Insônia escrita por Babydoll


Capítulo 41
Dois Corações


Notas iniciais do capítulo

Cheguei amores!!! Que saudades que eu estava de vocês! kkk

Seguinte, o hotel foi bom kk consegui escrever o que eu precisava, não foi tanto igual da última vez, mas faz parte. MAS, eu escrevi algumas coisas do final e gente... Fiquei com medo de algumas coisas que eu fiz hahahha

Eu tava organizando os capítulos futuros, arrumando os títulos e talz, mexi no meu arsenal de músicas (sim, arsenal), e me dei conta de uma coisa, estamos na reta final da fanfic. (Calma, não ta no final, mas ta encaminhando pra lá!)

Pra quem gosta de anime, esse é o arco final (mas pra quem gosta de série, pode chamar de temporada mesmo kk). O 1º arco foi do capítulo 1 ao 21, até a revelação do Adrien. O 2º arco, foi do 22 ao 40, com a revelação da identidade da nossa Lady e o Adrien descobrindo sobre Chat Blanc, e agora, entramos oficialmente no 3º arco, que será do 41 até.... não sei kkkk

Não consigo saber ainda o número de capítulos (no meu resumo, tem 8, mas o resumo é muito volátil, às vezes com uma frase dele eu faço um capítulo inteiro, aí o número aumenta). Mas assim que eu souber quantos capítulos forem certinhos, eu aviso.

Ah, e hoje não tem aviso nenhum. Leiam o capítulo sem medo kkk só vou dizer isso.

Boa leitura! ♡



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Oh, and I found love where it wasn't supposed to be

(E eu encontrei amor onde ele não deveria estar)

Right in front of me, talk some sense to me

(Bem na minha frente, faça isso ter algum sentido)

I found love - Amber Run

— E depois, filha? - Sabine perguntou, dando outro gole do chá que tinha em suas mãos.

Marinette respirou fundo antes de despejar outra mentira.

— Então ele disse que, se me afastar era o que eu queria, ele iria respeitar. - A garota abria uma massa sobre o balcão. Não podia explicar como a conversa na frente da mansão Agreste, do dia anterior, havia terminado com ela sendo carregada para casa pelo herói de Paris, que no caso, ainda era seu namorado.

Após ser deixada na porta por Luka, Mari almoçou e seguiu para o quarto, mas ficar lá sozinha não estava a deixando bem, então, ela logo havia se prontificado a ajudar os pais na padaria. Algumas mercadorias estavam em falta, pelo trabalho extra do fim de semana, e ela queria se manter ocupada até o anoitecer, até que pudesse ver o garoto que era a causa da sua inquietação.

Por não ter visto os pais chegando na noite anterior, nem tempo para conversar com eles antes de ir para a escola, sua mãe acabou vendo isso como uma oportunidade para colocar os assuntos em dia.

— Adrien é mesmo um cavalheiro! Menino com valores! - Tom gritou da cozinha, mostrando que estava atento à conversa das duas, mesmo trabalhando.

Sabine riu com o comentário. Marinette sabia como o pai gostava muito de seu namorado, e pensar que os dois não se veriam mais com tanta frequência, era triste.

— Coitadinho, deve ter ficado muito abalado. - A mãe continuou, deixando seu lado materno aflorar, mais uma vez. - E como foi vê-lo na escola hoje?

— Isso se o pai dele deixou ele ir, né? - Tom interrompeu novamente, antes que Mari pudesse responder. As duas só reviraram os olhos, enquanto sorriam, ao vê-lo sendo tão protetor com o garoto.

— Foi horrível, mãe. - Pelo menos, essa parte da conversa, Marinette podia dizer a verdade. - Ele tentou conversar comigo na sala, e eu tive que ser rude com ele.

— Oh querida… - A mãe saiu de trás do balcão de atendimento, deixando a xícara na bancada para por uma das mãos dela sobre a da filha, interrompendo o trabalho que ela fazia com a massa. - Mas não vamos desanimar, sim? Talvez, ao ver o sofrimento do filho, o Sr. Agreste mude de ideia. - Sabine disse, otimista, abrindo um sorriso que fez Marinette se lembrar de sua infância.

