Insônia escrita por Babydoll


Capítulo 18
Música e Luar


Notas iniciais do capítulo

Hello amores ♥

Voltei! E quero dizer que o capítulo vai mostrar duas narrativas, vocês vão entender. Enfim, a segunda parte eu escrevi ouvindo Friends - Chase Atlantic. Quem quiser ouvir :3

Boa leitura, aproveitem o Lukanette, haha!



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— Novamente, alguém te deixou assim Marinette? - Luka perguntou, enquanto fazia uma melodia triste com a guitarra.

Ela rapidamente se virou, vendo-o sentado em uma cadeira a poucos metros de si. Secou seu rosto, dando um sorriso triste. Luka então parou de tocar, levantando da cadeira em que estava, se aproximando da garota.

— Te assustei? - Ele perguntou, com a voz doce e melódica que possuía.

“Estou acostumada”, ela quase respondeu, lembrando de Chat Noir sempre que ele ia em sua casa. Mas se limitou a negar com a cabeça.

— Você está bem? - Luka questionou. Ela novamente ia responder algo, mas o nó em sua garganta pareceu se apertar, então novamente, ela negou com a cabeça. - Quer conversar? - Ele perguntou, mesmo não sendo muito bom em dar conselhos.

Ela achou comovente a preocupação dele, sentindo a dor em seu coração se aliviar um pouco.

— Só toque uma música para mim. - Ela se limitou em dizer, vendo o rosto dele se iluminar um pouco. Ela já conhecia Luka muito bem para saber que, para deixá-lo feliz, era só pedir por uma música.

Ele pegou a mão dela, puxando para perto da cadeira em que estava, sentando-a na cadeira do lado.

Luka começou a tomar uma melodia singela, profunda e linda. E como em quase todas as vezes em que o ouvira tocar, Marinette fechou os olhos, se deixando suas emoções serem levadas junto com as notas musicais de Luka.

— Marinette, tão bela e solitária, como a lua. - Luka cantou baixinho, junto com a melodia, a fazendo abrir os olhos, olhando-o rapidamente, envergonhada. - Acho que nunca a vi tão linda quanto hoje. - Dessa vez ele disse diretamente para ela.

— O-obrigada Luka. - Ela agradeceu, e se surpreendeu quando suas bochechas não queimaram. Talvez porque toda aquela beleza de hoje tenha sido apenas para um plano fracassado de conquistar Adrien.

“Ele está com a Kagami agora” - Ela se lembrou internamente, soltando um suspiro. Teria que se lembrar disso todas às vezes que pensasse em Adrien agora.

E enquanto Luka continuava a tocar sua melodia, sentiu pequenas lágrimas escorrerem em seu rosto.

— Não precisa me contar o que está acontecendo se não quiser. - Ela ouviu Luka dizer, ele olhava para a lua, e ainda continuava a tocar. - Mas eu odeio quem quer que seja que te deixou assim.

— Não o odeie, por favor. - Ela conseguiu dizer, baixinho, fazendo Luka olhar para ela. - Afinal, as pessoas são livres para amar quem elas quiserem. - Ela disse, espantando novamente a sombra de dor que ameaçava invadir seu peito toda vez que se lembrava de Adrien. Imaginava ele entrelaçando seus dedos com os de Kagami, a abraçando enquanto dançavam, ele beijando ela… - Mas talvez eu concorde que talvez, seja melhor ser amado do que amar. - Ela refletiu, os olhos marejados quase transbordando, a voz embargada cobrindo suas palavras. 

Mas então lembrou de um certo gatinho que disse que a amava, e o coração dela doeu quase o mesmo tanto que estava doendo agora, por saber que nunca poderia respondê-lo.

Luka já ia dizer algo, quando ela o cortou.

— Na verdade não, os dois são ruins! Estou tão cansada de tudo isso, o amor só me trouxe sofrimento Luka! - Ela disse, finalmente transbordando sua tristeza.

“Foi o nosso AMOR que fez isso com o mundo M’lady” - Talvez Chat Blanc estivesse certo quando disse essa frase. O amor só trazia coisas ruins.

