Insônia escrita por Babydoll


Capítulo 17
Noite das Garotas


Notas iniciais do capítulo

Voltei como prometido!!

Primeiro: Sobre o título do capítulo anterior, aconteceu algo no capítulo que vai quebrar o coração de algum personagem, não só o Chat Noir.... Apenas uma leitora pegou a ideia kkk (ou mais né, mas como só uma pessoa comentou, só posso falar dela kk). Enfim, veremos o desenrolar dessa treta nesse cap :3

Ah, eu assisti a série de novo, e percebi que a cabine da Juleka e do Luka são juntas, maaaaaas, faremos separadas para o desenvolver da história, ok? Me perdoem, eu não gosto de fazer isso, mas são detalhes. Espero que ninguém ligue.

Boa leitura ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/800798/chapter/17

Chat sentia que o coração iria explodir a qualquer momento, de tão rápido que estava batendo. Não havia planejado contá-la assim, tão de repente, mas quando estavam tão próximos, tudo o que ele queria era tê-la em seus braços, beijá-la e sentir o gosto de sua boca de novo, poder chamá-la de “sua”.

— Ma-mas e a Ladybug? - Ela perguntou ainda tentando ganhar tempo. - Achei que estava apaixonada por ela. - Se odiou por colocá-lo contra a parede desse modo, mas tentou imaginar o que qualquer garota (que não fosse a Ladybug) diria.

— Eu contei a ela… sobre você. - Ele respondeu, recuando alguns passos. - Não se preocupe, ela disse que estava feliz por mim.

— Mas você ainda a ama? - A pergunta saiu de seus lábios antes que pudesse raciocinar a respeito.

— Acho que sim, mas não como antes. - Ele falou, querendo se explicar imediatamente. - Não é o tipo de amor que eu pensei que eu sempre teria por ela. É mais como um carinho excepcionalmente grande, seguido de admiração. - Marinette sentiu sua cabeça rodar com essa informação.

— Amamos muitas pessoas de formas diferentes. - Ela completou o raciocínio dele, vendo-o acenar com a cabeça. - E como sabe que seu amor por mim também não é um grande carinho pela nossa recente aproximação ?

— Por que tudo que penso quando te olho, é que quero sentir o gosto dos seus lábios novamente. - A sinceridade dele tirou o fôlego que ela tinha nos pulmões. - Meu coração acelera, e eu sinto que ele vai explodir sempre que me pego pensando muito em você. - Ele respondeu olhando-a nos olhos, e novamente, fazendo-a ter que respirar fundo para recuperar o ar que perdeu. Chat percebeu que Mari parecia acanhada. - Eu sinto muito princesa, não queria te deixar desconfortável, ou te fazer sentir pressionada ou algo do tipo, eu sei que você ama outra pessoa. - Ele disse, mas mesmo sabendo disso, doeu ao ver que ela não negou.

O quão sortudo ele era por ter amado só duas pessoas na vida, e as duas gostarem de outras pessoas?

Já Mari estava se sentindo péssima por colocá-lo na mesma situação de rejeição, de novo, e da mesma maneira.

— Chat eu…

— Não precisa dizer nada princesa, eu só queria que soubesse. - Ele respondeu com a voz leve, dando um sorriso ladino. Mas percebeu que Marinette ainda estava apreensiva. - Vamos dormir, está tarde. E não se preocupe, eu sou um bom gatinho e sei me controlar, mesmo sem essas meditações esquisitas. 

Ela, mesmo com um turbilhão em sua cabeça, se permitiu rir com a brincadeira dele.

Deitaram na cama e Mari deitou de costas para ele, ainda muito sem graça com toda a situação. Se perguntava se era tão forte quanto ele, se conseguiria deitar em uma cama com Adrien do lado, depois dele rejeitá-la e ainda ficar bem. Sabia que não, então, com Chat não podia ser diferente. Qualquer um ficaria mal em uma situação assim.

— Boa noite gatinho.

— Boa noite princesa. - Ela já ia fechar os olhos quando sentiu um beijo ser depositado em sua cabeça.

— Chat! - Ela o repreendeu, escondendo o rosto com seu cobertor para que ele não visse a vermelhidão de seu rosto.

— Um beijo inofensivo! - Respondeu rindo. Mas ele sabia que não era bem assim, a tomaria em seus braços e a beijaria se soubesse que era isso que Mari queria. Chat deitou de barriga para cima, fitando o teto, sentindo alívio por finalmente ter se declarado, e se perguntando se um dia teria o coração dela.