Sempre que ela se machucava ou caía, que não eram poucas vezes, sua mãe a erguia com o mesmo sorriso amável.

“Não se preocupe querida, estou aqui com você.” - Era o que ela dizia, e isso sempre levava o choro da pequena Mari embora.

E mesmo achando que as chances de Gabriel voltar atrás fossem mínimas, ela se sentiu, novamente, sendo contagiada pela positividade de alguém que se preocupava muito com ela.

— Obrigada, mãe! - Ela abriu um sorriso sincero.

Então, uma cliente chegou e a mãe se afastou para atendê-lo.

Mari aproveitou para se retirar da parte da frente da loja, seguindo até a cozinha com seu pai. Estava limpando as mãos para levar a massa pronta ao forno, quando o celular apitou uma notificação em seu bolso traseiro.

Gatinho (=^・^=)

Venha até o quarto, princesa [15:27]

Miau [15:28]

Se assustou com a mensagem. Se era desse contato, então, havia sido enviado de seu bastão, ou seja, ele estava transformado nesse momento, e ainda era cedo demais para uma visita.

— Está tudo bem, querida? - Seu pai perguntou, o que a fez ter um sobressalto e quase derrubar seu celular dentro uma tigela que estava cheia de recheio de chocolate para bolo.

— A-ah tá sim, pai! - Ela deu uma risada nervosa, enquanto tentava pensar em uma desculpa para poder escapar para seu quarto. - É s-só a Alya! Ela está me lembrando de um trabalho que a gente tem que fazer… e nossa, é para amanhã! Eu preciso terminar ele ainda. Tudo bem se eu for pro quarto agora?

— Claro! Seus estudos são mais importantes, e você já nos ajudou demais. - Ele disse de forma carinhosa. - Vá estudar muito para se tornar uma estilista incrível e acabar com a empresa daquele Agreste.

— Pai! - Ela ralhou, mas achou graça a forma protetora e raivosa que o pai estava agindo. Já Tom, apenas riu e depositou um beijo no topo de sua cabeça. - Então vou lá, bom trabalho, pai! - Se acenou rápido antes de correr para as escadas.

Estava ansiosa e nervosa. Ela só queria vê-lo um pouco, as memórias da escola mais cedo ainda estavam vívidas em sua cabeça, e estava louca para substituí-las por outras bem melhores.

Assim que a garota passou pela porta, mal teve tempo de procurá-lo com os olhos, pois Chat Noir pulou do divã onde estava sentado e a agarrou em um abraço apertado.

— O que está fazendo aqui? - Conseguiu perguntar, enquanto fechava os olhos para aproveitar melhor a sensação dos braços dele ao redor do seu corpo. Sentir a textura da roupa preta dele, o cheiro dele que invadia suas narinas.

— Precisava te ver…- A voz animada dele fez os músculos da bochechas dela se contraírem em um sorriso instantâneo. - Escapei da aula de esgrima, mas só tenho alguns minutos.

— Tudo bem! - Chat sentiu o cheiro delicioso dela o invadir. Ela cheirava a massa doce e açúcar. Era irresistível.

Então, buscou os lábios macios dela com os seus, sendo prontamente recebido. Chat Noir andou com Marinette colada em si, até prensá-la entre seu corpo e a parede. Satisfeito por tê-la tão entregue a si, bagunçando seu cabelo e rodeando sua nuca com os braços, ele entreabriu seus lábios, lambendo a boca dela, do jeito que amava fazer. Logo sentiu a língua quente da namorada encostando na sua, e isso o fez sentir uma eletricidade por todo seu corpo.

purrrrrrr

— Fingir que você não é mais minha é horrível. - Ele disse, enquanto separava seus lábios para deixá-la respirar um pouco, aproveitando a oportunidade para mordiscar o pescoço dela.

