Insônia escrita por Babydoll


Capítulo 26
Em Perigo


Notas iniciais do capítulo

Minha gente!! Eu descobri porque os escritores não escrevem sobre o ciclo das personagens femininas nos livros, fanfics e afins: POR QUE ELAS SE VINGAM!!

Postei aquele cap na quinta a noite né? Sexta de manhã eu tava aqui em casa com TANTA cólica que não consegui andar! Meu marido correu na farmácia comprar remédio pra mim porque eu não tava aguentando kkk (isso porque eu odeio tomar remédio, só tomo quando preciso mesmo).

Enfim kkkkk só queria deixar minha descoberta aqui. Serve de alerta também pra outras escritoras hahaha.

Depois de décadas sem vilões, aqui está... pra quem estava com saudades de ação. Mas quero que entendam que tem uma explicação para isso, até mesmo deixei claro que o Gabi Moth estava viajando…

Vocês tem noção que para achar o Lucky Charm desse cap eu simplesmente joguei “objetos” no Google e fiquei vendo um monte de coisa aleatória para ver se eu tinha alguma luz? kkk Depois lembrei que os talismãs têm vários objetivos, não só no combate. Vocês vão me entender….

Sem mais delongas... Boa leitura!



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Ladybug localizou o vilão a poucos metros através do alerta de akuma em seu ioiô. Estava algumas ruas atrás da escola. Mas mesmo que o alerta não estivesse funcionando, era só seguir os enormes barulhos que o akumatizado estava fazendo.

Um verdadeiro caos, foi isso que pensou ao chegar ver duas crianças no meio de uma fumaça que subia na rua.

Chat estava no chão, tentando dissipá-la com seu bastão, girando-o rapidamente.

— Chat! O que temos aqui? - Indagou assim que pulou atrás de si.

— M’lady, a quanto tempo! - Ele a cumprimentou, e Ladybug precisou morder a língua para não responder. “É, tipo, 5 minutos.” - Eu ainda não sei! Mas parece que esses gêmeos foram akumatizados ao mesmo tempo. - Falou apontando para as duas crianças à sua frente. Um deles estava com as mãozinhas no chão, parecia absorver algo, enquanto o outro arrancou um poste de luz sozinho.

— Nossa, aquele garotinho é muito forte! - Observou. Os pequenos não deviam ter mais que 7 anos… E ela ficou irada por Hawk Moth não ter piedade nem de crianças para cumprir seu plano.

Eles desviaram juntos quando o menininho usou o poste como um taco de beisebol para tentar acertá-los.

— Alguma ideia para capturar o pequeno Hulk ali? - Chat apontou, enquanto saltavam para longe da mira da criança enraivecida.

— O meu nome é Danger! - A criança protestou, jogando o poste no chão perto dos pés deles, enquanto o irmão ia em direção a lâmpada ainda acesa. - E eu não vou receber mais ordem de ninguém! Nem dos meus pais, nem de heróis! Vou brincar com o que eu quiser! - Ladybug aproveitava a cena para observar. O irmão de Danger ainda estava calado, e parecia concentrado em algo enquanto tocava a lâmpada, e rapidamente, as mãozinhas de Danger se acenderam. - Chega de adultos me dizendo que tudo é perigoso demais para mim! Eu sou um super agora também, e posso fazer o que eu quiser! - Ladybug exclamou alto para Chat, enquanto pulava para o lado, desviando de uma onda de eletricidade disparada pelo garoto e se escondendo atrás de um carro.

— Ótimo! Outro vilão que usa energia! - Bufou, lembrando-se da luta com Electro semanas atrás.

— Parece que vai precisar dos meus serviços Bugaboo! - Chat pulou ao lado dela, deixando o bastão à postos para defender os dois do próximo ataque. Chat a estava tratando normalmente, algo que ela achou bom, mas… Se perguntou se ele a contaria sobre seu relacionamento com Marinette.

