Insônia escrita por Babydoll


Capítulo 19
Outro Cara


Notas iniciais do capítulo

Chegueeei meus amores!

Juro que eu até senti falta de postar ontem hahaha mas já mimei vocês demais essa semana, quem sabe no mês que vem não rola de postar 3 dias seguidos de novo? kkkk

Enfim, mais um capítulo pra vocês! Espero que gostem!

Beijos beijos! Boa leitura ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/800798/chapter/19

Girl, tell me what you're doing on the other side

(Garota, me diga o que você está fazendo lá do outro lado?)

And so, just tell me what you're doing with that other guy

(E então, apenas me diga: O que você está fazendo com aquele outro cara?)

Friends - Chase Atlantic

— Me dá um abraço, MARINETTE!

— Me solta! - Marinette gritou, acordando assustada, ainda não reconhecendo o lugar em que estava. Até ser atingida pelas lembranças da noite anterior.

“Estou no quarto do Luka, está tudo bem, estão todos bem…” - Ela usou as frases mentalmente como forma de se tranquilizar. Havia aprendido isso com a meditação e pelo visto, estava dando certo.

— Bom dia. - Tikki apareceu flutuando do seu lado, bocejando. - Outro pesadelo Mari?

— Sempre o mesmo, Tikki. - Ela falou, e até estranhou o fato de estar tão calma. Mas ainda assim, havia suado bastante enquanto dormia. Ia perguntar as horas à kwami, mas viu o nascer do sol pela janela da embarcação. - Mesmo sem o Chat, hoje foi uma noite tranquila. - Constatou sorridente.

— Sim, fico feliz que esteja conseguindo vencer seus medos Marinette. - Tikki disse, mas ainda parecia sonolenta.

— Ainda está cedo, Tikki, por que não volta a dormir? Eu estou bem. - Ela sorriu, e ficou feliz que pelo menos dessa vez, sua frase era verdadeira.

************************************

Adrien não conseguiu pregar o olho naquela noite. Estava exausto, e se perguntou como foi para Marinette ficar duas semanas assim. Com um extra, pois ela tinha aqueles pesadelos.

Ele riu com a ironia de que no começo, era ela que precisava de ajuda para dormir, e agora era ele quem não conseguia mais dormir sem ela.

Ele ainda estava se odiando por ter sido tão fraco e ter invadido a privacidade dela daquela maneira. Não importa o quanto ame alguém, isso nunca deveria ser justificativa para ultrapassar um limite.

Limites. Era isso que precisava estabelecer de agora em diante, para não machucar mais a si próprio, seus valores e acima de tudo, seu relacionamento com Marinette. Seja ele somente amizade, um acordo entre os dois ou algo romântico no futuro.

Torcia pela terceira opção.

Adrien jurou a si mesmo, nunca mais ultrapassar nenhum limite, em que Mari ficasse desconfortável com isso. Mesmo que ela não o tenha visto ontem, saberia que se contasse, Marinette não gostaria nenhum pouco.

Levantou quando percebeu que já estava amanhecendo, passou a noite se remoendo na culpa. Decidiu ir até seu banheiro e tomar um banho quente. Se perguntando se teria algo de bom para animar seu dia, vindo somente a sua ida até a casa de Marinette à sua mente. Mas para isso, teria que esperar o dia inteiro acabar. Ele soltou um arquejo frustrado.

Ele realmente odiava os domingos.

************************************

Era fim de tarde e Marinette já estava em sua casa, havia acabado de fazer um lanche com seus pais antes de subir para seu quarto.

Seu dia estava sendo bastante agradável até ali.

Depois que as meninas acordaram no barco de Juleka, elas tomaram café juntas, e Luka se juntou a elas logo depois.

Marinette precisou fingir que não estava vendo as insinuações de Alya para se aproximar do mais velho durante todo o café, mas foi impossível não ficar corada quando Luka perguntou se a cama dele tinha sido confortável, o que fez suas amigas soltarem gritinhos e pedirem explicações.

Ela riu sozinha, lembrando de como foi explicar para elas que não havia acontecido nada do que quer que elas estivessem pensando.

Depois do café, todas foram para suas respectivas casas e ela passou uma tarde tranquila com seus pais, pois domingo eles só abriam a padaria na parte da manhã.

Mas agora que estava sozinha, reparava as fotos do Adrien em sua parede e sentiu seu coração se apertar.

Amava ele há muito tempo já, então, nada mais justo levar um tempo para se desligar desse amor.

“Ele está com a Kagami agora.” - Ela suspirou fundo, repetindo seu novo mantra particular. Seria essa sua vida nos próximos dias? Não conseguiria ficar sozinha por alguns momentos sem ficar triste?