E ele não iria desistir dessa vez. Se sentiu horrível por ter quebrado sua promessa da primeira vez, quando jurou que amaria Ladybug, mesmo que ela o rejeitasse. Mas sentia que seria diferente dessa vez.

Já Mari, tentava se acalmar para poder dormir logo e acabar com sua agonia. Sentia a respiração de Chat atrás de si. Às vezes, queria que ele pudesse sumir para acabar com sua própria angústia de tê-lo tão perto. Mas em outras vezes, sentia que se não se controlasse direito, poderia acabar se virando e fazer algo que se arrependeria. Como beijá-lo de novo. Seria tão mais fácil, e foi tão bom… 

“Não não! Não posso ficar me imaginando beijando o Chat Noir, eu amo o Adrien!” - Ela se reafirmou em pensamento, resistindo contra a sua vontade. “É só uma vontade momentânea, mas vai passar…” - Respirou fundo, tentando se controlar.

“Cada passo para perto de ChatNoir, é um passo na direção de fazer meu pesadelo acontecer. Eu nunca posso me apaixonar por ele!” - E com esse triste pensamento, ela sentiu o coração se apertar. “E ele nunca pode saber disso”.

Não queria deixá-lo triste, mas talvez não tivesse opção. Para afastar esse amor, o amor que destruiu Paris, talvez fosse necessário medidas extremas.

Se o magoasse muito, a ponto de fazê-lo odiá-la, então…

Não conseguiu terminar seu raciocínio, já sentindo as lágrimas rolando. Apesar de tudo, Chat ainda era seu amigo, seu parceiro. Não se perdoaria se o machucasse propositalmente, mesmo que fosse para um bem maior.

— Princesa, o que foi? - Ele perguntou alarmado assim que notou algo de errado. Viu o corpo dela tremendo e ouviu um fungado. - Está chorando? - Ele sentou-se na cama, tentando ver o rosto dela.

“Merda!” - Ela pensou. Limpou o rosto rapidamente com as mãos, mas era óbvio que ele já havia visto. 

— Sinto muito se for por minha causa… - Ele começou, se martirizando. Que ótimo que era, havia se declarado para ela, e a fez chorar.

— Não Chat, não é isso, eu só… - Ela respirou fundo, sentando-se também. - Eu não to bem com algumas coisas, mas logo eu vou ficar. - Ela disse, lançando um sorriso gentil para ele, que ainda parecia desconfiado. Mas Chat não forçaria ela contar nada que não quisesse. - É sério, eu só preciso desabafar com algumas amigas. - Então como um estalo, lembrou que tinha que avisar a ele sobre sua noite seguinte. - Ah, falando nisso, amanhã não precisa vir, vou dormir fora.

— O que? Vai dormir fora? Sem mim? - Chat perguntou surpreso, esquecendo completamente o assunto anterior.

— Bom, a não ser que minhas amigas achem normal um super herói invadir uma festa do pijama. - Ela riu, ainda espantando a tristeza que havia invadido seu coração minutos atrás. 

— Não me tente… - Ele disse de um jeito sensual, que a deixou vermelha.

— Chat! Pare com isso! - Ela deitou de costas para ele novamente, afundando o rosto no travesseiro. O garoto permaneceu sentado. - E é só uma noite, vou sobreviver.

— Me prometa então que vai ficar bem. - Ela ouviu, e percebeu que agora ele parecia estar sério, até mesmo… preocupado.

Ela rodou o corpo, ainda deitada, para poder olhá-lo. Os olhos, tão verdes, quase brilhavam no escuro, sendo iluminados apenas com a luz da lua que entrava pela janela. Não podia ver suas expressões muito bem, graças à máscara. Mas ele parecia, de fato, muito preocupado com ela.

— Eu vou ficar bem Chat, não porque não terei pesadelos, isso eu não posso prometer, mas porque sei que você estará comigo na noite seguinte. - Ela disse, na esperança de que isso pudesse tranquilizá-lo.

O herói sentiu o coração bater forte em seu peito enquanto a ouvia dizer essas palavras. Se jogou no colchão, cobrindo o rosto com seu travesseiro.

— Não devia dizer coisas assim para mim princesa! - Ele protestou, com a voz abafada pelo objeto em sua cara. Se controlando muito naquele momento para não dar um beijo naquela boquinha linda dela, que agora, só sabia rir dele.

Marinette ria da reação dele, até se virar novamente, sentindo que agora sim, poderia dormir. Mesmo seus problemas não tendo sido resolvidos, sentia o coração mais leve.

Não sabia o que faria ainda, mas não machucaria Chat só para atingir seus objetivos. E disso tinha certeza

**********************************

Marinette acordou feliz e disposta. Afinal, era sábado, havia dormido a noite inteira e iria se encontrar com suas amigas hoje. E também, dormir bem todas as noites já estavam fazendo efeito em seu humor.

