Insônia escrita por Babydoll


Capítulo 42
Hidden Love




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Eu vou fazer isso durar para sempre

Não me diga que é impossível

Porque eu te amo até o infinito

Eu te amo até o infinito

Porque você é a razão pela qual eu acredito no destino

Você é o meu paraíso

E farei qualquer coisa para ser seu amor

Ou ser seu sacrifício

(Infinity - James Young)

Ladybug analisava o rosto de Chat Noir com severidade. Ela estava em pé, de braços cruzados e batendo o pé no chão, como uma mãe que xinga o filho.

Chat gostaria de dizer que estava intimidado com toda a pose de durona dela, mas na verdade, achava que ela ficava uma graça quando estava assim.

— Então você tem certeza de que tudo continua normal na sua casa? - A heroína perguntou, com as bochechas infladas e mantendo a postura rígida.

— Sim, Bugaboo, está tudo normal, eu já disse. - Chat se apoiou sobre seu bastão de forma galanteadora, enquanto piscava com um olho para sua Lady. - Eu já menti para você?

— Não tente se safar dessa fazendo charme! - Ela apontou o dedo para ele antes de mudar a pose, colocando ambas as mãos na cintura. - Sabe que deve tomar cuidado dobrado agora…

— Eu sei, eu sei, com qualquer situação ou conversa suspeita. - Suspirou, colocando o bastão agora sobre os ombros e apoiando seus braços nele.

O herói não queria soar impaciente, sabia que a parceira só estava sendo cautelosa, respirou fundo e resolveu mudar sua tática para poder acalmá-la. Se o charme não estava funcionando, apelaria para a razão.

Estavam terminando uma patrulha pela cidade. E esse era o quarto dia, desde a última aparição de Hawk Moth, onde ele quase akumatizou Marinette na porta da mansão e desde então, os dois estavam em total estado de alerta. Mas, não houve nenhum outro ataque do vilão desde então.

Adrien ainda odiava encenar que estavam separados enquanto estavam na escola, mas, tudo valia à pena quando se encontravam no quarto dela. E ficava melhor ainda depois que Mari terminava o interrogatório diário, sobre como andavam as coisas na mansão Agreste, e ele ficava livre para aproveitar à noite ao lado da namorada, sem preocupações.

Os pesadelos ainda atormentavam Marinete, mas pareciam mais… “amenos” que antes. Ela não acordava gritando mais, mas ainda era desperta no meio da noite pelos sonhos turbulentos. Adrien não se sentia bem por vê-la ter os pesadelos ao seu lado, mas ao menos, conseguia fazê-la dormir novamente depois de acordar.

E ele sabia que, o que a afligia esses dias, era o suposto comprometimento da identidade secreta dele.

— Acha que devemos contactar o mestre Fu e contar o que houve? - Chat sugeriu, e viu Ladybug estalar a língua, enquanto fazia uma careta de desagrado no rosto.

— Eu temi que você dissesse isso. - Então ela se sentou na beirada do terraço, dobrando suas pernas sobre seu peito e abraçando os joelhos. Como se precisasse de um toque de conforto.

— Mas por que? - O herói se juntou a ela. Sentando bem perto do corpo encolhido e aproveitando para levar uma de suas mãos até os cabelos negros amarrados, fazendo pequenas carícias. Isso também sempre a relaxava

— Bom, eu meio que, tenho evitado o Mestre Fu nos últimos meses. - Ladybug revelou, soltando outro suspiro em seguida. - Depois do… Chat Blanc, o real, eu temi que, se eu contasse ao mestre sobre ele, você acabaria ficando sem seu miraculous, e eu, sem você. - Ela estava evitando contato visual, e Chat Noir entendeu o motivo, ela estava envergonhada das próprias ações. Como se ele pudesse julgá-la por ter sido “egoísta”, algo que ele jamais faria. - Eu sabia que ficaria nervosa se eu fosse e acabaria falando demais, como sempre. E como agora ele fica escondido, pretendia usar isso como desculpa. Depois, começamos esse nosso “acordo” irresponsável de você dormir comigo, e eu fiquei mais sem jeito ainda de vê-lo. Quando você me revelou sua identidade então, eu decidi que nunca mais veria o mestre Fu de novo. - Chat riu com a atitude infantil, e Ladybug riu também, o acompanhando. - Mas agora, acho que vê-lo é exatamente o que precisamos.

Ficaram em silêncio por alguns minutos, apenas admirando o início de noite. A escuridão engolindo os céus a cada minuto que passava, as estrelas sendo ofuscadas pelas luzes da cidade, que acendiam cada vez mais. Até a torre Eiffel já havia sido ligada por completo, como uma enorme luminária no meio da cidade.