— Ei Marinette, não chora, por favor. - Só percebeu que Luka havia parado de tocar quando notou uma de seus braços em volta de seus ombros, e uma mão dele sobre a sua. - Eu entendo que está magoada e machucada agora, mas o amor é algo muito belo Mari. - Ele disse, e fazia pequenos carinhos em sua mão com o polegar.

Ela o agradeceu internamente por aquele contato. Precisava daquilo.

— Eu tenho medo do amor Luka. - Ela confessou baixinho. - Medo do que ele faz com as pessoas, e do que ele pode fazer…

Viu Luka arrastar a cadeira dele para ficar mais perto dela, deixando a guitarra no chão ao lado. Ele ainda mantinha o contato de sua mão com a dele, e Marinette usava o ombro dele como apoio para sua cabeça.

— O medo é ótimo para nos poupar de certas experiências ruins. Mas também é horrível, pois pode nos poupar de viver nossas melhores lembranças. - Ele respondeu baixinho, como um segredo. Estavam próximos o suficiente para ela ouvir claramente, mesmo com o barulho da água do rio Sena passando por debaixo do barco. 

Luka parecia brincar com os dedos dela como se estivesse tocando algum instrumento, enquanto ainda acariciava seu ombro com a mão.

— E como eu sei que estou amando a pessoa certa? - Ela perguntou, sem olhá-lo. Pensava em Adrien, que tinha seu coração, mas não o cultivou. Pensava em Chat Noir, que entregou seu coração a ela, mas ela não podia aceitar. E agora pensava em Luka, que parecia cuidar do coração dela como se fosse a coisa mais preciosa do mundo, todas as vezes que se encontravam. - Como eu sei que estou seguindo o caminho para as boas lembranças e não o das experiências ruins? - Era uma pergunta estúpida, óbvio. Não era possível prever o futuro.

“Tirando aquele futuro que já sabia” - Completou em pensamento.

— Os caminhos do coração são sempre misteriosos, Marinette. Como uma música antes de ser composta, mas o segredo de uma boa melodia, é sempre seguir o coração. - Ele a respondeu da forma encantadora de sempre.

Mesmo sabendo que seu coração continuava com a mesma confusão de antes, sentiu paz naquele momento. Ela, Luka, suas mãos juntas e céu noturno.

— Acha que agora que está mais calma, vai conseguir dormir? Ou devo tomar uma música de ninar? - Luka perguntou alguns minutos depois, em um pouco risonho, o que a fez rir.

— Pode tocar a música, mas não vai funcionar por muito tempo. - Ela o desafiou, limpando o rosto e se recompondo aos poucos. Voltando a sentar com a coluna ereta, sentindo um frio percorrer suas costas pela falta de contato.

— Ah é? E por que? - Marinette se arrependeu por ter entrado naquele tópico de novo, mas agora era tarde demais.

— Bem, eu não consigo dormir quando estou fora de casa. Eu tenho… um gatinho de pelúcia que me ajuda a dormir. - Ela disse, corando. - Mas é vergonhoso trazer ele para certos lugares. Por isso também saí do quarto da Juleka, não queria acordar as meninas com minha insônia. - Terminou, completamente constrangida por ter dito aquilo. - Mas e você? Por que está acordado ainda?

— Você é adorável, Marinette. - Ele disse, a deixando sem graça. Luka sempre era direto, e conseguia dizer o que queria. Tinha inveja disso nele. - Cheguei da casa dos meus amigos com uma música na cabeça, e eu não consigo dormir até a música sair da minha cabeça.

— Ah, e eu te interrompi, me desculpa…

— Não, está tudo bem. - Ele cortou de forma doce. - Na verdade, a melodia até melhorou depois que você chegou. - Ele respondeu sincero, e ela suspirou aliviada. - Se quiser pode deitar no meu quarto para tentar dormir, assim não acorda nenhuma das meninas.

— Não Luka, eu não poderia… - Ela negou, enquanto fazia um movimento de negação com as mãos.