Ok, não que a Ladybug tivesse algo haver com a vida dos dois (só tudo haver), mas achava que em consideração a parceria e a história dos dois, ele a contaria. Bem, restava esperar. Por enquanto ela estava contente em ver que o tratamento com ela não havia mudado.

Só não ia tolerar flertes de modo algum! Ele era um homem comprometido agora afinal! Que agisse como tal.

Ela já ia agradecer pela ajuda, quando o carro atrás deles foi levantado e arremessado para longe.

— Mas o que…? - Ela exclamou surpresa enquanto corria pela rua com Chat Noir. Pois o garotinho não estava nem perto do carro na hora, olhou para trás e o viu levantar uma moto novamente, sem encostar nele. - Além de super força e eletricidade, ele ainda consegue mover objetos pesados com a mente? - Ela e Chat Noir desviaram novamente da moto lançada e pararam de correr ao dobrar uma esquina.

— Como um só vilão pode ter tantos poderes assim? - Chat perguntou atrás de si. Estavam observando os gêmeos de longe e Ladybug, novamente, procurou pelo irmão mais quieto. Ele estava com as duas mãos sobre a cabeça enquanto Danger brincava de girar lixeiras e uma bicicleta com sua telecinese.

— É isso Chat! - Falou vitoriosa enquanto seu parceiro a olhava confuso. Ela virou-se para ele enquanto sentavam no chão. - O irmãozinho dele que está dando os poderes! Danger estava forte quando o irmão tocava o chão, deve ser algo haver com o asfalto! Depois ele tocou na lâmpada e ele atirou raios de energia contra nós…

— … E agora o irmão está com as mãos na cabeça e Danger tem poder de controlar as coisas com a mente! - Chat completou, entendendo seu raciocínio. - Você é tão esperta Bugaboo! - Terminou, fazendo um carinho na cabeça dela. Ladybug riu boba… mas então lembrou que não era Marinette, namorada dele, que estava ali. E logo se recompôs, desfazendo o sorriso e se afastando do toque dele.

— Temos que dar um jeito de deter o irmão mais quieto antes que Danger consiga um poder mais forte! - Voltou seus olhos para os gêmeos. Precisava encontrar o objeto com o akuma. Um objeto que ligasse os irmãos.

Observou os dois meninos que eram praticamente iguais: a pele deles era branca e a roupa um macacão preto com o símbolo de perigo no centro do peito. Os cabelos deles estavam espetados para cima. Eles tinham uma máscara de dormir pendurada no pescoço, mas não podia ser isso, pois cada um tinha a sua. A única diferença, é que Danger usava uma capa preta, e o outro não.

— Eu acho que o akuma está na capa. - Apontou para o pequeno, que agora iniciava uma corrida pelas ruas de Paris junto com o irmão, talvez à procura de outra coisa para brincar. Chat Noir e ela passaram a seguir eles. - Temos que nos aproximar o bastante para tirá-la dele. - Ela invocou seu poder enquanto os perseguia. - Lucky Charm! - Recebendo uma torneira de pia. “Essa torneira parece ser do banheiro da da minha casa… estranho.”

— Enquanto você decide o que fazer com isso aí, eu vou cercar eles para você M’lady! - Chat adiantou um plano, o que era incomum. Estendeu o bastão, alcançando os garotos mais à frente para impedi-los de avançar.

Isso até Danger carregar outro carro com seu poder e lançá-lo contra o herói.

Arremessou o carro para cima tentando acertá-lo enquanto saltava pelas paredes dos prédios. Mas o carro foi para cima, passando diretamente por Chat Noir que desviou no ar, e acabou caindo, nada mais nada menos que, no prédio da casa de Marinette. Mais especificamente, no local onde era o quarto dela.

Chat Noir sentiu o coração parar naquele momento enquanto pulava de volta ao chão. Quase se desequilibrou, pois seus joelhos tremiam. Sentiu o rosto empalidecer com o sangue que parou de correr naquele momento.

