Insônia escrita por Babydoll


Capítulo 46
This is War


Notas iniciais do capítulo

Nossa, tá muito tarde KKK tô com muito sono, mas tô aqui.

Beijos doces e boa leitura!

Lá embaixo a gente conversa.



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Isso está me dominando

E minha guerra está vencida

O que está feito está feito

Porque eu não posso viver sem você

Mas eu morreria se fosse necessário

(What's done is done - Seven Lions)

Chat Noir entrou pelas sombras. Os camarins atrás do palco eram algo comum para ele, tornando fácil o acesso de modo furtivo. Só não imaginava que Luka estaria em um lugar desses.

Se perguntou se o garoto iria se apresentar naquele dia, e se sim, então teriam que achar algum substituto bom, e rápido, pois Viperion sairia com ele hoje. 

O herói se esgueirou por uma parede menos movimentada, enquanto produtores e técnicos de som andavam de um lado para o outro apressadamente, não notando a presença do felino ali. Rapidamente entrou por uma porta, onde a cabeleira azul foi facilmente reconhecida, sentado em um sofá, com um violão no colo.

— Ora, ora. Luka Couffaine está começando a ter fama e glória! - Assustou o garoto ao entrar de repente, depois de verificar que ele estava sozinho no camarim. 

— Chat Noir? O que faz aqui? - Luka depositou o instrumento antes de se levantar do sofá.

Mas o herói não estava reparando nele, e sim no local em que estavam. Tudo estava perfeitamente arrumado com muito capricho, havia até uma mesa em um canto, com um vaso de flores e uma cesta cheia de frutas, pães e queijos. A boca dele se encheu de saliva.

— Está sendo reconhecido, fico feliz por você, cara. - Ele disse sincero, andando pelo local e se jogando no sofá aonde o azulado estava antes.

— Bom, na verdade eu...

Foi interrompido com uma batida na porta, e isso fez o gato preto pular no estofado e se escorar na parede adjacente, assim, Luka poderia abrir a porta sem perigo que a pessoa de fora pudesse ver o herói ali dentro.

—Só um minuto! - Luka pediu para ele, educadamente, enquanto abria a porta para conversar com quem quer que estivesse o chamando.

— Luka, desculpa incomodar, mas precisamos do Jagged novamente para terminar de passar o som! - A voz feminina parecia um pouco desesperada, pelo que Chat pode notar.

— Ah, sinto muito, meu pai saiu um pouco com o Fang para passear, disse que ele estava estressado de ficar aqui dentro. - Os olhos de verdes felinos dobraram de tamanho ao ouvirem aquelas informações. Enquanto ouvia Luka dispensar a pessoa da porta com gentileza. - Eu o aviso assim que voltar.

Ao fechar a porta, Chat levou uma de suas mãos até a nuca, sem graça pelo mal-entendido que havia criado.

 — Então, seu pai é o Jagged? - Ele falou com um sorriso, e viu Luka gargalhar, provavelmente, de sua cara de constrangimento.

— Está tudo bem, Chat Noir. Fico feliz que ache que sou capaz de alcançar o nível do meu pai e poder me apresentar em um festival como esse. - Luka amenizou o clima, do modo que apenas ele sabia fazer. - Mas me diz, porque está aqui?

— Então você não vai se apresentar hoje? - Devolveu com outra pergunta, não resistindo e caminhando até a mesa, comendo um pedaço de queijo que havia ali, ficando de costas para o garoto. 

A cesta já havia, claramente, sido mexida, ninguém iria reparar em um pedaço de queijo a menos, ou cinco. 

— Não, não. Eu só vim acompanhar meu pai. - O mais velho respondeu, e enquanto Chat devorava mais um pedaço, sorriu satisfeito por não atrapalhar a programação dos produtores do festival.

— Ótimo, isso facilita as coisas. - Ele engoliu a comida que estava em sua boca, antes de se virar e estender a pequena caixa de Miraculous para ele. - Luka Couffaine, esse é o Miraculous da Cobra. Eu e a Ladybug temos uma missão para você.