— Te imaginar como meu ex é doloroso. - Ela respondeu, sentindo os arrepios que ele causava enquanto passeava por todo seu pescoço e mandíbula, e também, ao sentir a vibração do ronronar dele sobre a sua pele, devido à proximidade.

Até que ele parou, para erguer o olhar e encará-la de frente. Chat precisava ver dentro dos olhos azuis dela, se certificar que ela estava bem. Ainda estava muito preocupado, se lembrando da forma que a encontrou no meio da noite.

Mas então, ela abriu um lindo sorriso. Os olhos, um pouco puxadinhos devido à sua genética chinesa, se apertaram um pouco mais com o gesto. Marinette era adorável, e Chat Noir se perguntou se era possível, um gato preto como ele, símbolo do azar, ser tão sortudo.

— Você é como um sonho para mim, Mari. - Ele disse, encostando sua testa na dela, enquanto sua mão fazia carícias em seu rosto com o polegar. Sempre tomando cuidado para não machucá-la com suas garras.

Marinette inspirou fundo, sentindo o coração acelerar com as palavras dele. O amava tanto que chegava a doer.

— Queria poder ficar aqui com você o dia todo. - Ela falou, e achou graça quando o viu arregalar os olhos rápido e se afastar para olhar o horário no bastão. Mari sabia que ele já estava esquecendo que tinha que ser rápido.

— Acho que ainda tenho alguns minutos, princesa. - Ele abriu um de seus sorrisos ladinos, apelidados generosamente por Mari de “sorriso arranca fôlego”. Claro que, com o ego que gatinho tinha, ela nunca revelaria isso para ele. — E antes que eu me esqueça, eu queria te entregar isso. - Chat abriu o zíper na lateral de sua roupa, e depois, estendeu a mão com garras para ela, mostrando a aliança no meio de sua palma.

Marinette pegou e a fechou dentro de sua mão com carinho, antes de colocá-la em seu dedo novamente.

— Desculpa por isso, eu sei como me ver tirar a aliança foi ruim para você. - Ela havia dado essa ideia enquanto decidiam como iriam atuar na escola, e achou que devolver a aliança seria um ato que faria todos compreenderem que o término deles era mesmo, definitivo.

Chat então a puxou para se sentarem no divã. Bom, ao menos para ela sentar, ele logo se esparramou nas pernas dela e esfregou a cabeça em suas mãos delicadas, como o bom gato manhoso que era, até a namorada compreender que ele queria carinho.

— Tudo bem, contando que você ainda seja a dona dela. - Ele falou satisfeito, ao sentir o dedos já bagunçando seus fios, e se permitindo relaxar um pouco. Estava com ela, e isso já era o necessário para que seu dia fosse classificado como “perfeito”.

purrrrrr

— Por que disse isso? - Indagou, confusa, e ficou ainda mais preocupada ao notar o ronronar cessar, de repente.

— Porque, eu percebi hoje que eu entenderia, caso você desistisse de mim, sabe? Por causa dos problemas com meu pai. - Mari não podia ver o rosto dele, devido a posição, mas sentiu o receio dele em cada palavra.

— Adrien! Não seja bobo. Ela se curvou sobre ele para olhar dentro de seus olhos, e se perder dentro da imensidão verde deles. - Eu jamais desistiria de você por uma coisa assim.

Então, ele soltou um suspiro longo. E ela sentiu como se a resposta dela fosse realmente crucial para manter a sanidade dele intacta.

— Desistiria de mim por causa dos meus terrores noturnos? - Tentou outra abordagem, para fazê-lo compreender o que sentia.

— Claro que não! - A urgência na resposta dele a fez sorrir. A cabeça pendida para trás dele só deixava a cena mais fofa.

— Problemas são problemas, meu amor. Não existe ninguém isento disso. - Ela curvou mais sobre ele, depositando um beijo estalado nos lábios quentes. Chat fechou os olhos para aproveitar o selinho, e assim que ela se separou, abriu um sorriso.