— NÃO! MARINETTE! - Ele iniciou uma corrida em direção à ela, sentindo um medo crescer a cada passo.

Ladybug viu a enrascada em que estava. Não podia deixar que Chat chegasse em sua casa e não encontrasse Marinette lá. Tinha que pensar rápido para impedi-lo.

Ela correu mais rápido, alcançando o irmão quieto, que estava distraído colocando as mãos no chão para dar super força à Danger.

Rapidamente Danger foi protegê-lo quando ela o alcançou, agarrando Ladybug pelo pescoço, fazendo-a soltar o irmão imediatamente. A enorme força que ele fazia a impediu de respirar por alguns segundos, ela percebeu que ele acabou a agarrando por fora do traje. Isso não estava nos planos.

“Merda!”

Em um ato de desespero, ela forçou sua voz para gritar o parceiro.

— Chat Noir! - Clamou com dificuldade em meio ao estrangulamento, enquanto lutava para se soltar do aperto violento, já sentindo a cabeça rodar com a falta de ar. Mas pode enxergar com o canto dos olhos que ele se deteve no meio do caminho.

Chat Noir respirava fundo enquanto travava uma luta interna. Precisava ajudar sua parceira, mas ao mesmo tempo, sua namorada poderia estar machucada e necessitava ver se ela estava bem.

“Mas que droga!” - O herói berrou em sua cabeça enquanto ainda decidia o que iria fazer. Escolhendo quem iria salvar.

Ladybug aproveitou a chance, enquanto ainda tinha forças nas mãos, para arrancar a capa dele antes de ser arremessada para longe de forma bruta.

Assim que foi jogada, aproveitou a garganta livre para dar uma profunda respirada em busca de ar. Sentiu os pulmões agradecendo por isso. Mas seus reflexos haviam sido comprometidos com o ataque e se preparou para o impacto que estava por vir.

Fechou os olhos, mas seu corpo foi agarrado por Chat Noir antes de se chocar contra um prédio. Ele girou com ela no ar antes de caírem de forma suave no chão.

— Cha… - Sua voz saiu rouca e sentiu a garganta doer ao tentar falar. Tossiu logo em seguida, e isso fez a dor se acentuar.

— M’lady, eu sinto muito! - Estava aflito. Agora estava preocupado com Ladybug com Marinette. Ainda não sabia se a namorada estava bem, mas seu dever maior ali era como herói, e ser o parceiro de Ladybug. Confiaria nela para consertar as coisas.

“E curar Marinette caso ela tenha se ferido…” - Balançou a cabeça, tentando afastar esse pensamento da cabeça. Só de imaginar Marinette machucada seu coração doía como uma facada.

Ladybug levantou devagar. Com uma mão em torno da garganta e a outra segurando firmemente a capa de Danger.

— Não!!! - Ouviu Danger berrar enquanto corria em sua direção, antes dela levar a capa à frente e rasgá-la. Mas diferente do que esperava, uma pena negra saiu flutuando do objeto, e o irmão quieto de Danger estava desaparecendo. — Irmão... - O garotinho gritou enquanto o via a fumaça negra, se dissipando ao vento.

Ladybug se apressou em lançar o ioiô e capturar a pena antes que voasse para longe.

— Não eram gêmeos! - Chat exclamou assustado, as palavras que Ladybug não conseguia botar para fora. - Era um sentimonstro! - Ele olhou para a parceira, e no mesmo instante a viu abrir a boca. - Não, não fale M’lady, está ferida. - Ela fechou a boca, concordando. Abrindo seu ioiô rapidamente para mandar uma mensagem, enquanto Danger ainda estava perplexo.

“O akuma então deve estar na máscara de dormir em volta do pescoço!

Chat Noir leu a mensagem e acenou com a cabeça.

— Ladybug! Chat Noir! - O akumatizado finalmente os chamou, e puderam ver a raiva em seu olhar. - Vocês vão pagar por isso! - Avançou para cima deles, e parecia ainda ter a sua força, pois socou o chão na frente deles e os desequilibrou com o tremor que o soco causou.

