Insônia escrita por Babydoll


Capítulo 47
Por favor


Notas iniciais do capítulo

Voltei amores!

Ai, que alegria poder escrever e postar de novo!

Eu coloquei no meu perfil, mas pra quem não me segue, minha cirurgia foi bem, graças a Deus. Já estou recuperada e voltando aos poucos às minhas atividades. Demorei a escrever pq a bonita da escritora aqui achou "Ah, a cirurgia é no nariz, de boa pra escrever depois, só preciso dos meus olhos e das minhas mãos." Aí eu ficava com dor de cabeça por ficar com a cabeça baixa pra escrever, enfim kk.

Mas, vi muito dorama, anime e li manhwa durante meu repouso, foi bom.

Ah, e uma leitora fez um vídeo no tiktok com a minha fanfic, fiquei tão feliz que vocês não tem noção!! Obrigada, de verdade pelo carinho! Agora, temos leitores que vieram pelo tiktok (aí, que chic kkk).

Agora chega de enrolação, eu sei que a história está em uma parte tensa, então...

Boa leitura ♥

(Vou ter que entrar no Round 6, com o tanto de dívida de terapia que eu tô aqui, Jesus)



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Mesmo que o céu caia

Mesmo que eles tomem tudo de mim

Não há dor pela qual eu não passaria

Mesmo que eu tenha que morrer por você

(Die for you - Starset)

Chat Noir ainda estava inerte em pensamentos quando tudo aconteceu.

A mente dando voltas em como sua família havia chegado a esse ponto. 

Só percebeu que sua parceira estava indo ao seu encontro, quando a figura dela fez sombra à sua frente. 

O grito de Hawk Moth soou logo me seguida.

— NÃO! Sua insolente! - Chat ergueu os olhos, se deparando com a figura enfurecida do vilão, enquanto ele segurava o próprio cetro com muito mais força do que devia, como se estivesse pronto para golpear quem quer que estivesse em sua frente. 

O herói sabia que estava sendo um inútil na luta, obviamente por não conseguir focar no que deveria. Mas ver Ladybug caída de joelhos, debruçada sobre o próprio corpo, fez sua mente despertar em uma velocidade absurda.

— M'lady! Se feriu?! - Chat agachou perto dela, enquanto a mesma parecia fazer uma força absurda em busca de ar, emitindo grunhidos de dor enquanto as duas mãos estavam sobre o próprio peito. O Chat se viu desesperado por alguns segundos, enquanto buscava por algum ferimento visível no corpo dela. Por sorte, ou não, ele não viu nada. - Ladybug? - A chamou novamente, pois os olhos azuis ainda não haviam se virado para ele. Estavam fixos no chão a frente dela, como se ela precisasse de toda sua atenção para apenas respirar e se manter viva.

— Mas meus akumas nunca entraram em alguém antes... - Hawk Moth divagou alto, atraindo para si os olhos arregalados de Chat Noir, ao ouvir o que havia acontecido.

O vilão estava apenas surpreso e um pouco decepcionado, por seu plano não ter ido conforme o que havia elaborado. Mas também, nunca ninguém havia pego um akuma que não era para ele dessa forma. Ele se perguntou se isso arruinaria tudo e se seus esforços teriam sido em vão.

Mas então, Hawk Moth sente a pequena borboleta dentro de Ladybug, ainda estava viva e rastejando por entre o corpo dela. Pensou que aquilo devia doer, mas sua vontade de triunfar tão grande, o êxtase que estava sentindo, que não se importava com isso. Contando que ela não morresse.

Bom, tirar brincos de um cadáver devia ser mais fácil.

Pois havia algo dentro da heroína que parecia irresistível para seu akuma. Era um horror, um medo tão gigante, que era quase impossível para o inseto não ser atraindo.

A borboleta chegou até o coração da garota. Não era um objeto, por isso o vilão não sabia como essa conexão seria, mas era o suficiente para deixá-lo com um sorriso horripilante no rosto, enquanto a precisava o sabor que era ter os medos dela na palma de sua mão.

— Quem diria, o coração da grande heroína de Paris, agora é todo meu! - A conexão foi estabelecida, e foi quando a heroína começou a berrar de dor.

Chat Noir apenas pode observar, ofegante pela angústia de não poder fazer nada, quando sua namorada começou a agonizar.

