - Ele deu uma risada e a ouvi bufar enquanto ia para cama.

— Boa noite Chat! - Ela disse irritada e ele riu.

— Boa noite também, princesa.

********************* 

Adrien estava dormindo, quando ouviu alguns resmungos o incomodarem.

— Plagg, me deixa dormir… 

— Eu adoraria conseguir dormir também. - Ouviu a voz de Plagg perto do seu ouvido e estranhou.

“Plagg?”

Levantou rápido, ainda tentando se recordar em que lugar estava. Viu o quarto rosa sendo iluminado pela luz da lua, e um doce perfume de cerejas.

Mas então outro resmungo o fez despertar.

“Marinette?” - De onde estava sentado, viu que ela estava dormindo, mas parecia se debater no sono.

— Você prometeu que viríamos aqui rapidinho! - Plagg resmungou em um sussurro, visivelmente irritado. Ele não gostava de ser acordado, por isso, ficava com um humor terrível.

— Os planos mudaram, Plagg, mostrar as garras!

Se transformou e, em um pulo, estava perto da cama.

— Mari… - Ele ia chamar, mas lembrou do que ela dissera sobre não a acordar.

“Mas que droga! Eu estou aqui, não era para ela ficar assim.”

Ficou vendo-a se retorcer e começar a chorar, mas ela não acordava.

— O que eu faço? - Se perguntou baixinho. Era agoniante vê-la daquele jeito. Então, sentou bem ao lado dela e começou a acariciar seus cabelos. - Eu to aqui, shhh, eu to aqui. - Ele dizia, e a viu se acalmar aos poucos depois de alguns minutos. Continuou com os carinhos, percebendo o quanto seus cabelos eram macios.

“Parece que eu estava certo sobre ter que ficar na cama também.” - Ele riu internamente. 

Quando ela se acalmou por completo, ele desceu para pegar as coisas que ela havia o entregado, depois voltou e deitou e se aconchegou melhor na cama, deixando o sono o levar.

*************************

 Mari acordou com o barulho insistente do despertador. E ainda sonolenta, se esforçou para desligá-lo. 

Até se dar conta de que havia sido acordada pelo despertador.

Sentou em sua cama bruscamente, tendo seus olhos ofuscados pelo sol que já iluminava o dia.

— Bom dia Marinette! - Tikki a saudou quando a viu desperta. - Vejo que teve uma boa noite de sono! - A kwami estava sorridente.

— Parece que sim. - Marinette disse, esfregando os olhos e percebendo que seu corpo parecia dez vezes mais leve depois de descansar. 

Estava para se levantar quando percebeu um bilhetinho rosa perto de seu travesseiro.

“Outra vez.” - Pensou, o pegando e já reconhecendo a caligrafia.

“Bom dia flor do dia!

Parece que sua teoria estava certa, afinal, parti ao amanhecer e você ainda estava como a bela adormecida.

Um único detalhe: tive que dormir na cama.

Te explico a noite quando eu voltar.

Ass.: Seu gatinho favorito.”

— Tikki! Ele dormiu na minha cama? - Ela perguntou, se levantando e percebendo que, realmente, o travesseiro e o cobertor que entregou a Chat noite passada estavam ao lado dos seus. - Eu não acredito que ele fez isso.

— Marinette! Chat Noir só está querendo ajudar! Melhor não tirar conclusões precipitadas…

Isso fez com que a garota pensasse um pouco. Realmente, ele só estava lá para resolver um problema dela! O melhor a se fazer era não o julgar sem saber seus motivos, mesmo que pensar em dormir ao lado dele todas as noites a fizesse ruborizar.

— Verdade Tikki. Melhor eu resolver isso com ele quando voltar a noite. - Concluiu e saiu do seu quarto.

Encontrou os pais na mesa de café, e enquanto comia seus croissants preferidos, os ouviu dizer que ela parecia de bom humor.

De fato estava com um ótimo humor. 

Iria aproveitar seu domingo e colocar todos seus trabalhos de escola em ordem, jogar vídeo game, atualizar seu site com as últimas peças que havia criado, assim como terminar outras.

Se conseguiria fazer tudo em um dia? Provavelmente não.

Mas estava se sentindo tão bem que parecia poder fazer tudo de uma vez!

“Tenho que me lembrar de agradecer a Chat Noir mais tarde.”