E ao observá-la, Ladybug acabou sendo arrastada pelos seus pensamentos.

— Quando alguém descobre…

— É só questão de tempo até todo mundo saber. - Chat terminou. Mari havia repetido muito essa frase nos últimos dias. Era só uma, dentre tantas outras frases de Chat Blanc que ela havia memorizado e escrito em seu diário. Ele leu todas com um enorme aperto no coração. Imaginou como ela deveria ter se sentido ao escrevê-las, revivendo aquele aqueles momentos terríveis repetidas vezes em sua mente. - E você acha que esse “alguém” que ele disse, era referente ao Gorila?

Ladybug revirou os olhos, se perguntando, novamente, se ela não estava exagerando com suas preocupações.

— Eu não sei… como ele está agindo esses dias? - Ela olhou o rosto do parceiro ficar sério ao seu lado com a pergunta.

Foi a vez de Chat estalar a língua em desagrado e desviar o olhar para o horizonte.

— Ele está.. problemático. - Ele bufou, antes de se virar para a namorada e lançar um sorriso divertido. - Acredita que, hoje mais cedo, ele me fez chegar atrasado na sessão de fotos? Tudo porque eu estava assistindo as notícias no banco de trás do carro, e passou uma reportagem da Nadja, contando sobre uma luta que fizemos, meses atrás, no Arco do Triunfo. Quando dei por mim, estávamos a caminho do local, porque ele esqueceu que eu estava no banco de trás e já estava indo atrás do Chat Noir, achando que a notícia era ao vivo.

A garota tentou se manter séria, mas foi impossível ao imaginar a cena do guarda-costas levando um susto ao perceber que Adrien estava ali no carro, com ele.

— Mentira! Ah, que coisa mais fofa! - Ela disse, mas estava quase sentindo a barriga doer de tanto rir.

— E complicada! - Chat continuou, se deixando levar pela risada dela e deixando o tom cômico inundar suas palavras para fazê-la rir mais. - Ele está muito protetor. Tenho medo de lutarmos um dia e, quando a luta acabar, ele estacionar o carro e me mandar entrar, ainda transformado.

Isso fez Ladybug gargalhar, e apesar do assunto ser algo que realmente o preocupava, se sentiu feliz em vê-la tão leve.

— Ele se importa muito com você, gatinho. - A heroína conseguiu dizer, de forma doce, depois de se acalmar.

Chat não pode deixar de abrir um sorriso sincero, enquanto admirava o céu noturno.

— É, ele se importa sim.

Ficaram em um silêncio confortável novamente. Já haviam percorrido os bairros da patrulha e hoje e agora, só estavam de olho na praça principal da torre.

— Bom, sem sinal de akumas, vamos voltar. - A garota decidiu, já se preparando para se levantar, mas foi impedida pela mão do parceiro tocando sua coxa.

— Antes, deixe-me fazer uma coisa.

O herói a puxou para um beijo, quente e demorado, enquanto ambos estavam sentados no topo do terraço.

Chat puxou o corpo dela pela cintura, colando-a em si. E quando ela entreabriu os lábios, o herói quase ofegou ao sentir a língua dela sobre a sua.

O garoto já havia percebido, há muito tempo, que ele se sentia diferente ao beijar a namorada quando estava transformado e quando não estava. Quando a beijava como Adrien, era sempre algo mais romântico. Mas quando estava como herói, sentia uma vontade de ser mais “selvagem”, algo que ele não sabia explicar, e se controlava muito para não fazer algo que a namorada não gostasse.

Não sabia se era pelo fato de estar beijando a “Ladybug” e não a “Marinette” nesse momento, mas Chat Noir se sentiu mais seguro para deixar seus instintos o dominarem. Por isso, passou a mão por trás da nuca dela e uniu suas bocas com mais brutalidade, como se pudesse fundí-las em uma só. Sua língua felina explorava a boca dela com dedicação, e por fim, mal conseguindo se controlar, Chat interrompeu o beijo ao dar uma mordida arrastada no lábio inferior da parceira.

Ele abriu os olhos, temendo que sua Lady fosse repreendê-lo pelo ato. Mas foi pego de surpresa ao vê-la de olhos fechados e sorrindo, totalmente entregue ao momento. E essa visão o fez arfar de novo, puxando-a para um outro beijo quase instantaneamente.

— Acho que ainda não havíamos nos beijado assim, desde que descobri sobre você. - Ele falou, ao afastar a boca minimamente dela, e respirando fundo no processo.

