Insônia escrita por Babydoll


Capítulo 43
Pontas Soltas


Notas iniciais do capítulo

Acabou que eu não mudei as notas anteriores kkk

Oi gente!! Perdão a 1h de atraso kk o importante é que eu vim né?

Quero agradecer todo mundo que me desejou uma boa viagem! Foi boa sim kk voltei com saudades de escrever.

Esse capítulo vai, literalmente, explicar algumas pontas soltas da história. Afinal, temos que deixar todos os pingos nos "i's" antes do final, não é? Hahah

E eu gostaria de compartilhar um diálogo de LOL com vocês. Quando eu ouvi, não pude deixar de pensar no Gabriel e na Emilie. Quis trazer ele para vocês pensarem sobre como eu imagino que seja o ponto de vista dela:

"— Gabriel, seu coração partido e sombrio destruiu tudo. Você transformou nossa história de amor em anos de ressentimento e loucura. Tanta morte, tanta... ruína. E pra quê? Por essa obsessão? Eu te amei, até o meu último suspiro, porque isso não bastou? Nossa tragédia devia ter morrido comigo. Agora, me deixe descansar."

Chorei. Enfim, boa leitura! Amo vocês!



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Chat Noir seguiu as instruções que conseguiu encontrar pelo noticiário. Pelo visto, Rogercop havia voltado, mas ele não estava sozinho.

Não conseguiu distinguir quem ou o que estava com ele, mas logo iria descobrir. Com o seu bastão, já estava se aproximando da rua de L’abreuvoir, onde o vilão havia sido visto pela última vez.

Pousou em cima de um prédio, um lugar onde conseguia ver bem o akumatizado logo em baixo. Ele estava dando ordens a um motorista para diminuir a velocidade em que estava.

— Em nome da lei, você vai ser obrigado a dirigir somente a 20km por hora! - Rogercop disse com sua voz robotizada, enquanto o pobre homem, já atingido pelas algemas “mágicas”, começava a obedecer.

Chat Noir já estava prestes a descer para intercepta-lo, quando uma imagem vermelha chegou ao seu lado, fazendo seu coração acelerar e um sorriso abrir em seu rosto automaticamente.

— Quanto tempo, M’lady. - Ele falou feliz, e já tentando conter seu lado felino que ansiava pelo toque carinhoso dela.

A fala dele fez a heroína dar uma risada fofa, e logo em seguida, como se lesse os pensamentos dele, Ladybug levou uma mão até os fios loiros, fazendo carícias entre suas orelhas de gato.

— Muito engraçado, gatinho, mas agora temos trabalho a fazer. - Ela se levantou e pulou em direção ao chão, sendo seguida pelo parceiro, chamando a atenção do akumatizado.

— Ora, ora, se não são a Ladybug e o Chat Noir, os dois heróis fracassados! - Ele se virou, e assim que o fez, os dois puderam ver que ao seu lado, havia um cachorro também robotizado, preso por uma coleira.

— Um cão? - Chat disse assim que avistou a figura e pulou para cima dos ombros de Ladybug enquanto sibilava. - Fshhhhhhh!

— Ai Chat, suas garras! - O herói continuou empoleirado em cima de si, os cabelos estavam mais arrepiados que o normal. - E o que você quis dizer com “fracassados”, Rogercop?

Ladybug perguntou, enquanto se equilibrava com Chat em cima de si como um gato assustado.

— A minha missão é fazer justiça por Paris, coisa que vocês dois não conseguiram! - O vilão então estendeu uma mão e lançou algumas de suas algemas contra os dois. Ladybug quase não conseguiu desviar pelo peso em seus ombros, literalmente.

— Foi mal, princesa, foi mais forte do que eu! - Chat se explicou sem graça, enquanto saia de cima dela, para, novamente, desviar-se dos ataques incessantes.

— Eu vou prender vocês pelo serviço mal feito em nossa cidade, e depois, eu mesmo vou prender o Hawk Moth!