Ladybug caiu para trás, sua cabeça ainda estava meio zonza depois de ter sido atacada, e não conseguiu desviar a tempo. Antes que pudesse se erguer novamente, Danger pulou para seu colo, a prendendo no chão. Ele era pesado demais... e o corpo era rígido feito rocha. “Feito asfalto!”, ela lembrou.

Chat pulou para cima dele logo em seguida, enquanto Danger tentava arrancar os brincos de Ladybug.

— Cataclismo! - Ele segurou a máscara de dormir do garoto, a destruindo assim que tocou com seu poder.

Ladybug sentiu aquele enorme peso que a estava esmagando se esvair, à medida que o corpo de Danger voltava ao normal em meio a uma fumaça negra. A borboleta negra saiu voando logo após.

Chat ajudou a tirar o menino de cima dela, que lançou seu ioiô para capturar o inseto, purificando-a junto com a pena.

Suspirou de alívio, dando um soquinho na mão estendida de Chat Noir.

— Zerou! - Ele disse pelos dois. Indo em direção à criança logo depois para acalmá-lo e dizer que estava tudo bem, que eles haviam o salvado.

Ladybug olhou para a torneira em sua mão. Se perguntando o porquê de não ter necessitado do objeto durante a luta… Então uma ideia se formou em sua mente e tudo fez sentido.

Seu Lucky Charm estava dizendo por onde entrar em casa depois da luta, para não preocupar seus pais. “Ah, eu adoro esse poder da sorte!”

Já ia jogá-lo para cima, mas falhou ao dizer as palavras “Miraculous Ladybug”, tendo uma crise de tosse em seguida, se debruçando sobre seu corpo debilitado pela dor que se alastrou.

— Ladybug! - Chat voltou-se para ela, vendo-a aflita enquanto olhava o Lucky Charm ainda em sua mão.

Chat Noir gelou ao perceber a situação. Se Marinette estivesse machucada e Ladybug fosse incapaz de consertar tudo… o que ele faria?

Era egoísta, se preocupar só com a namorada, que ele nem sabia ainda como estava, enquanto a parceira ainda estava ali ferida.

Ela viu o olhar desesperado dele e sabia muito bem o motivo. Forçou tudo de si, e quando ele percebeu a careta de dor dela, tentou impedi-la antes de se machucar mais.

— M’lady, cuid…

— Miraculous Ladybug! - Dizer aquelas palavras foi como ter navalhar saindo por sua garganta. Mas esse era o único jeito. Jogou a torneira para cima. - Arh! -Ela soltou um arquejo, colocando as duas mãos sobre o pescoço antes das joaninhas lhe darem sua cura milagrosa. Puxou o ar com força quando a dor se foi.

— Bugaboo! - Chat se jogou em seus braços. Completamente admirado com a força dela.

— Gatinho... - Ela o chamou docemente. - Ah, é bom ter minha voz de volta.

Se soltaram e o pequeno menino atrás deles os chamou.

— Ladybug, Chat Noir, eu quero a minha mãe! - Pediu a criança, já aos prantos.

— Leve-o para casa Chat Noir, eu olho a Marinette para você. - Revelou. - Eu vi como estava preocupado com ela a luta inteira. - E ela também tinha certeza que seus pais estavam desesperados atrás dela nesse momento. Tinha que voltar imediatamente. — Ela tem sorte de ter você. - Estava se preparando para arremessar o ioiô em direção a sua casa quando a fala de Chat a deteve.

— Obrigado Ladybug. Mas eu e a Marinette não estamos juntos. - Ele disse, e parecia muito incomodado. Coçando a nuca sem graça.

Ela ficou em choque por alguns segundos. “O que??”

— A-ah, que pena então, q-que não deu certo… - “O que está acontecendo?? Por que está mentindo Chat Noir??”

