Insônia escrita por Babydoll


Capítulo 10
Gatinho de Pelúcia


Notas iniciais do capítulo

Cheguei pessoal!

Novamente, capítulo de leve, mas agradável para o coração kkk. Interação MariChat, a gente vê por aqui.

Espero que gostem! Boa leitura



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Era noite e Marinette já estava em seu quarto. Havia tomado banho, soltado seus cabelos e estava somente à espera de um certo gato para poder ir dormir.

— Espero que ele não demore muito, Tikki. - Ela disse, já subindo para sua cama e configurando o alarme para a escola amanhã.

— Tikk…?

— Boa noite princesa! - Foi surpreendida com Chat Noir já em sua claraboia.

— Que susto Chat! - Ela disse, com medo de tê-lo ouvido chamar a kwami. Mas tudo o que Chat havia percebido, era como ela estava linda de cabelos soltos. Ainda não havia se acostumado em vê-la assim.

— O que estava procurando? - Ele disse, já descendo e ficando agachado ao lado dela na cama.

— Era… um ursinho de pelúcia! - Ela disse, rindo nervosa. - É, um ursinho que perdi, ta tudo bem! Depois eu o encontro. - Ele compreendeu e ela suspirou aliviada. Até sentir um cheiro não muito agradável. - Que cheiro é esse?

— Ah, é camembert. - Ele disse, ficando um pouco sem graça. - Eu também não suporto o cheiro, mas é a comida favorita do Plagg. Posso deixar lá embaixo?

— Ah, claro! - Ela disse, já o vendo pular para o “andar” de baixo. - Então, Plagg é seu kwami? - Ela perguntou como quem não quer nada, só para puxar assunto, ainda nervosa por saber que dormiriam juntos… lado a lado. Mas ela não percebeu que ele ficou um pouco espantado.

— Sim, mas como você sabe sabe o que são kwamis? - Ele perguntou desconfiado quando voltou para a cama, e ela quis bater na própria testa.

“Pensa Mari, pensa!”

— Ah, eu… Já fui a Multimouse! - Ela disse, dando graças a Deus por “Marinette” já ter usado um Miraculous. - Não lembra?

— Aah claro! - Ele respondeu, bem mais aliviado, assim como ela. - Verdade Mari. Que pena que a Ladybug não te chamou mais vezes!

— Bem, a culpa meio que foi minha também, acabei revelando minha identidade. - Ela disse, ajeitando o travesseiro para ficar sentada na cama, ele fez o mesmo, sentando ao seu lado.

— Bom, a Chloé também tem a identidade revelada e foi chamada de novo. - Era um bom argumento, Marinete teve que concordar.

— Bom, talvez eu não tenha sido muito boa…

— Tá brincando? Você foi sensacional naquele dia. Se não fosse por você, nem eu nem a Ladybug teríamos conseguido. - Ele disse, e ela ficou sem graça de vê-lo a elogiar tão descaradamente. - Acho que nunca te agradeci diretamente por aquele dia, então, de verdade, obrigado. - Ela não conseguiu controlar suas bochechas de enrubescer.

— D-de nada Chat. - Ela disse, controlando sua voz para não gaguejar tanto. “Como ele consegue ser tão direto assim?”

— Mas então, me diz. - Ele falou, enquanto reclinava as costas e colocava ambas as mãos atrás da cabeça. - Como foi ser super heroína por um dia? Você gostou?

— Ah, foi legal! - Ela disse, rindo nervosa, queria não demonstrar que fazia isso todos os dias. - Mas eu acho que é muita responsabilidade, não sei…

— Ah, entendi. - Ele disse, mesmo não tendo entendido. Para ele, ser um super herói era a melhor coisa do mundo. Mas percebeu que talvez não era para todos.

— Como você consegue, Chat? - Ela perguntou. - Como consegue fazer isso todos os dias? - Queria saber como era para ele ser um super, porque ela se sentia esmagada pelas suas obrigações às vezes. E queria poder desabafar sobre isso com alguém.

— Ah, eu gosto muito de ser o Chat Noir. - Ele disse, se achando. - E também, quando as coisas ficam difíceis, eu sei que posso contar com a Ladybug.

Isso a deixou um pouco inquieta. Era bom saber que ele contava com ela, claro, mas… e se ela falhasse?

— Não tem medo de que ela possa… Falhar um dia? - Perguntou incerta. E Chat Noir ficou um pouco confuso.

“Será que é isso que está causando terrores noturnos na Marinette? Ela tem medo de que possamos falhar um dia?”