— Espera, o que? - Isso pegou a heroína de surpresa. E foi nesse momento em que ela reparou melhor no cachorro robô do policial. Ele estava farejando o chão, e em suas costas, havia algo parecido com um GPS. - Você quer deter o Hawk Moth?

Aquilo não fazia sentido na cabeça da heroína. Afinal, por que Hawk Moth faria um vilão que tem, como motivação, acabar com ele mesmo?

Enquanto ela pensava, o cachorro começou a latir, e um pontinho começou a piscar no mapa em suas costas.

— Excelente Law! Vamos atrás dele! - Então, o homem simplesmente se virou e começou a caminhar com o cão farejador o guiando pela coleira.

— Ele… ignorou a gente? - Chat ficou ao lado de Ladybug, igualmente intrigado. - O que a gente faz?

A heroína permaneceu em seu lugar, com os pensamentos ainda a mil, se perguntando o que tudo isso significava. Observou também quando Rogercop, há alguns metros à frente, abriu uma tampa e um bueiro e desceu até o esgoto.

— Não temos outra escolha, vamos seguir ele.

Os dois heróis então, puseram-se a seguir o akumatizado, descendo também até o esgoto.

— Bugaboo, deixa eu ver se eu entendi, aquele cachorro está com um mapa que leva até o Hawk Moth? - Chat Noir perguntou, estavam andando sorrateiramente atrás do vilão, que continuava a seguir o ponto indicado nas costas do cachorro

— É o que parece, gatinho. - Ela estreitou os olhos para aquela visão. Sentia em seu interior que algo não estava certo.

— Que ótimo! Podemos agora, finalmente derrotar ele pessoalmente! - Chat se animou, rodando seu bastão entre os dedos.

“Mas isso está fácil… fácil demais!” - Esse pensamento não parava de martelar na cabeça da garota. Mas ao mesmo tempo, se fosse verdade, seria a chance de finalmente acabar com todos os seus problemas, e os problemas de Paris.

Era uma oportunidade tentadora.

— Precisamos de sorte caso isso aconteça. Lucky Charm! - Ela jogou seu ioiô para cima, recebendo uma miniatura do quadro da Monalisa.

— Ok, hora estranha para apreciar as artes. - Chat brincou, mexendo suas sobrancelhas para cima e para baixo, enquanto abria um sorriso.

Então, de repente, o vilão começou a se debater, enquanto uma máscara de borboleta pairava em seu rosto. Isso deixou o casal em alerta.

— Eu… vou… conseguir os Miraculous… depois!! - Ele gritava, com o que devia ser, Hawk Moth em sua cabeça.

— Chat, essa é a nossa chance! Detenha o Rogercop e eu pego o cachorro! - Gritou as ordens para o parceiro e avançou em direção ao próprio alvo.

— Deixa comigo, cataclismo!

Ladybug agarrou o braço do akumatizado que segurava a coleira, enquanto Chat o atacava do outro lado, tentando alcançar o apito no pescoço. Mas ela não conseguiu fazê-lo soltar, e ficou ainda mais difícil quando o cachorro começou a tentar morder ela.

— Calma aí, totó! - Ficar de frente ao cachorro estava dificultando o trabalho, por isso, ela pulou por cima dele e caiu em montada em cima de suas costas.

Aquela posição deu a Ladybug uma visão privilegiada do mapa. O pontinho ainda piscava, e o caminho que deveriam seguir era simples, seguir alguns metros à frente, virar à direita e em seguida, à esquerda, duas vezes.

Depois de tanto tempo, Hawk Moth finalmente parecia estar ao seu alcance.

Mas então Rogercop soltou um grito, caindo de joelhos, e Ladybug caiu de bunda no chão quando o cachorro desapareceu. Ao lado dela, uma algema caiu e uma pena escura saiu de dentro dela, sendo purificada logo em seguida.

O mesmo aconteceu com o policial, que logo se transformou em Roger de novo. A borboleta negra saiu de dentro de seu apito e se transformou em branca logo em seguida.

— Han? Ladybug e Chat Noir, onde estamos? - O homem perguntou confuso e aflito.