— Princesa?! - Exclamou em pânico enquanto a assistia se contorcer, agarrando e arranhando o próprio peito, como se quisesse arrancar o coração para parar toda aquele sofrimento.

Hawk Moth a observava de perto, apenas alguns metros o separava do casal de heróis abaixados a sua frente, enquanto começava a projetar seus comandos para dentro da mente da heroína.

"Ladybug, eu sou Hawk Moth. Que prazer é estar aqui."

O herói logo pode perceber a expressão do vilão mudar, para um puro deleite, enquanto ele tentava corromper suas parceira. Um riso de escárnio estava estampado em seu rosto.

— Eu... vou... acabar... com você! - Chat avançou para cima do vilão, que tardiamente, levantou o cetro para se defender, de tão concentrado que estava para akumatizar a joaninha.

Mas foi outra pessoa que parou o herói de Paris.

— Chat, se atacá-lo agora, vai ser mais doloroso para a Ladybug! - Era Viperion que estava segurando o braço de Chat Noir naquele momento, impedindo o mesmo de acertar Hawk Moth com seu bastão. 

— Viperion! - Exclamou surpreso e feliz, vendo o mesmo junto da companhia dos outros dois heróis. O portador da cobra havia despertado, de alguma forma. Mas aquilo não importava para Chat naquele momento. Tudo o que precisava era do poder dele. - Segunda chance! Isso! Use seu "Segunda Chance" para salvar a Ladybug!

— Oh meu Deus! Ladybug! - Rena Rouge gritou em desespero, só de dando conta da situação após alguns segundos, ao ver a outra heroína no chão. 

A única que podia purificar os algumas havia sido atingida por um. Era realmente, uma situação preocupante.

— Sinto muito, Chat. - O olhar cabisbaixo de Viperion levou calafrios até a espinha de Chat Noir. -Mas antes, Carapace! Agora!

Os dois heróis trocaram olhares enquanto Chat permaneceu perdido, antes de Carapace usar seu poder e prender Hawk Moth em uma esfera de escudo do seu poder.

— Mas o que? - Ele alternou seu olhar entre os heróis e Hawk Moth, que parecia alheio ao escudo que agora o contornava. Ou talvez ele nem se importasse por estar preso, já que sua maior arma estava do lado de fora. Chat trincou os dentes e se aproximou de Viperion com raiva, exigindo explicações. - O que está havendo? Como assim "sinto muito"? Me explique! - Ele agarrou o herói da cobra pelos ombros, enquanto esse, apenas o dirigiu um olhar de pena.

— O meu poder já havia sido esgotado quando acordei Chat. Sinto muito. Mas eu o ativei novamente assim que despertei. Nós vamos cuidar do Hawk Moth, ele escapou quando não fizemos isso da última vez, feriu a Rena Rouge e você. - Não foi a resposta que queria, mas foi uma que fez a raiva de Chat Noir pelo próprio pai aumentar ainda mais.

"Última vez...Significa que ele já usou seu poder."

— Fique ao lado da Ladybug. - Viperion continuou, o que fez os olhos verdes felinos se voltarem para trás, observando o corpo pequeno de sua Lady ainda ajoelhada no chão, tremendo e com espasmos de dor. 

Rena estava ao lado dela, com uma mão sobre o corpo da amiga em um sinal de apoio, mesmo não podendo fazer nada. A raposa então olhou para Chat, como se fosse um pedido silencioso por ajuda.

Chat não conseguiu sair do lugar. Seu coração disparado estava fazendo todo seu corpo pulsar.

— Vou conseguir salvá-la se eu fizer isso? - Ele perguntou ao herói ao seu lado, os olhos ainda fixos na figura feminina.

— Não tenho uma resposta para isso. Meus cinco minutos iam acabar se eu tivesse esperado por mais tempo, me desculpe. Mas ela resistiu mais quando você ficou ao lado dela.

— O que aconteceu nas outras vezes? Nas vezes que não fiquei ao lado dela? - Viperion estreitou os olhos e enrijeceu o maxilar, como se a resposta fosse algo difícil demais para ser dito. Chat engoliu em seco, antes de se virar e caminhar para o lado de sua amada.

Trocou olhares com Rena Rouge que acenou para ele com a cabeça, antes de se afastar.

