Insônia escrita por Babydoll


Capítulo 37
Fique Comigo


Notas iniciais do capítulo

Oyasuminasai minna! (fiquei assistindo muito anime hoje, gomen).

Queria contar o que uma leitora querida minha disse (beijo Lari! @Camren_Crazy123). No cap passado, muitas pessoas ficaram agoniadas porque a Ladynette não conseguiu falar a verdade, e as palavras da Lari foram: "A Mari guardou a verdade tão no fundo dela, que agora nem ela consegue alcançá-la, e isso é horrível porque pro Adrien, dá a impressão de que ela não confia nele..."
E foi exatamente isso que eu quis representar com o cap passado, que isso não é algo fácil pra ela.

Mas, a verdade não fica escondida por muito tempo né? ....

Alguém assistiu "As Branquelas " aqui? Porque eu fiquei com uma frase na cabeça pra esse capítulo: Eu não acredito que as peruas acharam que tinha acabado!

Hahahah então, ansiosos por mais dr de casal?

Por fim: Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/800798/chapter/37

Fique comigo

Através da inundação e do medo

Agora preciso de você aqui

Eu preciso que você fique forte

Para me lembrar de onde eu vim

Porque eu estou começando a pensar

Que, na verdade, eu nunca tive você

Você não está na escuridão

Mas, está longe da luz

E eu preciso saber agora

Você está comigo?

Você está passando pela dúvida?

Você está dentro ou está fora?

(Are you with me? - Nilu)

***********************************

A cabeça de Adrien estava um caos.

Ela ao menos o amava de verdade? Tudo aquilo que viveram foi real? Ela se importava mesmo com ele?

Não ouviu nada e aquilo doeu. Se segurou para não ceder em seus joelhos, agora fracos pela tristeza, e cair no chão, chorando. Abraçou o próprio corpo enquanto o rosto era banhado pelas lágrimas quentes.

Até ouvir um barulho em seu guarda-roupa. Pensou que era Plagg mexendo novamente em suas blusas à procura de algum queijo esquecido em algum bolso.

Mas assim que ergueu o rosto e se virou, viu com os olhos embaçados a sua Lady. Lá estava ela, mexendo em seu armário furiosamente. 

Ainda estava ali, com ele. Não havia ido embora.

— O que…? - Não entendeu o que ela estava fazendo, mas não conseguiu questioná-la de nada. Estava tão feliz por ela ainda estar ali, que quase não se importava com nada mais.

Ladybug estava procurando desesperadamente. "Ele ainda tem que ter aquilo", pensava, precisava achar. Até que finalmente avistou, na estante da parte de cima do armário, o objeto que procurava.

— Você se lembra disso? - Ela pegou a boina que havia feito para ele com tanto carinho, isso parecia ter acontecido há uma eternidade. Jogou para ele, e apesar de parecer aéreo, Adrien a pegou. - Você se lembra desse dia?

O loiro a olhou confuso. Não entendia o que aquilo tinha haver com a briga entre os dois. Mas tentou responder a pergunta mesmo assim.

— E-eu lembro sim, eu acho. - Franziu as sobrancelhas, enquanto forçava sua mente para tentar se recordar. - Foi um presente de um fã-clube meu, no Brasil… - Memórias daquele dia invadiram sua cabeça. Lembrava de chegar em casa desanimado por seu pai não ter comparecido, novamente, em sua competição de esgrima, mesmo ele tendo se esforçado tanto e conseguido com êxito, o primeiro lugar. Lembrou de que a única memória boa daquele dia foi o fato de ter visto sua amada Ladybug em seu quarto, entregando exatamente aquela boina de presente.

— Acontece que nunca existiu esse fã-clube. - Ladybug disse, já se sentindo mais firme. Iria contar tudo à ele, e que Bunnix a perdoasse, mas não tinha outra maneira. - Esse foi um presente meu. - Viu Adrien levantar os olhos esmeraldinos até ela, banhados em uma completa e genuína confusão. Ela respirou fundo antes de revelar o detalhe final. - Estava assinado “Marinette” nele.

