Insônia escrita por Babydoll


Capítulo 8
A Teoria


Notas iniciais do capítulo

Um dia de atraso e eu já senti falta de postar! kkk

A mudança deu super certo e agora é só voltar a minha rotina e continuar escrevendo para não perder o ritmo que estava antes kkk

Enfim, MAIS UM CAPÍTULO!!

Boa leitura ♥



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Ela correu desesperada, tentou lançar o seu ioiô em algum lugar, mas não havia nenhum prédio em volta. Pulou e acabou caindo em um ônibus que estava flutuando. Já ia se levantar quando ouviu alguém cair atrás de si. 

— Tá partindo mais do que o meu coração Marinette!

“Me deixe em paz!” 

Sua boca não se abria para dizer as palavras. Ela tentou se afastar, mas suas pernas e braços não obedeciam.

— O meu desejo seria resolver tudo, para gente ficar junto outra vez!

Ele subiu em cima dela, agarrando seu pescoço. As unhas brancas e compridas penetravam sua pele. E os olhos… 

Os olhos azuis eram a pior parte.

A princípio diria que eram gelados. 

Mas agora que ele estava tão perto, descobriu que eles eram quentes.

Duas chamas azuis de loucura.

— Me dá um abraço, MARINETTE! — Ele disse enquanto avançava sobre si.

— PARA! POR FAVOR! PARA! - Ela sentiu seus ombros serem balançados.

— Amiga, acorda! O que houve? - Abriu os olhos e viu Alya em cima de si, a segurando. - Meu Deus, que susto! 

Ela respirou, ainda despertando. Viu Alya com os cabelos bagunçados, a voz ainda embargada pelo sono. Se sentiu culpada por acordá-la assim.

— Alya, eu… tive um pesadelo. 

— E que pesadelo! Você estava se contorcendo toda, e gritando. - Ela viu que realmente tinha assustado a amiga.

— Desculpa…

— Tudo bem, mas você tá melhor? Eu posso buscar água na cozinha para você.

— Não Alya, fica! - Ela segurou a amiga pelo pulso. - Volta a dormir, eu busco a água, tá tudo bem. 

Alya assentiu. Devia estar com muito sono ainda, pois ela deitou sem questionar.

 Marinette respirou fundo e foi na cozinha pegar sua água e se acalmar. Pode ver o relógio da cozinha indicando que eram 03:45 da manhã.

— Não deu certo, Tikki. - Disse assim que viu a pequena kwami se aproximar. Ela esfregava os olhinhos com as mãos e dava um leve bocejo. - Eu não sei mais o que fazer.

Começou a chorar baixinho ali mesmo. Estava frustrada e cansada. Tinha certeza que dormir com a Alya daria certo. Passou as mãos em seu pescoço, ainda podia sentir o aperto de Chat Blanc ali. Sentiu um arrepio só de lembrar.

— Mari, não fica assim… - Tikki queria consolá-la, mas não sabia mais como. Até se lembrar de Chat. - Talvez com o Chat… 

— Tikki, por favor, não insista nisso de novo! Você, mais do que ninguém, sabe que eu não posso pedir para ele fazer isso outra vez! - Era loucura! Tanto Marinette quanto Ladybug o haviam advertido que não poderia dormir com ela novamente. 

— Marinette! - Tikki gritou, e Marinette não se lembrava de tê-la visto tão nervosa antes. A kwami chegou bem perto de seu rosto antes de continuar. - Me escuta! Eu sei que não é bom ele dormir com você, por causa dos riscos que tem de revelar a identidade secreta. Mas se isso acontecer, não vai ser o fim do mundo! Fim do mundo será quando a Ladybug não tiver mais forças nem para derrotar um akumatizado. - Marinette estava pasma, Tikki nunca havia falado com ela dessa forma. - Me desculpe por ter falado assim, mas eu não aguento mais ver você definhar e não poder fazer nada!