A garota entendeu que ele se referia, e teve que concordar que havia sido algo totalmente novo.

— Se alguém nos fotografa aqui, amanhã o Lady Blog ficará uma loucura! - Disse divertida, e viu o sorriso dele se alargar com a constatação. - Mas acho melhor ninguém descobrir por enquanto, até termos certeza que sua identidade secreta está segura.

— Como você quiser, M’lady. - Chat então direcionou sua boca para o pescoço dela, causando arrepios por onde sua língua quente passava. Ladybug podia apenas suspirar e aproveitar os toques. - Então, vamos pra casa? - Chat disse, de repente, se afastando dela e ficando de pé.

Isso fez a heroína bufar. Ele havia começado com os toques e agora, ela queria continuar. Mas sabia que o mais sensato seria ir embora, evitar o risco de continuarem ali e serem pegos por alguém.

— Você fala como se já fosse sua… - Ela brincou, aceitando a mão dele estendida para ajudá-la a ficar de pé.

— Praticamente moro lá, Bugaboo. Acho que passo mais tempo nela do que na minha própria casa. - Ela riu, porque parecia ser realmente verdade. Chat então mirou a lua cheia ao erguer a cabeça. — Nossa, a lua está bonita hoje. - O comentário chamou a atenção da heroína, que se virou para olhar o céu também.

— Está mesm…- Foi só por um segundo, enquanto mirava a grande e brilhante lua cheia, ela se transformou em uma lua que havia sido destruída.

Ladybug caiu em seus joelhos, enquanto uma dor aguda atingiu seu coração

— Amor! O que houve?? - Ela estava com ambas as mãos sobre o peito, a dor roubava-lhe o fôlego. Ela trincou os dentes enquanto apertava os olhos. Chat ficou desesperado, não compreendendo o que estava havendo. - C-calma, eu vou te ajudar! - Ele então a pegou no colo, e começou a correr e pular pelos telhados. Nem sabia para onde deveria ir. Para a casa dela? Um hospital? Qualquer opção parecia melhor do que ficar parado ali vendo-a sofrendo.

Então subitamente, assim como a dor veio, ela foi embora. E a garota suspirou fundo de alívio, por estar livre da sensação agonizante.

— Chat, me põe no chão, já estou bem. - Tentou falar de forma firme para convencê-lo, e mesmo assim, o herói a olhou com desconfiança, temendo que estivesse falando só para tranquilizá-lo.

Mas Chat Noir percebeu que ela, de fato, parecia melhor, decidiu parar de correr para colocá-la de pé.

— O que aconteceu? - Permaneceu com um braço ao redor dela, analisando o

— Eu, senti uma dor dentro do peito. - Ela levou a mão por cima do coração. - Foi… estranho.

— Infarto? Eu te levo pro hospital em cinco segundos! - Ele falou de forma urgente, e Ladybug não soube distinguir se ele estava falando sério ou apenas brincando. Mas ao olhar os olhos verdes arregalados, ela soube que era a primeira opção.

— Chat! Não seja dramático! Foi só uma pontada, estou bem! - Disse firme, aproveitando para afastar o braço dele de seu corpo e começar a se distanciar.

Não conseguiu dar nem dois passos antes da mão dele se fechar em seu pulso.

— Mas sentir isso não é normal, amor. - Ladybug já estava pronta para censurá-lo novamente pelo excesso de preocupação, mas foi impedida ao ver os olhos dele vidrados em si, e o pior, estavam inundados por medo.

Aquilo a desarmou, como sempre. Odiava vê-lo tão desamparado. Já sabia que ele era assim por traumas com a mãe, e não queria deixá-lo ainda pior.

— Eu… tive uma visão. - Ela se manteve impassível para conseguir revelar, olhando nos olhos verdes dele. - Vi a lua que Chat Blanc explodiu, enquanto olhava para o céu. - Explicou de forma rápida, e quase elevou os olhos para o astro novamente, mas se deteve no caminho, pois mesmo que as chances da visão acontecer de novo fossem mínimas, ela não gostaria de arriscar.

— Você nunca sentiu dor ao ter essas visões antes, não é? - Chat Noir suspirou aliviado ao vê-la negar com a cabeça. - Bom, me avise se acontecer de novo. Vou te levar ao cardiologista. - O tom de humor havia voltado à voz dele, e isso fez a heroína abrir um sorriso involuntário. - Vem, pessoas debilitadas ganham carona com o gatinho de Paris.

Antes que ela pudesse negar, Chat Noir já estava com os braços ao redor do seu corpo, a puxando para seu colo.