Aquilo fez Adrien ficar ainda mais desorientado. Ele lembrava, perfeitamente agora, da forma como encontrou o presente em sua cama, e não havia assinatura nenhuma.

— Eu não me lembro disso… só tinha alguns corações desenhados no embrulho. - Isso o fez se perguntar, por que estavam naquele assunto, afinal de contas. - Pode, por favor, me explicar aonde quer chegar com isso?

Ladybug suspirou. Estava na hora de dizer a ele toda a verdade. Esperava que ele não ficasse tão assombrado como ela era, até hoje, ao lembrar daquele dia.

— Não tinha nome nenhum, pois eu voltei do futuro e o apaguei. - Falou com calma, para que ele pudesse absorver cada palavra. Adrien agora era a personificação de confusão, erguendo uma única sobrancelha e tombando a cabeça para o lado. Ela respirou fundo antes de continuar, juntou as suas mãos uma na outra, e mesmo sobre a roupa de heroína, pôde sentir que estavam frias. Mexia nos dedos nervosamente enquanto falava. - Eu deixei o presente aqui assinado, e ao sair do seu quarto, me deparei com Bunnix.

— Bunnix? A nossa Bunnix? - Adrien conseguiu perguntar, um pouco ansioso. Tentando fazer essa história se formar em sua cabeça, aos poucos. Ladybug confirmou. Bunnix era "a heroína da última chance", o que quer que tenha acontecido, era algo importante.

— Ela me levou até o futuro, um futuro onde Paris estava destruída…

Ela não precisou dizer mais nada. O rosto de Adrien se transformou em uma careta de pavor, e ela viu que ele percebeu.

— Chat Blanc nunca foi só um sonho. - O garoto afirmou em um sussurro. Aquela verdade o fez sentir um medo enorme enquanto um arrepio percorria toda sua espinha. Todo aquele tempo… nunca havia sido um mero pesadelo.

Sempre enxergou os terrores noturnos de Marinette como algo completamente distante da realidade. Mas agora, descobriu que ele só não era real, como também já havia acontecido, ou iria acontecer… ele se sentiu tonto de repente.

— Ei! - Ladybug se aproximou do namorado, que estava muito atordoado, levando as mãos aos cabelos. O sentou devagar na cama dele, que estava mais próxima à eles.

— O-o que aconteceu? Digo… quando você foi ao futuro? O que aconteceu? - O olhar dele ainda estava perdido. Adrien temeu que, o que tivesse acontecido com sua Lady e Chat Blanc fosse algo tão terrível quanto os pesadelos que ela narrava para ele.

Ele desejou ter prestado mais atenção quando a ouvia contar sobre o que sonhava. Sempre a acalmava dizendo “Foi só um pesadelo, tente esquecer”. Estalou a língua novamente e cerrou os punhos, que estavam em seu colo. Com deveria ter parecido um imbecil para ela ao falar isso.

— Foi só, triste, e vazio. - Ladybug sentou ao lado dele, começando sua narrativa. - Bunnix me deixou no terraço do Tour Montparnasse, era o único prédio ainda em pé na cidade. - Ela sentiu o corpo do namorado tensionar ao seu lado, resolveu não dar maiores detalhes. - Chat Blanc estava lá sentado, sozinho. Pareceu feliz ao me ver, disse que achava que tinha me perdido. - Ela crispou os lábios depois dessa frase.

Não queria contar a ele a imagem aterrorizante que teve ao mergulhar e ver seu próprio corpo e de Hawk Moth petrificados. Adrien já parecia estar assustado demais. Por sorte, ele ainda parecia tão aturdido que nem a viu cortar a frase de repente.