Se Marinette não estava chorando, agora com certeza estava. Não pensou que, nesse tempo, Tikki estivesse sofrendo por ela. Se sentindo de mãos atadas por não conseguir ajudá-la. A própria transformação, para Ladybug, devia estar sendo mais difícil, pois toda a energia e força extra vinham de Tikki, e talvez tenha sido por isso que sua transformação tenha acabado tão rápido na última vez. Mesmo ela nunca tendo reclamado por ter que fazer esse esforço a mais, Mari sabia que ele era real.

Se sentiu uma idiota por nunca ter percebido.

— Tikki! Eu sinto muito! - Ela abraçou a pequena kwami com as mãos. - Eu vou tentar sim! Eu vou tentar tudo o que eu puder, mas eu vou ficar melhor, eu prometo!

**************************************

Era sábado e bem, como não tinha aula, estava deitada em sua cama, olhando para o teto, tentando não pensar em nada.

Alya saiu com o Nino após o almoço, eles eram um casal adorável. Mas isso também deu o dia inteiro para Marinette ficar no quarto, se remoendo em pensamentos.

“E se o Chat nem vir aqui hoje?” 

“E se ele vir hoje?” 

Pegou o travesseiro, o afundando em seu próprio rosto.

Estava quase implorando para Hawk Moth akumatizar alguém e ter que sair de casa, para poder se distrair e não pensar em nada que tivesse haver com seu problema.

Era horrível. Mesmo tendo dever de escola para fazer, e peças de roupa para costurar, não tinha energia para fazer nada.

— Filha, você está bem? - Mal havia ouvido a porta do seu quarto se abrir, e seu pai já estava perto de si.

— Sim pai, só cansada. Fiquei conversando com a Alya até tarde ontem. - O respondeu dando uma risada nervosa.

O seu pai sempre tinha cheiro de pão novo e açúcar.

— Bom, a sua mãe queria perguntar se pode ajudar a fazer alguns cookies lá embaixo, mas se estiver cansada… 

— Não pai, tudo bem! Eu vou. 

Mesmo sentindo que pudesse escorar em qualquer canto e virar um objeto decorativo, ela queria passar algum tempo com os seus pais.

E no fim das contas, isso foi uma coisa boa. Comeu alguns dos cookies que fez e o açúcar extra fez bem para sua energia. E depois de fecharem a padaria, jogou algumas partidas com seu pai no vídeo game. Ele ganhou algumas vezes e se sentiu o máximo. Não ia tirar a alegria dele ao dizer que mal controlava seus dedos de tão cansada.

Já a noite, tomou um banho quente maravilhoso e voltou para o quarto.

“Será que ele vem?” 

Não queria que ele fosse, e ao mesmo tempo queria muito.

Sentou em sua escrivaninha, pesquisando Terror Noturno no computador.

“Terror noturno é um distúrbio do sono caracterizado por episódios de pânico no decorrer da noite. A pessoa se comporta como se estivesse em perigo, ao despertar são acompanhados por choro,  gritos, coração acelerado e feição aterrorizadora.

As causas ainda são desconhecidas, mas é comum em pessoas ansiosas ou com algum quadro de depressão. Além disso, episódios como febre e eventos estressores podem desencadear o quadro. 

As manifestações começam ainda dormindo com: agitação extrema, suor, gemidos e até gritos. A pessoa acorda abruptamente e continua amedrontada, pode não reconhecer as pessoas, apresentar sonambulismo e agredir objetos e a si mesma.

O melhor é não acordar a pessoa, ela pode despertar assustada e demorar mais tempo para restabelecer a calma. É necessário acompanhar o momento, oferecendo proteção, caso apresente sonambulismo ou comportamento agressivo e corra o risco de causar danos físicos a si mesma.”

Ela leu tudo com muita calma, soltando um suspiro. Ainda tentava alguma forma de conseguir se livrar disso sem ajuda de alguém. Parecia impossível.

Marinette até procurou saber se ir em algum profissional de saúde mental ajudaria, dando algum remédio para dormir. Mas, como muitos dos seus problemas estavam relacionados a ser a Ladybug, não poderia ir. Não podia ninguém deixar descobrir sua identidade secreta, mesmo que estivesse sacrificando sua própria saúde para isso. 