— Gatinho, que exagero! - Ela xingou, mas também não fez esforço algum para sair dos braços do namorado.

— Me perdoe por me importar, princesa. - Ele depositou um beijo na bochecha dela antes de se lançar pelos telhados.

*******************************

O barulho de água pingando chegou aos seus ouvidos.

Gota após gota, o barulho permanecia.

Tudo estava escuro, escuro demais…

Mas uma pequena pontada de luz era visível mais à frente, e fez Marinette andar em direção à ela.

O som da água se fazia presente a cada passo, evidenciando o chão alagado.

O barulho de gotas ainda ecoavam, cada vez mais fortes, à medida que ela se aproximava da figura branca, agachada a poucos metros de si.

Mesmo que o medo ainda estivesse vivo dentro de si, algo fez com que a garota continuasse indo em frente.

Cada vez mais perto dele.

— Sabe o que mais me dói? Ficar aqui sozinho…— Ele disse fraco. Em sua mão, uma flor que não conseguiu reconhecer, já desfigurada pelas pétalas que foram arrancadas, uma a uma. Elas estavam boiando aos pés de Chat Blanc.

Ele então fez uma pausa, arrancando mais uma, e Mari reconheceu o barulho de gotejar quando ela atingiu a superfície da água.

— Bem me quer… mal me quer… - Ele continuou a arrancar as pétalas, até chegar na última. - Bem me quer. Fica aqui comigo, M’lady, não me deixe mais. — Chat Blanc finalmente ergueu os olhos em sua direção. As orbes azuis banhadas em desespero e tristeza.

E aquilo a quebrou por dentro.

Marinette abriu os olhos, encontrando-se, como sempre, na escuridão que banhava seu quarto durante a madrugada.

Não estava mais acordando assustada, pelo contrário. Agora, despertava com um simples abrir de olhos e um leve tremor no corpo. Mas o pior, é que sempre sentia como se seu coração pudesse explodir dentro de seu peito, tamanha a dor que senti toda a vez. Não como a dor física de mais cedo, mas como a de uma tristeza profunda.

Era como se tivesse acabado de perder alguém que amava muito.

Era a dor de um luto.

Buscou com as mãos o corpo masculino ao seu lado, encontrando as costas largas dele viradas para si. Não demorou em juntar seu corpo ao dele, enquanto sentia o rosto sendo molhado por suas lágrimas silenciosas.

Envolveu Adrien com os braços, e achou que tinha sido cautelosa o suficiente para não acordá-lo, até que a mão dele pegasse a sua e sentiu um beijo sendo depositado em seus dedos.

— Está chorando? - A voz rouca dele de sono vibrou pela escuridão do quarto.

— Estava. - Ela debateu, e Adrien sentiu as palavras atingindo suas costas. Ele ainda não havia aberto os olhos, apenas despertado com a aproximação dela, e estava tentando a todo custo permanecer acordado pela namorada.

Mas quando tentou se mexer para virar o corpo na direção dela, sentiu o aperto dos braços em sua cintura aumentar.

— Não, fica assim. Quero ficar te abraçando. - Ele riu com a maneira manhosa que ela falou.

— O que você quiser, princesa, faço com prazer. - Disse divertido, já sentindo o estado sonolento se amenizando.

Ele segurou a pequena mão dela entre a sua, fazendo carícias na pele de porcelana, permanecendo em silêncio, apenas sentindo os suspiros dela em suas costas, e isso fez o sorriso do garoto desaparecer aos poucos. Ele queria poder fazer mais por ela, mesmo com ela dizendo que só a presença dele ali bastava, se sentia frustrado ao vê-la com tanta tristeza dentro de si.

Adrien orava baixinho toda noite, enquanto ela chorava, para que a dor dela sumisse. E se isso não fosse possível, pedia para que tudo fosse transferido para ele então.

Sofria, de bom grado, se lhe fosse dada a chance de tirar a dor dela.

Enquanto isso, Mari continuou agarrada a ele com toda sua força. Como se isso fosse capaz de resolver qualquer problema que surgisse. Como se isso fosse capaz de curar qualquer dor.

E ela acreditava, fielmente, que isso era realmente possível.

***********************************

Marinette tentava não olhar para a mesa em que Adrien estava, mas era difícil. Principalmente, depois que Chloé sentou lá e parecia estar tentando, a todo custo, fazer com que Nino saísse da mesa para deixá-los sozinhos.

A garota deu outra respirada funda para controlar o ciúmes. Chloé sempre foi sinônimo de irritação em sua vida, mas ela estava se superando nos últimos dias. Havia colado em Adrien como chiclete, como nunca havia feito antes. Talvez, por ele já ter namorado alguém, Chloé pensava que agora ele estava “disponível” novamente, e estava determinada a não perder a chance.

