Insônia escrita por Babydoll


Capítulo 16
Quebrando seu coração


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoal!

Eu estou tão animada que até estou postando mais cedo. Eu achei uma música perfeita pra fanfic!!! Aaah! kkk Coloquei um trecho dela no início do capítulo.

A música do se chama The Beach - The Neighbourhood. E eu achei que ela se encaixou perfeitamente na história. São os pensamentos da Mari para o Chat, e o "fogo" que diz, seria o peso das responsabilidades dela como Ladybug, que estão queimando ela (machucando ela) e consequentemente, queimando (machucando) o Chat também. Enfim, espero que tenham gostado. Estou ouvindo a música 24/7 enquanto escrevo, e o instrumental dela também, que é lindo.

Enfim, boa leitura ♥



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If I told you that I love you

(Se eu dissesse que te amo)

Tell me, what would you say?

(Diga-me, o que você diria?)

If I told you that I hate you

(Se eu dissesse que te odeio)

Would you go away?

(Você iria embora?)

Now I need your help with everything that I do

(Agora preciso da sua ajuda com tudo o que faço)

I don't want to lie, I've been relying on you

(Eu não quero mentir, estive dependendo de você)

Fallin' again, I need a pick-me-up

(Caindo de novo, preciso de ajuda para me levantar)

I've been callin' you friend, I might need to give it up

(Estive chamando você de amigo, talvez precise desistir disso)

I'm sick and I'm tired too

(Eu estou doente e estou cansando também)

I can admit, I am not fireproof

(Eu posso admitir, não sou à prova de fogo)

I feel it burning me

(Eu sinto isso me queimando)

I feel it burning you

(Eu sinto isso queimando você)

I hope I don't murder me

(Eu espero não me matar)

I hope I don't burden you

(Espero não te incomodar)

If I do, if I do

(Se eu fizer isso, se eu fizer isso)

*************************

 

Logo após a luta e a conversa com Chat Noir, Ladybug correu para casa, pulando diretamente pela porta da varanda para seu quarto, se destransformando no processo. Tinha tempo antes de Chat Noir aparecer, pois ele teria que se transformar de novo no caminho.

Mas não era tempo o suficiente para processar tudo o que sabia e ainda fingir não saber nada quando ele chegasse.

“Como vou agir normalmente com ele hoje?” - Ela estava se sentindo perdida.

Pensou que os sentimentos dos dois poderiam ser poupados um do outro nesse tempo em que ele a estava ajudando, afinal, ela amava Adrien, e Chat amava Ladybug.

Mas ele a trocou por Marinette. E isso era um desastre.

— Marinette? - Tikki a chamou timidamente, a despertando dos devaneios. Antes que pudesse perguntar o que era, ouviu a barriguinha da kwami roncar.

— Oh, sinto muito Tikki. - Foi na cozinha, com cuidado para não acordar seus pais, pois já era quase madrugada e o resto da casa não possuía paredes tão espessas iguais às do seu quarto. Buscou alguns doces para ela, e depois de deixar o prato no quarto, decidiu tomar um banho.

Precisava agir, pensar em algum plano para parecer normal quando Chat chegasse.

“Ele gosta de mim” - Ainda era surreal pensar nisso.

— Vai dispensá-lo? - Tikki perguntou enquanto Marinette colocava seu pijama.

— Acho que não posso machucá-lo duas vezes na mesma noite Tikki. Além do mais, a Marinette ainda não sabe sobre os sentimentos dele. - Se sentiu mais segura quando viu a kwami concordar. Ela era a mais sensata das duas e ter seu consentimento significava muito.

Foi para a cama, se ajeitando do seu lado. Ainda não tinha pensado em nada quando ouviu passos pela varanda. E por reflexo, fechou os olhos.

— Princes… - ouviu a voz dele a chamar e parar no meio da palavra. - Ah, está dormindo. - Ouviu ele falar mais baixinho, enquanto descia para a cama. Sentiu o colchão ao seu lado afundar, e um cheiro de shampoo cítrico invadir suas narinas.

“Ele deve ter tomado banho também” - Pensou.

Depois sentiu ele dar um beijinho carinhoso em sua cabeça.

— Boa noite minha princesa, durma bem.

E ela lutou contra o choro que ameaçou sair.

**********************************

Acordou no outro dia com o despertador a chamando.

Levantou lentamente, sentindo as lembranças da noite anterior a atingirem como um raio.

“Por que tudo tinha que ficar tão complicado?”

Foi levantar para iniciar seu dia, e percebeu o papelzinho na cama.