— Bom dia Tikki! - Ela falou, se espreguiçando.

— Alguém está de bom humor! - A kwami apareceu, feliz por ver Marinette bem.

— Sim, apesar de tudo, acho que vou ser capaz de fazer tudo ficar bem de novo. “Nada como uma nova manhã para trazer outra perspectiva das coisas.” - Pensou feliz.

Levantou, deixando Tikki em seu quarto para tomar café com seus pais.

— Dormiu bem querida? - Seu pai perguntou, dando um beijo no topo de sua cabeça quando chegou.

— Sim pai. - Ela se serviu com alguns pães.

— Sua mãe me disse que vai dormir na casa de uma amiga hoje, tome cuidado viu? 

— Pai, eu sempre tomo cuidado. - Ela tentou acalmá-lo. Tom era muito protetor, principalmente depois que descobriu que todas as suas amigas já haviam sido akumatizadas. Sabine apenas riu do outro lado da mesa.

Pegou alguns biscoitos para Tikki, saindo da mesa de café em seguida, e indo para seu quarto. Depois de alimentar sua kwami, decidiu aproveitar seu bom humor para criar algumas peças de roupas. Estava inspirada hoje.

******************************

— Hoje não é meu dia Plagg! - Adrien resmungou se jogando em sua cama. 

Depois do café da manhã, Nathalie o informou sobre sua agenda, e viu que estava com o sábado cheio de coisas para fazer.

— Esse é o preço de ser famoso. - Plagg disse tranquilo, enquanto engolia um pedaço de camembert. E Adrien o olhou feio como se dissesse “Você não está ajudando!”

Deixou sua cabeça tombar no colchão novamente, lembrando que em instantes teria que se aprontar para sair e acompanhar seu pai em um almoço beneficente.

“Pelo menos a noite eu verei minha princesa” - Tentou se animar, mas rapidamente lembrou que hoje não a veria.

“Droga.”

Hoje realmente não era seu dia.

*******************************

Era entardecer quando Marinette chegou ao Liberdade, barco da mãe de Juleka, encontrando Alya, Juleka, Rose e Mylene no convés.

— Oi meninas! A Alix não chegou ainda? - Disse se aproximando, e viu que elas pareciam incomodadas com algo. - Está tudo bem?

— Ah sim amiga, claro! - Alya cortou o silêncio. - A Alix tinha um compromisso com o pai dela hoje a noite, sabe? Então não vai vir.

— Ah, entendi. - Mari respondeu, ainda notando que tinha algo errado.

— Marinette, que bom que chegou! - Ouviu Anarka atrás de si.

— Sim, obrigada por nos receber, senhora Couffaine. - Ela a cumprimentou educadamente com um sorriso.

— Pode me chamar de Anarka, querida. O Luka saiu, por isso podem ficar todas à vontade, eu volto mais tarde!

Viu a mais velha sair e se virou para as amigas. 

— Vem Marinette, vou colocar sua mochila no meu quarto. - Juleka a chamou, entrando no barco e sendo seguida por elas.

— Podemos pintar as unhas umas das outras! Você vai ficar tão linda com um vermelho nas mãos Marinette! - Rose disse animada, pegando uma de suas mãos enquanto entravam na cabine.

— Ah é? Obrigada Rose! - Agradeceu, sentindo o clima esquisito se esvair aos poucos.

— Podemos tentar uns penteados diferentes também. Marinette! Sempre quis ver como você ficaria com cachos! - Dessa vez foi Mylene que disse.

Marinette estranhou toda aquela atenção, mas achou que talvez o problema fosse ela. Tinha estado tão distante das amigas ultimamente com seus problemas, que talvez elas só estivessem com saudades.

— Claro Mylene, eu adoraria!

— E eu trouxe alguns cremes faciais. Vamos ficar com a pele linda meninas! - Alya exclamou, sendo seguida por alguns gritinhos animados. E Marinette ficou feliz por poder estar com elas naquele momento, sendo só uma garota comum, com uma vida normal.

No fim das contas, a tarde das garotas se transformou na “tarde de arrumar a Marinette”. Ela saiu de lá com o rosto hidratado, unhas feitas e cabelo arrumado.

— Nossa Marinette! Você está tão linda! - Rose disse com os olhos brilhando!

— Igual uma princesa! - Mylene completou, soltando um suspiro.

Marinette estava sem graça com toda aquela atenção sobre si.

— Não deveríamos arrumar outra pessoa agora? - Ela disse, rindo nervosa.