*****************************************

Saltou pelos telhados em direção ao ponto de encontro. Viperion conseguiu acopampanhar bem a velocidade em que estava indo. Não que Chat estivesse avaliando o herói ou nada do tipo. 

Sorriu ao ver sua amada, já em bolinhas pretas, junto dos outros dois, em um prédio baixo da rua  L'abreuvoir.

— Está atrasado. - Ladybug cruzou os braços e fez um beicinho de irritada nos lábios, o que deixou impossível para Chat Noir a levar a sério.

— Oh princesa, saiba que contei os minutos que estive longe de você! - Não resistiu em provocá-la, principalmente na frente dos outros, se debruçando para frente, fazendo uma carícia na bochecha inflada dela.

Não era como se precisasse esconder esse lado dele, afinal, toda Paris sabia do seu jeito galanteador com a joaninha. Mas se surpreendeu por, ao inveś de ganhar uma repreenda, Ladybug apenas sorriu e o afastou com delicadeza, antes de dirigir sua atenção ao herói atrás dele. 

— Viperion, obrigada por se juntar a nós. - Ela o cumprimentou, enquanto Chat também saudava Carapace e Rena Rouge. 

— Eu que agradeço pela oportunidade de poder ajudá-los, Ladybug. - Disse o herói da cobra, de forma cortês. - Espero ser útil para vocês.

— Ah sim, a segunda chance será de grande ajuda, pode ter certeza. - Ela afirmou, sorrindo e deixando o otimismo, que aquele Miraculous trazia, a inundar por alguns segundos. - Chat esclareceu sobre o que vamos fazer hoje?

— Ele apenas me disse que nosso alvo é o Hawk Moth, mas não entrou muito em detalhes. - Viperion falou meio incerto, enquanto olhava para Chat e Ladybug de forma alternda. Viu a heroína soltar um longo suspiro enquanto o gato dava uma risada nervosa e levava uma mão até a nuca.

— Achei melhor deixar a parte burocrática com você, Bugaboo. - Explicou simplesmente, dando de ombros. 

— Tudo bem. Então, Chat, expliquei outra parte do plano para a Rena Rouge e Carapace, eles vão dizer à você. Viperion, preciso conversar um minuto com você. - Ela fez um sinal com a mão para que o herói a acompanhasse até a parte mais afastada do prédio, enquanto o gato se aproximava dos outros dois.

Obviamente, Chat teve que morder a própria língua para não se intrometer e perguntar à namorada o que ela queria conversar no privado com o herói da cobra. Ainda mais sabendo quem era por baixo da máscara. 

Mas mesmo com a curiosidade no máximo, ele tentou prestar atenção no que a heroína raposa falava sobre a estratégia de entrar primeiro a miragem deles, para o caso de qualquer armadilha, aonde quer que aquele caminho pelos túneis chegassem.

E enquanto Chat concordava com a cabeça, dando o que podia de si para prestar atenção, ele viu com o canto de olho, Viperion olhar para ele com um semblante triste. 

Foi por um mero segundo, antes dele desviar às atenção para Ladybug novamente, acenando positivamente com a cabeça, para o que quer que ela estivesse falando. 

Aquilo o deixou aéreo por alguns segundos, mal ouvindo o que Carapace dizia, e Chat Noir só recobrou a consciência quando sua amada se aproximou do grupo novamente. 

— Então, todos prontos? - Ela perguntou, com uma animação que o gato sabia que ela não tinha no momento. 

Mas claro, se ela precisava que todos levantassem o astral, então, ele não seria contra.

— Aquele velhote não sabe com quem está lidando. - Chat colocou uma mão sobre o ombro dela, abrindo um sorriso firme.

Os outros concordaram com a frase dele, e já estavam prontos para iniciar a missão, quando Ladybug  segurou a mão de Chat, que já estava se afastando dela.

O herói a olhou intrigado, até seus olhos se abrirem em espanto, quando a mão dela foi até a lateral de seu rosto. 

— Para dar sorte. - Ela disse, enquanto o olhava firmemente com seus olhos azuis penetrantes.