A heroína demorou um pouco para responder, ainda processando o que havia acontecido.

— Ele… desistiu? - Perguntou ao parceiro, que ajudava o policial desorientado a se levantar.

— Acho que o Hawk Moth viu que ele estava muito perto e ficou com medo. - Ele respondeu simplesmente, dando de ombros. - Senhor Roger, você foi akumatizado, mas já está tudo bem.

— Ah, obrigado Ladybug e Chat Noir, eu estava com a cabeça muito cheia. Não acredito que fui akumatizado novamente. - Ele falou envergonhado. - Estava conversando com alguns turistas que disseram que estavam com medo de vir para Paris, por causa do Hawk Moth. Eu me senti um policial péssimo por não deixar a cidade segura para as pessoas. Me ressenti um pouco com vocês também, sinto muito.

— Não tem problema Roger, nós entendemos. É difícil lutar pela justiça todos os dias, nos sentimos insuficientes às vezes, mas está tudo bem. A culpa não é sua, nem nossa, é da pessoa que está fazendo essas maldades. Não se esqueça disso.

— Obrigado, Ladybug. Agora se me derem licença, devo voltar ao trabalho.

Chat Noir ajudou o homem a subir as escadas que levavam para a rua. E já estava subindo atrás dele, quando reparou na parceira parada, olhando em direção aos corredores do esgoto, com o talismã dela em mãos.

— É, parece que terminamos por hoje. - Ele disse se aproximando, a tirando de algum tipo de transe. - Zerou? - Ele estendeu um punho e ela abriu um pequeno sorriso antes de retribuir o cumprimento.

— Zerou. - Ela pegou o pequeno quadro da Monalisa e o fitou por alguns segundos. - Acho que eu sei a localização do Hawk Moth.

— Que? E o que estamos esperando? Vamos atrás dele! - Ele começou a andar em frente, puxando a namorada pelo braço, tomando cuidado com o Cataclismo ainda ativo na mão direita.

— Chat, não acha que está muito, óbvio? - Ela travou ambos os pés no chão, impedindo Chat de avançar. - Pode ser uma armadilha para nos pegar.

— E o que devemos fazer então?

— Me dê um tempo, eu vou pensar em um plano… - Ela olhou para o talismã uma última vez, antes de jogá-lo para cima. - Miraculous Ladybug! - Esperou as joaninhas fazerem seu trabalho, levando também o poder de Chat. - Agora vamos, gatinho, antes que Gorila desça até aqui e arraste seus bigodes até o carro.

***********************************************

Ladybug havia se despedido de Chat assim que se aproximaram da escola. De longe, ela avistou o carro preto e a figura de Gorila ao lado dele, parecia ansioso para a volta de Adrien, pois assim que ele avistou Chat Noir pulando pelos telhados, ele se remexeu inquieto em seu lugar.

A heroína riu, mas então, outra figura chamou sua atenção.

— Luka? - O garoto estava em frente da padaria, adentrando no local no momento em que ela pousou no terraço do próprio quarto. - Tikki, destransformar.

A kwami saiu de si e logo aceitou o macaron que Marinette oferecia em sua direção.

— Aquele vilão foi muito esquisito. - Tikki comentou, enquanto seguia a dona para dentro do quarto, com a boca cheia de doce.

— Sim, foi mesmo. - Marinette desceu as escadas da cama e ouviu batidas em sua porta assim que chegou ao chão.

— Marinette, querida, tem visita para você. - Sabine informou. - É o Luka. - A mãe fez uma cara estranha, como se soubesse que Marinette ficaria desconfortável com essa informação.

— Ah, obrigada, mãe. Já estou descendo. - Ela abriu o melhor sorriso que pode, mas assim que a mulher fechou a porta, a garota soltou um longo suspiro.

— O que será que o Luka veio fazer aqui? - Tikki apareceu ao seu lado, curiosa.

— Não sei, Tikki. Mas estou com medo de descobrir. - Marinette sabia que existia a possibilidade do mais velho ainda nutrir sentimentos por ela. Mas sua situação toda com Adrien já era tão enrolada, que não havia pensado na possibilidade dele a procurar buscando algo além de amizade.