— Ele me pediu o meu miraculous. - Continuou, e levou uma mão instintivamente até os brincos. - Mas eu achei que podia conversar com ele… Não sei. Afinal, ele... você, era meu parceiro ainda, mesmo que bem escondido no fundo. - Os olhos dela arderam e esquentaram ao lembrar daqueles momentos. Ela realmente achou que conseguiria ajudá-lo de forma mais pacífica. Suspirou derrotada. - Mas não funcionou. Lutamos, e o poder dele era grande demais. Muito poderoso, até mesmo para ele. - Lembrou de como foi difícil lutar contra alguém por quem tem tanto carinho. Sentiu os olhos de Adrien sobre si e levantou o rosto, o encarando no fundo dos olhos. - Mas por sorte, consegui encontrar o akuma rápido e libertá-lo.

— E o que houve depois? - Ele perguntou após alguns segundos de silêncio, absorvendo tudo.

Ladybug sentiu a mão de Adrien procurar pela sua sobre o colchão, e assim que encontrou, ele a retraiu rapidamente.

Ele queria tocá-la, mas a mágoa o impediu. Aquilo foi doloroso para ela, que se perguntou se conseguiriam voltar ao que eram depois dessa noite. Soltou um longo suspiro antes de falar.

— Depois eu voltei e apaguei o meu nome com o meu talismã, em forma de borracha, e isso resolveu tudo. - Ela se levantou, passando a mão pelo rosto. Lembrar daquele dia ainda a deixava nervosa. - Eu tinha chegado a conclusão que essa assinatura tinha sido o gatilho, para tudo… Que você, Adrien, tivesse descoberto minha identidade e contado para alguém, que gerou uma fofoca, até chegar no Chat Noir. Nem passou pela minha cabeça, naquela época, que você era o Chat Noir.

Algumas peças pareciam quase se encaixar na cabeça de Adrien para aquele cenário ficar completo, mas ainda havia uma falha, que o impedia de entender tudo.

— Mas qual o problema em eu descobrir sua identidade? Isso ainda não faz sentido!

— Chat Blanc me chamou de Marinette. - Ela respondeu rápido, e viu Adrien fazer uma cara de desolado. - E ele me disse coisas. Pequenas informações sobre como tudo acabou daquele jeito. Disse que nosso amor que fez aquilo com o mundo.

Adrien desviou o olhar. Era muita coisa para processar em tão pouco tempo. Sua Lady havia ido ao futuro, sozinha, lutar como ele akumatizado. Ele, que havia destruído Paris, e possivelmente, vários outros lugares. Matou milhares de pessoas. 

Nem reparou em como a própria respiração estava acelerada, até sentir Ladybug se agachar em sua frente e tocar em seu rosto.

— Eu sei que você ainda deve ter mil perguntas para mim, mas eu só precisava que soubesse que eu não escondi isso de você por não amar você, ou por não confiar em você. - Ladybug segurou nas mãos trêmulas do garoto sentado na cama, se ajoelhando na frente dele, lutando para sua voz embargada sair estável o bastante para que ele pudesse compreender. - Foi para te proteger, porque eu conseguia aguentar esse peso para mim. - Bom, pelo menos ela achava, até começar a ter pesadelos e precisar da ajuda do próprio para lidar com a situação.

— Por que não me disse antes? - Adrien finalmente segurou as mãos dela, guardando-as entre as suas, como se estivesse segurando o coração dela e o protegendo com seus dedos. — Eu ainda sou o seu parceiro, afinal!