“Você já estava dormindo quando cheguei ontem princesa. Espero que isso não signifique que não precisa mais de mim. De qualquer forma, fico feliz que esteja melhorando, mas ainda voltarei essa noite.

Tenha um ótimo dia.

Ass.: Seu gatinho favorito!”

Seu coração doeu. Agora que sabia os sentimentos dele, era difícil não imaginar no que ele estava pensando enquanto escrevia aquilo, ou enquanto estava dormindo ao seu lado.

Pode sentir as bochechas esquentando.

Correu para a escrivaninha, mesmo que isso fosse a atrasar alguns minutos.

“Querido diário,

Chat Noir está gostando de mim. Sei que já devo ter escrito isso aqui, mas dessa vez é diferente. Ele trocou a Ladybug pela Marinette. Isso mesmo, ele me trocou por mim!

O que é um absurdo.

Não sei se conseguirei encará-lo normalmente depois de saber disso, até ele me contar pelo menos. Ele contou só para a Ladybug, que também sou eu…”

— Argh! - Marinette soltou um grito frustrada, riscando as últimas linhas escritas no diário.

— Mal acordou e já está assim Mari! - Tikki brincou, sendo recebida com uma careta pela portadora.

— Não tem graça Tikki! - Ela deitou em cima da escrivaninha, abatida.

— Marinette, veja pelo lado positivo. Diferente do que Chat pensa, ele não trocou de pessoa amada. Ele só amou um outro lado seu, mesmo sem saber!

O que Tikki disse acabou ficando em sua cabeça.

Chat realmente havia amado outro lado seu, a amando por completo agora. Era possível amar alguém tão profundamente? Mari levantou a cabeça devagar.

— Mas o lado ruim Tikki, é que eu não posso corresponder aos sentimentos dele. Nem como Marinette e nem como Ladybug. - Ela soltou outro suspiro. - Não importa o quão profundo ou sinceros sejam esses sentimentos.

Levantou sentindo-se pior ainda, e foi se arrumar para a escola.

**********************

Adrien estava ansioso para chegar à escola. Como não conseguiu conversar noite passada com Marinette, queria muito vê-la. Mesmo ela não sabendo que era ele quem a visitava todas as noites. Só precisava vê-la.

Depois de conversar e contar sobre seus sentimentos para Ladybug noite passada, sentiu que agora tinha um “passe livre” para se sentir apaixonado por Marinette, sem aquele sentimento de culpa.

Tinha que admitir, ainda tinha muito carinho pela parceira heroína. Amor não some e aparece de um dia para o outro, mas estava aliviado por finalmente ter colocado os sentimentos em ordem. Não estar mais confuso era ótimo.

— Bom dia Nino! Bom dia Alya! - Cumprimentou os amigos, sentando em seu lugar, não deixando de notar o lugar vago da azulada.

— Bom dia Adrien! Está de bom humor hoje! - Alya comentou, arrancando um sorriso dele. - Alguma garota é a razão disso? - Ele desfez o sorriso na hora, ficando corado.

— Alya! Já disse para não fazer isso! - Nino a repreendeu. - Desculpa minha namorada, ela é aspirante a jornalista, sabe? Não consegue se controlar às vezes. - Nino lançou uma cara feia, e ela mostrou as mãos em sinal de rendição.

— Tudo bem Nino, e sim Alya, é por causa de uma garota! - Ele não conseguiu se controlar, sentia-se feliz demais para não contar. Viu Alya se remexer na cadeira animada.

— Ah meu Deus! Adrien Agreste está apaixonado! Nos conte, quem é ela! - Alya brincou, e colocou a mão fechada na frente dele como se estivesse segurando um microfone em uma entrevista!

— Alya! - Nino a censurou de novo, se espichando para fazer cócegas na axila do braço estendido dela.

Adrien apenas via os dois enquanto coçava a nuca, sem graça. Sabia que esse era o jeito da Alya, por isso não se importou. Mas ainda não ia contar quem era.

— Bom dia pessoal! - O loiro se virou rápido, se deparando com aquela que ele queria ver.

— Bom dia Mari! - Ele disse, se virando e olhando-a nos olhos. Ela estava tão… linda.

Mas depois se segurou. Não podia esquecer que era Adrien ali, não Chat Noir. Afinal, ela havia beijado Chat, não Adrien. Não podia confundi-la.

Mari viu Adrien a encarando, devolvendo a saudação com um acenar de mão e se apressou para sentar em seu lugar, não queria que ele visse suas bochechas coradas.

— Bom dia Alya! - Ela cumprimentou a amiga, e a viu com uma cara estranha. - O que foi, tá tudo bem?