Marinette se sentiu bem ao vê-lo bem mais relaxado agora, e achou incrível como as emoções podiam oscilar tão rapidamente com a influência de pessoas que amamos.

Talvez esse fosse o poder do amor que tanto falam.

— Ah, eu tenho que ir, senão vou ter problemas. - O herói suspirou antes de se levantar com muito custo, por ter que se separar da sua fonte de cafuné.

— Como assim problemas? - Mari alarmou. Mesmo não tendo mais que cumprir a promessa que havia feito há Gabriel, de não atrapalhar os compromissos de Adrien, ela ainda se importava com as coisas que ele fazia.

— Eu disse ao instrutor que eu precisava ir ao banheiro, e se eu demorar muito, ele vai achar que tenho problemas intestinais.

— Chat! - Ela gritou, e depois, gargalhou tanto que lágrimas acumularam em seus olhos. - Você é um bobo!

— Eu sei, e você adora. - Respondeu rindo, se aproximando sobre o corpo sentado dela para depositar um selinho nos lábios rosados. - Te vejo mais tarde M’lady.

— Estarei te esperando, gatinho. - Ela despediu e em um piscar, se viu sozinha no quarto novamente. Mas diferente de antes, não sentiu nada de ruim, pelo contrário, estava sentindo-se leve de alguma forma. 

Feliz, talvez.

E também, estava inspirada, e não ficava assim há dias. Levantou do divã com pressa e foi até sua mesa de costura.

— Ah, vai costurar de novo! - Tikki surgiu de repente do seu lado, causando um leve susto em Marinette.

— Tikki! Onde estava? - Ela perguntou, enquanto mexia em sua caixa de projetos inacabados, ainda escolhendo o que iria fazer.

— Achei melhor dar privacidade para vocês. - A kwami respondeu, e Mari deu graças a Deus por estar com o rosto escondido pela tampa da caixa, e Tikki não ver suas bochechas ficando vermelhas.

Ela sabia bem que a kwami estava sempre presente, e mesmo com ela tentando ao máximo respeitar sua vida pessoal, ainda acabava presenciando momentos que Marinette julgava como “íntimo demais”. E ela sempre sentia muita vergonha ao pensar nisso.

— Então Marinette, o que vamos costurar? - A pequena disse animada, e a garota ficou aliviada pela mudança de assunto.

— Eu acho que podemos terminar esse vestido, o que acha? - Ela ergueu um antigo projeto, um vestido godê verde com poá, que havia iniciado há semanas, e nunca terminado.

— Adorei! - Tikki foi entusiasmada até a caixa de costura, procurando a linha que usariam para continuar o vestido. E as duas ficaram imersas ali, até o sol descer sob o horizonte.

**************************************************

— Então o Nino me disse que, se eu te quisesse de volta, teria que me ajoelhar no meio do pátio e pedir seu perdão na frente de todo mundo. - Adrien falou divertido, enquanto Marinette secava o cabelo com uma toalha, sentada no divã do quarto. E ele adorou quando ela soltou uma risada gostosa, compartilhando do pensamento dele de que isso era extremamente cafona.

O garoto estava sentado na cadeira, próxima à mesa de costura da namorada, vendo Tikki fazer Plagg experimentar todos os chapéus que Marinette havia feito para ela.

— Por favor, não faça isso, eu morreria de vergonha. - A garota pediu sincera, e depois, acabou ficando séria, de repente.

— O que foi? Tá tudo bem? - Adrien alarmou, quase se levantando da cadeira. Já estava traumatizado com situações onde Marinette mudava de humor de repente. Geralmente, acontecia quando ela era atormentada com vozes ou visões.

— Sim, eu só... acabei de lembrar que eu disse ao Luka que eu havia magoado você. Se ele e Nino conversarem, podem acabar percebendo a divergência em nossas histórias. - Ela revelou, preocupada.

— Hum, entendi. - Adrien colocou uma mão sobre o queixo. - Eles não são tão próximos, então, acho que não precisamos nos preocupar com isso. 