— Bom, eu não sei o que eu faria, mas eu sei que estaria lá por ela, e com ela. - Ele terminou sorrindo para a Marinette, a fim de tentar tranquilizá-la. - Mas esse é seu medo Mari? Acha que não somos o suficiente para proteger Paris?

— Não! Quer dizer, sim, eu acho que vocês são suficientes. - Ela riu nervosa, não queria deixar ele pensando que essa era sua opinião. - O meu medo, não é esse… - Ela deixou a voz morrer. Não sabia se podia contar a ele ou não sobre seus pesadelos. E ao mesmo tempo, não queria mentir caso ele perguntasse. Ele já estava a ajudando tanto.

— Então qual o seu medo? - Ele perguntou. Parecia ter lido sua mente, e ela respirou fundo. - Desculpa insistir, mas é que você chamou o meu nome na primeira noite em que estive aqui, e bem… Como você só consegue dormir comigo do lado, parece que o problema tem haver comigo. - Ele contou o que havia pensado nesse tempo. - Desculpa insistir, eu…

— Não, você está certo. - Ela o parou antes que se desculpasse mais. - Você está me ajudando tanto, então acho que o mínimo é te contar a verdade…- Ela decidiu que ele merecia, pelo menos um pouco, da verdade. Contaria a ele sua versão como Marinette, não como Ladybug.

Quando ela terminou de falar, Chat até prendeu a respiração. Estava muito curioso, não podia mentir.

— Eu tenho pesadelos com você… akumatizado. - Ela disse, e esperou ele absorver a informação.

— Ta, mas eu nunca fui akumatizado. - Ele tentou se lembrar. Havia, de fato, sofrido e sido afetado com vários akumatizados de Hawk Moth, mas ele próprio ser akumatizado, nunca havia acontecido.

— Eu sei que você nunca foi… - Ela disse, tentando afastar Chat Blanc de sua mente. - Mas eu sonho com isso, e parece muito real. - Ela abraçou as próprias pernas. Como se pudesse proteger sua mente usando o próprio corpo de escudo.

— E como era? - Ele insistiu. - Como eu sou, no seu sonho?

— Ai, eu preciso detalhar? - Ela disse, fazendo cara de sofrimento e sorrindo.

— Bom, eu li que compartilhar ajuda no processo de evitar os terrores.

— Olha, alguém andou pesquisando. - Ela não pode deixar de se surpreender ao ver o tanto que ele estava empenhado naquilo,

— Bom, eu sou super em tudo. - Ele disse, já inflando o peito, orgulhoso de si mesmo. - Se vou ajudar, quero ajudar direito. - Só a restou rir, mas não durou muito tempo.

— Você era diferente. - Ela começou séria, olhando para seus próprios joelhos, e Chat Noir não ousou dizer nada enquanto ela falava. - Seus cabelos, assim como suas roupas, eram todos brancos. E seus olhos… - Ela disse, não aguentando e olhando diretamente para ele, fitando seus olhos verdes enquanto se lembrava do outro. - Eram completamente azuis. Você estava pálido, e Paris… destruída. Foi horrível Chat Noir. - Ela se controlou para não ser esmagada pelas lembranças. A memória de si mesma embaixo d’água, apenas como uma estátua, frágil ao toque.

— Ei. - Ela só percebeu que estava quase chorando quando ele passou o braço em cima de seus ombros, a puxando para perto. - Está tudo bem, são só sonhos. - Ele disse, mas isso a fez ficar pior, pois não podia contar a ele a verdade. - Mas pode deixar, eu sou muito forte mentalmente, não vou deixar Hawk Moth me akumatizar, tudo bem? - Ele a ofereceu um dos melhores sorrisos, e ela o retribuiu, deixando que aquele gesto e suas palavras a acalmassem.

— Estou feliz que está aqui, gatinho. - Ela disse, deixando sua cabeça recostada no ombro dele.

— Também estou feliz, princesa. - Ele respondeu baixinho. Vendo que ela estava quase dormindo.

Deixou seus pensamentos vagarem enquanto a observava dormir serena. Ele e a Ladybug estavam tão acostumados a lidar com os akumatizados que, nunca passou por sua cabeça, como os cidadãos se sentir expostos nesse meio, sem ter como se protegerem, dependendo somente dos heróis para isso.

Principalmente, pessoas frágeis, como a Marinette.

Se sentiu mal pela garota. Ela era sua amiga, e uma das mais próximas. Na escola, sempre disposta a lutar pelos outros, a ajudá-los com seus problemas. Mas parecia que ela não deixava ninguém saber dos seus.

