Insônia escrita por Babydoll


Capítulo 36
Him and I


Notas iniciais do capítulo

Ok, como já é sexta, acho que eu posso falar aqui sem correr risco de dar spoiler pra alguém.

VOCÊS VIRAM QUEM APARECEU NO ÚLTIMO EP DE MIRACULOUS NÉ? JÁ POSSO SURTAR COM VOCÊS? DJHFUWEWQJEFEFBHFBB AAAAAAH MINHA FANFIC SE TORNANDO REAL, SOCORRO!!! ALGUÉM ME SEGURA JFHBJFBHBNFJRI MINHAS TEORIAS SE CONCRETIZANDO HJEFEWBFJCBI

Ok, respirei! Voltei

Também só quero dizer que: Cara, Sentibolha e meu cap Sonhador 2.0 no mesmo dia foi muito épico kkkkkk vocês, meus caros leitores que acompanham essa fanfic AO VIVO, poderão falar no futuro: Ai Gabi, só quem viveu sabe kkkkk

Deixe seu aqui "Eu fui, eu tava"

Também quero agradecer a todos que viram o ep novo e se lembraram de mim quando viram o Chat Blanc, sério, eu me senti muito lisonjeada hahaha, foi incrível ❤️

Enfim, sem mais delongas, quem quer sofrer mais um pouquinho hoje? Espero não acabar com o fim de semana de vocês.

*Ministério da saúde mental alerta NOVAMENTE: A autora não é responsável por qualquer problema psicológico desenvolvido durante essa fanfic*



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Cross my heart, hope to die

(Juro de coração)

To my lover, I’d never lie

(Ao meu amado, eu nunca mentiria)

He said: Be true —, I swear: I’ll try

(Ele disse: Seja verdadeira — eu jurei: Vou tentar)

In the end, it’s him and I

(No final, é ele e eu)

He’s out his head, I’m out my mind

(Ele está fora de si, eu estou enlouquecendo)

We got that love, the crazy kind

(Nós temos esse amor, do tipo maluco)

I am his, and he is mine

(Eu sou dele e ele é meu)

In the end, it’s him and I

(No final, somos ele e eu)

Him and I

(Ele e eu)

Him & I (G-Eazy feat. Halsey)

**************************************************

Ladybug se destransformou no terraço de sua casa. Caindo escorada no muro de tijolinhos que havia ali. Ela passou todos os acontecimentos daquela noite em sua cabeça em menos de um segundo. A ida ao evento, o desfile, eles no carro, tudo isso parecia tão distante agora. Então, a luta e o olhar desolado que Chat Noir a lançou, assim que percebeu que era Chat Blanc ali, lutando contra eles.

— Ele não vai me perdoar, Tikki. - Ela falou fraco, se esforçando muito para não cair no choro, sabia que se começasse, não conseguiria parar. 

A pequena kwami estava com os olhinhos aflitos. Ela havia visto, de perto, o quanto Marinette temia que Adrien descobrisse sua mentira durante as últimas semanas. E agora, sua dona parecia beirar um ataque de pânico. Apesar de ainda estar serena, era só uma calmaria antes da tempestade.

— Eu sinto muito Mari. - A garota passou a mão pelo rosto de forma lenta, ainda não acreditando que aquilo havia acontecido. Apesar de já terem derrotado o vilão, tudo ainda parecia fazer parte de um enorme pesadelo.

Já ia levar a mão até sua bolsinha para alimentar Tikki, mas percebeu que ainda estava usando o vestido preto lindo que havia ganhado de Gabriel Agreste. Ela suspirou com pesar, e se levantou devagar antes de entrar em seu quarto e ir até a cozinha com a kwami.

Estava aérea, e já com saudades de seu gatinho. Aquela seria a primeira noite, depois de tanto tempo, em que ficaria sozinha. Ao pensar nisso, não aguentou e sentiu as lágrimas quentes escorrerem pelo seu rosto.

Segurou na mesa de madeira de sua pequena cozinha, enquanto tampava a boca para não soltar nenhum arquejo, enquanto liberava seu choro. Suspirando pesadamente, e isso a fez perder o ar em alguns momentos.

Tikki largou o biscoito que estava comendo pela metade e foi até o rosto da garota.

— Marinette, respira! Vai ficar tudo bem! Vocês vão ficar bem!

Mas a garota só sacudia a cabeça de um lado para o outro, não acreditando naquelas palavras. Da forma como tudo havia acontecido, não conseguia acreditar que aquilo era verdade.

— E quando seu namorado te largar por descobrir que você é uma grande mentirosa, estarei aqui te esperando”. 

