Insônia escrita por Babydoll


Capítulo 7
Night Out


Notas iniciais do capítulo

Cheguei como o prometido! Espero que o fim de semana de vocês esteja sendo bom.

Gente, eu queria dizer que reassisti o episódio "Origens" hoje e cara, eu chorei vendo a cena do guarda-chuva no final, até baixei a música tema "In the Rain" pra ficar ouvindo enquanto escrevia hahaha. Mas sério, foi muito emocionante pra mim assistir de novo, principalmente já conhecendo os dois melhor e sabendo os simbolismos que toda aquela cena carrega.

É isso, só queria contar pra vocês.

Boa leitura e aproveitem o capítulo ♥



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— Amiga! Finalmente! - Foi recebida com um abraço.

— Desculpa o atraso! - Mari disse quando entrava na casa de Alya. - Mas olha, eu trouxe macarons! - Deu um sorriso descarado para a amiga, como se pudesse comprá-la com comida.

— Sabe que já estou acostumada com você atrasada, mas agradeço mesmo assim! - Alya respondeu rindo, já pegando a caixa nas mãos de Marinette. - E outra, Juleka contou que você quase se afogou, você está bem?

Marinette ficou com vergonha de suas amigas já saberem do que tinha acontecido. Principalmente por ela ser aquela que salvava as pessoas, mesmo ninguém sabendo.

— Eu to bem sim, graças ao Chat Noir! - Ela disse, ficando um pouco nervosa depois.

Sempre que pensava nele, lembrava da noite anterior. E imaginá-lo dormindo na sua cama era bem estranho. Pensar nele também, destransformado ao seu lado… Fazia uma curiosidade estranha se atiçar em seu interior. Não podia pensar nessas coisas, não devia tentar descobrir quem ele era.

Parou de divagar quando viu Alya a chamando para a sala. As duas tiveram um tempo brincando com as irmãs da amiga, até que os pais as levaram para dormir e as duas puderam finalmente ficar sozinhas.

Marinette terminava de arrumar o colchão em que iria dormir no quarto enquanto Alya editava no blog as atualizações de hoje.

— Por que a Desperada atacou hoje de novo? - Ela escrevia o texto, mas estava com dificuldade.

— Ciúmes, ela pegou a senhora Couffaine conversando com o Jagged. - Respondeu como se não fosse nada demais, até Alya a olhar curiosa e ela mesma perceber que Marinette não devia saber dessas informações, Ladybug sim. - Ah, eu… Fiquei lá depois que a confusão acabou e vi o Luka e a mãe dele conversando. - Disse nervosa, e implorando para Alya acreditar naquilo.

— Luka, Isso! Você entrou no assunto que eu queria! - Alya largou o computador e pulou para sentar ao lado de Marinette no colchão. 

— Entrei? - Aliviada por não ter sido pega na mentira, mas com medo do que Alya queria.

— Sim, entrou. Mari, eu sou sua amiga, por isso eu sinto que devo te explicar certas coisas… - Começou, mas esperou Marinette assentir antes de continuar. - Às vezes, temos que aprender a amar aquilo que nos faz bem. 

Deu uma pausa, esperando para ver se Marinette entenderia.

E ela entendeu, só que outra coisa.

— Está me dizendo que o Adrien não me faz bem?

— Sim, mas não, não é por esse lado… - Alya suspirou. Se tivesse dito “Adrien” e depois 10 frases, tinha certeza que Mari só entenderia o “Adrien”. - Olha amiga, eu só não aguento mais te ver sofrendo por ele.

— Mas eu não sofro p…

— Sofre sim! Eu sei, as meninas sabem! Nós vemos como você fica toda vez que ele não pode ir quando saímos, ou quando você descobre que ele está com a Kagami em algum lugar! - Alya a segurou pelos ombros quando falava. - Olha, eu sei que ele é um garoto muito legal. Eu também sou amiga dele. Eu só não sei se vale a pena você se machucar tanto por ele.

Mari não estava gostando daquela conversa.

— Mas a culpa não é dele Alya! É o pai dele que o proíbe de sair. - Defenderia Adrien custe o que custar.