— Tá tudo bem Mari, eu estou sem sono mesmo e qualquer coisa eu durmo no sofá. - Ele tentou convencê-la, mas ela ainda estava incerta. - Por favor, aceite, assim eu fico mais tranquilo sabendo que você descansou. - Ele confessou, e estava a olhando de uma forma tão cativante, que ela ficou sem jeito de recusar.

— Tudo bem, se isso for te deixar tranquilo. - Ela odiava deixar as pessoas preocupadas com ela sem necessidade. (E com necessidade, também). Era a Ladybug afinal de contas, devia saber cuidar de si mesma.

Mas não negaria que, alguma parte dentro de si ficava feliz em saber que alguém queria cuidar dela.

Imagens de Chat Noir dormindo ao seu lado invadiram sua mente com essa constatação.

Fechou os olhos e balançou a cabeça, afastando esses pensamentos, enquanto acompanhava Luka até a cabine que era seu quarto.

— Fique à vontade, e espero que consiga dormir, mesmo sem seu gatinho. - Ele disse dando um sorriso que Marinette julgou como “muito fofo”. Imaginou o que Luka acharia de descobrisse que seu gato, na verdade era, um garoto, desconhecido por ela por debaixo da máscara, e que ele invadia seu quarto todas as noites a pedido dela.

Ele a julgaria por isso?

— Obrigada Luka. - Ela segurou a mão dele enquanto estava saindo. - Você é sempre tão gentil comigo.

— Porque você é uma menina extraordinária, que merece conhecer somente as coisas belas do mundo Marinette, mas se eu não posso te poupar da dor, então tento fazer com que sinta somente as coisas boas comigo. - Ele deu um beijo em sua bochecha. - Boa noite, Marinette. - E se retirou, a deixando estática na porta.

Ela enfim entrou na cabine, fechando a porta atrás de si. Passou as mãos pelo rosto, tentando conter a vermelhidão. Colocou a bolsinha, com Tikki apagada dentro, em cima da mesa de cabeceira.

Deitou na cama de Luka e sentiu o perfume dele.

“Eu estou na cama do Luka… Meu Deus!” - Sentiu a vergonha tomar conta de si novamente, ficando aliviada por estar sozinha.

Tentou dormir, mas a conversa com o mais velho ficou rondando sua mente.

Seria tão mais fácil se pudesse, simplesmente, escolher quem amar. Se pudesse abrir seu coração, tirar o nome "Adrien Agreste" de lá e substituí-lo por "Luka Couffaine".

“Ou Chat Noir”. - Sua mente a atormentou novamente.

Não, amar Luka era muito mais simples. Ele a tiraria do caminho turbulento que era sua vida com Adrien e Chat.

“Um não me ama e eu amo, outro me ama, mas não posso amá-lo.”

Ao pensar nesse lado, Luka era como se fosse a calma no meio da tempestade. Ele era amoroso, atencioso, e parecia mesmo se preocupar com ela.

“Alguém que me coloca como prioridade…” - Lembrou das palavras de Alya novamente.

Fechou os olhos, aproveitando que uma onda de tranquilidade havia se apoderado de seu corpo.

Mesmo que fosse uma onda temporária.

**************************************

Algumas horas antes… 

Adrien estava exausto, sentia seus pés doerem por estar usando aqueles sapatos chiques que odiava por tanto tempo.

Seu sábado havia sido tomado por compromissos da empresa de seu pai. O almoço mais cedo e o baile agora à noite.

Ele estava cansado de ser desfilado por aí por seu pai e dar sorrisos falsos para pessoas que não se importavam com ele de verdade.

“Queria estar com Marinette…” - Ele ansiou pela milésima vez naquela noite. Mas lembrava-se que não iria vê-la hoje. Foi até bom na verdade, pois se não fosse pelas meninas, ele a deixaria esperando hoje devido a festa.

Ficou grato por saber que ela estava com companhias melhores que a dele.

Conseguiu se desvencilhar de Nathalie e Gorila por alguns minutos, precisava dar um descanso às suas bochechas que doíam em sustentar uma feição de “feliz” a noite inteira.

Foi até a mesa dos petiscos, se deparando com um cabelo colorido familiar.