As palavras de Chat Blanc a assombravam, a fazendo intensificar o choro. Ele estava certo, ela era uma grande mentirosa, e merecia estar sofrendo com toda a culpa esmagadora que inundava seu ser.

Estava com raiva de si mesma, por não ter sido forte o suficiente para dizer a Adrien antes quem ela era, apesar de todos os seus medos em volta dessa revelação. Também se enfureceu por Hawk Moth ter arrancado a oportunidade dela de ser verdadeira em seu próprio tempo.

Mas então uma centelha de coragem se acendeu no coração dela. Ela era a maldita Ladybug afinal de contas! Firmou seus pés no chão e endireitou o corpo, secando o rosto com as costas de sua mão no processo, apesar de ainda sentir espasmos em seus pulmões pela crise de choro profundo, de segundos atrás.

Não deixaria um homem detestável como Hawk Moth tirar a felicidade dela com tanta facilidade. Se Adrien não a quisesse mais depois daquela noite, ela tentaria entender, mas só depois de contar a ele tudo o que sabia, e não por uma ação de seu pior inimigo. Não o deixaria com o crédito de tirar o amor da sua vida, de forma alguma!

— Mari, aonde vai? - A kwami perguntou quando a viu se erguer e começar a sair da cozinha.

— Se alimente, Tikki. Nós vamos sair. - Falou firme, ela estava determinada, dando uma leve fungada no nariz, ainda vermelho.

Aquela centelha de coragem agora era um incêndio que queimava todo seu corpo. A garota começou a caminhar até o seu quarto, sendo seguida por Tikki, que tentava equilibrar três biscoitos em seus pequenos bracinhos.

**************************************************

Chat Noir se destransformou no beco mais próximo da mansão, após deixar o garotinho em casa. Ele queria muito ir direto para o seu quarto, e transbordar tudo o que estava sentindo de alguma forma que pudesse, no mínimo, acalmá-lo no resto da noite.

Mas, ele e Gorila foram parados no caminho pelos pesadelos, e ele precisava que alguém o visse chegando pela rua. Retirou um pedaço de queijo de seu terno caro e entregou ao Plagg, que pegou o alimento calado. Algo atípico, mas que ele entendeu bem. 

Plagg já sabia de tudo, afinal de contas.

Começou a andar pela calçada, tentando não pensar em sua mais recente descoberta. Ainda era… muito estranho. Não queria pensar, não queria lembrar.

Era doloroso demais.

Por sorte, assim que avistou os portões da sua casa, viu o carro estacionado bem em frente, e Gorila estava do lado de fora, mexendo em seu celular desesperadamente.

Adrien forçou um sorriso e acenou para o homem, que soltou um suspiro de alívio ao vê-lo. O loiro chegou bem perto de seu guarda-costas, e o viu inspecionar seu corpo com o olhar, como se estivesse procurando por algum machucado.

Então, ele riu de verdade dessa vez. Tocado pela preocupação genuína do homem.

— Estou bem, Gorila. Não se preocupe. - Pelo menos fisicamente, Adrien realmente se sentia bem, agora emocionalmente… estava em frangalhos. Esse pensamento o fez se sentir esmagado novamente, com o peso da verdade que agora estava em sua cabeça. Sua cara se fechou instantaneamente. - Estou cansado, vou para o meu quarto, tudo bem? - Viu o homem abrir espaço para que entrasse e assim, o loiro foi apressadamente para dentro da mansão.

Já no quarto, Adrien fechou a porta e inspirou fundo. Sentiu no momento em que Plagg saiu de dentro do seu blazer, não dando tempo para ele dizer nada.

— Você sabia! - Ele falou, ainda raivoso. Não era uma pergunta, era uma afirmação

— Adrien…- O kwami se sentiu péssimo ao vê-lo assim, mas também não sabia o que dizer para ajudar a situação.

— Você sabia de tudo! E não me contou? - O loiro sentiu seu rosto esquentar com a ira. Começou a andar pelo quarto para tentar se acalmar. Tirou seu paletó, e o jogou em um canto qualquer, também afrouxou a gravata no processo. Se sentia sufocado.

— Eu não podia contar! Você sabe…

— A droga das regras dos kwamis, tá, EU SEI! Mas que merda! - O garoto pegou a bola de basquete que estava no chão e a jogou com força contra uma parede. Sentia que precisava arremessar algo, mas aquilo ainda não parecia ser o suficiente. Os olhos começaram a arder e um nó se apertou em sua garganta.

Plagg se assustou ao ver Adrien tão estressado, de fato, até o loiro estava surpreso por estar com tanta raiva.