Marinette concordou, se perguntando se não estava neurótica e pensando demais nas coisas, como sempre. 

— Mas, por que você disse isso ao Luka? - Adrien indagou, tentando demonstrar desinteresse, enquanto mexia em um carretel de linha que estava sore a mesa, quando na verdade, estava louco para saber o que os dois haviam conversado. Tentava convencer a si mesmo que não era ciúmes e apenas, autopreservação.

— Bom, eu não sei. - Mari respondeu. Não queria transparecer que estava pensando em como queria preservar uma possível futura relação de amizade entre os dois, então, foi pela segunda opção que havia passado em sua cabeça. - Parecia que ele ia avançar em cima de você a qualquer momento. Eu fiquei com medo pelo seu bem estar. - Disse de forma enfática, como se tivesse salvado o dia, inflando o peito. Isso até se dar conta que não havia percebido algo. - Você nos viu? Na frente da escola? - Adrien apenas confirmou com a cabeça. - Sinto muito por isso. - Ela sabia que Adrien não se importava com sua amizade, mas imaginou que, ver a namorada com outro, no dia em que fingem terminar, não devia ser muito legal.

— Tudo bem, eu gosto do Luka. - Mari tombou a cabeça para o lado, tentando perceber qualquer resquício de ironia na voz do namorado, não encontrou nenhum. - E também, você me viu com a Chloé. - A lembrança disso fez Mari revirar os olhos automaticamente.

— Nem me lembre. - Ela falou desanimada.

— Desculpe, mas eu me senti mal pela forma grossa que eu respondi ela na sala. - Adrien quis se explicar. - Não gosto de ser assim com as pessoas, apesar dela ser bem desagradável às vezes, ela ainda é uma amiga de longa data. Então, quando ela pediu um abraço, eu acabei cedendo. - Ele levou a mão à nuca, envergonhado. - Mas você sabe que eu queria estar abraçando você, M’lady. - Marinette só bufou. Mesmo não gostando de Chloé, tinha que concordar que Adrien estava certo e só agindo como ele sempre era, um verdadeiro príncipe.

— Mas precisava abraçar?... - Pensou alto, tampando a boca logo em seguida e vendo o rosto de Adrien se iluminar instantaneamente.

— Ciúmes, princesa? - Ele mal terminou de falar e já sentiu uma toalha úmida acertar seu rosto.

— Vou deitar! - Mari saiu pisando fundo até as escadas que levavam à cama, ouvindo a gargalhada de Adrien atrás de si.

— Ei, vocês dois, não fiquem acordados até tarde! - Adrien falou para os dois kwamis, enquanto também se dirigia à cama.

— Você pareceu um pai agora, gatinho. - Brincou, já desfazendo a pose de “irritada”. Não conseguiria mantê-la por muito tempo mesmo. Adrien se jogou ao seu lado, parecendo extremamente cansado, de repente.

— Nem me fale. Me sinto assim com o Plagg às vezes. Alguém tem que ser o responsável entre nós dois.

— Nossa, com a Tikki é o contrário. - Ela continuou, vendo-o se ajeitar debaixo do edredom. - Geralmente, eu me sinto como uma filha para ela.

— Ah, touché! - Adrien disse animado, a assustando, enquanto se sentava na cama repentinamente e apontava um dedo para ela.

— Que? O que foi? - Adrien viu Marinette com os olhos arregalados e sem entender nada, e isso só fez o riso dele aumentar mais.

— Você se lembra daquele dia em que trocamos os kwamis, Ladynoir? - Ele começou, enfatizando o nome e não contendo a empolgação. Mari concordou, se recordando do dia ao qual ele se referia, acenou com a cabeça esperando para ver aonde ele queria chegar. - Você havia me dito no dia anterior que o Miraculous da Ladybug foi entregue para você porque precisava de alguém responsável, mas agora eu descobri que não é você que é responsável, é a Tikki, rá!!! - Ele riu, se jogando no colchão enquanto Marinette finalmente se dava conta do que havia revelado, e se escondia com o cobertor.