— Alix? - Ele chamou e ela virou-se para ele, com a boca cheia de comida.

— Adrien? - Ela disse, mas o som saiu de um jeito meio engraçado por estar de boca cheia. E isso arrancou a primeira risada verdadeira de Adrien naquela noite.

— O que faz aqui? Achei que ia na festa da Juleka. - Ele disse, e paralisou por um momento, se perguntando se “Adrien” sabia dessa informação. Mas Alix estava ocupada demais tentando engolir tudo que pôs na boca para raciocinar.

— Eu ia. - Ela disse depois de alguns minutos mastigando, já com a boca vazia. - Mas meu pai me chamou para vir dar apoio a ele aqui hoje, então eu vim. - Ela disse, pegando uma taça chique de água com um garçom que passou ali na hora.

Alix parecia que realmente queria estar ali pelo pai, diferente dele.

— Mas elas parecem estar se divertindo para caramba, olha! - Alix continuou, mostrando ao Adrien uma foto das meninas rindo em um quarto. Mas tudo o que ele viu era Marinette no centro, ela estava se olhando no espelho, e estava tão… linda!

Os cabelos estavam soltos e ondulados, como uma grande cascata negra, e ela se olhava como se não acreditasse que sim, era ela maravilhosa.

Ficou admirando a foto por tempo demais, até perceber que Alix estava ali o encarando.

— Ah… elas parecem felizes! - Ele falou, coçando sua nuca.

— Sim, as meninas brincaram de montar a Marinette hoje, sabe? Arrumar as unhas, cabelos, essas coisas de menina. - Alix falou, como se não fosse uma.

— Ah, eu percebi. - O garoto corou no mesmo instante, temendo que ela tivesse notado o quão fascinado ele havia ficado enquanto olhava aquela foto. Logo ouviu Nathalie o chamar, para sua infelicidade, estava mesmo gostando de poder se soltar com alguém com quem ele não precisava fingir. - Preciso ir, mas foi bom te ver Alix. - Se despediu pesaroso.

— Também gostei Adrien! - Ela se despediu, só esperando o garoto dar as costas, para mandar uma mensagem para o grupo em que estava com as meninas, sem a Marinette, claro.

“Foto mostrada com sucesso!” - E um emoji de uma mão fazendo "joinha".

Adrien saiu de perto da amiga, e viu que perto de Nathalie, estavam Kagami e sua mãe, Tomoe Tsurugi.

As cumprimentou em japonês, fazendo a saudação formal de se curvar.

— Adrien, educado como sempre. - Tomoe comentou.

— Senhora Tsurugi, Gabriel Agreste o aguarda. - Nathalie a chamou, deixando Adrien e Kagami sozinhos.

— Estou feliz em te encontrar aqui Adrien. - Ela disse, entrelaçando seu braço com o dele.

— Ta-também estou Kagami. - Ele disse, mas estava desconfortável com a aproximação. Gostava da amizade com Kagami, de verdade. Mas sabia que, para ela, aquilo deveria significar um pouco mais. Também odiava isso. A forma como, para os pais deles, os dois eram como objetos para troca de favores.

Forçaram para os dois se conhecerem, forçaram para que iniciasse uma amizade, e agora temia que os forçassem a ser algo a mais que “só amigos”. Isso ele não aceitaria.

Mas pela aproximação de Kagami, era algo que ela deveria já estar aceitando.

Uma música lenta começou a tocar e Kagami sugeriu que dançassem juntos.

Adrien não queria, afinal, tudo o que queria era sair daquela festa, mas por falta do que fazer, decidiu aceitar.

— Está distraído hoje Adrien. - Kagami comentou no meio da dança.

— Não eu… só estou cansado, só isso. - Ele respondeu, dando um sorriso sem vontade.

— Sei que esses eventos são cansativos, mas devemos sempre estar atentos e mostrar apoio aos nossos pais. - Ela disse naquele jeito sério de sempre.