Chat só percebeu as intenções da joaninha, quando a mesma se aproximou de seu rosto, olhos fechados, lábios entreabertos. Ele demorou um segundo a mais para assimilar e se entregar ao beijo, ainda mais sabendo que os dois tinham plateia.

Mas ao sentir a boca macia dela sobre a sua, todas suas preocupações se extinguiram. Não havia mais ninguém ali além deles, não havia problemas relacionados às suas identidades secretas ou missões contra vilões. Havia somente ela e ele. Foi apenas um tocar de lábios, e antes que percebesse, já havia acabado. 

Mas foi valioso. Chat percebeu isso.

— Ai que droga! Não acredito que não consegui tirar uma foto! - Rena reclamou baixinho, e rapidamente, levou uma mão à boca, ao notar a cara fechada que Ladybug direcionou à ela. - Quero dizer... vocês estão juntos? Que lindo!

Carapace riu ao lado da heroína, e Chat Noir se perguntou se havia perdido algo enquanto sua namorada revirava os olhos.

— Então vamos, o festival já começou e quero acabar logo com isso.

Os heróis então saltaram para a rua abaixo, entrando pelos túneis e seguindo Ladybug pelo desconhecido. 

***********************************

— Senhor, nossas câmeras detectaram movimentação nós túneis. - Nathalie entrou no escritório com o tablet em mãos. Parecia aflita, diferente do homem sentado à mesa, que sorriu com satisfação ao ouvir aquelas palavras.

— Então finalmente, chegou à hora. - Gabriel se levantou , e andou ansioso até o quadro de sua esposa. - Sabe o que fazer, Nathalie. 

A secretária respirou fundo, deixando suas incertezas de lado para acompanhar o chefe. 

— Sim, senhor. Manterei distância, como ordenou. - Eles desceram pela passagem que se abriu no chão, e do elevador que levava ao subsolo, luzes azuis e roxas brilharam pelas frestas. 

***********************************

"Uma direita, duas esquerdas... Uma direita, duas esquerdas..." Ladybug estava correndo pelos túneis. As coordenadas piscando em sua mente a cada passo.

Viraram à primeira direita. 

Sua equipe corria atrás de si. Ninguém dizia nada, e ela não sabia se era por estarem focados ou se estavam tão espantados quanto ela. 

Algo que, obviamente, ela não deixaria ninguém saber.  

Viraram à primeira esquerda.

O coração da joaninha estava tão acelerado quanto os seus pés no chão. 

E se não fosse o esconderijo do Hawk Moth ali? E se ela tivesse se enganado? 

Ou, se realmente fosse, e ela estivesse levando todos os seus amigos para uma armadilha?

Então, viraram à segunda esquerda. 

E lá só havia um outro corredor de túnel, vazio. Uma parte seca, sem saídas laterais para a superfície. Não era um caminho sem saída, mas também, não era o que esperava.

— Já chegamos? - Chat perguntou, colocando seu bastão sobre os ombros e coçando a cabeça.

— Talvez seja um pouco mais para a frente? - Carapace sugeriu, mas Ladybug negou com a cabeça. 

— Não, tenho certeza que era aqui, nesse corredor...

E enquanto ela dizia, ouviram uma risada grave ecoar. Hawk Moth surgiu na outra extremidade do local, deixando todos em posição de ataque.

 — O que heróis como vocês fazem em um lugar como esse? Se perderam no caminho para o parquinho, crianças?

— Hawk Moth! - Ladybug vociferou, cerrando os dentes em direção ao vilãoe, em seguida deu uma olhada rápida para trás.

Os olhos azuis dela se encontraram com o de Viperion, que soube exatamente o que fazer.

— Segunda chance. - Ele disse discretamente, rodando a figura da cobra em seu bracelete e ativando seu poder.

— Não acha mesmo que vamos cair na sua, não é velhote? Sabemos que já estava nos aguardando! - Chat o distraiu, mantando sua pose de ataque, a espera de ordens da joaninha.

Mas o sorriso do homem apenas aumentou, enquanto em brincava com seu cetro.