— Tá, tá sim! Bom dia Mari, dormiu bem? - A garota respondeu com um suspiro.

— Não muito. - E Adrien ouviu a resposta. Não queria bisbilhotar, mas era um pouco difícil não prestar atenção na pessoa que gosta, principalmente quando ela está tão perto de você.

“Mas ontem a noite ela não teve pesadelo nenhum? O que será que…” - Então ele lembrou que ela já estava dormindo quando chegou. Talvez ela ficou esperando por ele até tarde e só dormiu de cansaço. Se sentiu mal por deixá-la esperando,

Mas resolveria isso a noite, era só explicar sobre o vilão que havia parecido, isso se ela já não visse alguma reportagem sobre a luta ontem à noite. Mari era compreensiva, e ele sabia.

Mari enquanto isso, pensava em como poderia desabafar com a amiga sobre a confusão que sua vida amorosa estava.

Logo o professor deles chegou e os pensamentos foram interrompidos para prestar atenção na aula que se iniciava.

— Alya, preciso conversar com você. - Puxou a amiga para fora da sala assim que o intervalo começou.

— Oi, por que a pressa? - Alya protestou enquanto era arrastada por Marinette. Até chegarem no banheiro feminino.

— Eu… - Ela não sabia por onde começar. Não podia contar tudo o que queria para sua amiga, e isso era um saco. - Eu preciso de uma noite das garotas, sabe? Dormir fora de casa, festa do pijama, essas coisas! - Ela finalizou rindo, mas queria se bater. Por fim decidiu que, se não pudesse resolver o problema, iria fugir dele. No caso, estava fugindo de Chat Noir.

— Ai Mari! Você leu meus pensamentos! A Juleka comentou ontem que queria nos chamar para o barco esse fim de semana para vermos um filme juntas.

— Ótimo! Era disso que eu estava precisando! - Ela respondeu, tentando se mostrar animada. Claro que gostava de ficar com suas amigas, mas sua situação noturna ainda não era das melhores.

— Beleza! Vou falar com ela que você vai amanhã à noite também.

— Ta bo… Espera! Amanhã? Não pode ser hoje? - Só de se imaginar sozinha com Chat Noir novamente, sentia suas mãos suarem.

— Marinette, sua cabeça de vento, a Juleka disse no fim de semana! Hoje ainda é sexta.

— Eu sei mas… - Desistiu de tentar contra argumentar, afinal, não podia controlar a rotina da vida das pessoas. - Tudo bem, então amanhã.

“Vou ter que ser forte hoje a noite”.

**************************************

Mari estava em casa, já de pijama, sentada no meio do seu tapete com as pernas cruzadas, tentando meditar.

Assim que chegou da escola, havia pesquisado freneticamente em seu computador o que poderia ajudá-la a se livrar dos terrores noturnos. Pensou que, assim que conseguisse se livrar deles, poderia se “livrar” também da presença de Chat Noir de sua vida civil. E se ele parasse de vê-la, começaria a ter sentimentos por Ladybug novamente (ou por qualquer outra menina). E tudo poderia voltar ao normal,

Sim, era um pensamento tolo e infantil. Mas achava que era o melhor, enquanto Chat não confessasse seus sentimentos à ela, poderia fingir que eles não existiam, e que sumiram logo assim que seus pesadelos também se fossem.

E além de tudo, não queria machucar Chat mais do que já havia machucado como Ladybug.

Ele nunca poderia descobrir quem ela era, e ela nunca poderia corresponder aos sentimentos dele.

Era horrível, mas o futuro não mentia. Chat Blanc não mentia.

Voltou à meditação, percebendo que sua mente havia se dispersado novamente.

— Brincando de ser buda princesa? - Ouviu a voz de Chat bem perto de si, levando um susto e abrindo os olhos rapidamente.

— Chat! Já disse para não me assustar assim! Meu Deus, seus movimentos são muito silenciosos! - Ela o via quase gargalhar com a reação dela.

— Mas é sério princesa, o que está fazendo aqui no chão?

— Meditando. - Ela respondeu, voltando a fechar os olhos, se concentrando em sua respiração. E falhando miseravelmente com a presença de Chat tão perto de si. — Ok, eu desisto! Fala logo. - Disse, jogando os braços para cima.

— Por que está meditando?

— Para auto controle. - Ela respondeu sincera.

— E por que precisa de tanto auto controle? Não consegue se controlar perto de mim é? - Ele disse, enquanto se inclinava para frente, chegando mais perto do rosto dela. Logo sendo impedido com um dedo empurrando seu nariz.