— Sim, claro. - Ele concordou, mesmo não achando isso certo. Afinal, ele era alguém também não era? Com vontades e desejos. Os pais deviam ser aqueles que fazem de tudo para seus filhos se sentirem bem, e não o contrário.

Claro, que se tivesse afeto por parte do pai, não se importaria de sacrificar seu tempo por ele às vezes, assim como Alix com seu pai, mas não era o caso.

— Ah Adrikins! Que feliz em te ver aqui! - Sentiu um arrepio correr por sua espinha ao ouvir uma voz familiar. Virou a cabeça devagar, se deparando com…

— Oi Chloé. - Ele disse simpático, mas com vontade de chorar. Amava muito a amiga, mas simplesmente não tinha energia para lidar com ela agora.

— Ah, se já terminaram por aqui, eu gostaria de uma dança com meu Adrikins! - Chloé disse, uma clara alfinetada para Kagami. E a japonesa não se deixou levar.

— Não acabamos de dançar, Chloé! - Ela disse, puxando Adrien para mais perto.

Ele não estava acreditando que as duas fariam uma cena no meio da festa.

— Adrien! - Nathalie apareceu, e ele não pode deixar de se sentir aliviado. - O seu pai mandou-lhe chamar.

— Desculpa meninas, a dança fica para outra hora! - Ele falou, já se despedindo, vendo as duas se encarando como se pudessem matar uma a outra só com o olhar.

Seguiu Nathalie pelo salão, encontrando seu pai em uma mesa mais distante.

— Mandou me chamar, pai? - Perguntou respeitoso, ao chegar perto do mais velho.

— Sim Adrien, encontrei um velho amigo e gostaria que você fosse lá falar com ele, é um ótimo parceiro para os meus negócios.

Adrien o ouvia, tentando fingir se importar, mas não conseguiu conter um bocejo de sair de sua boca.

— Está cansado Adrien? - Gabriel perguntou e temeu que seu pai fosse repreendê-lo bem ali. - Então peça Gorila para te levar para casa, é melhor que os investidores não pensem que está achando a festa deles entediante. - Disse da forma apática de sempre. Talvez se sentiria melhor se tivesse gritado com ele. Ao menos isso demonstraria que se importava.

Adrien sentiu um mix de emoções. Sim, estava feliz por poder finalmente ir embora daquela festa, mas não daquele jeito. Como se fosse uma peça de roupa com defeito que seu pai precisava esconder.

— Claro, pai. - Se limitou em dizer, tentando ao máximo esconder toda a tristeza em sua voz.

— Ah, Adrien. - Chamou, fazendo o garoto voltar para trás com um pingo de esperança crescendo em seu peito. Talvez ele se despedisse de forma mais carinhosa. - Irei viajar amanhã pela manhã. Deixei sua agenda com Nathalie, estará bem nas mãos dela durante as próximas semanas. Espero que cumpra seus compromissos com excelência. - Foi difícil ouvir aquilo e ainda sustentar um rosto que não expressasse a sua decepção.

— Sim pai, farei isso. - Sentiu que não aguentava ficar mais um segundo naquele lugar e seguiu por entre as pessoas, enquanto era acompanhado por Gorila até a porta.

Já em seu quarto, Adrien retirou aqueles sapatos horríveis e se jogou em sua cama.

— Essa festa de gente rica quase não tem comida nenhuma! - Plagg falou enquanto voava para seu armário de queijos.

Mas Adrien nada disse. Estava cansado, estava triste e acima de tudo, estava sozinho. Sentia falta de Marinette.

“Como eu queria te ver um pouco hoje…”

Estava agoniado. Sabia que ela estava bem, lembrou da foto que Alix o mostrou mais cedo, ela estava tão linda, e parecia estar se divertindo.

Mas sabia como eram seus pesadelos… Como ela ficava quando acordava. E sentiu que não iria conseguir dormir até confirmar que ela estava bem.

Levantou rápido, tirando seu terno e colocando uma roupa mais confortável.

Plagg viu a movimentação repentina, e estranhou quando Adrien não colocou o pijama.

— O que vai fazer? Achei que ficaríamos em casa hoje.