— Sim, mas tudo bem. Ainda sou amigo dela. - Ele explicou,  depois pegou o garotinho no colo tranquilamente, como se não tivesse dito nada de mais. - Te vejo depois M’lady. - E estendeu o bastão, sumindo por entre os prédios.

Ela correu para casa, entrando pela pequena janela do banheiro do andar de baixo, assim como seu Lucky Charm havia mostrado. Se destransformando, já podendo ouvir seus pais a chamando.

Tentou controlar o choque pelas palavras de Chat antes de sair do cômodo.

— Pai! Mãe! - Gritou bem alto. Enquanto Tikki se escondia. Seus pais apareceram no topo da escada no momento em que abriu a porta do banheiro.

— Oh minha filha, ficamos tão preocupados! - Tom a puxou para um abraço, mas mal ouvia o que seu pai dizia. Tudo o que rondava sua cabeça era:

“Eu e a Marinette não estamos juntos”

— Por que não estava no seu quarto querida? - Ouviu sua mãe perguntar.

“Mas ainda somo amigos”

— Quero dizer, ficamos muito aliviados quando vimos que não estava lá, mas ainda sim…

“...Não estamos juntos”

— Filha? - Sentiu a mão de seu pai em seu rosto. - Você se machucou? - Piscou algumas vezes enquanto olhava o olhar preocupado de seu pai. - Está chorando…

— Ah! - Ela sacudiu a cabeça, secando as lágrimas que nem notou que estavam escorrendo. - Está tudo bem, sério! - Os dois ficaram com caras de nada convencidos. - E-eu acordei com os barulhos e acabei descendo para beber água. Quando vi que nossa casa tinha sido atingida, me tranquei no banheiro, só isso! - Riu nervosa, esperava que acreditassem nela.

— Oh, graças a Deus! - Tom a puxou em um abraço. - Se quiser pode dormir aqui na sala hoje…

— Não! - Sua voz saiu mais alta do que esperado. - Q-quero dizer, a Ladybug já consertou tudo não é? Vou para o meu quarto. - Deu um beijo na bochecha de cada um. - Boa noite.

— Querida. - Sabine segurou sua mão que estava no corrimão para subir em direção ao quarto. - Está tudo bem mesmo? - Marinette teve que desviar seus olhos do olhar da mãe. Se sustentasse seu olhar, temia ceder ao choro que estalava sua garganta.

— Está sim mãe. Só estou com sono. Já vou dormir. - Seguiu subindo os degraus sem olhar para trás.

Fechou a porta do alçapão, se permitindo soltar o ar que havia prendido para não cair em lágrimas.

Chat ainda não havia retornado, e isso fez com que finalmente seu choro fosse liberto. Ali, sentada no chão, abraçada aos seus joelhos.

— Mari, o que foi? - A kwami soou preocupada.

— Ele mentiu para mim Tikki. - Ela secou um dos olhos com a mão. - Ainda não entendi por que ele fez isso!

— Talvez ela tenha um motivo! - Tikki secou o outro lado de sua bochecha, pegando outra lágrima com as mãozinhas.

Ela quis dizer o quanto achou a atitude fofa, e que aquilo a fazia querer chorar mais.

“Droga de TPM!”

— Princesa! - Levantou o olhar ao ouvi-lo do lado de fora, com uma voz aflita. Tikki sumiu pelo quarto rapidamente. Mari ainda sentia vontade de chorar, mesmo querendo esconder dele sua tristeza e se recompor. Não conseguiu fazer isso a tempo. Chat já havia pulado no interior de seu quarto. — Oh meu amor! Eu fiquei tão preocupado. - Ele correu e caiu de joelhos no chão na frente dela, puxando com força para seus braços. - Por deus, nunca senti algo tão ruim em minha vida. Achei que morreria de preocupação! - Ele parecia sincero, e isso fez com que o choro dela aumentasse, o fazendo reparar nisso pela primeira vez, que rapidamente se afastou para ver seu rosto. - Mari o que houve? Se machucou? - A angústia na voz dele era palpável, enquanto examinava seu corpo com o olhar à procura de qualquer ferimento.