— Ah, mas é claro que não, eu sabia que viriam. De fato, até trouxe mais uma convidada para nossa reuniãozinha, espero que não se importem. 

Aquilo deixou Chat Noir confuso, assim como o restante da equipe. O vilão fez um movimento com a mão esquerda, que eles até então não haviam reparado, mas estava segurando uma ponta de uma corrente, trazendo de trás da "esquina" do corredor uma figura feminina.

Eles haviam se preparado, caso Hawk Moth tivesse algum aliado, alguém em posse do Miraculous do pavão.

Mas não haviam se preparado para um refém. Presa com correntes ao redor do corpo.

— M-Marinette?? - O coro foi em uníssono.

Obviamente, Ladybug sabia que aquilo era um truque, uma armadilha. Mas seus amigos não sabiam, e ela não conseguiu pensar em uma explicação rápida para contá-los que aquilo era uma enganação sem comprometer sua identidade.

— Me ajudem, por favor! - A Marinette falsa pediu sôfrega. Estava com lágrimas nós olhos e voz embargada. Uma isca perfeita para vários dos heróis.

Até mesmo percebeu o olhar aflito de Chat Noir para a garota chorosa. Mesmo sabendo a verdade, ela percebeu que aquela cena mexeu com ele.

— Precisamos salvá-la! - Carapace suplicou, aumentando a pressão de Ladybug para pensar em algo, e rápido. 

— Porque querem tirar minha convidada de mim? Ela é uma companhia tão agradável! - Hawk Moth disse com diversão, dando um puxão mais forte na ponta de corrente, fazendo a "Marinette" cair no chão e soltar um arqueiro de dor ao atingir o chão.

E aquilo foi o estopim.

— Não machuque ela! - Viperion vociferou com raiva, correndo em direção aos dois.

— Viperion, não! - Ladybug gritou na tentativa de impedí-lo, mas foi tarde demais, ele estava determinado em salvar a criatura, imitação de Marinette.

Ela então correu em direção à ele, com a aquipe atrás. Mas antes que o alcançasse, algo capturou o herói da cobra.

Uma corrente brilhante e rápida, que enroscou no corpo de Viperion e o derrubou no chão.

— Mas o que? - Chat exclamou surpreso, quando outra corrente tentou prendê-lo, desviando pelas paredes.

— O que fez com ele? - Carapace se abaixou perto de Viperion, e atraindo a atenção de Ladybug para os dois, então ela viu que o mais velho estava desacordado no chão.

— Ela é uma vilã, se afastem das correntes! -Ordenou para a equipe, ao desviar de outra corrente.

— Esperta, Ladybug. - Hawk Moth disse estreitando os olhos. A cópia da garota retirou suas correntes do corpo inconsciente do herói da cobra, indo para o lado de Hawk Moth, que parecia estar orgulhoso da performace da aliada. - Essa é Sonolência. Me surpreende não ter ficado mais assustado, Chat Noir, afinal, não é para a casa dela que você vai todas as noites? 

O sorriso asqueroso no rosto do homem fez Ladybug ter vontade de socá-lo.

— Você me disse que estava tomando cuidado! - Ladybug sussurrou nervosa para o parceiro, que estava muito espantado.

— E estou, M'lady! - Chat se viu na defensiva, sem saber como havia cometido o erro de ter sido seguido, e ainda mais, colocado Marinette em risco, assim como sua identidade secreta.

— Temos monitorado você nas últimas semanas, Chat Noir. - Hawk continuou sua ameaça, aumentando um pouco os fatos, aproveitando que estava desestabilizando os heróis. A verdade, é que ele e Nathalie apenas puderam seguir o herói nos últimos dias, depois que descobriram sua verdadeira identidade, o seguindo desde o momento que saía da mansão. Ele sempre fazia rotas diferentes para chegar a residência dos Dupain-Cheng, mas é fácil seguir alguém quando você sempre sabe o ponto de partida.