— Me perdoa, mas contar coisas sobre o futuro é perigoso! Bunnix só me chamou pois não havia outra escolha. - Ela disse em um sussurro, se sentindo aliviada por ele ainda não a ter empurrado para longe. - Eu tentei fazer o que eu achei que era certo. Hoje você viu um pouco como Chat Blanc é! - Adrien tentou entender. Mesmo tendo lutado apenas com um pesadelo, um pequeno vislumbre do verdadeiro Chat Blanc, podia entender o medo que a namorada possuía. - Eu não podia deixar você descobrir quem eu era! - Os olhos dela se encheram de lágrimas. Havia falhado nisso. - Mas eu não ia aguentar te perder, Adrien! Mas eu também não pude arriscar o seu bem estar! - Ela estava de olhos fechados, derramando seus maiores medos para que ele soubesse. Sentiu a mão quente do namorado tocar a lateral de seu rosto. - E por isso, eu não me arrependo de ter feito as coisas do jeito que fiz. Mas agora você já descobriu, e eu não queria que fosse desse jeito! - Ela fungou em meio ao choro, sentando sobre os calcanhares e limpando as lágrimas com o dorso da mão.

Havia dito a ele tudo o que precisava, e por isso, estava aliviada. Mas ainda tinha medo de como Adrien iria reagir após ouvir todo seu relato.

Se surpreendeu quando sentiu o corpo dele descer da cama e se ajoelhar em frente ao dela, colocando ambas as mãos nos ombros para a olhar profundamente.

— Os seus problemas são meus também, lembra? - Falou agarrando o rosto dela. Os lindos olhos azuis brilhavam pelas lágrimas. - Você me disse isso! - Ela chorou com mais força, e Adrien sentiu suas próprias lágrimas rolando também ao vê-la naquele estado. - Então por que ficou lutando sozinha, meu amor? - Ele a puxou para um abraço desajeitado.

Chorando aliviado por finalmente saber o que ela tanto escondia. Ela ainda era sua Lady, sua Marinette. Estava completamente feliz por saber que não foi por um simples capricho ou não amá-lo de verdade que ela guardou esse segredo, pelo contrário, foi por amá-lo tanto, que ela fez isso. Sacrificou a própria saúde mental e sofreu inúmeras noites sozinhas. Por Paris, e também, por ele. O coração dele sangrou por ela naquele momento. Não queria que sua amada tivesse passado por tudo isso sem ele ao lado.

Qual era sua maior função, como Chat Noir, senão proteger Ladybug? A única que podia deter os akumas… e sua função, como namorado, era proteger sua amada. Havia falhado nos dois.

Sentiu Ladybug molhar sua blusa enquanto ainda chorava, as mãos dela apertavam com força.

— Me perdoa, meu príncipe! - A voz dela saiu abafada, por estar com o rosto ainda afundado no peito dele. - Eu sabia que você poderia me odiar quando descobrisse tudo, e isso tirava minha paz toda vez que eu pensava nesse assunto!

Adrien a apertou mais forte em seus braços, enterrando o rosto nos cabelos dela e inspirando seu cheiro. Depositou vários beijos ali, entre as madeixas escuras.

— Eu te disse aquele dia, Bugaboo, eu nunca te odiaria. Eu só tive medo. Medo de tudo ter sido mentira… - Ele não conseguiu dizer mais nada, o nó em sua garganta se apertou e seu corpo ficou tenso ao redor do dela, só por lembrar em como, à minutos atrás, sentiu seu coração se partir por achar que ela havia ido embora.

— Oh Adrien! - Ela chorou o nome dele. - Eu acabei te machucando tanto!

— Você precisa parar de achar que todo o peso do mundo está nas suas costas, M'lady! - A interrompeu com carinho, a afastando de si para secar o rosto dela, reparando nos olhos já inchados. Sabia que os seus não deveriam estar tão diferentes. - Somos nós dois contra o mundo, não é? - Ele sorriu, era um sorriso de compreensão. Um ato que dizia, eu entendo você agora, e eu te perdoo. - Então pare de tentar me proteger e ao invés disso, conte comigo para lutar ao seu lado! - A viu alargar os lábios com um sorriso lindo. Sim, mesmo com os olhos molhados e o nariz vermelho pelo choro, ela ainda era a garota mais linda do mundo ao olhos de Adrien.