“Meu coração está doendo gatinho…”

— Estou bem. - Ela conseguiu dizer para tranquilizá-lo. - Não estava aqui quando o carro atingiu meu quarto. - Ela abaixou a cabeça para evitar seu olhar, limpando o rosto com as costas das mãos.

— Graças a Deus! - Ele a puxou para seus braços novamente. Ela respirou fundo, inalando seu perfume e mordendo forte a língua para não perguntar o porquê dele ter mentido. - Ao menos uma coisa boa hoje.

— Como assim? - Ela perguntou curiosa, ainda com a cabeça encostada no peito dele. Chat iniciou um carinho em seus cabelos soltos antes de responder. E parecia não querer sair daquela posição por enquanto.

— A luta foi horrível. Eu fui horrível. E fiz uma coisa horrível. - Confessou, com os lábios roçando entre os cabelos dela. Chat estava tão aliviado por vê-la bem. E precisava do contato dela agora para o acalmar. Percebeu que Marinette ficou inquieta em seus braços e respirou fundo antes de continuar. - Eu mal pude ficar focado na luta depois que seu quarto foi atingido. Tudo o que eu queria era largar tudo e vim correndo te encontrar. Mas aí… - A garganta dele se apertou. - Ladybug foi atacada e se feriu por minha causa, e eu me senti um péssimo em vê-la daquele jeito. - Apertou Marinette mais contra si, ela o confortava de alguma maneira. - E depois que derrotamos o vilão, eu fiz algo que me doeu mais do que qualquer ferida que eu já tenha recebido. - Chat fechou os olhos e respirou fundo ao se lembrar daquele momento. - Eu menti para a Ladybug, tão descaradamente, que tenho quase certeza que ela percebeu.

Marinette arregalou os olhos, separando seu corpo do dele para olhar os olhos verdes. Estavam tristes, magoados.

— Por que mentiu? - Era um alívio poder finalmente perguntar. Ele a encarou de volta, passando uma das mãos no rosto de porcelana dela. Se deixando ser embalados pelas safiras que o fitavam avidamente.

— Bem, eu precisava fazer isso. - Suspirou com pesar, ainda se sentindo mal pela mentira. - Ela sabia que eu gostava de você,  mas não pretendia me revelar à você quando contei à ela essa informação. Eu não podia contar à ela que estávamos juntos agora, pois o que aconteceria caso ela visse você com o “Adrien” pela cidade? - Ele se esforçou para dar uma risada sem humor. - Das duas uma: ou ela acharia que você está me traindo, ou ela descobriria minha identidade. Nós juramos nos manter em segredo e também, não quero ter fama de corno. - Ele terminou rindo de si mesmo ao imaginar essa situação. - Então eu precisava fazê-la esquecer esse assunto, mostrando que eu esqueci você, algo assim.

Se vergonha matasse, Marinette se encontraria decomposta naquele momento. Ela abriu a boca em surpresa.

Ouvir que não estavam juntos, da boca dele, doeu mais do que o esperado. Ficou tão aturdida com isso, com a mentira, que mal pode raciocinar direito para descobrir o motivo.

— Ah Adrien! - Ela se jogou em seus braços, levando os dois ao chão. - Ela vai te perdoar, não se preocupe.

Chat enlaçou sua cintura com os braços. Queria acreditar em Mari, mas pelo rosto espantado que Ladybug havia feito na hora, tinha suas dúvidas.

— Também não fui forte o suficiente para contar à ela que revelei meu segredo. Fui egoísta... Temi que ela tirasse meu Miraculous. Isso também está me atormentando. - Marinette pode jurar que sentiu o corpo dele tremular enquanto dizia isso.