Ele foi até seu sofá, desabotoando os botões de seus pulsos antes de se sentar, apoiando os cotovelos em seus joelhos, respirando fundo para tentar amenizar a confusão de sentimentos que o estavam afligindo.

— Me desculpa! - Disse, sôfrego, entre as respirações.

Ele sabia que ele não era assim. Mas era melhor descontar a raiva sozinho do que despejá-la para cima da namorada. Infelizmente nunca estava sozinho, e isso fez Plagg ser atingido no meio do caminho.

Sentiu as lágrimas sendo derramadas segundos depois.

— Tá tudo bem, garoto. - O kwami preto colocou sua patinha no ombro do dono. - Eu sei que está sendo difícil para você. - Plagg se perguntou se oferecer queijo a Adrien seria de alguma ajuda. Nunca é bom resolver conflitos quando se está de estômago vazio.

— Difícil? - O loiro esticou as costas, para apoiá-las no encosto do sofá. Esfregando os olhos, agora pesados e úmidos. O choro silencioso ainda continuava. Estava sendo insuportável para ele toda a situação.

Já estava tarde, muito tarde. O sol já iria nascer no horizonte, e sua mente cansada não conseguia raciocinar direito. Mas apesar do sono, não conseguia parar de pensar em tudo que havia acontecido.

A forma como Ladybug o olhou quando ele disse “Chat Blanc”, ali mesmo ela já havia sacado que ele havia descoberto o segredo dela, ele percebeu o medo nos olhos azuis dela. E depois disso, tudo pareceu ir ladeira abaixo. Lutar contra um pesadelo, mesmo não sendo o seu, nunca pareceu ser tão difícil. Sentia que agora entendia melhor os medos da namorada. Chat Blanc era mau, louco e indomável. Foi difícil contê-lo, ainda mais quando tudo o que ele queria era ir atrás da Lady dele, como o mesmo afirmou.

Se sentiu mal quando o mesmo conseguiu escapar dele lhe dando soco nas costelas, e conseguindo alcançar a Ladybug,pensou em ir atrás dele naquele momento, mas foi impedido pelo Sonhador que ainda não havia desistido de fazer o pesadelo do herói virar realidade.

Então, deixou para que a parceira lutasse contra Chat Blanc sozinha, pois se um pesadelo já estava sendo difícil de lidar, imagine dois. O melhor que pôde fazer foi se defender, e fugir.

Mas talvez, a verdade era que ele realmente não quis ajudar Ladybug a lutar contra Chat Blanc. Não quis interagir, muito menos, protegê-la naquela hora. Um covarde, era isso que era. Poderia enfrentar mil vilões, mas não foi forte o suficiente para encarar alguém que mentiu para ele. Só esperava que ela fosse incrível, como sempre ,e colocasse um fim naquela luta. E ela o fez.

Mas pensar nela assim agora, a heroína que antes o deixava totalmente admirado, agora só o deixava com uma forte vertigem. Tudo o que sabia sobre Marinette havia ruído em pedaços. Ela havia o enganado todos esses meses em que estavam juntos, e se sentia extremamente traído. Como ela podia ter feito isso com ele? Lutar ao seu lado como Ladybug e depois, voltar correndo para casa e ser a Marinette, a menina frágil que precisava dele para dormir?

Não sabia agora o que havia sido real entre eles e o que foi mentira. Todas as conversas que tiveram, todos os desabafos, as trocas… tudo. O choro de Adrien aumentou consideravelmente quanto se lembrava de todos esses momentos entre os dois, deitados na cama dela, com ele recebendo carinho enquanto Marinette o embalava com suas palavras. Deixou escapar alguns soluços de seus lábios, enquanto ainda escondia o rosto com o braço. Sentia a presença de Plagg perto de si, sem dizer nada, provavelmente, sem saber o que fazer para acalmá-lo. Pois não havia nada, nada que ele pudesse fazer para amenizar a dor de Adrien agora.

Ele havia compartilhado absolutamente tudo com ela. Sobre sua família, seus medos, sua vida como herói… Ele soltou um sorriso triste ao perceber o quão estúpido deveria ter sido mentir para Ladybug sobre seu namoro agora, e em tantas outras situações!

Ela o havia feito de tolo todo esse tempo.

Deu uma última fungada antes de limpar o rosto com a mão, a cabeça pesada pelo pranto pesado. Estava pronto para tomar um banho, na tentativa de esvaziar sua mente, quando uma figura vermelha saltou para dentro do seu quarto pela janela aberta.

Adrien a olhou, paralisado por alguns segundos. Então ela ficou ereta, mas ainda permanecia distante dele, como se esperasse a permissão dele para se aproximar.