— Estou aqui meu amor, eu estou aqui... - Chat colocou uma mão por sobre o corpo pequeno dela, sentindo os olhos arderem ao ouvir os pequenos grunhidos de dor que ela emitia todo o tempo. - Por isso, por favor, fique comigo!

**************************************

"Fique comigo...." 

Ladybug conseguiu ouvir a voz de Chat, mas ela parecia distante, e triste.

A dor em seu coração apenas aumentava a medida que sentia aquela borboleta infernal se mexendo dentro de si. A cada batida que o músculo fazia, uma onde de choque percorria todo seu corpo, se espalhando pelas costas, braços e pernas. Era horrível até mesmo para respirar.

Mas nem essa dor se comparava com a imensa dor que atingia sua cabeça a cada palavra venenosa que Hawk Moth dizia. Era insuportável.

"Você não vai conseguir se livrar da minha influência, Ladybug..."

Ela colocou uma de suas mãos sobre a cabeça, e abaixou seu corpo até estar quase totalmente deitada no chão. A outra mão continuou sobre o peito. Como se elas pudessem fazer toda aquela agonia parar.

Hawk Moth então, no meio da criação de sua mais nova vilã, sente algo em comum, como se já tivesse akumatizado ela alguma vez ou ao menos tentado. O sentimento semelhante o fez decidir o nome de nova vilã. Mesmo estando detido por três heróis, o sentimento de vitória era grande demais, não conseguindo conter uma gargalhada.

"Rainha justiça, eu lhe darei o poder de ser mais forte, para fazer justiça pelos seus amigos, para protegê-los, não é isso que você quer? Principalmente, proteger seu amado Chat Noir.  Tudo que preciso é do seu Miraculous em troca!"

Chat sentiu a raiva crescendo dentro de si ou ouvir a risada do vilão. Queria avançar sobre seu pai, mas estava mais assustado com sua Lady. Ela parecia estar sofrendo muito para resistir ao akuma.

— M'Lady! - Ladybug ouviu Chat a chamando novamente. Ele parecia assustado. Ela queria que ele não estivesse assim.

"Quanto mais você resistir, mais doloroso será. Está fazendo seus companheiros sofrerem..." 

Sentiu o rosto molhado. Quando ela havia começado a chorar? Não tinha ideia... 

"Deixe-me te ajudar a se livrar desse peso."

Sentiu-se tentada a ouvir o vilão. Estava doendo tanto. Parecia tão mais simples somente... ceder.

"Você é mais forte do que pensa!"

Se assustou por um momento. Em meio ao caos que estava acontecendo em seu corpo, houve uma pontada de alívio. Uma voz diferente em sua mente, uma que não conhecia. Vinha de outro lado da sua cabeça e era linda. 

Melódica e suave. 

Se sentiu acolhida por ela por um momento. Era como um abraço quente em seu corpo, e como um bálsamo para suas dores.

"Você não consegue salvar NINGUÉM! Você não merece ser a LadyBug!" 

Hawk Moth gritou mais forte em sua cabeça. Causando outro pico de dor. Ela não conseguiu conter outro grito.

— Por favor princesa! Eu preciso de você! POR FAVOR! - Ainda estava distante, mas mesmo assim, conseguiu sentir a dor na voz de Chat. Ele parecia estar chorando.

"Você foi a escolhida para ser a LadyBug! Pois o seu coração...

— M-meu c-coração - Conseguiu pronunciar com dificuldade, em meio ao tormento dentro de sua mente. A mão que estava em seu peito começou a sentir as batidas, antes instáveis de seu coração, ficarem cada vez mais fortes, a medida que a voz de Hawk Moth ficava cada vez mais baixa, e a outra, mais alta.

"... é puro"

— O QUE É ISSO?? - Hawk Moth gritou raivoso de dentro da sua "cela" de energia, batendo ambas as mãos na parede do escudo, fazendo os heróis olharem para ele assustados.

Uma luz forte brilhou ao redor de Ladybug, como se tivesse vindo de dentro do corpo dela. A heroína sentiu um alívio instantâneo e toda a dor havia ido embora. 

Aquilo havia sido sua libertação.