— Bom, Tikki, só nos resta esperar. - Ela disse, desligando o computador e vendo Tikki fazer seu lanchinho da noite, os cookies que havia feito mais cedo.

— Se tiver de ser será, Marinette.

Odiava quando ela falava essas frases filosóficas.

— Bem, eu vou esperar na varanda então. Pode ficar comendo Tikki. - Mas antes de ir, abriu seu diário, lendo sua lista novamente, como um mantra:

1- Adrien não pode descobrir que eu sou a Ladybug;

2- Hawk Moth não pode descobrir nossas identidades;

3- Chat Noir nunca pode descobrir que sou a Marinette;

4- Não posso me apaixonar por Chat Noir.

Subiu, já sentindo o ar fresco a invadir.

“Ele nem deve vir, eu falei para ele não vir, duas vezes!”

Colocou uma música suave em seu celular e sentou na cadeira que tinha ali.

E esperou.

***********************

— Plagg, é sério, se esconde de mim. - Ouviu Plagg resmungar em algum canto e dizer, pela décima vez que ele estava exagerando.

Mas ele não estava.

Mais cedo, havia combinado de fazer uma videochamada com Nino, para ajudá-lo com uma música que ele estava fazendo. Mas antes que pudessem iniciar, Nino o ligou e disse que teriam de cancelar. 

Adrien disse que estava tudo bem, mas quis saber o por quê. E sabe o que dizem, a curiosidade matou o gato.

Pois Nino disse que teve que adiantar o encontro com a Ayla, pois a mesma não havia dormido bem a noite. O motivo? Alya foi acordada com os gritos de Marinette em sua casa durante a madrugada.

E isso, foi o suficiente para deixar Adrien inquieto o resto do dia, e se segurando para não ir à casa dela agora que estava noite.

— Eu não estou sendo dramático Plagg! A própria Marinette me disse para não voltar mais lá, e eu também disse a Ladybug que eu não ia!

— Então não vai, ué! Problema resolvido! - Plagg disse com desdém, já terminando um pedaço de queijo e se ajeitando para dormir.

— Como você pode ser tão sem coração? Ela é minha amiga, e eu fico mal por saber que ela tá assim! - Adrien estava revoltado. Com Plagg, com ele mesmo, com essa situação!

Já o kwami estava se cansando dessa indecisão toda. E também, não gostava de ver Adrien para baixo, apesar de tudo.

— Olha… você disse às duas que não ia dormir lá de novo, mas nada te impede de ir ver a Marinette, se isso vai te fazer sentir melhor.

— Plagg, você é um gênio! - Adrien disse já empolgado.

— Eu sei! - Era nesses momentos que Adrien sabia que todo o convencimento de Chat Noir não podiam ser só dele.

— Nós vamos e voltamos, rapidinho! - Ele prometeu à Plagg, que assentiu suspirando e dando tchau para seu queijo. - Plagg, mostrar as garras!

Saiu pulando pelos telhados de Paris, torcendo para que Marinette já estivesse dormindo quando chegasse a casa dela, assim, ficaria tranquilo e não iria atrás em suas palavras.

Para sua surpresa, quando se aproximava da varanda já conhecida, ele a viu sentada em uma cadeira. De olhos fechados, parecia até estar dormindo. Mas ao se aproximar, pode ouvir que ela cantarolava, seguindo uma música que tocava em seu celular.

— É uma música linda! - Ele disse, já se aproximando.

Marinette não pode conter o susto. Já esperava que ele viesse, ou não viesse, mas de qualquer forma, era um susto toda vez. 

— Desculpe, não queria te assustar. - Ele disse logo em seguida. - Acho que falo isso toda vez que apareço aqui, não é?

— Acho que sim. - Ela disse risonha. - Fico feliz que tenha vindo, Chat.

— Esperava que eu viesse? - Isso o pegou de surpresa.

— Mais ou menos. - Ela confessou. - Na verdade Chat, preciso te contar uma coisa. - Ela estava incerta. Pediria mesmo isso a ele? 

— Pode falar, princesa. - Ele disse se aproximando. Se sentando no chão em frente a cadeira dela.