— Ei, não é justo! Na época que eu falei isso eu não sabia que você ia descobrir quem eu sou um dia para jogar minha irresponsabilidade na minha cara. - Ela fingiu estar com raiva para camuflar a vergonha.

— Agora tudo faz sentido! - Adrien continuou o raciocínio dele, ignorando completamente a fala da namorada. - Se o mestre Fu entregasse a Tikki para mim e o Plagg para você, o Mister Bug ia ser duplamente sensato, enquanto a você e o Plagg iam destruir Paris em menos de uma semana! Precisava de um equilíbrio, né? - Adrien só parou de rir quando Mari jogou um travesseiro no rosto dele. - Ok, parei, parei.

— Gato bobo. - Ela bufou, ainda com o cenho franzido. Até ver Adrien mudar a posição em que estava, deitando de lado e apoiando a cabeça com uma mão. - O que foi?

— Você ficou tão linda de Ladynoir aquele dia. - Palavras não eram suficientes para descrever o quão vermelha Marinette ficou, enquanto Adrien a secava com o olhar de deleite.

— Adrien! - Ela pegou o travesseiro que havia jogado, mas desta vez, para esconder o próprio rosto. Mesmo sabendo que ele já havia visto suas bochechas escarlates. - Não tem graça ficar me fazendo corar de propósito! É maldade!

O loiro gargalhou alto novamente.

— Não fiz de propósito, só estava sendo sincero!

Depois de se acalmar um pouco, ela abaixou o travesseiro devagar, até encontrar os olhos verdes sobre si. E realmente, não notou nenhum tom de zombaria ali, só um garoto perdidamente apaixonado. Isso a fez suspirar.

— Isso é bom. - Ela falou, deixando-o confuso, sem saber ao que ela se referia. - Poder conversar com você sobre eu ser a Ladybug. Eu gosto. - Adrien abriu um sorriso. E ele teve que admitir internamente que, após o susto inicial, era algo realmente bom poder compartilhar essas memórias com ela. Saber que os dois tinham muito mais momentos compartilhados era incrível.

E ao pensar nisso, ele se lembrou de algo importantíssimo.

— Amor, como você fez aquilo? - A indagação vaga fez Mari erguer uma sobrancelha, em confusão, esperando o resto da explicação. - No dia em que lutamos contra a Caçadora de kwamis, você e a Ladybug apareceram juntas!

— Ah, isso! - Ela riu nervosa, voltando seu olhar para o teto por alguns segundos. - Foi uma ilusão.

— O que? Como? - Mari então voltou o olhar para ele, respirando fundo, tentando encontrar as palavras certas para explicar como todo aquele plano complexo funcionou.

— Então, eu meio que… usei todos os Miraculous de uma vez. - Ela deu de ombros, como se isso pudesse amenizar impacto da sua informação.

— Você o que?! - Adrien quase se levantou da cama novamente com a surpresa.

— Eu precisava dos kwamis libertos! - Ela continuou. - Mas em transformação mesmo, eu só usei o do Rato. E virei várias mini “Multimouses” para me espalhar, e combinei com outros miraculous, o da Raposa foi um deles. - Adrien continuou a olhando espantado. - Você tava suspeitando que a Ladybug era alguma aluna do Françoise Dupont, eu não tive escolha! Quis tirar a Marinette das suas suspeitas. Então, eu fiz uma ilusão para você acreditar que éramos duas, e não uma. Eu resolvi tudo só depois que você saiu com a Sr. Mendeleiev. - Adrien a encarava boquiaberto quando terminou.

— Nossa, e pensar que eu saí daquela só dizendo que era só uma escolinha…- Mari rolou os olhos.

— Nossa, é mesmo! - Ela devia ter esperado algo assim vindo dele. Como o plano no dia em que ele virou o Mister Bug. Adrien era, realmente, um cara simples e direto.

— Você é incrível mesmo, Bugaboo, eu não tinha ideia…- Adrien esticou o braço para alcançar os fios escuros dela em um carinho lento.