E ele se sentiu especial por ela poder contar com ele. Mesmo que ela tenha sido meio “obrigada” a contar a ele os problemas dela, já que não podemos controlar os sonhos. Um sentimento novo se apoderava dele, nesse momento. Podia sentir. Sentia-se responsável por Marinette.

Queria cuidar dela, protegê-la. Ser realmente, um herói e que ela pudesse confiar e contar para qualquer hora. E quem sabe assim, ela parasse de temê-lo em seus sonhos.

Foi algo bom de se sentir.

Ele gostou de se sentir assim.

Chat delicadamente retirou o braço que estava por trás de Marinette, a colocando em seu travesseiro. Deitou, olhando para seu rosto adormecido, sereno, sentindo seu perfume adocicado.

E antes de dormir, desejou que ela pudesse ter sonhos tranquilos naquela noite.

********************************

— Amiga! É sério! Você me assustou pra caramba naquele dia. - Alya chegou conversando com Marinette enquanto elas se sentavam na mesa em que Adrien e Nino estavam. E o loiro não pode deixar de reparar no assunto da conversa.

— É mesmo Marinette, o Nino me contou que você teve um pesadelo na casa da Alya, está tudo bem? - Ele fingiu demência. Mas estava louco para saber quais eram as desculpas que ela dava para os amigos.

Já Marinette, quis que um buraco abrisse no chão e a engolisse naquele momento.

“Por que eles contaram pro Adrien?!!!”

— Ah, Adrien! To bem sim! - Ela disse, rindo nervosa, ajeitando algum fio invisível de cabelo para atrás da orelha. - Foi só um pesadelo, nada demais.

“Nada demais é?” - Ele pensou, mas forçou um sorriso para não deixar transparecer nada.

— Que bom Mari, a Alya ficou muito preocupada! - Nino complementou, e Marinette encarou Alya furiosa. Odiava quando era o centro das atenções. Queria que Alya interpretasse seu rosto como: “Bota” no jornal de uma vez!”. A amiga fingiu que nem estava vendo.

— Tá tudo bem sim Nino, viu? Eu estou bem melhor. - Ela apontou para o local abaixo dos olhos, mostrando nenhum indício de olheiras ali.

— Verdade amiga, já ia te falar. - Alya disse, finalmente se virando para ela. Que a encarou brava novamente. - Sua aparência realmente melhorou! Então me diz, foi o meu chá que ajudou?

Marinette suavizou o rosto riu, lembrando de tudo que havia acontecido no fim de semana. E como agora tinha um trato de “dormir” junto com Chat Noir. Ela sorriu mais abertamente enquanto se lembrava de tudo. E Adrien reparou, esperando, ansioso, pelo o que ela falaria.

— Não Alya, na verdade foi… um gatinho de pelúcia. - Ela riu consigo mesma pela brincadeira. Deixando Alya e Nino sem entender nada.

Mas Adrien não se controlou e deu uma risadinha. Ele achou adorável ser chamado daquele jeito.

Mas ao rir, ele fez as atenções da mesa serem voltadas para ele. E Marinette nesse momento, parecia um pimentão de tão vermelha.

“Ai meu Deus, eu esqueci que o Adrien tá aqui, agora ele vai me achar infantil por pensar que eu durmo com um gatinho de pelúcia, e nunca vai querer namorar comigo, por que ele é perfeito e nunca namoraria uma menina infantil assim!” - Ela surtou mentalmente.

— Não gente, eu achei fofo ela dizer que tinha um gatinho de pelúcia, só isso! - Ele disse, coçando a nuca em um claro sinal de nervosismo. Mas percebeu que Marinette continuava sem graça, e por sua causa, então, estendeu a mão e encostou na dela, que estava por cima da mesa. - Ei, eu adoro gatos!

Não entendeu quando ela pareceu ficar pior do que estava. Arregalou os olhos e se levantou abruptamente.

— Nossa, o sinal já tocou? Eu tenho que ir, tchau tchau! - E saiu correndo dali. Fazendo Alya e Nino quase baterem na própria testa enquanto se olhavam. Já Adrien ficou confuso. Mas adorou saber como ela havia explicado, mesmo que indiretamente para todos, que estava dormindo com ele.

Ah, e ele estava louco para usar essa analogia da pelúcia com ela quando estivesse de Chat Noir. Só restava descobrir como fazer isso sem estragar sua identidade de Adrien.

Os três ficaram ali nos minutos restantes do intervalo, conversando outros assuntos, quando ouviram um grito.

E tudo que Adrien pensou foi:

“Cadê a Marinette?”


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Notas finais do capítulo

Então, teremos treta no próximo cap? Siiim kkkkkkk
Vejo vocês na quinta!
Beijos doces!