— Deve me achar patética agora, não é Tikki? - A garota falou, chamando a atenção da kwami.

— Por que diz isso Marinette?

— Porque você tem séculos de idade, conhece muito sobre o mundo, teve várias portadoras que devem ter sido incríveis, e aqui estou eu… Uma adolescente, sofrendo de amor por um garoto. - Marinette terminou, lançando um sorriso sem humor para a kwami.

— Não diga isso Marinette. - Tikki flutuou para a frente do rosto dela. E parecia muito séria. - Se existe uma coisa que eu aprendi com todos os meus anos, é que o amor é uma força poderosa, mais poderosa que muitos miraculous, se eu posso dizer. E nunca deve ser tratado como algo trivial. - Um sorriso de verdade estampou o rosto de Marinette após isso.

— Obrigada, Tikki. - Ela a “abraçou” com as mãos. Não sabia onde estaria se não fosse a companhia dela e seus conselhos.

— Princesa? - Ouviram uma voz chamar da varanda, assustando as duas. Tikki rapidamente desapareceu, enquanto Mari ia em direção ao andar superior de seu quarto.

— Chat? Aqui antes de anoitecer de novo. - Ela brincou, mas ao chegar na varanda, viu que ele não parecia bem. - Está tudo bem? - Ela perguntou cautelosa.

— Sim eu… Só queria vir um pouco mais cedo, tem problema? - Sim, tinha problema, seus pais ainda estavam acordados, e isso era um risco. Mas ela não conseguiu dizer, Chat parecia abatido, e isso a deixou alarmada. Simplesmente permitiu que ele entrasse.

— Está tudo bem? - Ela perguntou quando já estavam dentro do quarto. Chat andava por ele distraído, e acabou sentando em seu divã antes de responder.

— Tá sim, eu só não queria mais ficar sozinho. - Ele respondeu, lançando um sorriso aberto, mostrando seus dentes.

“Gato bobo!” - Foi só o que ela pensou antes de puxá-lo para um abraço.

— Princes…

— Você me deixou preocupada! - Ela disse, ainda o abraçando. E isso o pegou de surpresa.

— Sentiu tanto a minha falta assim, princesa? - Ele não aguentou e teve que brincar com ela um pouco, e se arrependeu logo em seguida, pois ela desfez o abraço.

— Você não presta! - Ela disse irritada, o que rendeu risadas para ele.

— Desculpa, mas não me contive. Estou me sentindo melhor só de estar aqui. - Ele respondeu, deitando no divã com as mãos atrás da cabeça, enquanto Marinette se sentou na escrivaninha.

— Seu fim de semana foi tão ruim assim? - Ela perguntou sentada em sua cadeira, de costas para ele.

— Foi péssimo! - Ele respondeu mirando o teto e dando um longo suspiro depois. - E o seu? Com certeza deve ter sido melhor que o meu, já que pode ver seus amigos… - Estranhou a demora dela para responder, virando a cabeça em sua direção, mas não conseguiu ver o rosto dela.

— Meu fim de semana teve seus prós e contras. - Ela se limitou em responder, não querendo aprofundar mais o assunto com Chat Noir. Mas logo percebeu que isso seria impossível, pois ele já havia se levantado e estava do seu lado, esperando ela continuar a falar. - Só um pouquinho de azar no amor sabe? - Ela disse, e quis bater logo em seguida. - Ai meu Deus, Chat desculpa… Isso não é algo que eu devia falar com você. - Ela estava acostumada em ter Chat Noir apaixonado por ela, Ladybug, mas ainda não havia se acostumado em ter ele apaixonado por ela Marinette.

— Não, tá tudo bem. Se quiser desabafar comigo, estou aqui. - Ele falou, lhe oferecendo um sorriso sincero. Mesmo que doesse um pouco lá no fundo. Mas ele já sabia que ela amava outro, então isso não era novidade. - O que houve? - E claro, ele também queria saber o que era esse “azar” que ela falava. Pois pelo que acabou vendo no sábado, ela e Luka pareciam bem. Mas pelo rosto que ela fez, talvez não estivessem tão bem assim. - Ele magoou você? - Perguntou, apertando uma das mãos dela entre as suas. Só de pensar que ele poderia ter feito algo para machucá-la, sentia seu sangue ferver.

— Chat, não acho certo falar disso com você. - Ela falou, se levantando e indo se sentar no divã novamente.

— Bom, mas agora se você não falar, vou ficar mais preocupado ainda. - Ele disse, a seguindo e sentando-se ao seu lado. Marinette suspirou fundo, vendo que não iria conseguir fugir dessa conversa.