— É o pai dele que o obriga a gostar da Kagami também? - Disse sem pensar, mas quando viu, já era tarde demais. Viu Marinette encher os olhos de água. - Não, Mari, desculpa. - A abraçou. - Não sabemos se ele gosta dela, mas pode gostar, assim como pode não gostar.

Marinette não queria estar chorando. Era bobeira, mas não conseguiu se conter. Alya estava certa, em tudo, só não queria admitir.

— Eu só acho que você merece alguém que te coloque como prioridade, sabe? Que priorize o tempo com você além das outras coisas.

Marinette desfez o abraço, limpando os olhos e fungando. 

— Eu sei Alya, obrigada. Você é uma amiga incrível!

— Só pensa no que eu falei, tá bom? - Mari concordou.

— Então agora chega de papo sobre garotos! Me fala, como foi ser salva pelo Chat Noir?

Mari quis dar um pulo!

— Que?? Mas você não disse que não íamos falar de garotos? - Ela queria evitar aquele assunto.

— Ah, mas ele não é um garoto qualquer! É um super-herói! E aí, como foi? - Alya estava com aquele sorriso, o sorriso de quando o lado jornalista dela estava aflorado, querendo informações. 

— Ah, foi normal, quer dizer, ele me tirou da água e… 

— Te fez respiração boca a boca é? - Alya provocou.

— Alya!! O que deu em você hoje? - Ela tentava não deixar o rosto queimar por completo enquanto a amiga ria.

— Ah, você tinha que ter visto a sua cara! - Ela quase ficou sem fôlego de tanto rir. Mari fingiu irritação, mas não conseguiu manter por muito tempo. - E qual é, é só o Chat Noir! Eu tenho certeza que ele dá uns beijos em algumas meninas de vez em quando depois de salvar elas.

— O que?? Alya, ficou maluca? Ele gosta da Ladybug! - Nem Marinette entendeu o porquê de ter ficado incomodada com isso. 

— Eu sei que ele gosta dela, mas sei lá… Eles não estão juntos. E ele ser um super-herói deve dar a ele uma vantagem com as meninas. 

— É, talvez… - Mari não queria continuar com aquela conversa também. - Ei, vamos ver o filme antes que fique tarde.

****************************

O filme chegou ao final e Marinette desligou a TV. Alya já tinha dormido antes da metade do filme, e Marinette seguia firme, sem sono.

Mas ainda exausta.

O que era muito complexo para entender sozinha.

Tinha certeza que seu plano de dormir com alguém daria certo, mas para isso ela ainda precisava ir dormir.

Mas sempre que fechava os olhos, várias coisas do seu dia vinham a mente:

“Chat Noir dormiu comigo; Adrien corou na escola; Luka e sua declaração.”

Esses três a estavam deixando doida.

Respirou fundo e foi ao banheiro lavar o rosto para tentar se acalmar.

— Você precisa tentar dormir Marinette. - Tikki disse flutuando à sua frente.

— Eu sei, Tikki, mas a minha cabeça tá cheia! - A conversa com a Alya também não saia de sua cabeça. 

Será que teria de desistir do amor que sentia pelo Adrien? Pensou pela segunda vez no dia, o que não era um bom sinal. Apenas por imaginar isso, seu coração chegava a doer. Luka era um cara muito legal, e tinha certeza que poderia gostar dele se seu coração já não batesse por outro.

E por pensar em outro, ficou se perguntando também se fazia Chat Noir se sentir assim quando o rejeitava, “Será mesmo que ele beija outras meninas?”. Novamente, o mesmo questionamento lhe vinha à cabeça, e não sabia o porquê.

Seu medo era de perder Chat, caso ele ficasse com outra, ou de perder sua atenção com isso. Mas isso era muito egoísta, e ela reconhecia. De verdade, queria que seu parceiro fosse feliz, com quem quer que ele escolhesse.

“Mas não ficar beijando outras por aí enquanto diz me amar!”

Respirou fundo, ficar se debatendo não ia dar em nada.

— O que eu faço, Tikki? 

— Sai um pouco, talvez uma volta alivie seus pensamentos. - Tikki disse docemente. 

— Que, como Ladybug? Não posso, quer dizer, simplesmente sair e… 

— Pode sim Marinette, tá tudo bem você se colocar em primeiro lugar às vezes. A Ladybug salva as pessoas, e no momento, você está precisando disso.