*************************************

Chat Noir, assim como os demais, fecharam os olhos quando a luz brilhou. E assim que ela acabou, não demorou em procurar sua namorada com o olhar. Seus olhos dobraram de tamanho e seu coração quase parou ou ver a cena logo à sua frente. 

O akuma havia saído de dentro dela, estava branco e... morto. Ao lado do corpo inerte da borboleta, estava o de Ladybug, igualmente caído ao chão. 

Chat Noir se lembrou rapidamente, quando ela disse que o amava pela primeira vez. Ele se perguntou se poderia ser tão feliz sem o universo pedir nada em troca.

Aparentemente a resposta era não. E o universo havia acabado de pedir seu preço pela felicidade que o entregou.

Sua Lady havia ido embora.

— NÃO! O QUE VOCÊ FEZ?? - Hawk Moth berrou com ódio, batendo as mãos na parede de proteção de Carapace, que o prendia.

— Ai não! - Chat ouviu o arquejo de alguém ao longe. Não se importou em tentar reconhecer quem havia dito.

Nada mais importava, além da sua garota desacordada.

Com as mãos trêmulas, ele a puxou até seu colo com cuidado.

— P-Princesa...? - Segurou a cabeça dela com sua mão, observando o rosto feminino desfalecido. - Princesa?! 

"Por favor, acorde! Por favor, abra os olhos e me responda!"

Sua visão ficou embaçada, mas apenas percebeu que estava chorando quando lágrimas caíram nas bochechas da joaninha. 

— C-Chat... - Viperion se aproximouo hesitante do herói, colocando uma mão em seu ombro. Mas antes que pudesse dizer algo a mais para acalmá-lo, o mesmo levantou a cabeça, enfurecido.

— TRAGA-A DE VOLTA! TRAGA-A DE VOLTA AGORA! - Ele berrou em direção ao vilão, que ainda tentava, incessantemente, quebrar o escudo que Carapace estava mentando, com dificuldade.

Os braços de Chat Noir apertavam o corpo de Ladybug com força ao redor do seu. Ele não a largaria por nada nesse mundo.

— Adrien! Quando vai perceber que eu fiz isso por nós, meu filho?! Ela só estava no nosso caminho! - O vilão berrou com ódio de dentro do escudo. Parecia muito determinado em sair de lá agora que havia perdido seu akuma. Sem se importar mais com o que falava ou fazia. Ele estava tomado pela raiva.

— A-Adrien? - Foi Carapace quem perguntou, olhando assustado na direção de Chat Noir, que não conseguiu dizer nada naquele momento. 

— Filho? - Essa voz veio de perto, e também, pode sentir o toque de Viperion apertar enquanto o mesmo pronunciava a palavra, totalmente surpreso.

 Mas foi Rena que os tirou daquele transe de revelações.

— Chat Noir! Precisa levá-la ao hospital, rápido! - Ela correu em direção ao felino, colocando ambas as mãos na lateral do rosto dele, para que os olhos verdes, antes vidrados apenas em Hawk Moth, pudessem prestar atenção nela.

O herói apenas percebeu no quanto estava alterado quando a heroína fez isso. A resipração estava descompassada e as mãos, que seguravam Ladybug, estavam tremendo.

— Cuidaremos do Hawk Moth. - Viperion respondeu com firmeza, enquanto ajudava Chat a se levantar com a heroína desacordada nós braços. - Apenas vá!

Não foi nescessário uma segunda ordem, pois assim que ficou em pé, Chat estendeu seu bastão com cuidado e sumiu daquele lugar, sem olhar para trás.

Viperion observou enquanto ele se afastava, até um barulho atrás dele chamar sua atenção. Era Carapece. Ele havia se aproximado do escudo, provavelmente bateu na parede do mesmo, ficando de frente para o vilão. 

— Que homem patético você é, akumatizando crianças, adolescentes e até o próprio filho! - O herói da tartaruga disse entredentes. Estava praticamente bufando de raiva.

— Ni... Quero dizer, Carapece... você precisa manter a calma! - Rena o advertiu, enquanto pousava suas mãos nos ombros dele com carinho. Ela sabia que manter o escudo por tanto tempo não estava sendo algo fácil para ele, e manter a mente calma era essencial para permanecer no controle.