Mas Marinette tinha que admitir, estava achando extremamente fofo a forma carinhosa como Chat vinha a tratando a mais por causa disso. Então, ela apenas respirava fundo enquanto estava na escola, fingia não ver e à noite, se deleitava com os beijos e abraços extras.

— Se você quiser, eu vou lá agora e chuto a bunda riquinha dela daquele banco! - Alya falou rápido próxima ao seu ouvido. Mari estava tão concentrada em devaneios que não percebeu que estava encarando a mesa de Adrien nem sem piscar.

Ela desviou o olhar para a amiga abruptamente.

— Alya, você sabe que não precisa, mas agradeço o apoio. - Ela levou na brincadeira, mas sua vontade era de fazer a mesma coisa… ou pior.

Adrien talvez tivesse razão. Se o kwami dela fosse o Plagg, Paris entraria em caos em menos de uma semana, tudo porque a Ladynoir sumiria com a filha do prefeito “acidentalmente” na primeira oportunidade.

Enquanto pensava nisso, percebeu quando a cabeleira loira, a que ela amava, se movimentou, e como se sentisse o olhar dela em suas costas, Adrien virou a cabeça para trás.

O olhar durou só um segundo, o suficiente para o garoto perceber que ela estava prestando atenção nele. Então, ele levou a mão até a própria blusa, por cima do coração, enquanto desviava o olhar para outro lugar.

Mas Marinette entendeu o recado e abriu um sorriso singelo sozinha com a cena, repetindo o gesto em si mesma. Pois naquele local, embaixo de sua roupa, estava a aliança que havia ganhado do namorado, pendurada por uma corrente prata que Adrien também havia comprado para os dois.

Quando ela disse a ele que seria melhor deixarem as alianças em casa para evitar erros, como sair com ela no dedo, sem querer, e o loiro ficou emburrado na hora.

No dia seguinte, Chat Noir apareceu com dois cordões de prata, longos o suficientes, para que pudessem usar debaixo das roupas sem qualquer suspeita. E foi assim que Adrien Agreste achou a solução para continuarem “usando” as alianças, mesmo estando separados aos olhos do público.

**********************************

As aulas haviam acabado e Marinette estava saindo da escola, ao lado de Alya, quando ouviu o alerta akuma apitar em seu celular.

— Graças a deus, um akumatizado apareceu! - Alya comemorou enquanto olhava o próprio celular. Mari lançou um olhar feio para ela em repreensão. - Ah, d-desculpa, vilões são maus, eu sei! Mas eu estava precisando de uma movimentaçãozinha no meu Lady Blog. - Ela se defendeu de forma rápida. - Tchau amiga! Chega em segurança em casa! - Alya mal deu tempo para que Mari se despedisse e já havia saído em disparada pela rua.

— Ela não tem jeito. - Marinette falou consigo mesma, mas pode sentir Tikki vibrar dentro da bolsinha, provavelmente rindo, enquanto via a amiga sumir.

Decidiu ir em direção à sua casa. Seus pais sempre se sentiam mais seguros quando ela estava “dentro de casa” durante um ataque de vilão. Iria marcar presença os cumprimentando na padaria antes de se transformar em seu quarto.

Mas ao se virar, viu Adrien e Gorila se encarando. Ambos estavam do lado de fora do carro, ambos seguravam a porta do banco traseiro, e nenhum deles ousava desviar o olhar.

A garota quase podia ouvir o diálogo mental entre os dois

“Eu preciso ir, Gorila”

“E se você se machucar, Adrien?”

“Eu vou ficar bem!”

Até que o guarda-costas respirou fundo e fez que “sim” com a cabeça, soltando a porta para que Adrien pudesse fechá-la e ir em direção à escola novamente

O olhar dele se cruzou com o dela enquanto ele corria, e Marinette desviou assim que percebeu. Infelizmente, ainda havia um grande número de alunos circulando em frente ao colégio naquele horário, e eles não podiam cometer nenhum deslize.

Adrien ficou pensativo ao entrar no colégio, após visualizar a namorada ir em direção à própria casa, e ele sabia exatamente o que ela iria fazer.

Seria a primeira vez que enfrentariam um vilão com ambos sabendo a identidade um do outro, e o garoto não podia negar que estava ansioso para isso. Havia até fantasiado com esse momento, mas havia imaginado os dois se transformando juntos.

Enquanto corria para o banheiro, sorriu novamente com a própria fantasia. Sempre haveria a próxima oportunidade.


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