— Não gatinho, eu li que isso podia me ajudar a dormir. - Ela continuou a conversa normalmente, mas agora não conseguia parar de pensar que através daquele flerte usual, Chat mascarava sentimentos mais profundos.

— Mas achei que te ajudar a dormir era a minha função. - Ele fechou um pouco a cara. Suspirando derrotado. - Não vai desistir de tentar se livrar de mim, não é? - Era uma dedução, e uma muito correta. Mas Mari percebeu que isso realmente parecia feri-lo, não pode deixar de se sentir mal.

— Olha, não é só por isso. Eu também preciso aprender a controlar minhas emoções. - Respondeu fitando as próprias mãos, retraída.

Lembrou-se da noite em que Chat Noir não foi em sua casa, e como ficou muito vulnerável emocionalmente. Se não fosse por Tikki, que a trancou no banheiro, e se não fosse madrugada, horário em que Hawk Moth provavelmente estava dormindo, poderia ter sido akumatizada. Tinha dado sorte, nessa e nas últimas vezes em que perdeu o controle. Mas não podia depender da sorte sempre. Mesmo esse sendo o seu trunfo como Ladybug.

— Tenho medo de ser akumatizada, Chat… - Ela revelou, puxando os joelhos para perto do feito, se abraçando. Finalmente podendo confessar um segredo seu à alguém. - Eu tenho medo disso o tempo todo, sempre que fico com raiva de alguém, ou sempre que sinto meu coração é machucado. Todas as noites que eu acordava gritando aqui, sozinha, eu tinha medo de encontrar um akuma em meu quarto.

Chat a observou, encolhida e assustada, sentindo seu coração pesar. Marinette era, realmente, muito sensível neste tópico. E todas as vezes em que ela parecia sofrer com isso, sentia que havia falhado como herói.

— Princesa, eu sinto muito que sinta esse medo. - Ele disse baixo, colocando uma de suas mãos em cima da mão dela, em sinal de consolo. - Sei que é horrível ser akumatizado, mas não precisa de preocupar. Se isso acontecer com você, eu prometo, que eu e a Ladybug vamos te salvar.

Conteve a risada amarga que ameaçou sair, da ironia que era ela esperar por Ladybug para salvá-la.

— E se não puder, Chat? - Ela perguntou, olhando no fundo dos olhos verdes. - E se a Ladybug não puder ir e você estiver sozinho, como vai me salvar?

Ele ficou estático, escolhendo bem as palavras antes de responder.

— Então eu faria tudo o possível, e daria tudo de mim, para poder te trazer de volta. - Ele respondeu tão sincero, e a encarando tão profundamente, que Marinette perdeu o fôlego.

Logo sentiu a mão dele, que estava sobre a sua, a apertar. E começaram a ficar muito próximos.

“Próximos demais!” - Marinette percebeu o perigo quando sentiu a respiração dele se misturar com a sua, afastando seu rosto e se levantando de repente.

— O que está fazendo Chat? - Ela perguntou colocando as mãos sobre as têmporas, enquanto andava para trás, ficando de costas para ele.

— Eu… eu sinto muito Mari, não foi minha intenção. “Foi sim” - Ele próprio se rebateu em pensamento. Estava tão próximo a ela, que foi impossível resistir a vontade de beijá-la.

— Não podemos fazer isso de novo, Chat. - Ela tentou soar branda, cruzando os braços em sinal de proteção, não queria magoá-lo. - Não é justo com as pessoas que amamos. - Ela queria lembrá-lo de que ainda gostava de outro.

— Verdade, não é justo. - Ele se levantou devagar, com a cabeça baixa. - Por isso eu preciso ser sincero com você. - Determinado, essa era a palavra que melhor descrevia Chat Noir nesse momento, enquanto ele se aproximava dela lentamente, a olhando nos olhos. Marinette até tentou recuar mais alguns passos, mas foi impedida quando seu corpo se chocou com sua penteadeira. - Eu preciso te contar Marinette.

— Co-contar o que? - Ela perguntou, mas somente para ganhar tempo. “Não diga, por favor, não me conte”.

— Estou apaixonado por você, Marinette. - Ela não acreditou que aquilo estava acontecendo. Achou que Chat ainda levaria alguns dias para contar a ela, tempo que ela utilizaria para tentar parar de receber as visitas noturnas dele. Mas ali estava ele, confessando a ela seus sentimentos.

 Não tinha mais escapatória.


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Notas finais do capítulo

Aaaah, não me matem por parar nessa parte! kkkkk

Se forem bonzinhos eu volto amanhã já com capítulo novo!

Estou grata por cada um que sempre comenta e segue a história aqui comigo ♥ tem um lugarzinho especial no meu coração.

Beijos doces!!