Viperion observou os dois. Carapace parecia estar perdendo a cabeça, enquanto Hawk Moth se mantinha impassível agora dentro da cela. Talvez ele soubesse que o escudo não aguentaria muito tempo. Eles tinham que fazer alguma coisa.

— Vou sair para alimentar meu kwami e chamar a polícia. Esse homem deve ser preso. - Ele informou aos outros dois heróis, que apenas concordaram com a cabeça. - Fiquem aqui e o vigiem bem, estarei de volta em pouco tempo. 

E assim, o herói da cobra o fez. Saiu de perto da torre Eiffel e correu o mais rápido que pode para o beco mais próximo.

Desfez sua transformação, recebendo Sass bem cansado em suas mãos, afinal, Luka havia ativado o poder duas vezes seguidas e ele nem sabia se isso era possível ou se conseguiria. Tudo o que ele pensou foi que havia falhado com os heróis ao ser capturado pelo sentimonstro, e que precisava fazer algo rápido para que todos tivessem uma segunda chance.

Infelizmente, a ativação do seu poder havia sido tarde demais. No momento em que despertou nos túneis, Ladybug já havia sido atingida pelo akuma. E descobriu isso da pior forma, voltando no tempo várias vezes, tentando sempre chegar até ela o mais rápido que conseguisse.

Mas o seu rápido nunca foi o bastante.

Tentou apagar da sua memória as trágicas lembranças que havia presenciado naquela tarde. Tudo o que conseguiu foi bolar um simples plano de aprisionar Hawk Moth enquanto ele estava distraído com a akumatização, para que ele não escapasse ou ferisse ninguém, como das outras vezes.

Tirou do bolso um pedaço de queijo que havia separado para Sass antes de sair do camarim. Queria ter pegado um ovo para ele, como o kwami gostava, mas não tinha muitas opções quando Chat Noir o chamou.

"Adrien é o Chat Noir"

Outro pensamento perturbador o artingiu, um que fez Luka sentir que seu sangue havia gelado em suas veias.

— O que está pensando, garoto? - O kwami astuto perguntou, enquanto descansava e restauração as energias nas mãos do guitarrista.

— Sass, estou só pensando em uma amiga.

"Marinette.... Tomara que minhas suspeitas estejam erradas."

***********************************************

Chat estava pulando entre os telhados nas casas. A adrenalina a mil. 

"Devo ir ao Sainte-rose? Não, muito longe. Lariboisière? E um ótimo hospital. Talvez o Necker..."

Mordeu o lábio inferior por estar tão indeciso, enquanto ainda corria em direção a área mais agitada da cidade, e onde a maioria dos hospitais ficavam localizados.  

Ele precisava fazer uma escolha, e rápido. Afinal, era a vida da pessoa que amava que estava em risco. 

— Eu vou te salvar, meu amor. Aguenta firme. - Estava conversando com ela o caminho inteiro. Vez ou outra, torcia para que ela o respondesse. Que o xingasse por estar confuso demais ou  dissesse para colocá-la no chão. 

Mas que falasse qualquer coisa. 

Pelo menos, estava sentindo uma respiração fraca vindo do corpo dela.

Em meio à sua corrida e devaneios descenessarios, ouviu apitos bem conhecidos. Os brincos de Ladybug não aguentariam manter a transformação por muito mais tempo.

Desceu no beco mais próximo ao hospital Necker, e assim que seus pés tocaram o chão, a brilho avermelhado cobriu sua visão, deixando o corpo de Marinette logo em seguida.

Vê-la sem o traje e a máscara apenas piorou as coisas para Chat. Ela estava tão indefesa. Sua doce e delicada Marinette estava entre a vida e a morte em seus braços.

— Ah meu amor, me perdoa, me perdoa! - Ele colocou a testa na dela, enquanto segurava as lágrimas.

Levantou rápido e se recompôs, antes de entrar correndo pelas portas do hospital.

— POR FAVOR! EU PRECISO DE UM MÉDICO! RÁPIDO!

Percebeu os olhares assustados das pessoas na recepção. Mas não importava se estava fazendo um alvoroço, contanto que conseguisse um atendimento rápido.

— Chat Noir! O que houve? - Um homem, por volta de trinta anos, de jaleco veio ao seu encontro as pressas. - Enfermeira, uma maca, por favor! 