— É, se eu não tivesse descoberto, agora todas as dúvidas iriam embora, não é mesmo? - Falou amargo, e viu as sobrancelhas da heroína se juntarem, em uma careta de choro. Isso o desarmou um pouco, e estava prestes a se levantar para abraçá-la, mas então a mesma esfregou os olhos com o braço e respirou fundo.

— Estou aqui para responder às suas perguntas. - Ela disse de forma resolvida, como sempre ficava quando estava diante de algum vilão. Os olhos exalando determinação e punhos cerrados. Isso fez o loiro rir com desgosto.

Ele se levantou, calmamente, a ignorando, e continuou seu trajeto até o banheiro.

— Plagg, pode aparecer, sabemos que não é mais um segredo para ninguém. - Disse ríspido, quando percebeu que o kwami não estava à vista. E o viu surgir por trás do sofá, e parecia envergonhado.

— Adrien, por favor, vamos conversar! - Ladybug continuou, alternando seu olhar para as costas do garoto e Plagg, que acenou para ela em um movimento curto. A heroína estava incerta se deveriam mesmo conversar naquele momento. Apesar de querer resolver as coisas o quanto antes, Adrien parecia alterado demais e indisposto para ouvir.

Mas se não tentasse fazê-lo entender agora, sentia que não teria outra chance

— Ah, então agora você quer falar? - Adrien, que estava de costas até então, se virou para encarar a heroína de frente. Ele estava exaltado. - Então vamos conversar! Me diz, por que não me contou quem era, Marinette? - Dizer o nome da namorada em voz alta naquela situação, o fez sentir um arrepio estranho na espinha. Como se não fosse “certo” ela ser a Marinette. Era a Ladybug ali na sua frente, afinal de contas.

Ladybug achou realmente que estaria preparada para responder às perguntas dele, e queria fazer isso. Mas não achou que seria tão difícil. Ver o olhar dele sendo lançado para ela, com tanto ressentimento, a fez fechar a boca em uma linha fina, precisando de tempo para criar coragem.

Já Adrien, cerrou os punhos quando a viu ficar sem palavras. E sentiu os olhos arderem. Não, ele não ia chorar na frente dela agora.

— Por que continuou mentindo para mim? - Perguntou, se aproximando da heroína. - Eu me revelei, para que você não sofresse por minha causa! Mas você continuou a me enganar mesmo depois de tudo! Ainda mais sabendo por quem eu sofria! E para que??

Ela pôde sentir a dor nas palavras deles. Agora entendia mais quanto devia ter sido doloroso para ele ao sentir seu amor mudar de pessoa. Enquanto tudo o que ela pensava na época era em afastá-lo de si.

“Egoísta! Você foi tão egoísta Marinette!” - Ela cerrou os dentes com força. Havia errado muito com Adrien ao tentar fazer a coisa certa. E agora estava devendo à ele sua sinceridade. Mordeu o lábio com força antes de respondê-lo.

— Eu não menti para você, Adrien! - Tentou soar o mais firme possível, mas a sua vontade era de cair aos pés dele e chorar até amanhecer. Implorar pelo perdão dele. 

Sua resposta só o fez soltar uma risada amarga.

— Omissão ainda é um tipo de mentira, Marinette! - A voz do loiro estava baixa, banhada em decepção. - Eu sempre fui sincero com você! Em todas as minhas formas!

Aquilo doeu, Ladybug sentiu os olhos se encherem de água. Abraçou o próprio corpo como se isso pudesse impedir seus sentimentos de serem transbordados.

Sempre soube que não era perfeita. Nunca foi, apesar do que as pessoas diziam sobre seu alter ego. Se sentia uma fraude quando a aclamavam dessa maneira. E estar ali agora, sabendo que havia errado com a pessoa mais importante de sua vida, só a confirmou isso.

— Eu sinto muito meu príncipe! Eu não queria te magoar… - Adrien quase cedeu ao vê-la tão desolada, mas seu peito ainda doía, completamente cheio de tristeza.

Se sentia enganado, traído pela pessoa que deveria ser a sua parceira, aquela que podia confiar de olhos fechados. E também, traído pela namorada, a pessoa que mais amava, que era seu porto seguro

Era uma traição dupla.

— Por que não me contou logo? Teríamos rido sobre como o destino é imprevisível e teríamos ficado mais fortes, juntos! - Adrien já havia se esvaziado de sua raiva, só lhe restava a dor.

Saber como tudo poderia ter se resolvido de forma mais pacífica entre eles era a pior parte. Não entendia por que ela havia optado por guardar esse segredo. Ele apertou fundo sua blusa, agarrando o tecido com força, como se pudesse arrancar o seu coração para fazer todo aquele sentimento ruim sumir.