Ela sorriu sem jeito, ficando sem graça ao receber um elogio subitamente.

— Obrigada. - Ela forçou para não desviar o olhar, enquanto aproveitava as carícias no cabelo. - Já que estamos falando disso, eu sempre quis te perguntar uma coisa. Mas eu não podia, porque você não sabia quem eu era, mas agora eu posso. - Mari deu uma pausa, se repreendendo internamente por estar tagarelando, sinal claro de que estava envergonhada. Adrien apenas a ouviu calado, admirando o rosto dela enquanto esperava a pergunta. - No dia que seu guarda-costas foi akumatizado, eu também vi você e o Chat Noir no mesmo lugar, como foi isso?

— Ah, isso! - Ele sorriu sem graça. - Nossa, não foi nada tão genial como você, eu só…pedi para um fã meu ficar no meu lugar. Ele vestiu minhas roupas e colocou uma cabeça de papelão minha dentro do capacete. - Adrien achou que nunca precisaria revelar isso à Ladybug, mas agora, aqui estava ele, se controlando para não corar na frente dela.

— Nossa, gatinho, ele deve ter pensado que você era um medroso! - Foi a vez dela rir, e Adrien estreitou os olhos, já armando sua vingança mentalmente.

— Ah, eu também não tive escolha. Você me disse, tão fofa, que tinha certeza que o Chat Noir ia aparecer, que eu tive que dar um jeito. - Adrien segurou o queixo dela de forma sedutora, a intenção de roubar mais um beijo, quando foi detido por um dedo em seu nariz.

— Primeiro, que não era pro Chat Noir saber dessa informação! Eu queria só acalmar o Adrien! - Ela inflou as bochechas irritada.

— Deu na mesma, né? - Ele riu, e ela teve que rir junto. Essas situações eram inacreditáveis. - Nossa, a gente deve ter tantos momentos embaraçosos assim, por não saber a identidade secreta um do outro. - Adrien emendou seu pensamento.

— Nem me fale!

Ela acabou lembrando de quando o Jagged Stone foi fazer um programa na padaria, e acabaram filmando o quarto dela cheias de fotos do Adrien. Agora ela sabia que, além do Adrien ter visto na televisão, mais tarde, Chat Noir havia ido no quarto dela e visto as fotos pessoalmente, até as que estavam debaixo do colchão. E o Adrien, ardiloso como ela não sabia que era, ainda a questionou na escola no dia seguinte. Na época, ela nem se tocou que ele estava "zuando" com a cara dela ao mencionar sobre como seria estranho encontrar fotos dele debaixo do colchão.

— Ah não! - Adrien tampou o rosto com o braço, e Mari interrompeu os pensamentos para vê-lo. Estava escuro, mas ela podia jurar que as bochechas dele estavam vermelhas. - Eu levei você para surpresa no telhado para a Ladybug!

“Ah, isso!” Ela pensou, tentando conter o riso para não deixá-lo com mais vergonha. Diferente dele, ela não gostava de deixá-lo assim de propósito.

— Sim, você me levou. - Ela fez uma carícia no cabelo dele. - Mas eu gostei, naquele dia eu descobri que você não era só um gato paquerador libertino que eu achava que era.

— Obrigado, eu acho. - Ele riu sem jeito, finalmente abaixando o braço para olhá-la.

Mari mordeu o lábio, criando coragem para contar o que queria em seguida.

— Aproveitando que estamos, finalmente, revelando as coisas, eu queria contar algo.

Adrien arregalou os olhos verdes para ela.

— Assim você me assusta, princesa. O que foi?

— Então, lembra aquela vez que eu disse para você, enquanto estava de Chat Noir, que eu te amava? - Ela começou, mexendo no cabelo de forma nervosa antes de continuar. Era algo que podia mexer com o ego dele drasticamente.

— A não me diga que isso também foi mentira! - Ele levantou o tronco, ficando apoiado sobre os dois cotovelos. - Não foi uma paixão passageira?