Não. Luka não era esse tipo de pessoa. Ele sabia dos sentimentos dela e não era o tipo de cara que vai atrás de uma menina só porque ela está “disponível”. Ele devia ter algo a dizer à ela, ou somente querer checar que ela estava bem. Isso era mais a cara dele.

Por isso, parou de julgá-lo antes de saber do que se tratava e respirou fundo ao sair do quarto.

— Você realmente é bem alto Luka! - Ela ouviu a voz de sua mãe, e logo em seguida, a risada do garoto.

— Obrigado Sra. Dupain-Cheng.

— Oh, querido, por favor, me chame de Sabine.

Mari avistou os dois no meio da sala, e assim que surgiu, os olhos azuis dele pousaram sobre si.

— O-oi Luka, não esperava te ver aqui! - Ela deu uma risada nervosa.

— Oi, Marinette, espero não ser um incômodo. - A voz melódica dele chegou aos seus ouvidos repletas de doçura.

— N-não, claro que não! - Ela se irritou consigo mesma por sentir suas bochechas esquentarem. Não por se sentir atraída por ele, nem nada do tipo. Mas por ficar um pouco envergonhada com essa situação. Ele, na sua casa, era um pouco íntimo demais para ela, apesar dela mesmo ir à casa dele várias vezes.

Bom, ao menos, nunca ia lá sozinha.

— Bom, estarei na padaria. Mande um abraço para a Anarka por mim, Luka. - Sabine pediu antes de sair.

— Pode deixar, Sabine. - Vê-lo chamar sua mãe pelo primeiro nome também foi algo embaraçoso.

— Bom… aceita um chá? - Mari ofereceu, se afastando um pouco dele para ir até a cozinha. Não sabia o que fazer ou o que falar.

— Eu adoraria, obrigado, Mari. - O garoto sentou em uma das banquetas da mesa confortavelmente. E Mari teve que morder a língua, enquanto esquentava a água, para não perguntar: “Então, por que você está aqui?”

— Eu queria te falar uma coisa. - Ele começou, e a garota suspirou de alívio, ainda de costas, pegou um jarro de biscoitos e os colocou em um prato para os dois. - Eu queria esperar mais um tempo, até você estar com tudo resolvido entre você e o Adrien, mas agora eu estou sem tempo.

Ela não entendeu o que ele queria dizer com a segunda parte, mas sabia bem o que dizer quanto à primeira. Se virou, reunindo toda sua segurança para respondê-lo.

— Mas está tudo resolvido entre mim e o Adrien, nós terminamos, e é isso...- Estava colocando o prato com biscoitos no centro da mesa, quando a mão de Luka encontrou a sua.

— Não faça isso Marinette, eu sei que esse não é o final de vocês. - A garota arregalou os olhos, e mesmo quando o garoto a soltou, seu coração continuou disparado. - Mas de qualquer forma, não é sobre isso que eu vim falar. - Ela ouviu a chaleira apitar novamente se viu aliviada por quebrar um pouco do contato visual que tinha com o garoto. - Eu estou indo embora, Marinette.

Marinette quase derramou a chaleira de sua mão.

— O que?? - Luka rapidamente se levantou e a ajudou, segurando a chaleira e servindo a água fervendo dentro das xícaras, enquanto ela se sentava, ainda em choque. - Como assim vai embora? Embora de Paris?

Luka deu uma risada contida, colocando as bebidas em cima da mesa e voltando ao seu lugar, enquanto esperava Marinette parecia se recompor.

— Da França. - Aquela informação não a ajudou em nada. - É só por um tempo, mas ainda sim, ficarei alguns meses longe, e eu queria te avisar antes de ir. - Ele terminou de forma delicada, bebericando o chá em seguida.

Já Marinette, sentia que toda sua fome havia evaporado.

— Mas por que? E para onde você vai? - Ela não queria parecer desesperada por mais informações, mas era exatamente assim que estava.