Hawk Moth achou que o portador do gato ficaria mais em pânico ao ver a "namorada" como refém, mas ela ter usado suas correntes de sono no herói da cobra já havia sido uma ótima vantagem.

E também, ele precisava de Chat Noir bem consciente para o resto de seu plano.

— Mas o que está acontecendo aqui? Aquela não é a Marinette akumatizada? - Rena gritou para os dois, que pareciam ainda discutir com o olhar.

— É um sentimonstro. - Ladybug respondeu com raiva. Não dos companheiros de sua equipe, e muito menos do seu parceiro, mas de si mesma por não ter pensado que Hawk Moth já podia saber da rota de Chat Noir depois de tantas noites. - Vamos nos dividir, você e Carapace, enfrentem a sentimonstro enquanto eu e Chat atacamos Hawk Moth. Com ou sem segunda chance, nós vamos vencer hoje! - Ela bradou com confiança, se sentindo bem ao ver sua equipe com feições tão determinadas quanto a dela.

Enquanto Rena Rouge e Carapace distraíam a sentimonstro, Ladybug e Chat avançaram sobre Hawk Moth. E assim que o primeiro golpe foi desferido, um chute da heroína que foi facilmente defendido pelo vilão, algo estranho aconteceu: o chão cedeu e eles caíram em algum lugar. 

O vilão caiu em uma passarela, o corpo estendido no chão, enquanto os dois pousaram no lugar sem problemas. 

— Acabou Hawk Moth! Entregue o seu Miraculous! - A heroína ordenou para ele com raiva. Sua equipe havia sido dividida, um deles estava inconsciente. Ela esperava que o homem não tivesse mais nenhum truque na manga. 

Ele se levantou, e parecia com raiva, atirando seu cetro na direção de seu parceiro, algo que foi facilmente rebatido pelo bastão dele.

Assim, o vilão ficou desarmado e encurralado pelos dois, que começaram a caminhar em direção à ele a passos firmes. Ladybug rodava seu ioiô na lateral de seu corpo, e estava ansiosa para finalizarem logo aquela luta.

— Sabem o que dizem, que a batida da asa de uma borboleta pode desencadear, um Cataclismo! - Chat ameaçou com humor, ativando o poder em sua mão.

— Eu guardaria esse Cataclismo se eu fosse você, Adrien! 

O homem vociferou, e Ladybug sentiu seu coração falhar uma batida. Ela ouviu Chat arfar ao seu lado, igualmente surpreso.

— C-como você...? 

Apenas nesse momento então, a heroína conseguiu visualizar melhor o local em que estavam. Parecia um enorme galpão abandonado, sem janelas ou portas que levassem ao exterior. Era evidente que estavam bem fundo no subsolo, só não sabia exatamente aonde. 

Olhando para trás, viu uma estrutura similar a de um elevador. Deveria ser o único meio de entrada para aquele local horrível. Havia água no chão, e o único lugar em que podiam andar era na passarela em que caíram e estavam, até agora. Essa ia de uma ponta à outra do "galpão", e na extremidade final, se abria em um pequeno jardim, com grama no chão e pequenos arbustos. 

Ela só não contava com a câmara localizada bem no centro dele. Hawk Moth encostou nela, fazendo a parte frontal se abrir, revelando uma figura inconsciente dentro dela.

— Mamãe? - Chat quase não consegui pronunciar a palavra. Sentiu que precisou de todo seu esforço para dizê-la em voz alta, enquanto a imagem de sua mãe, dentro de um caixão de vidro, era estampado em sua frente.

Ladybug viu o namorado atordoado ao seu lado. Olhando para ele e para a mulher desacordada à pouco metros de si. Foi quando ela percebeu.

Aquilo não era um galpão, era um santuário.

— Eu faço isso por ela, Adrien. Por você, por nós! - Hawk Moth explicou rapidamente, a heroína reconhecendo um pouco de melancolia em sua voz. Não estava compreendendo nada do que estava acontecendo, em que lugar estavam ou o que o vilão pretendia com tudo aquilo.

— Papai? - Chat sentiu sua cabeça dando mil voltas, 

"Meu pai é o Hawk Moth? Minha mãe está aqui?" 