— Eu… não tive… uma boa noite de sono ontem. - Começou, nem acreditando no que iria dizer. Já Chat fingiu que já não sabia dessa informação.

— Ta, e o que houve? - Ele perguntou quando viu que ela não falou mais nada.

Mas a verdade é que Marinette tentava controlar a vergonha.

— O que houve… é que você não estava lá… Chat. - Ela finalizou quase sem voz, mas ele ouviu tudo. Perfeitamente.

Ainda atônito e sem entender direito, ele não conseguiu dizer nada. E Marinette queria que ele disse algo, qualquer coisa.

— Olha, eu… Não é nada estranho, eu acho. Mas eu não durmo direito a semanas, e o único dia em que dormi uma noite inteira, foi a noite que você dormiu aqui. Então eu achei que o meu problema era dormir sozinha. Por isso fui para a casa da minha amiga Alya ontem… Mas, como eu disse, não deu muito certo. E eu achei, que… Sei lá, o problema tenha sido eu não dormir… Com a pessoa certa.

Ela tinha esquecido como se respirava, dando um enorme suspiro quando acabou de falar tudo.

— Mas, você disse que eu não podia fazer isso de novo, que era perigoso…

— Eu sei o que eu disse! - Ela o cortou, estava nervosa, e com muita vergonha. - Mas isso foi antes… da casa da Alya. Enfim, é só uma teoria.

— Uma teoria que você quer colocar em prática. - Ele disse, galanteador. A fazendo ficar mais vermelha que o normal.

— Não diga isso como se fosse algo impróprio! - Ela tampou o rosto com as mãos, o fazendo rir.

— Ah, me desculpe princesa, mas como não com uma proposta dessas? Uma garota me chamando para dormir com ela… - Ele estava brincando, porque até agora não havia acreditado no que ela dissera. Não que achasse que ela estava mentindo, mas era uma situação bem incomum. 

— Ah, esquece Chat. Desse jeito, prefiro ficar acordada até ano que vem! - Ela se levantou emburrada, fazendo menção de entrar no quarto.

— E pelo visto, sem minha presença, você vai ficar acordada mesmo! - Ele disse, se levantando e rindo, mas então ela lhe lançou um olhar mortal e ele se calou. - Tudo bem, agora sério princesa. Eu não sei se posso te ajudar com isso… Eu digo, a Ladybug me disse para não fazer isso mais, que era arriscado para minha identidade secreta.

— Eu sei que é, mas é só por uma noite.

— Uma noite se você estiver enganada, mas e se estiver certa? - Ele perguntou, a pegando de surpresa dessa vez. 

Estava tão focada em descobrir o que poderia ajudá-la a dormir, que não pensou em como faria se encontrasse. Dormiria com Chat todos os dias? Até quando isso?

— Eu não sei… - Ela disse triste, olhando para o chão. Essa situação era uma droga. — Desculpa por ter te proposto isso, mas eu estou desesperada. - Ela disse o encarando, já sentindo um nó em sua garganta. - Eu não queria fazer isso, se quer saber.

Partiu seu coração vê-la daquele jeito. A Marinette que conhecia sempre estava disposta a ajudar tudo e todos. E ele seria um tolo se recusasse ajudá-la, já que parecia ser o único que podia. E afinal, não foi por isso que foi ali naquela noite? Porque queria ver se ela estava bem? Bom, descobriu que não estava, e agora?

— Tudo bem princesa. - Ele se aproximou, colocando uma mão no ombro dela. - Eu fico essa noite, para provar sua teoria.

— Mas e se eu estiver certa? - Ela não acreditava que ele iria aceitar isso.

— Bom, então parece que vou ter que voltar amanhã… e depois de amanhã. - Ele a ofereceu um sorriso, que ela podia dizer que era lindo, se ainda não estivesse super envergonhada por quase obrigar Chat Noir a dormir ali naquela noite. - Então, fico do lado da janela ou da grade? - Ele perguntou, entrando no quarto antes dela. 


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Notas finais do capítulo

E MariChat marca ponto nessa fanfic! hahahaha

Me contem o que acharam! Sério, eu amo ler os comentários!

Nos vemos no próximo cap! Beijos doces ♥



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