— Ah não, espera! Eu preciso tirar uma foto desse momento! - Alya como sempre, já estava com o celular a postos. Tirando uma foto de Marinette enquanto ela se olhava no espelho do quarto de Juleka.

— Ei Alya! Não poste isso! - Mari protestou, enquanto Alya corria pelo quarto com o celular na mão.

— Tarde demais amiga, essa beleza precisa ser vista pelo mundo! - Ela ria junto das outras. - E por um menino específico também. - Falou baixo para que Marinette não ouvisse.

— Meninas! Venham jantar! - Ouviram Anarka às chamando, e Marinette lançou uma careta para Alya, que mostrou a língua em resposta.

Elas estavam na cozinha do barco, saboreando a pizza que a mãe de Juleka havia levado, quando Mylene soltou uma exclamação enquanto via algo em seu celular.

— Está tudo bem Mylene? - Marinette perguntou preocupada, assim como as outras meninas.

Mylene pareceu assustada, olhando para as outras como se estivesse procurando ajuda.

— Está sim Mari! - Ela deu um riso nervoso. Voltando a comer logo em seguida.

Marinette não entendeu nada, voltando a comer também. Mas foi interrompida por um barulho de mensagem e Rose olhando assustada para o celular. Já ia perguntar o que era, quando viu Juleka e Alya também olhando os celulares.

— Tá legal, o que tá acontecendo? - Marinette perguntou sem paciência, se sentindo por fora de algum assunto ali. Todas se entreolham assustadas, e Mari se perguntou se devia estar sabendo de algo. - Eu perdi alguma coisa? - Elas ficaram caladas.

— Mari, a Alix nos enviou uma foto. - Alya disse, e Marinette notou o tom pesaroso em sua voz.

Mari ainda não havia entendido. Até pegar o celular de Alya e ver nele uma foto, de Adrien e Kagami dançando juntos.

— Nós sentimos muito Marinette! - Mylene que disse.

— M-mas por que estão falando assim, que-quero dizer, eles estão só dançando… - Ela deixou a voz morrer quando viu as caras que elas fizeram. - Falem logo o que sabem! Não aguento mais esse suspense! - O silêncio se fez presente na mesa, e já estava pronta para dar mais uma prensada em suas amigas quando… 

— O Adrien está apaixonado por ela! - Foi Rose quem disse em um ato de desespero. Tapando a boca com ambas as mãos,  mas depois desistindo de esconder, já havia dito. Ela suspirou antes de continuar. - Ele contou para a Alya ontem, na escola.

Marinette olhou para a amiga, que estava de cabeça baixa. “Por isso ela estava estranha na escola ontem.”

— Alya pensou, bem, nós pensamos, que se deixássemos você bem bonita, podíamos mandar uma foto pro Adrien, e ele ficaria arrependido de não ter dado valor a você. - Juleka confessou. Fazendo tudo se encaixar na cabeça de Marinette.

Sentiu que seu mundo havia caído.

— Não tinha noite de filmes, não é? Vocês só queriam fazer isso, para me animar. - Mari deduziu, as vendo concordar com a cabeça. - Obrigada meninas, vocês são as melhores amiga que alguém poderia ter. - Ela disse, sendo logo puxada para um abraço por Alya, depois sentindo Mylene, Rose e Juleka se aproximarem, também a abraçando.

— Você vai ficar bem amiga? - Alya perguntou quando se separaram.

— Cl-claro eu, vou ficar sim. - Mari as tranquilizou. Mas podia sentir que seu coração havia se partido.

Terminaram de comer e foram juntas para o quarto de Juleka, onde tinha vários colchões espalhados pelo chão da cabine.

Elas acabaram se divertindo ao realmente verem um filme no final das contas.

E Mari estava bem, enquanto estava com elas.

Mas logo todas foram dormir, e ela não conseguiu pregar o olho.

Esperou alguns minutos para confirmar se estavam todas mesmo dormindo, então se levantou devagar, pegando sua bolsinha com Tikki dormindo dentro, e saiu silenciosamente da cabine

Foi para o convés, respirando o ar gelado que vinha do Sena, tentando não pensar em Adrien e Kagami juntos, dançando…

Sentiu o coração doer, levando a mão ao peito e deixando algumas lágrimas escaparem do choro que estava segurando.

Até ouvir o som de uma guitarra atrás de si, tocando uma música triste.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Aaaaaaaaah, quem aí tava com saudades do Luka? Hhahahaha amo! E também, quem pegou um pouco do Yin Yang nesse capítulo?

Espero que tenham gostado! Nos vemos nos comentários!

Próximo capítulo: Música e Luar

Beijos doces ♥