Teve vontade de chorar com o carinho de sua kwami. 

— Tudo bem. Tikki, transformar!

Sair da casa da Alya como Ladybug deu um sentimento estranho. Ficou imaginando a amiga descobrindo isso e colocando em seu blog. Teve que rir.

Pulou por alguns prédios, sentindo alívio na brisa noturna suave que passava por si enquanto saltava. Respirou fundo, se sentindo grata por poder fazer isso, sair, correr, ser livre.

Mesmo que essa liberdade tivesse um preço.

E sem querer, quando parou em um prédio para sentar, observando a Torre Eiffel linda a sua frente, sentiu novamente o peso das suas responsabilidades.

Estava aliviando sua ansiedade sendo Ladybug na noite, mas a razão de ter a ansiedade, era o fato de ser a Ladybug! E ter o dever de proteger Paris e as pessoas.

“Eu vou te achar M’lady”

Sacudiu a cabeça, apertando bem os olhos, tentando se livrar do causador dos seus maiores problemas.

— Eu preciso me livrar dele.

— Espero que não esteja falando de mim! - Chat Noir pulou e sentou ao seu lado no mesmo instante.

— Chat! Que mania de chegar de fininho! - Ela disse, controlando a respiração depois do susto.

— Foi mal M’lady, só fiquei feliz de te achar aqui! - Ele disse, e parecia realmente feliz. - Então, de quem você precisa se livrar? - Perguntou chegando bem perto do rosto dela, que fez uma careta e o afastou com um dedo.

— Ninguém específico. - Ela disse, voltando a olhar para a torre que brilhava. - Mas então, por que está aqui a essa hora? 

— Eu poderia fazer a mesma pergunta, Bugaboo.

— Mas eu perguntei primeiro! - Ele pareceu pensar por alguns segundos.

— Esperta como sempre. - Ele soltou um riso baixo, mas então ficou triste de repente. E ela reparou. - Eu não consigo dormir, por que eu to com medo, de uma coisa… 

Ela sentiu seu coração se apertar. Estava tão envolta dos próprios medos e anseios, que nunca se perguntou se Chat um dia já havia passado por algo como ela. Bunnix facilmente já poderia tê-lo pego e mandado para um futuro em que o problema era ela akumatizada.

Ou estava viajando demais.

— O que foi Chat? Sabe que pode contar comigo.

O viu dar um longo suspiro. Ele devia estar mal mesmo.

— Ladybug, eu… preciso te contar uma coisa. - Ele se virou, ficando de frente para ela, que não ousou dizer uma só palavra. - Eu… eu dormi com outra garota!

“Que???” - Ela pensou, quase rindo ali na frente dele. “Era só isso que ele queria me dizer?”

Já ia dizer que ele podia ficar tranquilo, mas ele a atropelou com palavras antes que ela pudesse dizer alguma coisa.

— Mas não é nada do que você está pensando! Digo, ela não conseguia dormir, parece que tinha pesadelos comigo, eu não sei, aí eu fiquei com ela, para ver se ela dormia, claro, mas acabei dormindo junto e foi isso!! Você sabe que eu não faria isso com você Bugaboo! - Ele parecia até sem fôlego quando acabou.

— Chat! Tá tudo bem! - Ela o tranquilizou, fazendo um carinho em sua cabeça. - Você não fez nada de errado. 

— Que? Sério? - Ele perguntou, confuso. - Mas eu me destransformei no meio da noite, ela podia ter me visto! - Ela havia se esquecido desse pequeno detalhe. Na verdade não esquecido, mas já haviam conversado sobre aquilo. Entre Mari e Chat. Não Ladybug e Chat.

— Ah sim, verdade. Mas ela não descobriu, não é? - O viu assentir. - Então resolvido, é só você não fazer isso novamente. - Ia voltar a olhar para frente quando foi surpreendida com um abraço que quase a derrubou.

— Ah M’lady! Você não sabe o quanto é incrível! Eu não consegui dormir hoje porque precisava te contar isso, e eu fiquei com tanto medo de você ficar decepcionada comigo! - Ele quase choramingava, e ela sentiu pena. Afinal, era a causa daquela situação, nos dois lados.

— Chat, você só estava sendo um bom herói para Ma… para essa menina! - Se controlou para não dizer o que não devia. - Quer dizer, você entenderia se eu dormisse com algum cara pelos mesmos motivos, não é?