Enquanto o herói depositava o corpo de Marinette na maca, ele percebeu então que não havia criado nenhuma história para contar aos médicos de "porque" a garota estaria naquela situação.

— E-eu... eu a vi caída na rua, após uma luta com um sentimonstro. - Conseguiu responder com dificuldade, seguindo os médicos para uma sala e ficando zonzo com o aglomerado de pessoas que havia se formado em volta do corpo da namorada.

Uma enfermeira mexia nos braços finos de Marinette, talvez checando as pulsação ou procurando uma veia para fazer um acesso. Um outro homem abria os olhos dela e colocava uma luz sobre eles, enquanto o médico que o atendeu usava um estetoscopio por cima de seu peito.

— E as joaninhas da Ladybug não funcionaram desta vez? - O médico da luz dos olhos perguntou, e agora, estava checando as cabeça dela, provavelmente em busca de alguma concussão ou ferimento.

— F-funcionaram, mas não com ela. - Aquela resposta o fez se sentir nauseado. Ah, se eles soubessem que estavam examinando a própria Ladybug.

— A paciente já estava inconsciente quando a encontrou? Ela reclamou de dor em algum lugar? - Foi o primeiro médico quem perguntou dessa vez. No jaleco dele, estava escrito "Dr. J. Leroy". Chat memorizou o nome, para quando voltasse, saber quem procurar.

— Marinette. - Chat falou rápido, e recebeu alguns olhares confusos antes de continuar. - O nome dela e Marinette Dupain-Cheng. - Não queriam que chamassem sua namorada de apenas "a paciente", como se fosse uma qualquer. E antes de continuar a responder a pergunta, ouviu alguém suspirar um "Ah não, a filha do Tom Dupain". - Ela estava acordada quando a encontrei. Reclamou de dor no peito.

Mesmo que não pudesse dizer a ninguém o que Mari havia realmente passado, ao menos poderia dar dicas sobre onde havia sido o problema.

— Entendo. Jean, prepare-a para um eletrocardiograma. - Foi o médico da luz que pediu ao outro médico, esse tinha escrito no jaleco "Dr. A. Florence". - Também quero uma tomografia de crânio . As pupilas não estão dilatando corretamente.

"O que?" - Chat Noir ficou alarmado. Mesmo não entendendo muito o que eles estavam dizendo, parecia ser algo sério.

— Então vamos subir logo com ela. - Ambos os médicos e as enfermeiras se afastaram da maca, subindo as laterais de metal, se preparando para o transporte. 

Chat estava em choque enquanto os observava trabalhar, e quando se afastaram, ele começou a seguí-los. Mas foi despertou de seus pensamentos quando uma mão tocou seu braço. Era do médico Jean Leroy. 

— Obrigado por tê-la trazido até o hospital, Chat Noir, fez a coisa certa. Mas eu e o Adam assumimos daqui. - O médico era um homem gentil, o herói percebeu isso apenas com o olhar de carinho que ele transmitia. - Uma enfermeira irá ligar para os pais dela, pode ficar tranquilo.

Ouviu o anel apitar, indicando o fim de sua transformação. Aquilo pareceu uma deixa para o médico, que começou a se afastar, mas Chat segurou seu jaleco assim que ele virou as costas.

— Ela vai ficar bem? - Tinha que perguntar. Precisava de uma opinião de um profissional para que não fosse engolido pelo desespero.

Viu Jean dar um longo suspiro antes de responder.

— Vamos fazer nosso possível. - Uma resposta vaga, algo típico dos médicos quando eles não tem nada de bom para dizer. Infelizmente, Chat reconhecia isso. 

Então o Dr. Leroy se afastou, seguindo em direção ao elevador por onde sua equipe havia ido com Marinette. E Chat ficou parados por alguns segundos.

"Princesa, aguente firme, por favor."

Saiu do hospital quando ouvir mais um apito de seu miraculous, e voltou para o mesmo beco onde a transformação de Ladybug havia acabado. 

Esperaria ali por alguns minutos para voltar ao hospital como Adrien, então, procuraria por ela novamente.

**************************************************

Foi um pouco difícil convencer o policial Roger que ele era um herói de verdade, e não apenas um "louco fantasiado", como o policial ruivo alegou. Mas, após alguns minutos de insistência, Viperion conseguiu que ele o seguisse até a torre Eiffel com mais duas viaturas. 