— Eu conheci o meu pai, Marinette. Acho que eu já havia mencionado para você antes que eu não sabia quem ele era...- A garota concordou com a cabeça, ele havia contado isso em uma das primeiras conversas que tiveram quando se conheceram. - Bom, ele é o Jagged Stone.

— O Jagged Stone?? - Marinette se levantou da banqueta, apoiando ambas as mãos sobre a mesa. O movimento repentino quase fez o garoto derrubar o biscoito que estava comendo. - Meu deus Luka! O astro do Rock é seu pai? - Ela devia esperar algo assim. Luka era tão talentoso, não que Anarka também não fosse, mas só uma combinação poderosa dessas poderia resultar em alguém tão incrível e habilidoso como o Luka.

— Se lembra quando a Desperata atacou novamente o barco da minha mãe? - Ela só acenou com a cabeça novamente, voltando a se sentar lentamente, ainda em choque com a informação que havia recebido. - A Vivica é a namorada do meu pai, naquele dia, ela pegou umas mensagens dele com a minha mãe e achou que ele estava traindo ela. Mas a verdade, é que ele havia visto vídeos da Kitty Section e reconheceu a mim e a Juleka. - Marinette estava vidrada naquela história, parecia roteiro de algum filme. - Jagged estava pedindo a minha mãe para poder nos ver. Mas a namorada dele não sabia que ele tinha filhos, e achou que ele estava apenas tentando se reconectar com a ex.

— Nossa, que confusão.

— Foi mesmo. - Luka soltou uma risada, voltando os olhos para a janela por alguns segundos. - Mas enfim, eu e ele conversamos cara a cara depois daquele dia. E eu até queria te contar, mas quando fomos naquele encontro, você não parecia muito bem.

Marinette se sentiu terrível. Havia ficado tão avoada naquele dia, pensando em Adrien e em Kagami, que mal havia notado Luka ao seu lado. Ele queria dividir sobre a vida dele com ela, como um bom amigo, mas estava tão centrada em suas próprias coisas que havia o deixado de lado. E agora, ele estava indo embora.

— Podia ter me dito depois… - Ela tentou consertar. Não estava brava com Luka por não ter dito nada todo esse tempo, mas brava consigo mesma por ter ignorado tanto ele ao ponto de não tê-lo dado chance de compartilhar sua vida com ela.

— Você e o Adrien pareciam tão bem, fiquei com medo de me reaproximar e causar algum desentendimento entre vocês. - Ele pareceu ficar sem graça ao revelar isso. Marinette achou fofo, mas ao mesmo tempo, preocupante. Ela não queria que as pessoas tivessem esse pensamento.

— Luka, você ainda é meu amigo, não precisa se afastar de mim por causa do meu namorado!

— Ex…- Ele lembrou rapidamente. E Marinette sentiu o rubor em suas bochechas voltar com força.

— Ah, i-isso, meu ex namorado. - Ela riu nervosa. Tinha que tomar com o que falava perto de Luka, ele era esperto, e se atentava aos detalhes. Por isso, achava difícil mentir para ele. - Mas enfim, mas ainda não entendi porque você vai embora.

— Jagged, quer dizer, meu pai, vai fazer uma turnê nos Estados Unidos, e me convidou pra ir junto, aprender algumas coisas. - Mari ficou maravilhada. Luka parecia realmente muito animado enquanto falava. - Foi difícil convencer a minha mãe a me deixar ir à princípio, mas ela concordou essa semana.

— Nossa Luka, isso é demais. Fico muito feliz por você, de verdade. - Apesar dela estar sentindo um aperto no peito. Mesmo não estando muito próxima ao garoto nas últimas semanas, era reconfortante saber que ele estava sempre ali por perto. E agora, Luka iria para tão longe. - Vou sentir sua falta. - Falou sem pensar, e olhou assustada para o garoto.

Ele apenas riu com seu desconforto.

— Também vou sentir a sua. - Luka buscou a mão dela por cima da mesa novamente, e a afagou com carinho. - Serão só alguns meses, mas espero que você esteja melhor até eu voltar.