— E vamos, só preciso passar em um lugar antes. - Adrien disse com uma cara que Plagg não gostou nada.

— Ah, de novo não! Já caí nesse papo antes. - Ele resmungou, voando para perto do rosto do seu portador. - Você não vai, por acaso, espionar a Marinette na casa da amiga dela, vai? - Plagg repreendeu Adrien, que parecia ter ficado constrangido.

— Ei! Eu não vou espionar! Só preciso checar se ela está bem! Só isso. - Ele se defendeu e Plagg bateu com sua pata no meio da cabeça.

— Eu desisto, os humanos quando amam são muito complicados.

Adrien aproveitou que Plagg pareceu ter cedido e se transformou em Chat Noir antes que ele mudasse de ideia.

Seguiu o rio Sena até encontrar o barco que estava procurando. Era quase meia noite, então ela já devia estar dormindo. Decidiu que olharia rápido pelas janelas da cabine, apenas claro, para saber se ela estava bem.

Mas não foi necessário procurar muito. Pois assim que avistou o barco e se aproximou um pouco, ouviu duas pessoas conversando no deck.

— Os caminhos do coração são sempre misteriosos, Marinette. Como uma música antes de ser composta, mas o segredo de uma boa melodia, é sempre seguir o coração. - Ele reconheceu a voz como sendo de Luka, e após pousar no “telhado” do barco, conseguiu ver que era sua Marinette com quem ele conversava

“Merda, agora estou realmente espiando ela!”.

Resolveu tapar suas orelhas de gato, não queria invadir a privacidade dela assim. Só queria olhar para ela, ver se estava bem, e pelo visto, parecia que sim.

Ela estava sentada em uma cadeira, os cabelos ainda ondulados como na foto que viu mais cedo, e ela estava tão linda sob o reflexo da lua.

Então logo viu as bochechas dela ficarem vermelhas.

“Ela está corando? Ela está ficando corada com Luka?” - Sentiu a indignação crescer dentro de si. “Calma Chat, ela não é nada sua, ela é livre para fazer o que quiser, com quem ela quiser… “ - Ele tentou se acalmar.

Mas então viu os dois se levantarem juntos e irem para dentro do barco. Teve que se esconder para não ser visto.

Esperou alguns minutos e viu que nenhum dos dois retornou.

“Ela não poderia… Ter ido dormir com ele, não é? Não, não... Poderia?” - Se perguntou, sentindo o coração acelerar.

Seguiu pela lateral do barco silenciosamente, passou por uma janela onde várias das meninas dormiam, mas Marinette não estava lá. E isso só fez com que seu medo aumentasse.

Até chegar a próxima janela. E a viu deitada na cama, sozinha.

“Ai, graças a Deus” - Ele pensou aliviado. Mas também se sentiu um idiota. Idiota por ter sido tão fraco a ponto de ignorar a privacidade dela assim.

Afinal, ela não era nada dele, além de uma amiga que ele ajudava na hora de dormir e a menina que ele amava. Mas nada mais que isso. Não era sua namorada, e mesmo que fosse, quem ele era para duvidar dela assim.

Se sentindo o pior cara do mundo, ele apenas a observou dormindo serena, antes de voltar para a própria casa.

— Espero que tenha ficado satisfeito. - Plagg disse assim que saiu de seu anel.

— Boa noite para você também Plagg. - Se sentia horrível, só queria que esse dia acabasse logo. Se jogou na cama, esperando a noite levasse esse sentimento ruim embora, e tudo pudesse melhorar no dia seguinte.


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Notas finais do capítulo

Primeiro, quero dizer que eu me senti muito desconfortável escrevendo o Chat indo atrás da Mari desse jeito. Até pensei em reescrever isso, mas percebi que todo mundo erra, e o Chat percebeu esse erro. Invadir a privacidade dela foi algo que ele não gostou de fazer, e foi errado sim, mas o importante é que ele percebeu isso.

Espero que tenham gostado. Por favor, não fiquem com raiva da Alya pela confusão que ela arrumou! kkkk como eu disse: todo mundo erra.

Beijos doces ♥

Vejo vocês nos comentários!



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