**********************************

— Então se imagina no meu lugar! Saindo do Miraculous com você dormindo e eu sem saber aonde a gente tava!

— Tá bom Plagg…

— Aí você me faz te transformar de novo quando eu acabo de acordar, e isso sem nenhum queijo por perto…

— Já entendi Plagg…

— E tem mais! Aí eu saio de novo com você dormindo e sou acordado de novo para você poder ir embora como o sol nasce! 

— Plagg! Já deu! Eu entendi! Vou levar queijo extra para você nas próximas noites! - Adrien disse sem muita paciência.

Estava ouvindo a uns 20 minutos Plagg reclamar de como tinha sido tortuoso sua noite sem camembert.

— Isso! Que fique bem claro! - O kwami saiu de perto, indo fazer outro lanche enquanto Adrien bufava, mas segurando o riso. Como seria mais fácil se todos os problemas fossem resolvidos com comida.

Isso o lembrou que já era hora do almoço, e como sempre, desceu para a sala de jantar, aonde tinha aquela mesa enorme, só para ele.

Suspirou triste enquanto era servido.Ouvindo somente o tinir dos talheres enquanto fazia sua refeição.

Odiava ficar sozinho.

Não gostava de domingo pelo mesmo motivo.

Ansiava para sua semana começar e poder ir à escola, ver seus amigos.

Terminou a refeição e voltou ao seu quarto.

Se preparava para mais uma tarde tediosa, quando pela janela, viu um conhecido avião feito de pombos.

— Isso! - Ele gritou animado. Já estava cansado de lutar contra o Sr. Pombo, mas qualquer atividade naquele dia era bem vinda. Com espirros ou não.

— O que foi? - Plagg surgiu já vendo a cara de Adrien e se arrependendo. - Ah não.

— Plagg, mostrar as garras!

Correu pelos prédios e telhados, feliz por não estar em casa. Feliz por poder ser Chat Noir.

Parou em um prédio com vista para o Trocadero, local em que rapidamente identificou o Sr. Pombo fazendo alarde e ameaçando as pessoas.

— Hoje é um ótimo dia para lidar com Sr. Pombo, não acha? - Ladybug disse assim que chegou ao seu lado.

“Ah, Ladybug”

Ele lutou contra o suspiro apaixonado.

— M’lady, você leu a minha mente!

Por estarem tão acostumados a lidar com esse akumatizado, rapidamente conseguiram libertá-lo.

— Novamente, peço desculpas, Chat Noir, Ladybug!

— Tudo bem Sr. Ramier, não nos importamos em salvar o senhor. - Chat Noir o tranquilizou. E Ladybug achou a atitude muito encantadora.

Tentou não achar estranho o fato de estar reparando tanto em Chat Noir, mas não conseguia. Afinal, graças a ele,  ela como Marinette estava de bom humor e renovada. Percebeu então que estava sentindo o coração queimar de gratidão por ele.

— Ainda temos tempo, M’lady, quer fazer alguma coisa? - Chat surgiu ao seu lado, se escorando nela.

— Na verdade, eu tinha planejado algumas coisas para hoje, gatinho. - Ela disse enquanto os dois subiam em algum telhado ali perto.

— Ah, então tudo bem, se você tem planos. - Ele tentou não se mostrar frustrado. Não queria mesmo voltar para casa e passar o resto do dia sozinho.

“Pelo menos a noite terei companhia…” - Ele tentou afastar o pensamento depressa. Que absurdo! Como podia cogitar pensar em outra garota quando estava na presença de sua amada?

Mas Ladybug viu que ele estava chateado por algo, e por estar tão agradecida, decidiu que não se importaria de deixar seus afazeres para outro dia.

— Mas se quiser fazer outra coisa, Chat, por mim tudo bem! - Ela tentou conter o sorriso, mas falhou, ao ver o rosto dele se iluminar completamente.

— Isso é sério Bugaboo? Ai, eu nem sei o que fazer agora que você aceitou, quero dizer, fazer qualquer coisa com você já é demais! - Ele falava animado.

— Ah não exagera, posso ficar só alguns minutos. Que tal tomarmos um sorvete? - Ele aceitou na hora. 

Compraram um sorvete e voltaram para outro telhado, a fim de fugirem dos olhares curiosos das pessoas que passavam. Enquanto tomava o sorvete, Ladybug viu que Chat parecia feliz.