— Eu não podia te contar! Você não podia saber quem eu era. - Ela falou mais calma, sentindo um pouco aliviada por vê-lo mais disposto a dialogar. 

Mas então, Adrien soltou uma risada irônica, que a assustou.

— Ah, então é sobre isso? O segredo do Miraculous? - Marinette juntou suas sobrancelhas em confusão, e ele continuou a falar. - Eu também não podia contar meu, se você não sabe, mas eu confiei em você, Marinette! - Apontou um dedo na direção dela, a chamando pelo nome civil novamente.

Ainda tinha esperança da Ladybug desmentir esse nome, e dizer que não era ela, que ele havia se enganado. Mas ela não o fez. Não que não acreditasse que Marinette fosse incapaz de ser a heroína, só não achava que ela teria a capacidade de enganá-lo daquela forma.

— Talvez eu não seja digno da sua confiança. - O loiro terminou raciocínio com rancor, enquanto a olhava se perguntando quem era a pessoa que estava na sua frente naquele momento. Ele conhecia quem era Ladybug? Quem era Marinette? Achava que sim, mas as atitudes que ela tomou mostravam o completo oposto. 

Não fazia ideia de quem era essa garota vestida de heroína em seu quarto.

— Não Adrien, não é isso! - Negou desesperada, entendendo que ele havia a interpretado de maneira completamente errada. Andou até ele a passos incertos. - Você é digno de confiança, é só que… - Ela travou. Por que era tão difícil simplesmente despejar tudo?

A verdade, escondida bem no fundo, é que Marinette não queria que Adrien descobrisse tudo. Todo o horror que ela viu e presenciou. Achava que isso poderia acabar mudando-o para sempre. Saber que ele, em um provável futuro, pudesse acabar destruindo Paris, a lua e consequentemente, matar várias pessoas junto, poderia ser demais para ele. Tinha medo de como ele receberia essas informações e por isso, não queria que mais alguém, além dela e de Bunnix, soubesse de tudo isso. E queria preservá-lo de sofrer.

Mas ao resguardá-lo disso, também o estava privando da verdade.

Adrien a viu, novamente, se fechar com a verdade escondida dentro de si, como fizera tantas vezes antes enquanto namoravam. Aquilo o devastou ainda mais. Não tinha mais certeza se valeria a pena tentar extrair o que se passava na mente dela.

E se Marinette era, realmente, essa completa mentirosa que estava vendo, então, ele de fato, não tinha mais desejo de conhecê-la. Preferia afastá-la de si e conviver o resto de sua vida com as lembranças das últimas semanas, enquanto ainda a via como a menina doce que achava que era.

— Suas ações dizem o contrário. - Ficou de costas para ela novamente. Iria chorar, não queria que ela visse o quanto estava sofrendo agora, somente iria o expor mais. 

E também, mesmo a detestando naquele momento, acreditava que isso iria machucá-la. O fazer chorar era algo que entristecia sua antiga Marinette, não sabia se também atingiria a nova. Resolveu não arriscar.

— Por favor Ladybug, vá embora.

Ele conteve um soluço de choro quando não ouviu nenhuma resposta dela. Nenhum “Eu não vou a lugar nenhum até você entender tudo” ou “Eu te amo, Adrien, por favor, não fique com raiva de mim”, e por Deus, ele correria até os braços dela, pois se havia uma chance dela se mostrar arrependida, dela ainda ser a menina maravilhosa que ele conhecia, então perdê-la, por mais magoado que estivesse, ainda não era uma opção.

Ela ao menos o amava de verdade? Tudo aquilo que viveram foi real? Ela se importava mesmo com ele?

Não ouviu nada e aquilo doeu. Se segurou para não ceder em seus joelhos, agora fracos pela tristeza, e cair no chão, chorando. Abraçou o próprio corpo enquanto o rosto era banhado pelas lágrimas quentes.


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Notas finais do capítulo

EU JÁ QUERO PEDIR DESCULPAS POR ACABAR ASSIM!!!! KKKK

Já digo que o próximo cap tem 4 mil palavras, e se chama "Fique comigo", tirem suas próprias conclusões.

Espero mesmo, de verdade, não acabar com o fim de semana de vocês com esse cap kkkk lembrando que eu amo muito vocês e só quero o bem de todos ❤️ não sou a sádica que vocês pensam que sou kkkkk

*ansiosa pelas lágrimas nos comentários*

Beijos doces e até terça, 20h (logo após o novo episódio no Gloob)