Não era todo dia que alguém o dizia que havia capturado o maior vilão de Paris.

O herói da cobra chegou ao local e suspirou de alívio ao ver que Rena e Carapace ainda estavam lá, e conseguiram conter Hawk Moth.

— Eu não acredito, vocês conseguiram mesmo! - O policial Roger saiu de seu carro e estava extremamente surpreso. - Como fizeram isso? E cadê a Ladybug e o Chat Noir?

O silêncio sepulcral foi ensurdecedor. Nenhum dos três estava pronto para dizer o que havia mesmo acontecido, e doía só de pensar aonde os dois poderiam estar agora. 

Mas Carapace conseguiu reparar no sorriso maldoso que estampou o rosto de Hawk Moth com aquela pergunta. Aquilo fez o herói da tartaruga quase trincar com dentes de raiva. O vilão também estava bem quieto dentro do escudo, como se estivesse apenas esperando por uma brecha para conseguir escapar. Isso o deixou bastante ansioso, e ainda mais difícil manter seu poder ativo.

— Tiveram um imprevisto. - Foi Rena quem respondeu, mas apesar do rosto sério e calmo, Viperion sabia que ela também estava preocupada.

— Pessoal? Podemos nos apressar aqui? Não consigo aguentar por muito tempo. - Ele disse, propositalmente alto, para tentar perceber qualquer mudança na feição de Hawk Moth. E aconteceu. O vilão ergueu um pouco as sobrencelhas, como se estivesse debochando dele pela inocência em revelar uma fraqueza.

— Cuidado homens, ele pode tentar escapar. - Roger alertou os outros quatro policiais que estavam com ele.

Mas Viperion abriu um sorriso vitorioso no rosto após ouvir isso, mesmo com toda a fúria e repulsa que estavam dentro de si.

—Isso não tem importância, pois já sabemos quem Hawk Moth é. Ele não poderá se esconder por muito tempo, mesmo que escape. Não é? Gabriel Agreste.

O choque entre os policiais foi geral, mas o maior choque foi o do próprio vilão. Talvez, em meio ao frenesi da batalha, nem ele mesmo havia se dado conta de ter revelado a própria identidade ao entregar a identidade de Chat Noir à eles.

— Vejo que é mesmo o fim da linha. - Disse com sarcasmo. E apesar de todas as chances estarem contra ele, o homem ainda agia como se estivesse no controle da situação. Aos olhos do herói da cobra, isso era algo bem irritante.

Os heróis e policiais fizeram um círculo ao redor do escudo, cobrindo todos os lados, caso o vilão tentasse escapar.

— Segunda chance. - Viperion ativou seu poder, aumentando as probabilidades de sucesso quase completamente.

Mas ao contrário de que pensavam, quando Carapace desfez o escudo, Hawk Moth apenas se manteve em seu lugar, aguardando para ser algemado e capturado.

Não relutou nem mesmo quando Viperion tirou o Miraculous da Borboleta, desfazendo sua transformação na frente deles. 

— Minha nossa, e o Gabriel Agreste mesmo! - Um dos policiais exclamou, ainda pasmo. 

— Vamos levá-lo para a delegacia. - Roger colocou o homem na parte de trás da viatura. Estava mudo como uma planta. - Vocês heróis são bem vindos também, para darem seus depoimentos sobre o que houve hoje.

— Claro, iremos sim. - Viperion respondeu, antes de ter a atenção chamada por alguém atrás de si.

—Viperion, er... Eu gostaria de ir atrás da Ladybug, se não se importar. - Rena disse baixinho, chamando o herói para mais perto dela e de Carapace, enquanto os policiais entravam em suas respectivas viaturas.

— Estamos preocupados com ela e com o... Adrien. - Carapace continuou. Viperion não podia saber que ele, como Nino e Rena Rouge como Alya, eram amigos do garoto, mas ele sabia que eram companheiros de equipe, e por isso, queriam saber como Adrien estava depois de tudo. 

— Podemos devolver o Miraculous da Borboleta para ele, ver como a Ladybug está e depois, ir para a delegacia. - Rena sugeriu, e Viperion concordou com ela. Além disso, viu como os olhos dela estavam aflitos de preocupação.