Uma vertigem forte o atingiu, assim como uma pontada em sua cabeça, enquanto perguntas como essa rodavam sua mente, o fazendo ter vontade de vomitar. 

Talvez se estivesse em sua forma civil agora, certamente vomitaria.

— Por que? - Ele conseguiu perguntar, melancólico.

"Por que você está fazendo isso?"

— Por que? - Chat disse, dessa vez, muito confuso. Ladybug apenas o olhou com pesar, não conseguindo imaginar como ele estaria se sentindo nesse momento.

"Eu não percebi que era você, todo esse tempo?"

— Por que? - Ele disse, cerrando os dentes, a fúria tomando conta.

"Por que machucou tantas pessoas inocentes?"

Chat Noir avançou em direção às Hawk Moth, o pior vilão de Paris, seu inimigo e seu pai. O cataclismo ativo em da mão estendida, pronto para tocar no homem desarmado e destruí-lo, mas o herói de deteve, com mais uma pergunta o atormentando.

— Por que? - Ele perguntou, segurando com toda sua força para suas lágrimas não escorrerem.

"Foi por isso então que você me abandonou, pai?"

Seu momento de hesitação foi sua fraqueza, pois Hawk Moth rapidamente recuperou seu cetro de dentro da água, dando um golpe forte em Chat Noir, que voou por alguns metros, atravessando o teto do lugar e indo em direção à superfície.

— Não! Chat Noir! - Ladybug gritou em desespero, ao vê-lo sendo atingido pela segunda vez, agora no ar, e depois ser lançado para longe.

A heroína pulou atrás de seu parceiro, se separando com Hawk Moth a esperando no Jardim da própria casa.

— Nem perca seu tempo, Ladybug, Chat Noir vai ser akumatizado hoje, e ele será sua ruína. - O vilão ameaçou, antes de sair de ir atrás do filho, que deveria estar a quilômetros de distância pela força do golpe.

"E a sua ruína também, Hawk Moth, a ruína de todos nós!"

Ela conteve seu pensamento, indo logo atrás do vilão e contactando Rena e Carapace pelo ioiô. 

— Chat precisa da nossa ajuda! - Ela disse apressada, estava desesperada, enquanto percorria as ruas de Paris em busca de Chat Noir. 

Ele estava completamente pronto para uma akumatização. Nunca, em um milhão de anos, Ladybug teria pensado que existia todo esse laço familiar entre ele e Hawk Moth. Óbvio que seu parceiro não seria akumatizado por algo tão trivial, mas ela também não haviam imaginado algo tão pesado quanto isso. Reviver a mãe...

Chat seria capaz de resistir a hoje?

—  Ladybug! - Rena Rouge havia atendido. - Ainda não conseguimos derrotar Sonolência!

— Esqueçam ela, apenas usem seus localizadores para virem atrás de mim, Chat Noir precisa de vocês! - Enquanto explicava, ela avistou o namorado aos pés da torre Eiffel, e Hawk Moth estava se aproximando dele de forma perigosa. - Rápido!

—  Entendido! - Mal ouviu a resposta da heroína da raposa, e Ladybug havia desligando, apressando seus passos para proteger Chat.

— Para com isso! - Ela ouviu Chat Noir suplicar para o vilão, enquanto se afastava dele de forma angustiante pelo chão.

— Deixa ele em paz, Hawk Moth! - Ladybug enroscou o ioiô dela na mão do homem, o impedindo de fazer qualquer coisa com o cetro.

— Acha que pode me vencer agora LadyBug? Não pode! Sua equipe já era! - Ele bradou na direção dela, fazendo força com o pulso e a puxando para perto de si, tomando posse de seu ioiô.

— Eu posso derrotar você sozinha! E farei isso de for preciso. - Ela aproveitou a inércia de estar indo em direção à ele para dar um chute, algo que pareceu não surtir efeito.

O homem deu um riso sarcástico, pegando o pé dela e o girando com a mão. Ladybug fez uma careta de dor, mas trincou o maxilar para não dá-lo o prazer de vê-la em agonia.