Não resistiu em puxá-la para um beijo. Um beijo molhado pelos lábios e lágrimas um do outro.

Para mostrar que estava tudo bem, que ele ainda a amava. A dor que antes irradiava por todo o seu peito agora quase não existia.

Quase. Pois agora sabia que, o que Marinette sofria nem se comparava a dor que ela, como Ladybug, carregava. Por todo esse tempo esteve ao lado dela sem saber o quanto ela estava lutando sozinha para permanecer sorrindo. Ela havia escondido tudo dele para não fazê-lo sofrer, mas saber o tanto que ela renunciou, por ele, por ser a Ladybug, era mais doloroso ainda.

Agora ele havia visto, com seus próprios olhos, um pouco do horror que Marinette vivenciou nos últimos meses, e queria se mostrar como alguém forte para ela, alguém em quem ela podia jogar toda a sua carga, pois ele aguentaria.

Ele carregaria o peso do mundo inteiro, se isso significasse vê-la bem.

Ficaram abraçados por um tempo. Adrien não queria soltá-la, e sentiu que ela devia estar da mesma forma.

Mas havia muito a ser explicado ainda, e Ladybug estava sem tempo. Então com um grande esforço, ela se afastou do abraço, ficando em pé logo em seguida.

— Tikki, transformar. - A luz vermelha se fez presente, fazendo o uniforme vermelho com bolinhas pretas desaparecer, iluminando o quarto à meia luz, já que um clarear já começava a despontar no horizonte.

Ela lembrou, antes de sair de sua casa, da pequena conversa com o namorado há algumas semanas, em que Plagg o informou que era melhor ficar transformado do que repetir o ato de se transformar em poucos minutos. E foi por isso que ela havia ficado como Ladybug até o momento. E também, achou que Adrien a expulsaria em poucos minutos, precisava ficar pronta para partir a qualquer momento.

Mas Marinette tinha ido ali naquela noite com o único propósito de fazer Adrien ver o seu lado da história, e para isso, precisava de, ao menos, uma transformação. Não havia nada mais sincero do que o objeto que ela estendia para ele.

— O seu diário? - Adrien a viu estender o pequeno caderno em sua direção. Ainda estava um pouco chocado em vê-la depois da destransformação. Também viu a pequena kwami dela pairar sobre os dois antes de acenar.

— Oi Adrien! - Tikki disse educada. Mas tudo o que o loiro conseguia fazer era encarar sua namorada de pijama à sua frente, enquanto devolvia o cumprimento da kwami com outro aceno.

Agora compreendia as encaradas que Marinette o dava no começo do namoro, quando ela descobriu sua identidade. Era realmente algo difícil de se acostumar, e que levaria um tempo. Mesmo o cérebro sabendo que Ladybug era Marinette, era como se o coração demorasse um pouco mais de tempo para processar essa informação.

— Leia. - A voz da namorada o despertou de seus devaneios. Adrien ainda não havia pegado o caderno das mãos dela. - Você me pediu para ler uma vez… aqui está. Não tenho mais nada para esconder de você agora. Leia, assim você vai saber de toda a verdade. Entenderá melhor tudo o que aconteceu, e poderá acreditar em mim. - Ela manteve o pequeno caderno estendido, enquanto com a outra mão, tateava sua bolsinha para pegar um cookie para Tikki.

O loiro abaixou a cabeça, e ficou em pé junto dela. Ainda recusando a pegar o diário de sua mão.

— Eu já acredito em você, meu amor. - Ele se sentou na cama, a puxando pelo pulso para que se juntasse à ele.

O cansaço havia finalmente se instalado sobre o corpo de Adrien, após passar a noite em claro por causa do desfile, luta e agora, a discussão, a adrenalina finalmente havia baixado, o deixando extremamente exausto. Sabia que Mari deveria se sentir da mesma forma. Viu com o canto do olho a kwami vermelha voar para algum lugar com seu cookie, e em seguida, Plagg a seguir.