Ela negou, enquanto apertava os lábios em uma linha fina.

— Foi para esconder que eu era a Ladybug, de novo - Ela riu quando ele fez um "não" bem dramático, se jogando na cama e cobrindo os olhos com ambas as mãos. Marinette então, começou a se explicar. — Mas também, você disse que não era a primeira vez que eu, Marinette, aparecia depois da Ladybug sumir! Achei que você tinha me descoberto! Então, tive que improvisar!

— Então dizer que ama alguém é como você foge da verdade? - Ele se fez de ofendido, fazendo-a ficar mais nervosa. Estava fazendo de propósito, quando ela ficava assim, sempre acaba falando demais.

— NÃO! Eu sabia que você amava a Ladybug, não achei que você ia acreditar em mim! E eu morri de raiva quando você realmente apareceu no almoço, achei que bastava uma menina se declarar que você ia largar o amor pela Ladybug como se não fosse nada! - Mari tapou a boca pela segunda vez na noite, erguendo as sobrancelhas enquanto Adrien disparou a rir.

— Ciúmes de novo? De você mesma? - Falou brincalhão.

— Você não presta! - Mari decidiu que já havia passado vergonha demais em uma noite, e virou para ficar de costas para ele.

Adrien demorou alguns minutos para acalmar suas risadas, e quando finalmente parou, foi logo colando seu corpo no dela e rodeando a cintura fina com seu braço. Se ela estivesse zangada mesmo, iria se desvencilhar do toque, mas como ela não fez, Adrien pôde respirar aliviado.

Estava feliz por estarem assim, compartilhando memórias, rindo um do outro. Haviam sido atropelados por vários acontecimentos ruins nos últimos dias, e parecia que havia semanas desde que ouvira sua namorada rir dessa forma pela última vez. Adrien estava, especialmente, grato por vê-la sorrir.

Inspirou o cheiro doce do perfume dela, já sentindo o sono pesar sobre seu corpo. Mas, ainda havia uma pergunta que ele não havia feito, e precisava da resposta para sanar suas dúvidas.

— Foi por causa do que Chat Blanc disse que você resistiu tanto aos meus sentimentos no começo, não foi? - Não era bem uma pergunta, mas ainda era uma afirmação que necessitava de confirmação. Marinette ficou muito quieta, e Adrien quase achou que ela havia dormido. Mas segundos depois, a cabeça dela movimentou para cima e para baixo lentamente. - Quando você começou a me corresponder? - Teve que perguntar. Queria muito saber.

E enquanto esperava pela resposta, começou a dar vários beijos na nuca dela, na curvatura do pescoço até o ombro desnudo.

— Quando eu acordava de manhã e já ficava ansiosa para a noite chegar, e poder te ver de novo. - A voz da garota saiu em um sussurro, mas as palavras doces chegaram até os ouvidos dele com clareza, e fizeram o coração dele acelerar de amor.


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Notas finais do capítulo

FINALMENTE um capítulo fofinho e cheio de risadas, eu ouvi um amém irmãos??? Nosso casal precisava parar de sofrer um pouco, não é? haha.

O ideal seria esse capítulo ter saído na sexta, assim eu ia viajar e deixar vocês com o coração tranquilo e quentinho, porque sinceramente, eu não sei como vou fazer isso com o 42 kkkk. A administração de capítulos não deu muito certo, e se eu ficasse sem postar hoje, vocês me matariam.

Agora, a escolha é de vocês: Fico sem postar pra vocês na sexta, pra ficarem com o coração quentinho com esse cap até o dia 10, ou, posto a treta do 42 e vou viajar. De todo jeito, eu volto dia 10 com a continuação kkk.

Estarei esperando pela decisão aqui nos comentários, qualquer coisa a gente faz votação (mas lembrando que aqui não é democracia, é uma monarquia, e a rainha sou eu e eu decido no final, huahuahau)

Beijos doces e até sexta, ou não.

Amo vocês ♡



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