— Corajosa, mas ainda é só uma garotinha estúpida! - Hawk Moth a atacou com seu cetro, a chutando na costela logo em seguida, a fazendo voar alguns metros, sentindo todo o ar que havia em seus pulmões sendo expulsos a força. E aquilo doeu.

Diferente dos vilões que enfrentava, Hawk Moth não era um ser criado, ele era um portador de um Miraculous real, e portanto, era idestrutível como eles. Mas ele parecia ser muito mais forte. Sabia que os poderes dos miraculous aumentavam a medida que a idade dos portadores avançava. Ladybug pensou que a única razão para isso, era o fato dele ser um adulto.

Ela se levantou com dificuldade, apertando os olhos para conter a dor que irradiava toda vez que respirava. Ao olhar para frente, viu que Hawk Moth estava, novamente, dizendo coisas para o Chat Noir caído ao chão, ainda em choque e indefeso.

— Qual é o seu problema Gabriel? É o pai dele! Devia protegê-lo! - Ela berrou, ao se aproximar novamente dos dois. Aflita por ainda não ver sinal dos outros heróis para ajudá-la e fazer seu plano secreto funcionar.

— Você é a única nos atrapalhando aqui! Impedindo nossa família de ficar unida de novo. Impedindo Adrien de ter a mãe novamente!!! - O homem parecia realmente com raiva.

— Para, para! - Chat implorou ao ouvir aquelas palavras, e a dor na voz dele cortou o coração de Ladybug.

Essa não era só uma luta física, mas mental. Gabriel queria atingir Chat Noir onde ele estava mais fraco agora: no psicológico.

A heroína se sentiu um pouco aliviada por estarem longe daquele jardim, e portanto, longe de quaisquer borboletas do homem. Talvez tenha sido sorte dela que foram arremessados para fora.

Mas então, ele solta uma borboleta de dentro do cetro

E foi como se o tempo parasse por alguns segundos. Ladybug pode ver, com clareza, como tudo aconteceria dali para frente. Chat seria akumatizado, mataria ela, o pai, todos em Paris, e ficaria preso no futuro. Até que Bunnix a buscasse e tudo acontecesse novamente.

Não havia plano secreto que pudesse impedir tudo isso.

Tudo. Sua “eu” do passado teria os pesadelos, descobriria que Chat poderia ajudar, até que os dois se apaixonassem e a história se repetiria.

A levando para esse exato momento.

O momento de sua morte.

Mas então, como se suas pernas tivessem vida própria, Ladybug correu até seu amado.

Ela havia jurado a si mesma, que faria de tudo para que o sorriso dele nunca sumisse de seu rosto, e era isso que ela iria fazer.

Ela se projetou na frente de Chat Noir, se jogando na frente da borboleta, com as mãos no brinco para proteger seu Miraculous, para proteger Tikki. 

E sem um objeto, o akuma entra em seu coração.

Marinette solta um grito de dor enquanto caia em seus joelhos, sentindo a borboleta a rasgando por dentro.

"Talvez, esse sempre deveria ter sido o seu final feliz, não o meu, príncipe."


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Notas finais do capítulo

Hello meu leitores lindos!!!

Mamãe aqui some às vezes, mas ela sempre reaparece! Hahaha falei que nem que fosse pela força do ódio, eu teminaria esse cap hoje.

Consegui cumprir o que eu queria, e estou muito feliz com o resultado, espero que vocês gostem também, doida pra ver os comentários já, hahaha.

Nãaaaao se preocupem, a fic não acabou KKK pq ficou muito parecendo um final isso, sei lá KKK ainda temos muita treta pela frente.

Como vocês já sabem, amanhã é minha cirurgia, uhuuul! Estou ansiosa, mas devido a isso, também não sei quando será a próxima postagem. Prometo não demorar, mas também, preciso ficar um pouco off. Eu sei que vocês entendem ❤️

Aguenta coração para esperar até próximo cap!

Até lá, beijos doces e vejo vocês nós comentários!!