— Mas eu ainda insisto que leia. - Marinette continuou, fazendo o loiro voltar sua atenção para ela. - Há mais aí do que eu consigo me lembrar. E muitas das respostas que ainda devem rondar sua cabeça. Depois, me pergunte o que ainda não tiver entendido. - Assim que terminou de falar, abriu a boca em um bocejo. E ela riu quando Adrien copiou o gesto.

— Você deveria dormir aqui. - Ele pediu, manhoso, ignorando completamente o que ela havia dito. - Seus pais sabem que você chegou tarde ontem, não vão estranhar se você demorar a sair do quarto. - Ele finalizou, já a puxando para deitar com ele na grande cama.

— Adrien! - Ela quis protestar com mais afinco, mas o corpo da garota estava mole e a mente exaurida pelo turbilhão de emoções que havia passado nas últimas horas.. Foi fácil para o namorado fazê-la se deitar junto a ele. Mas ela ainda se lembrava de suas obrigações como Marinette. - Não posso, minha mãe me pediu para ajudá-la na padaria hoje de manhã.

Adrien fez um biquinho, já estava animado para dormir com ela ali, em seu quarto. Depois de tudo o que havia acabado de passar, não se sentia pronto para deixá-la ir ainda.

Marinette percebeu o cenho desanimado do namorado. Ela também não queria ficar longe dele, ainda mais, logo após uma briga dessas.

Adrien então deitou de lado para ficar cara a cara com ela. Passou uma de suas mãos pela lateral do rosto feminino, em um carinho suave. Se sentiu bem ao vê-la fechar os olhos, como se fosse para apreciar melhor o toque.

— Você deve estar casada. - Observou. Ele não gostava quando ela se esforçava tanto assim. Era como se Adrien precisasse dela bem o tempo todo para se sentir tranquilo.

— Estou bem, meu príncipe. - Marinette respondeu, pegando a mão dele e depositando um beijo cálido entre seus dedos. - Só de saber que ainda tenho você, é como se eu não precisasse de mais nada. - O garoto sorriu com essa resposta, exatamente por se sentir da mesma forma com ela.

Então Marinette levantou da cama em um movimento rápido. Sentia que se ficasse mais um pouco ali, não conseguiria mais se afastar de Adrien. O viu se sentar na cama em seguida.

— Descanse, e quando eu acabar de ajudar meus pais, venho para cá… Isso, se você quiser, claro. - Ela se sentiu insegura, de repente. Se perguntando se o loiro gostaria mesmo da presença dela depois de tudo.

— Diga aos seus pais que você vai vir aqui jogar videogame comigo. - Adrien completou, e Marinette se surpreendeu ao saber que ele queria que ela fosse ali como civil, e não que entrasse escondida como ele sempre fazia com ela.

Então ele começou a rir, a fazendo perder o raciocínio para perguntar o porquê da risada.

— Outros casais fingem que estão dormindo enquanto fogem para namorar. Nós fingimos que vamos namorar para poder dormir. - Ele explicou, a voz começando a ficar arrastada pelo sono, aquilo deixou a cena ainda mais engraçada para Marinette, que não conteve a risada.

— Isso que dá ser um casal com vida dupla. - Mari então se aproximou dele, dando um beijo em sua testa, afastando um pouco os fios loiros bagunçados. - Bons sonhos, nos vemos mais tarde. - Sentiu Adrien abraçar a sua cintura, não preparado para deixá-la partir. Mas ela precisava, o sol já estava nascendo e logo a padaria ia abrir.

Ele entendeu que precisava soltá-la. Ela iria voltar, e estava tudo bem. Acalmou seu coração ansioso antes de recolher seus braços.

— Tikki? - Chamou a kwami, que logo apareceu, com Plagg a acompanhando. - Transformar!