— Você parece a pessoa mais feliz do mundo. - Ela comentou.

— Eu sou, porque estou com você agora, Bugaboo. - Ele respondeu na hora, a fazendo rir.

— Me considera tanto assim é? - Mas viu as feições dele se fecharem e estranhou. - O que foi?

Ele havia se lembrado. Realmente a considerava muito, e por isso tinha que contar a verdade sobre Marinette.

— A sua confiança é tudo para mim, sabe disso não é Bugaboo? - Ele disse sério, a assustando um pouco. - Eu preciso te contar. Não vou poder cumprir aquilo que te disse na sexta sobre… sobre não dormir com a Marinette de novo. - Ele disse, e depois quis se bater por ter revelado a identidade da amiga.

— Ah, então é a Marinette. - Ela falou, enquanto fingia processar as informações. - E posso saber o por que?

— Claro, M’lady, a Marinette está com uns… problemas. E aparentemente, ela precisa de mim para conseguir dormir. Eu não sei porque precisa ser eu, na verdade, acho que nem mesmo ela saiba. Mas ela é uma amiga muito querida para mim, e eu quero poder ajudá-la. - Chat disse, já temendo muito uma represália de sua parceira.

— Você gosta muito dela, não é? Para fazer isso… - Ladybug disse, e ele interpretou como ciúme.

— Gosto sim, ela é uma garota fantástica. Mas não precisa se preocupar, M’lady. Sabe que meu coração é vermelho com bolinhas pretas. - Ela não conseguiu conter um riso. As cantadas deles só aprimoravam dia após dia. 

— Mas então, você só a está ajudando porque não tem escolha? - Era errado questioná-lo assim e colocá-lo contra a parede, ela sabia. Mas precisava saber se ela não o estava obrigando a fazer isso. Se sentiria muito mal se descobrisse que sim.

Para sua surpresa, talvez nem ele mesmo havia pensado muito sobre isso, pois ficou pensativo antes de respondê-la.

— Bom, mesmo antes de descobrir que eu era a “solução” do problema, eu já me sentia na obrigação de ajudá-la, de alguma forma. - Ele disse, novamente, temendo pela reação de sua parceira, afinal, que tipo de garoto ele era? Em que dizia amar uma e cuidava de outra?

Mas para Ladybug foi o contrário. Ela sabia que se ele descobrisse que Marinette era Ladybug, não pensaria duas vezes antes de ajudar. Pois ele amava ela. Mas ajudar uma amiga, como ele achava que era, só mostrava o grande caráter que ele tinha.

— Você é incrível Chat Noir. - Ela disse séria, fazendo-o se surpreender. - E o fato de ajudá-la só mostra o quão maravilhoso o seu coração é. Eu estou honrada de ser a sua parceira, e muito orgulhosa de você. - Ela disse, não sabendo de onde tirara coragem para dizer essas coisas para ele. Já Chat Noir achou que estava sonhando. 

— Ah, M’lady, não devia dizer coisas assim para mim! - Ele disse se virando, não a deixando ver que ficou emocionado com suas palavras. Significava muito para ele saber o quanto ela o considerava.

— Mas ainda acho arriscado, afinal, ela pode descobrir quem você é. 

— Prometo tomar cuidado, M’lady. - Ele disse, então se virou e a abraçou de súbito. 

— Chat! - Ela o advertiu, mas só o fez rir.

— Eu disse que não devia ter dito aquelas coisas para mim! - Disse bastante feliz, então ela acabou desistindo de xingá-lo pela demonstração de afeto repentina.

Mas o abraço foi desfeito pelos apitos dos miraculous de ambos.

— Ah, acho que devemos ir agora. - Ladybug disse primeiro, se levantando. Lembrou que ele havia ficado chateado mais cedo. 

“Será que ele não queria voltar para casa?”

Por não saber nada das vidas particulares um do outro, era difícil não fazer suposições como essa. Mas ao vê-lo feliz, pensou que talvez só quisesse passar mais tempo com ela mesmo. 

— Sim, nos vemos depois, M’lady.

Seguiram cada um para suas respectivas casas. Ela, com o coração cheio de gratidão, e ele, cheio de carinho.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo na terça galera!

Tenha todos um ótimo dia das mães!

Beijos doces!



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