— Nunca! - Ela riu com a reação de assustado dele. Havia dito aquilo só para assustá-lo mesmo. - Você não pode fazer isso com garoto nenhum, entendeu? - Ela não conseguia parar de rir. - Não tem graça Bugaboo! Você nunca fez isso, né?

Secando as lágrimas que escaparam de tanto rir, ela voltou-se para ele.

— Para sua sorte, gatinho, eu gosto de ter meu próprio espaço na hora de dormir. - Apesar de essa não ser a verdade nos últimos dias.

— Não ficou chateada? Quero dizer, era uma garota… e ela já me amou um dia… - Lady controlou seus olhos para não revirá-los.

— Bom, se ela fizer algo com você, aí sim você me avisa. - Ela riu internamente da ironia dessa frase.

— Ah é? E o que você faria pelo seu gatinho? - Ele perguntou fazendo um biquinho.

“Convencido!”

— Bom, se ela for uma boa menina, por que não deixar vocês dois ficarem juntos? - Ela riu, o vendo fechar a cara.

— Achei que você brigaria por mim, não teve graça!

Ele pareceu estar mais calmo, então, os dois ficaram em silêncio, apenas aproveitando a noite.

Chat não podia acreditar no tanto que sua Lady era mesmo maravilhosa. Quer dizer, ele queria que ela ficasse com um pouco de ciúmes, mas seu medo mesmo era que ela ficasse desapontada com ele. Por isso, depois de ter conversado com Marinette, e chegado em casa após a aula de esgrima, sentiu que precisava contar para Ladybug. Mas o medo era maior, o que lhe rendeu uma insônia.

Ficou vagando pelas ruas, novamente. Até pensou em ir na casa da Marinette, mas percebeu que não ia consertar seu erro o repetindo. E aliás, ela nem estava lá mesmo, como deixou claro mais cedo, quando o dispensou. 

Ainda não entendia o porquê disso o afetar. Achou que era uma daquelas situações em que duas pessoas querem recusar algo, e quando a primeira recusa, a segunda fica mal, mesmo que quisesse recusar também. O recusar em segundo é o mesmo que ser recusado. E era isso que ele estava sentindo.

Bom, mas agora, isso não importava mais.Não iria mais fazer visitas noturnas para Marinette, e não guardou segredos de sua Lady.

Já Ladybug também sentiu um pequeno peso saindo de si. Afinal, se Chat desabafou sobre o incidente da noite anterior, ele não poderia guardar segredo se beijasse outras garotas, certo? Ela se sentiu aliviada, e nem sabia o motivo.

— Sabe gatinho, foi bom encontrar você hoje à noite. - Ela cortou o silêncio entre eles. - Mas preciso ir dormir. - Ela disse se levantando.

— Mas já? - Ele levantou também, vendo as horas em seu bastão. - É, realmente está tarde… Mas eu queria um pouco mais de tempo com você Bugaboo. - Ele fez um biquinho, como se fosse uma criança pedindo um doce a mãe. - Você nem me contou o porquê de estar aqui a essa hora.

— Eu estava com a cabeça cheia, mas conversar com você me aliviou um pouco. - Ela queria ser mais sincera, mas pelo menos, não havia mentido.

— Bom, mesmo não sabendo o que era, fico feliz por ter ajudado, M’lady! - Ele se curvou e deu um beijinho em uma de suas mãos. - Sempre que quiser companhia, sabe onde me encontrar. - Deu uma de suas famosas piscadinhas, o que a fez rir.

Eles se despediram e ela foi para a casa da Alya, se destransformando e deitando logo em seguida.

— Espero que tenha ajudado, Mari! - Tikki sussurrou baixinho.

— Ajudou sim. Obrigada Tikki, durma bem! - Ela respondeu, já sonolenta.

— Boa noite Mari!


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Notas finais do capítulo

É isso aí, um pouquinho de LadyNoir pra quem gosta, hahaha.

Eu estarei mudando de casa na semana que vem, então espero que dê tudo certo e consiga postar direitinho na terça pra vocês, mas caso eu não consiga, já deixo avisado aqui o motivo kkk.

Como sempre, beijos doces, e até a próxima! ♥



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