Não imaginava que Chat Noir estava com esse peso enorme nos ombros desde aquele dia. Queria dizer algo a ele, algo que pudesse confortá-lo, mas Chat foi mais rápido.

— Sabe que adoro ficar agarradinho com você princesa, mas não acha melhor irmos para um local mais confortável?

Ela riu e saiu de cima dele, ajudando-o a levantar logo após. Enquanto estavam de mãos dadas, ele se destransformou.

Adrien reparou no rosto manchado pelo choro e o nariz vermelho dela

— Estava chorando quando cheguei… o que houve? Sua cólica voltou? - O rosto preocupado dele a desarmou novamente.

— A-ah, sabe como é, TPM! - Ela disse rindo, enquanto caminhavam para as escadas do quarto. - Acho que fiquei mais preocupada com você do que imaginei que ficaria.

Ele bagunçou os cabelos dela em um carinho e depositou um beijo no topo da cabeça, enquanto sussurrava um “Estou bem” entre seus cabelos.

Deitaram na cama, e Marinette percebeu o cenho fechado de Chat.

— Você não parece bem… - Ela contornou o rosto dele com as mãos, puxando-o para olhar para ela.

— Me odiei por ter mentido para Ladybug. - Proferiu com desgosto. Fechando os olhos e aproveitando o carinho que recebia nos fios. - Eu tinha planejado falar com ela de outro jeito… Por isso demorei tanto a te pedir em namoro. - Ele abriu os olhos, pegando a mão dela e dando um beijinho no dedo que continha a aliança dela. - Eu ia dar uma explicação melhor para Ladybug primeiro, com calma, algo como "A Marinette parece mais feliz com aquele modelo, e eu estou bem com isso". Queria tirar esse peso antes do pedido, mas, não encontrei com ela esses dias. E não nos vimos durante as patrulhas que fiz essa semana…

Marinette não acreditou que ele considerava tanto a ponto de fazer isso. Sentiu a maior idiota do mundo por duvidar dele quando mentiu.

Também percebeu o quão estúpida ela fora na última semana. Chat Noir não a encontrou nas últimas patrulhas justamente porque ela escolheu horários em que Adrien estava ocupado. Havia evitado ele, pelo simples medo irracional de que ele poderia reconhecê-la com a máscara, já que agora estavam tão íntimos sem elas. Estava se sentindo neurótica, e assumia isso. Não se sentiu preparada para se encontrar com Chat Noir em seu alter ego, não sem alguma batalha servindo como distração para desviar o foco deles um do outro.

Ela  quis rir da própria miséria. Se havia alguém para culpar sobre a dor que havia sentindo ao ouvir ele mentindo, deveria culpar a si mesma. Pois ao tentar preservar sua identidade, privou Chat Noir de lhe contar essa "notícia" da maneira dele, forçando-o a mentir de forma apressada.

Ladybug teria sacado o que ele queria dizer por trás daquelas palavras. E também, seus hormônios não estavam sob seu total controle, e foi fácil deixar que as palavras dele ferissem seu coração.

— Tenho certeza que ela vai compreender. - Os olhos de Adrien diziam que ainda não estava convencido. - Confie em mim gatinho.

Ele suspirou fundo, decidido em deixar esse assunto de lado e confiar na namorada.

— Por que parou o carinho? - Resmungou brincalhão, o que arrancou uma risada divertida dela, que voltou a acariciar os fios loiros.

— Gato manhoso! - Ela depositou um beijo em meio ao fios loiros. - Meu gatinho...

Sentiu os braços dele se apertarem mais em seu redor, como se tivesse gostado de suas palavras. 

Ainda tinham poucas horas antes do sol romper no horizonte, e Marinette deixou seu corpo relaxar nos braços do seu namorado, para poder aproveitar essas horas preciosas de descanso.


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Notas finais do capítulo

Perdoem a demora, tive que arrumar algumas coisas nesse cap antes de postar.

Como sempre, espero que tenham gostado!

Beijos doces e até o próximo cap! ❤



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