— Tudo bem, eu vou informar isso ao policial Roger. Nos encontramos depois. 

á estava se virando quando uma mão tocou seu ombro.

— Ei! Zerou? - Carapace estava estendendo um punho, no famoso "toque" que Chat Noir e Ladybug sempre faziam com eles ao concluírem uma missão ou batalha.

Juntou as sobrancelhas e soltou um suspiro com pesar. Olhou para Rena Rouge, que parecia ter o mesmo semblante triste no rosto. 

Viperion então cobriu o punho de Carapace com ambas as mãos, o que deixou o herói um pouco confuso.

— Faremos isso, quando estivermos todos juntos. - Abriu um sorriso delicado para ele, não era um sorriso de alegria,  mas de compadecimento. Como uma pequena esperança de que isso iria acontecer ainda, não importa como. 

Carapace devolveu o sorriso, entendendo seu significadoa, antes de sair com Rena Rouge para os prédios, enquanto Viperion seguiu em direção à delegacia. 

******************************************

Adrien entrou no hospital agoniado. Poderia dizer que era apenas atuação.

Ele queria que fosse apenas atuação. 

— Por favor, estou aqui para ver a Marinette Dupain-Cheng. Soube que trouxeram ela pra cá. - Pediu informações à recepcionista, tentando permanecer o mais calmo que pudesse.

— Claro, e o senhor é? - Ela perguntou de forma despreocupada enquanto mexia no computador.

— Agreste. Adrien Agreste. - Havia algo que acontecia com as pessoas sempre que ele mencionava seu nome.

A mesma recepcionista tranquila de segundos atrás desapareceu em um piscar de olhos, assim que ela se deu conta de quem estava atendendo. Ela arregalou os olhos, melhorou a postura na cadeira e até mesmo o respondeu com um tom de voz diferente.

— Ah, Senhor Agreste , claro. Só um minuto e informarei à você. - Ela mexeu no computador com mais empenho, enquanto isso, Adrien tambolirou seus dedos no balcão, ansioso. - Aqui está, Marinette Dupain-Cheng, sala de cirurgia 4. 

— Cirurgia? - Sentiu seu coração acelerar de novo e suas mãos começarem a suar.

—Sim. - A mulher agora o olhou com piedade, e Adrien estranhou. As pessoas nunca o olhavam assim. - Siga pelo corredor, é no terceiro andar. Vai encontrar a sala de espera da ala de cirurgias.

— Obrigado. - Andou pelo mesmo corredor que havia entrado mais cedo como Chat Noir, sentindo um frio na espinha e um vazio no peito ao lembrar que não estava mais com a namorada nos braços. 

Agora ela estava em uma sala fria, com médico abrindo seu corpo e fazendo, o que quer que tivessem que fazer, para deixá-la viva. 

Esse pensamento fez seus olhos, já inchados pelo choro, ameaçarem transbordar novamente.

Percorreu o caminho que a mulher indicou, e encontrou uma sala pascialmentr vazia, com várias cadeiras a disposição. 

Andou pelo lugar e notou um telão na parede do fundo. Nele, havia algumas informações.

S1 - Cirurgia Geral - Lipoma - Marlon Roy

S2 - Cirurgia Geral - Hérnia Epigástrica - Oliver Cartier

S3 - (vazia)

S4 - Cirurgia Cardíaca (emergência) - Marinette Dupain-Cheng

Aquilo não o deixou melhor, pelo contrário. Adrien estava ficando cada vez mais aflito e desesperado.

Queria poder usar seu Miraculous para fazer alguma coisa. Qualquer coisa. 

Mas fez o que poderia fazer naquele momento: sentou, esperou e orou para que tudo desse certo.


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Notas finais do capítulo

Eu espero que estejam gostando do rumo que a história está tomando (rumo triste).

Parei kkk foi mal galera, minha veia trágica é mais forte do que eu. Mas, está tudo conforme o planejado. Só quero dizer que eu voltei a ver Greys Anatomy graças a esse cap. Saudades dos meus médicos.

Enfim, provavelmente, o próximo cap sairá na sexta que vem, dia 15. Se algo acontecer antes disso, aviso à vocês no meu perfil.

Como sempre, beijos doces pra todo mundo!

E vejo vocês nos comentários ♥



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