— Não foi nada que ele fez para mim, diretamente. - Ela começou. - Mas, descobri esse fim de semana que ele está com outra menina…

— Que babaca! - Chat respondeu logo em seguida, em um baixo e com muita raiva.

— Ah, por favor, não o odeie também. - Ela disse, pegando uma das mãos dele. - Eu vou ficar bem, afinal, não tínhamos nada um com outro, ele é livre para gostar de quem quiser. - Ela terminou de dizer, sentindo o nó em sua garganta se apertar. O coração ainda doía toda vez que pensava em Adrien e Kagami juntos.

Chat observou como o rosto dela prostrado só por pensar nele. Com a mão livre, colocou uma mecha de cabelo dela atrás da orelha, a fazendo olhar em seus olhos.

— Bom, azar o dele por perder uma garota tão especial como você. - Ele queria que ela entendesse o quanto seus sentimentos por ela eram fortes.

Estava muito tentado em beijá-la agora. Mas sabia que ela não queria o mesmo, por isso resolveu se levantar e afastar dela antes que cedesse à sua vontade e ferisse os sentimentos dela com sua impulsividade.

Mas foi muito difícil se controlar.

Marinette percebeu a tensão que se instalou quando ele disse aquelas palavras, e deu graças a Deus por ele ter se afastado, pois sentiu que não seria capaz de fazer o mesmo caso ele tentasse algo.

— Eu vou… Esperar na varanda até o sol abaixar. Não quero que se meta em problemas com seus pais por minha causa. - Ele disse de costas para ela.

— Ah, c-claro! Fique a vontade, eu só vou tomar um banho e já volto. - Ela disse, tentando se recompor. - Direi aos meus pais que vou dormir mais cedo hoje. - Então ele virou-se para ela com um sorriso charmoso nos lábios.

— Não consegue ficar longe de mim não é, princesa? - Marinette sentiu suas bochechas arderem de vergonha.

— Continue falando essas coisas e te deixo trancado do lado de fora! - Ele riu descontroladamente do quanto ela ficou absurdamente fofa quando estava corada e zangada ao mesmo tempo.

*************************************

Após o banho e dar boa noite aos seus pais, Marinette voltou para o quarto, já respirando fundo para lidar com as investidas de Chat Noir.

O encontrou sentado na varanda, já era início de noite e podia ver a lua crescente no céu. O rosto dele estava sereno.

— Você parece melhor. - Ela comentou quando se aproximou, e viu o cenho dele se franzir em dúvida. - Quando você chegou, parecia não estar muito bem, mas agora, parece estar relaxado.

—- Ah, isso. - Ele disse, ficando em pé e sentando na grade da varanda ao lado dela. - Eu só precisava sair de casa. Não aguentava mais ficar lá.

Marinette se remoeu para não perguntar. Sabia que não podia saber da vida pessoal do seu parceiro de lutas. Mas não se conteve. Ele permitiu que ela desabafasse com ele sobre um assunto que claramente o machucava, então, tinha que poder fazer o mesmo por ele.

— Pode desabafar comigo se quiser. - Ela falou, devolvendo a frase que ele disse mais cedo, e Chat se virou surpreso para ela. Não imaginou que Marinette pudesse se interessar pela vida dele.

— Bom, com você pedindo assim, fico até sem graça de falar. - Ele falou, coçando a nuca em sinal de nervosismo, também sabia que não podia dar muitos detalhes sobre sua identidade secreta. - Acho que não é nada demais, eu só… Não tenho uma relação muito boa com meu pai. E bem, sinto como se eu fosse um fardo para ele às vezes… - Ficou surpreso em comentar isso com ela. Era um assunto que evitava até em pensar, mas poder compartilhar isso em voz alta, o fez se sentir mais leve.

Estava perdido em pensamentos quando sentiu os braços delicados dela envolverem sua cintura por trás. Por estar sentado nas grades, quase perdeu o equilíbrio com o contato repentino. E ficou surpreso, pois era o segundo abraço que recebia da garota só hoje.

— Eu sinto muito que isso esteja acontecendo com você gatinho! - Ouviu a voz dela em suas costas. - Mas quero que saiba que você pode contar comigo e desabafar sempre que precisar. Você não é e nunca será um fardo para mim! - Marinette disse, e sentiu seu coração acelerar. Só de imaginar que Chat pudesse ser akumatizado por causa disso. 

O que disse a ele foi verdadeiro. Não só por medo da akumatização, mas por saber que Chat Noir era especial para ela, de fato, isso não havia dúvida. Não queria nem gostava de imaginar ele sofrendo sozinho.

Ele se virou devagar, mas manteve os braços dela em sua cintura. Não podia acreditar no quão doce Marinette era. E se sentiu amado por ela nesse momento.