Adrien ficou deslumbrado enquanto a namorada se transformava. Realmente, precisaria de tempo para se acostumar. Mas não pode negar que gostou de vê-la fazer isso bem na sua frente. Era como se finalmente houvesse realizado um sonho. E também, percebeu que seu coração não havia se esquecido do amor pela parceira completamente, só o havia esfriado e deixado guardado em algum canto escuro enquanto o amor por Marinette pegava fogo no centro. E agora, os dois amores se chocaram e se uniram em um só. Um amor forte e brilhante que o preenchia completamente.

Se sentiu extremamente sortudo e completo com essa constatação.

Pegou a mão da namorada e depositou um beijo onde ele sabia que ficava sua aliança, agora, totalmente escondida pelo traje de heroína, sem nem ao menos dar alguma marca de que havia um anel ali.

— Eu te amo. - Mal terminou de falar e sentiu os braços femininos o cercarem de maneira apressada. Como ela estava em pé e ele ainda sentado, ela abraçou somente a cabeça dele, o trazendo junto para seu tronco. Adrien não demorou em corresponder o abraço, apertando sua cintura.

— Eu também te amo muito, Adrien! - Ela o abraçou com força. Tão entregue e feliz por saber que continuavam juntos, que não conseguiu se segurar.

— Agora vai! - Adrien se esforçou para afastá-la, limpando algumas lágrimas de felicidade que haviam se acumulado em seus olhos enquanto aproveitava o calor do corpo dela contra o seu. - Não quero Tom com raiva de mim por fazê-la se atrasar.

Marinette riu com aquilo, o pai dela gostava tanto de Adrien que era incapaz de fazer tal coisa.

— Me ligue quando acordar. - Ela lançou um beijo no ar, antes de correr para a janela e saltar para fora.

Adrien a observou, ainda encantado. E assim que a viu sumir, jogou seu corpo de volta no colchão. Sentia como se tivesse sido atropelado por um caminhão.

— Viu? E tudo voltou ao normal! Não precisava de drama nenhum! - Abriu os olhos verdes só para ver Plagg flutuando em frente ao seu nariz, e com um terrível fedor de queijo.

Ignorou o que ele disse e o afastou com a mão, antes de levantar e se dirigir ao banheiro. O plano original de tomar um banho quente para relaxar antes de dormir, havia retornado. Percebeu que ela havia deixado o diário na cama dele. Queria pegar o objeto e lê-lo, mas também, tinha medo do que iria encontrar ali. Decidiu pensar naquilo depois, quando estivesse devidamente descansado.

— E eu me sentia incomodado por te deixar de lado por tanto tempo enquanto estava na casa da Marinette, agora sei porque você nunca reclamou disso, estava com a Tikki o tempo inteiro, não é? - Adrien falou do banheiro, e ergueu uma sobrancelha para o kwami preto, enquanto se livrava da camisa social escura.

— Ei! Não é como se eu tivesse escolha, sorte a minha que você escolheu justamente a dona dela para namorar, mesmo sem saber! - Plagg cruzou as patinhas e Adrien riu.

Ainda parecia uma loucura como tudo aconteceu, mas só podia agradecer por terem resolvido essa situação tão rápido.

Ladybug… ou Marinette… não sabia como se referir a ela agora, mentalmente, fez bem em ir atrás dele, senão, estaria se sentindo miserável até agora.

Entrou no chuveiro e não conseguiu conter um sorriso de alívio enquanto a água quente escorria pelo seu corpo. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Acharam mesmo que a Maribug ia embora e deixar o Adrien sofrendo? Claaaaro que não meus amores!!!

Que bom que ta tudo bem, né? ..... oremos pra continuar assim. (Ah, desisto, não engano ninguém, colete e capacete pros próximos caps, ok?)

Agora licença, que eu vou assistir o Nino sendo corno.

Beijos doces e até sexta!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Insônia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.