— Mas eu estou bem...

— Não está Marinette. - Ele a cortou novamente. Era como se pudesse detectar qualquer mentira que ela dizia, e então, ele a interrompia instantaneamente. - Eu sei que você ainda ama o Adrien, e ele ama você. Não sei porque estão separados, mas imagino que seja doloroso.

Mari quase ficou boquiaberta. As leituras de Luka eram impecáveis. Àquela altura, sentia que não adiantava mais mentir para ele.

— É, é doloroso. - Se limitou a dizer. Mesmo não revelando nada, já era bom desabafar sobre isso.

— Fique bem, Marinette. - Ele a abriu outro sorriso reconfortante, a fazendo abrir um também por reflexo. - Quando precisar de um amigo, pode sempre me ligar.

— Obrigada Luka. - Ele se levantou, e Marinette apertou os dedos em um punho, criando coragem para dizer o que queria em seguida. - E o-obrigada por ser tão compreensível comigo. - Luka ergueu uma sobrancelha para ela, confuso. - D-digo, por não me pressionar, mesmo eu não estando mais com o Adrien.

— É isso que te preocupa, Marinette? - Ele disse divertido, e Mari se sentiu uma boba por realmente essa ser uma de suas preocupações. - Se não posso ter seu amor, então, ser seu melhor amigo é meu bem mais precioso. Não precisa se preocupar com isso.

E Mari estava, novamente, sem fôlego por algo que Luka Couffaine disse.

— Ah, já estava me esquecendo. - Ele retirou um folheto no bolso da calça jeans, enquanto Mari ainda o encarava estática. Ela pegou o folheto com um movimento mecânico, e viu que se tratava do Fête de la Musique, um festival de música que aconteceria naquele fim de semana.

— Meu pai vai se apresentar no festival, e eu adoraria assistir ele com você, se quiser ir. - Mari então ergueu o olhar para olhá-lo nos olhos. Havia planejado passar o fim de semana no quarto, “criando looks e estudando” para seus pais, enquanto na verdade, só estaria passando mais tempo com seu herói/namorado, enquanto também pensava em um plano para enfrentar seu maior inimigo. - Nós vamos embora para Nova York no dia seguinte. Será minha última noite em Paris. - Até que essa informação a pegou de surpresa.

— Claro, Luka, eu adoraria ir. - Não iria negá-lo esse último pedido. Sabia que Adrien iria entender.

— Então nos vemos no sábado, Mari. E obrigado pelo chá. - Ele a abraçou antes de sair.

Mari percebeu que talvez era real o que dizem, só damos valor quando perdemos. Não que estivesse se despedindo dele para sempre, mas uma parte de si estava melancólica por não poder ter seu amigo perto de si mais.

**********************************************

— Senhor, parece que os dois não morderam a isca. - Mayura comentou após esperarem, por algum tempo, os heróis aparecerem e nada acontecer.

Hawk Moth suspirou cansado, mas abriu um sorriso ardiloso logo em seguida.

— Claro que ela iria desconfiar. Aquela garota tem um sexto sentido aguçado, não esperava menos. - Ele começou a caminhar em direção ao caixão de Emilie.

— Então qual o plano agora, senhor? - Mayura deu um passo para se aproximar de seu chefe, mas foi atingida por uma forte crise de tosse, desabando sobre seus joelhos.

O homem se apressou para ampará-la, enquanto a transformação dela se desfazia.

— Ah, Nathalie. Mesmo com o Miraculous do pavão consertado, você já está debilitada demais! - Ele a ajudou a se sentar.

— Está tudo bem, senhor. Sua viagem para consertá-lo não foi em vão. Me senti um pouco melhor dessa vez. - Ela segurou no braço dele, aceitando o apoio para se levantar.

Ele também se destransformou e seguiram para o elevador. Gabriel se recordou da viagem que fez, semanas atrás, quando descobriu uma pista em umas de suas pesquisas, que em um templo em Quioto, no Japão, havia um livro sobre Miraculous.