— Eu já disse o quanto você fica linda de cabelos soltos? - Ele falou, a fazendo ficar vermelha de novo. Mas não conseguiu xingá-lo dessa vez ao ver o quanto os olhos dele pareciam brilhar só por tê-la presente ali.

“Ele está realmente apaixonado por mim”. E isso era pior ainda. Preferia quando ele fazia suas piadas e flertes usuais, pois sabia que aquilo não era amor real.

Mas o modo como ele a olhava agora, a profundidade do seu olhar, aquilo era real.

— Chat…

— Eu sei, eu sei, vai dizer para eu não falar esse tipo de coisa. - Ele a cortou. Não parecia zangado ou triste, só… determinado. - Mas sabe o que eu pensei enquanto estava aqui? - Ele falou, saiu de cima da grade, se aproximando dela devagar. - Eu sei que você não me ama, mas eu vou ser paciente, pois eu sei que posso fazer você me amar. - Ela esperou por um sorriso zombeteiro, ou algo que demonstrasse que aquilo era só mais uma piada. Mas nada aconteceu. - Eu não vou desistir de você, Marinette. - Chat completou, dando um beijo na bochecha dela. - Vamos entrar, está esfriando.

Demorou alguns segundos para voltar a si. Chat estava começando a mexer com os sentimentos dela de uma forma que ela não gostou.

“Não posso me apaixonar por Chat Noir” - O 4° item parecia piscar como um letreiro neon em sua mente.

Entrou no quarto, já o vendo ir no armário e pegar as cobertas sozinho.

— Você já está ficando muito à vontade aqui no meu quarto. - Ela zombou enquanto ele subia.

— Vantagens de ser um convidado frequente. - Ele respondeu com um sorriso aberto enquanto ela revirava os olhos. - Mas então me conte, como foi sua noite sem mim? Espero que não tenha acordado suas amigas com seus gritos… - Ele falou, lembrando logo em seguida que ela não estava junto das outras meninas.

— Para sua informação, eu não acordei ninguém! Minhas técnicas de meditação estão começando a funcionar viu? - Ela mostrou língua para ele.- Consegui acordar do pesadelo já quase de manhã e me acalmar rapidinho.

Ele não conseguiu evitar de pensar que ela não disse nada sobre ter dormido separada das outras. Mas resolver relevar. Afinal, nem ele devia saber daquela informação.

— Ah é? Fico orgulhoso de você buda. - Ele brincou, vendo-a revirar os olhos de novo. Mas logo ele ficou preocupado de novo. Se ela estava melhorando, significava que logo não iria precisar mais dele?

— Bom, então vamos dormir, ela disse, enfiando debaixo do cobertor. - Boa noite gatinho.

— Boa noite princesa. - Ele devolveu, mas tinha perdido o sono de repente. Se perguntado se deveria começar a apreciar mais as noites em que estava ali, já que poderiam ser as últimas.

Não resistiu e a abraçou por trás. Ficando exatamente na posição que ansiava desde que acordou com ela uma vez da mesma forma que estava agora: em seus braços.

— C-Chat Noir! - Foi só o que ela conseguiu dizer. Marinette estava de costas para ele, mas podia apostar que estava corada nesse momento.

— Só preciso ficar assim um pouquinho. - Ele pediu com gentileza. Uma gentileza capaz de derreter qualquer coisa, até mesmo apreensão de Marinette.

— Só não se acostuma! - Ela ralhou, se forçando a continuar na posição que estava e não entrar em combustão de tanta vergonha.

Os corpos deles estavam próximos… Próximos demais. O braço dele estava em seu abdômen, a apertando com força. Não o suficiente para machucar, mas firme o bastante para prendê-la como se dissesse: Não fuja.

A respiração do garoto batia em sua nuca, fazendo seus pelos se arrepiarem com o ar quente.

Apesar de tudo, da vergonha, da incerteza, e até do letreiro ainda piscando em neon o 4° item de sua lista, tudo parecia pequeno em comparação ao conforto que ela sentia em estar nos braços de Chat Noir.

Ela estava protegida, e ele estava bem. E isso era tudo o que importava naquele momento.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E TEVE CONCHINHA DE NOVO! YESS!!! HAHAHAHHA

Chat acha que a Mari gosta do Luka, Mari acha que o Adrien ta com a Kagami, ta uma ZONA isso aqui!! (adoro kkk)

Eita, Mari ficou bem demais com esse pesadelo aí hein...... será que não vamos mais precisar do nosso gatinho de pelúcia??

Chat desabafando.... amei.

Eu só quero falar uma coisa.... próximo capítulo vai ter ✨beijoooooo✨

Vocês estão preparados?? Acho que não kkkk

Beijos doces vejo vocês nos comentários!!