Foi fácil para ele enganar a Sra. Tsurugi, alegando estar interessado na cultura japonesa para uma próxima coleção, e conseguir apoio financeiro para a viagem de sua “empresa”.

Quase não conteve a alegria ao conseguir deixar o Miraculous do pavão, até então, danificado, em perfeitas condições. Voltou para Paris e o usou no mesmo dia, akumatizando o garoto que tinha medo dos próprios pesadelos, e criando um sentimonstro gêmeo para ele.

E apesar de seu teste ter sido bem sucedido, Hawk Moth sentiu-se um pouco instável ao usar dois Miraculous ao mesmo tempo. Por isso, resolveu pedir ajuda à Mayura hoje, para enfrentar seus inimigos da melhor forma.

Mas ao vê-la ainda tão fraca, o fez repensar seu planejamento.

— Acha que Ladybug possui um plano? - A secretária perguntou, assim que chegaram no escritório do homem.

— Sempre que a situação aperta, ela chama os amigos. Acredito que isso não tenha mudado. - Ele foi em direção à sua mesa de desenho, voltando para o projeto de um casaco que havia iniciado, ainda naquele dia. - Acredito que devemos fazer o mesmo em breve.

— O que quer dizer, senhor? - A mulher foi até ele com receio.

— Temos uma aliada em potencial, ainda é cedo, mas acredito que podemos fazer bom uso dela.

— Por favor, me dê mais uma chance! - Nathalie interrompeu. Agarrou a mão do homem, o impedindo de continuar seu trabalho. - Prometo não falhar da próxima vez.

Gabriel suspirou. Queria mesmo não ter que envolver outra pessoa em seus planos naquela altura. E se Nathalie estava tão disposta a ajudar, aceitaria de bom grado.

— Tudo bem, Nathalie. Terá mais uma chance. - Ela abriu um sorriso, grata. Ela queria ajudá-lo a realizar seu sonho, e estavam tão perto de uma vitória, que não queria desistir agora. - Mas vamos mudar a estratégia, não quero você sendo um ponto fraco em um combate corpo a corpo.

— Sim, senhor. - Ela se curvou, acatando as ordens.

Ouviram, em seguida, o barulho da porta da frente sendo aberta.

— Gorila deve ter chegado com meu filho. - Constatou. - Me diga, ele obedeceu às suas ordens?

— Sim, ele não revelou à Adrien que estávamos em casa naquele dia. - Nathalie abriu um sorriso astucioso. - Somente a ameaça de ser demitido o fez temer abrir a boca. - Ela precisava de algo para manter o homem calado, e sabia o quanto Gorila gostava de Adrien, também sabia que a ideia de deixar de ser o guarda-costas dele o afligia muito. Por isso, foi fácil para ela usar essa informação à favor dos dois.

— Ótimo, ótimo. Que continue assim. - O homem suspirou novamente. - Agora vá. Quero terminar esse projeto, ao menos algo precisa dar certo hoje.

— Sim, senhor, como quiser. - Nathalie então pegou seu tablet e se dirigiu à porta do escritório.

— E fique atenta a qualquer movimentação de heróis naqueles túneis. Precisamos estar prontos para quando Ladybug decidir agir.

— Claro, senhor Agreste. Estaremos prontos. - Ela acenou para ele com a cabeça antes de sair pelas portas duplas.


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Notas finais do capítulo

Lukaaa, não nos deixe!!! Aaah eu vou chorar!!

Não foi dessa vez que tivemos Chat Blanc, sinto em decepcionar. Mas agora nossa Lady sabe uma suposta localização do Hawk Moth, ao menos, é uma pista.

E finalmente entendemos pq o Gabriel viajou haha. Nem sei se vocês lembravam mais da viagem dele, mas enfim kkk fica aí a explicação.

E pra quem ficou com raiva do Gorila por ter mentido, ELE FOI AMEAÇADO TÁ?? TADINHO, protejam ele desse ninho de cobras!

Espero que tenham gostado do cap, nos vemos na terça! Beijos doces!



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